La Vida No Termina Nunca

7/28/2019 La Vida No Termina Nunca

http://slidepdf.com/reader/full/la-vida-no-termina-nunca 1/60

• •

WILL IG IS JAGERl a v i d a n o t e r m i n a n u n c a



W I L L I G I S J A G E R

L A V I D A N O T E R M I N A N U N C AS O B R E L A I R R U P C I Ó N E N E L A H O R A

2 a e d ic ión

D E S C L É E D E B R O U W E RBILBAO - 2007



Títu lo de la edición original:Das Leben endet nie

© 2005, Theseus - Verlag , Ber l in , Germany© Theseus Verlag, part of Verlag Kreuz GmbH, Stuttgart,G e r m a n y

This translation of DAS L E B E N E N D E T NIE first publis-

he d in 2005 in G e r m a n y is published by arrangement witfi thecurrent rights holder Theseus Verlag, part of Verlag KreuzGmb H, S t u t t g a r t , German y .

Traducción :Carmen Monske

© E D I T O R I A L D E S C L É E DE B R O U W E R , S.A., 2007H e n a o , 6 - 48009 [email protected]

C u a l q u i e r fo rm a de r ep ro d u cc i ó n , d i s t r i b u c i ó n , co m u n i ca c i ó n p ú b l i

ca y t r a n s fo rm a c i ó n de es t a o b ra s ó l o p u ed e ser rea l izada con la a u t o r i za c i ó n de sus t i tu la res , sa lvo excepción previs ta por la ley.

Dirí j ase a C E D R O ( C e n t r o E s p a ñ o l de Derech o s R ep ro g rá f i co s- w w w . c e d r o . o r g - ) , si n eces it a fo t o co p i a r o es ca n ea r a l g ú n f r a g m en t ode es ta obra .

Impreso en España - Printed in SpainISBN: 978-84-330-2189-2De pósi to Legal: SE-1527-2008 U.E

Impresión : Publ id isa , S.A. - Sevilla

Desde lo más profundo del corazón os digo a todos:

Vida y muerte son un asunto serio.

Todo pasa deprisa.

Estad siempre muy vigilantes.

Nadie sea descuidado,

Nadie olvidadizo.

(Texto Zen recitado por las noches en los sesshin)

En la casa de mi Padre hay muchas mansiones,

Voy a pre par aros un lugar.

(Jn 14,2)

http://www.edesclee.com/

mailto:[email protected]

http://-www.cedro.org-/




http://www.edesclee.com/



A G R A D E C I M I E N T O S

Doy l as grac ias a Chr i s t a Spannbaue r y a Úrsu la

Richard, sin cuya ayuda este libro no se hubiera podido

realizar.

También agradezco a Bea t r i c e Gr imm su pe rmiso

para reproducir aquí un texto grabado en CD.



Í N D I C E

P R Ó L O G O d e D a v i d S t e i n d l - R a s t , O S B 1 3

I N T R O D U C C I Ó N d e Ú r s u l a R i c h a r d 1 9

N U E S T R O F O N D O O R I G I N A R IO 2 3

D i o s e s l a f u e n t e d e l a q u e e m a n a m o s 2 3

E N F E R M E D A D - C U R A CI Ó N 3 3

L a f u e r z a c u r a t i v a d e n u e s t r o s e r m á s p r o f u n d o 3 3

LA VEJEZ COMO OCASIÓN PARA UN SEGUNDO

NACIMIENTO 59

E l V i e n t o d o r a d o , o C o m p l e t a t u n a c i m i e n t o . . 5 9

O t r o t e c e ñ i r á 6 8

M U E R T E - M O R I R - R E S U R R E C C I Ó N 7 3

E t e r n a e s l a v i d a , n o l a f o r m a i n d i v i d u a l 7 3

L a m u e r t e n o e x i s te 8 4

P e r d e r p a r a g a n a r 9 0

F I N D E L M U N D O Y O R I G E N D E L M U N D O 9 5

T a m b i é n e l f in d e l m u n d o s a b e a D i o s 9 5¿ C ó m o p u e d e p e r m i t i r D i o s e s o ? 1 1 4



P R Ó L O G Ode David Steindl-Rast, OSB

¿Quién l eerá t ex tos de Wi l l ig i s Jáger s in darse cuen ta

d e q u e l o q u e a é l l e i mp o r t a e s ay u d a r n o s e n n u e s t r a s

d i f i c u l t ad e s ? E s mae s t r o e n l o má s p r o f u n d o d e s u c o r a

z ó n . L e i m p o r t a s e r c o m p r e n d i d o , m á s a ú n , l e i m p o r t a

d e s p e r t a r e n n o s o t r o s mi s mo s , c o n l a l e c t u r a , u n a c o m

p r e n s i ó n q u e n o e s p o s i b l e t r a n s m i t i r c o n p a l a b r a s yq u e , s i n e m b a r g o , t an s ó l o t i e n e q u e se r d e s p e r t ad a , p o r

q u e y a e x i s t e e n l o má s í n t i mo d e n o s o t r o s : l a c o mp r e n

s ión mís t i ca .

Sí, en nues t ro corazón es t á l a t en te e l don mís t i co . No

se pue de rec a lca r lo su f i c i en te e l hecho -y sé que Wi l l ig i s

e s t á c o m p l e t a m e n t e d e a c u e r d o c o n m i g o - d e q u e u n m í s t i co no es una persona espec ia l , s ino que cada persona es

u n m í s t i c o e s p e c i a l. ¿ D e d ó n d e p r o v i e n e n , p u e s , n u e s t r a s

d i f i cu l t ades que Wi l l ig i s , como mís t i co y maes t ro de mís

t i c a , i n t e n t a s a l v a r ? Me p a r e c e q u e n o s e n c o n t r am o s c o n

u n o b s t á c u l o d o b l e . Po r u n l ad o , h e mo s ap r e n d i d o a l g o

e r r ó n e o y , p o r o t r o l ad o , n o h e mo s ap r e n d i d o a l g o q u e

n o s h ac e f a l t a , d e s g r ac i ad ame n t e , ah o r a .

13



Lo que hemos aprend ido de fo rma er rónea se re f i e re a

n u e s t r a c o mp r e n s i ó n d e D i o s . " H e mo s ag r an d ad o d e ma

siado la separación entre Dios y el mundo", dice Wil l igis .

" N u e s t r o c o n c e p t o d u a l i s t a d e l mu n d o n o s h a s e p a r ad o

de Dios" . Pero esa separac ión es t á en con t rad icc ión con

nues t ra v ivencia humana más p ro funda . En Dios "v iv i

m o s , nos movemos y ex i s t imos" (Hch 17 ,28) . Es t a f raseproc lama lo que sabemos en lo más ín t imo de l co razón , y

san Pab lo es t á to t a lmente de acuerdo con e l lo . Pero en e l

mo me n t o e n e l q u e n o s c o mp r o me t amo s c o n e s t a c o m

p r e n s i ó n p r i mo r d i a l , h ab r e mo s s a l t ad o p o r e n c i ma d e l

foso que no so lamente nos separa de Dios , s ino t ambién

del sen t ido de nues t ra p rop ia v ida au tén t i ca . Ese sa l to

convierte el "Creer en Dios" en un "Vivir a part i r de Dios".

En cada una de las páginas de es te l ibro, Wil l igis nos ani

ma una y o t ra vez , de d i fe ren tes maneras , a dar ese sa l to .

Pero t enemos que sa lvar un segundo obs tácu lo : una

c a r e n c i a . A l mu n d o e n e l q u e v i v i mo s l e f a l t a e n g r an

m e d i d a e l s e n t i d o d e l a p o e s í a . N i n g ú n o t r o l e n g u a j e ,

ap a r t e d e l a p o e s í a , e s c ap az d e e x p r e s a r l a e x p e r i e n c i a

de Dios , aun cuando és t a f racase en lo que es inefab le .

Leyendo es t e lib ro es mu y imp or t a n te n o o lv idar n i por un

momento que e l l enguaje poé t i co no debe tomarse en sen

t ido l i teral . Si alguien dice: "Te ofrezco mi corazón" no se

ref i e re para nada a una operac ión qu i rú rg ica . La t eo log ía

míst ica es a la teología de los l ibros de texto como la poe

s ía a la crí t ica l i teraria. Y Wil l igis es un teólogo míst ico.

14

D e s c an s a u n a c an c i ó n e n t o d as l a s c o s a s

Q u e s u e ñ a n i n c e s a n t e m e n t e .

Y e l m u n d o c o m i e n z a a c a n t a r

Si t an só lo das con l a pa l abra mágica .

Wi l l ig i s da con l a pa l abra mágica a l a que se re f i e re

Eichendorf f en es t a poes í a . Por e l lo , e l mundo es para é l"un o rgan i smo sagrado" . Y en es t e mundo , Dios es "e l

a l i e n t o d e t o d o a l i e n t o " c o mo d i c e K ab i r . Ú n i c ame n t e

e s t a v i s i ó n d a r á e s p e r an z a d e s a l v ac i ó n y c u r ac i ó n p a r a

n u e s t r o p o b r e m u n d o e n f e r m o .

L a c o r r e c t a c o mp r e n s i ó n d e D i o s y l a c o r r e c t a c o m

p r e n s i ó n d e l mu n d o e s t á n i n s e p a r ab l e me n t e u n i d a s .

No so lamente para los c r í t i cos de Wi l l ig i s , s ino para

todos los que l ean es t e p ró logo , me he inven tado un exa

me n q u e h ay q u e ap r o b a r an t e s d e t e n e r p e r mi s o p a r a

segu i r l eyendo es t e l ib ro . La mís t i ca se expresa de fo rma

p o é t i c a , d e c i m o s . Y l a p o e s í a , t a m b i é n l a m á s s e r i a , e s

j u g u e t o n a . ( E l n i ñ o e n n o s o t r o s r e c u e r d a t o d a v í a q u e

n o h ay n ad a má s s e r i o q u e j u g a r ) . Mi e x ame n j u g u e t ó n

c o m i e n z a , p u e s , d e j á n d o n o s c o g e r d e l a ma n o c u a l n i ñ o s

por Chr i s t i an Morgens tern qu ien , d i cho sea de paso , fue

u n p r o f u n d o mí s t i c o . E n u n a n o c h e d e l u n a n o s c o n d u c e

a u n l u g a r s u mame n t e mi s t e r i o s o y n o s ab r e l o s o j o s :

Tres l i eb res ba i l an a l a luz de l a luna

En el r incón de la pradera junto al lago:

15



Una es un león ,

La o t r a una ga v io t a ,

La t e r c e r a un c o r z o .

Q u ie n p r e gun t a , e s t á j uz ga do ,

A qu í no s e c om e n ta ,

A qu í ha c e m os poe s í a ;Pero s i te s ien tes obl igado,

E lé va l a s a l c ua d r a do

Y a ña d e l a vo l te

D e una vo l t e r e t a ,

Y saca la r a íz de l todo

Y sue ña e l e x t r a c to c om o un sue ño .

En tonc e s ve r á s l a s l i e b r e s

En e l r i nc ón de l a p r a de r a j un to a l l a go :

C on sus uña s c om o de p l a t a

C a p r i c h o s a m e n t e g i r a n

C om o l e ón , ga v io t a y c o r z o .

"Q u ie n p r e gun t a , e s t á j uz ga do" , po r que a qu í s e t r a t a

de poe s í a y no de d i s c us ione s . E l que no t e nga que p r e

gun t a r ha a p r oba do e l e xa m e n y t i e ne pe r m iso pa r a l e e r

La vida no termina nunca. ¿ C óm o pod r í a a lgu i e n que no

e n t i e nde e s t e j ue go de n iños e n t e nde r e l j ue go c ósm ic o

de Dios , en e l cua l la Rea l idad d iv ina , que es una , se pre

se n t a c a da ve z e n f o r m a s nue va s? P r e c i s a m e n te é s a e s l a

cues t ión con la poes ía y la mís t ica .

16

La sabidur ía d iv ina d ice de s í misma en e l Libro de los

P r ove r b io s q ue de sde el c om ie nz o de l a c r e a c ión d i s f r u t a

j u g a n d o . E s u n j u e g o d e t r a n s f o r m a c i o n e s c o n t i n u a s . A

f in de cuentas , e s te l ibro t r a ta de l juego de l cambio y de

l a t r a n s f o r m a c ión . R i lke nos a n im a :

A m a l a t r a n s f o r m a c ión . ¡ O h! , a pa s ión a t e p o rl a l l a m a

En la que se te qui ta una cosa que

H a c e a l a r d e d e t r a n s f o r m a c i o n e s :

E l e sp í r i t u que c onc ibe , que dom ina l o t e r r e n a l ,

Ama en el br ío de la f igura tan sólo

E l p u n t o c a m b i a n t e .

E l que t e nga e l v a lo r de c om pr om e te r se c on l a t r a n s

f o r m a c ión , s e r á ge ne r osa m e n te obse qu i a do po r e s t e l i b r o

e " i r r um p i r á e n e l A hor a " , e l pun to de t r a n s i c ión .

17



I N T R O D U C C I Ó Nde Úrsula Richard

C u a n d o m i p a d r e e s t a b a m u ñ é n d o s e , n o s o t r a s - m i

ma d r e y mi s d o s h e r m an as - p a s a mo s v a r io s d í a s y n o c h e s

a s u l ad o , l a may o r p a r t e d e l t i e mp o s i mp l e me n t e s e n t a

das en s i l enc io . Ese s i l enc io e ra muy poderoso , h i zo que

e s t u v i é r amo s mu y p r e s e n t e s y n o s ap o r t ó e x p e r i e n c i a s

mu y p r o f u n d as . Pe r o e n a l g u n o s mo me n t o s y o d e s e ab a

q u e t u v i é r amo s u n a i d e a c o mp a r t i d a p o r t o d a s n o s o t r a s

s o b r e e l mo r i r y l a mu e r t e , s o b r e l a r e s u r r e c c i ó n y e l

renac imien to , porque e l lo nos habr í a ayudado a rea l i zar lo

" c o r r e c t o " e n e s t a s i t u ac i ó n o , p o r l o me n o s , n o s h ab r í a

p r o p o r c i o n a d o c o n s u e l o .

A veces , conf i eso , me su r g ió un l igero sen t im ien to de

env id ia ha c i a los c r i s t i anos con fe, pa ra los que l a idea deuna resur recc ión carna l resu l t a ev iden te , o b ien hac ia los

b u d i s t a s t i b e t an o s , q u i e n e s e n e s a s s i t u ac i o n e s a c o mp a

ñ a r í an a l mo r i b u n d o c o n l a l e c t u r a d e l L i b r o T i b e t an o d e

l o s Mu e r t o s . E n n u e s t r a f am i l ia c a r e c í am o s d e ta l e s c o n

vicciones de fe.

Mi s p ad r e s e r an c a t ó l i c o s c o mp r o me t i d o s s o c i a l me n -

te , pero p rác t i camente ya no l es serv ían de nada los con-

19



c e p t o s d e c i e l o , i n f i e r n o , p u r g a t o r i o y r e s u r r e c c i ó n c a r

na l . N o s é mu y b i e n l o q u e c r e í an mi s h e r man as , n u n c a

h ab l am o s d e el lo . Y o mi s ma m e s e n t í a c e r c a d e l b u d i s m o

zen , pero t en ía p rob lemas con l as ideas bud i s t as sobre l a

r e e n c a r n a c i ó n .

A l g ú n t i e mp o d e s p u é s me r e l a c i o n é i n t e n s ame n t e c o n

W i l l i g i s J á g e r y c o n s u s e s c r i t o s , y me q u e d é i mp r e s i o

n ad a p o r s u s e x p l i c ac i o n e s s o b r e l a mu e r t e y e l mo r i r .

Me t o c a r o n p r o f u n d ame n t e . T e n í a l a s e g u r i d ad d e q u e

p o d r í a n h a b e r s i d o l a b a s e e s p i r i t u a l c o m ú n p a r a l o s

mi e mb r o s d e mi f ami l i a e , i n c l u s o , l o e r an y a e n t o n c e s

de fo rma no verba l , y s i en to mucho que mi padre , en sus

ú l t i mo s mo me n t o s n o e n t r a r a e n c o n t ac t o c o n l o s l i b r o s

de Wil l igis Jáger.

En mi op in ión , Wi l l ig i s Jáger posee l a capac idad espe

c i a l de pone r de man i f i es to par a e l hom bre de hoy l a esen

c i a esp i r i tua l com ún a todas l as t rad ic iones . In te rp re t a l as

imág enes an t iguas y los re l a tos de sa lvac ión de un a fo rma

n u e v a . Mu e r t e , r e s u r r e c c i ó n o r e n ac i mi e n t o s e mu e s t r an

bajo un nuevo aspec to , se comprenden de fo rma complet amente nueva , de modo que ya no es t án en con t rad icc ión

c o n n u e s t r a mo d e r n a c o n c e p c i ó n d e l mu n d o q u e , d e s d e

luego , se d i fe renc ia b as t a n te de l a que ex is t ía cua ndo su r

gieron los dogmas de la Igles ia cris t iana. Wil l igis Jáger

expl ica una y otra vez por qué, después de todo, la vida no

t i ene f in y l a muer te no ex i s t e , aunque cada uno de noso

t ros mor i rá en su personal idad . Sus pa l abras pueden ser

20

o r i e n t ad o r a s p a r a c r i s t ian o s c o n d u d as y p a r a b u s c ad o r e s

esp i r i tua les de cua lqu ier índo le .

L e p r e g u n t é a W i l l i g i s J á g e r s i e s t a r í a d i s p u e s t o a

escr ib i r un l ib ro sobre los g randes desaf íos en l a v ida de l

ser humano , como son l a ve jez , l a en fermedad y l a muer

t e , o s e a , l o s a s p e c t o s q u e t amb i é n e l Bu d a d e s c r i b i ó

c o m o l os a s p e c t o s c e n t r a le s d e l s u f r i m i e n t o h u m a n o .Pa r a g r a n a l e g r í a mí a , W i ll ig i s J á g e r e s t u v o d e ac u e r d o

con es t e p royec to .

A s u s e x p o s i c io n e s s o b r e v e je z , e n f e r m e d ad y m u e r t e

W i l l i g i s J á g e r h a a n t e p u e s t o s u s i d e a s s o b r e n u e s t r a s

i má g e n e s y c o n c e p t o s d e D i o s, p o r q u e e s t a c o m p r e n s i ó n

c o n d i c i o n a d e u n a f o r ma mu y d e c i s i v a n u e s t r a r e l a c i ó n

c o n l o s d e s a f í o s e x i s t e n c i a l e s m e n c i o n a d o s a n t e r i o r

m e n t e . E l l i b r o t e r m i n a c o n s u s d e c l a r a c i o n e s s o b r e

l a s g r a n d e s c a t á s t r o f e s q u e s u c e d e n a l a h u m a n i d a d

c o mo , p o r e j e mp l o , l a c a t á s t r o f e d e l t s u n ami a p r i n c i

p i o s d e e s t e a ñ o . T a l e s c a t á s t r o f e s s u s c i t a n d e f o r m a

r ad i c a l y n u e v a l a p r e g u n t a s o b r e D i o s ( ¿ D ó n d e e s t ab a

D i o s ? ) , s o b r e e l s e n t i d o y e l s i n s e n t i d o d e l a e x i s t e n c i ah u m a n a .

W i l l i g i s J á g e r d a r e s p u e s t a s , t amb i é n r ad i c a l e s . T am

b ién en l a ca tás t ro fe Dios es t á p resen te , s i endo l a ca tás

t r o f e mi s ma . Su e n a d u r o , p e r o t amb i é n n o s mu e s t r a q u e

n u n c a e s t amo s r e a l me n t e ab an d o n ad o s p o r D i o s , n i e n l a

vida, ni en el morir .

Úrsula Richard

21



N U E S T R O F O N D O O R I G I N A R I O

A q u e l d í a c o mp r e n d e r é i s

que yo es toy en mi Padre

y voso t ros en mí y yo en voso t ros .

(Jn 14,20)

D i o s ES LA FUENTE DE LA QUE EMANAMOS

A lo largo de los s iglos las rel igiones se suelen desviar

una y o t ra vez de l a v i s ión o r ig inar i a de sus fundadores .

Co mi e n z an a i n s t i t u c i o n a l i z a r s e . Co n e l f i n d e man t e n e r

su in f luencia , l a re l ig ión t i ene que desar ro l l a r una ideo

l og ía p r e t e n d i d a m e n t e i n c o n t e s ta b l e p a r a p o d e r i m p o n e re s a i d e o l o g í a . S i g u e a f e r r ad a a s u s d o c t r i n a s , i n d e p e n

d i e n t e m e n t e d e l o s c a m b i o s q u e s e v a n d a n d o e n s u

en to rno . Es a lgo que l es ha suced ido a todas l as re l ig io

ne s . Ú n i c a me n t e l a m í s t ic a , a p e s a r d e t o d as l a s p e r s e c u

c iones , ha quedado l ib re de es t e fenómeno . De ah í que l a

mí s t i c a s e a el i n s t r u m e n t o p a r a l a r e n o v ac i ó n i n t e r i o r d e

toda re l ig ión .

23



Los sab ios h indúes ex igen que los buscadores au tén t i

c os , en su asp i rac ión a lo d iv ino , vayan más a l l á de nom

bres y fo rma s . Tam bién los mís t i cos c r i s ti anos ex igen que

busquemos lo d iv ino más a l l á de todo concep to . Los pe l

daños de l a sub ida de l monte los denomina Juan de l a

Cruz "nada" . No se exper imenta lo d iv ino en e l compren

d e r , s i n o e n e l d e s p r e n d i mi e n t o d e t o d a i d e a . A g u s t í nadv ier t e : "Si lo comprendes , no es É l (Dios ) , y s i es É l ,

n o l o c o mp r e n d e s " ( P l . 8 3 , 3 6 0 ) . O t r o s au t o r e s e x p r e s an

l a mi s ma i d e a : L a p e r s o n a q u e b u s c a a D i o s s o l ame n t e

podrá ab r i r se a l mis t e r io incomprens ib le por " l a oscur i

d ad r e s p l an d e c i e n t e " ( D i o n i s i o A r e o p ag i t a ) ; p o r e l v a

c i ami e n t o , p o r " l a o s c u r i d ad d e l a l ma" ( Bu e n av e n t u r a ) ;

"Quien cree haber reconocido a Dios , reconociendo a lgu

na cosa , ése no reconoce a Dios" (Eckhar t ) .

L o q u e d e n o m i n am o s D i o s e s lo q u e se r e a li z a y t o m a

f o r ma d e s d e u n f o n d o i n c o n c e b i b l e .

¡ C o n o c e q u i é n e r e s !

Los mís t i cos c r i s t i anos u t i l i zan un r i co l enguaje f igu

r ad o p a r a d e s c r i b i r e s a e x p e r i e n c i a d e u n i d ad . So y " u n a

ch i spa de Dios" (Maes t ro Eckhar t ) , "una go ta de l océano

divino" (Teresa de Ávi la) , "una l lama del fuego divino"

(Juan de l a Cruz) , "Dios se a lumbra en mí" (Or ígenes ) ,

"Dios se hace f ruc t í fe ro en mí" (Agus t ín ) . Somos no-dos ,

una l l ama de l fuego Dios , una o l a de l mar Dios , l a vas i j ade lo d iv ino .

24

Pa r e c e q u e e s t e u n i v e r s o e x i s t e d e s d e h ac e t r e c e mi l

m i l l o n e s d e a ñ o s . P o r s u p u e s t o , a n t e r i o r m e n t e t a m

b i é n e x i s t í a u n u n i v e r s o , p e r o s e g u r a m e n t e d e u n a

c l a s e mu y d i f e r e n t e , p o r q u e l o q u e l l amamo s D i o s e s

a t e m p o r a l . A t e m p o r a l n o s i g n i f i c a e t e r n i d a d . E l t i e m

p o e s c r e a d o p o r n u e s t r a r a z ó n , n u e s t r a e s t r u c t u r a

p e r s o n a l . E l q u e s e a c ap az d e d e s c o r r e r l a c o r t i n a d e l op e r s o n a l e x p e r i m e n t a r á l o a t e m p o r a l . L o q u e v e r d a d e

r a m e n t e s o m o s e s a t e m p o r a l , n o e t e r n o . S e m a n i f i e s t a

e n e l t i e mp o .

E l P r i m e r O r i g e n

Dios es lo que era y es anterior a todo . Eckhar t lo l l a

ma d iv in idad . Dion i s io d ice : "E l p r imer o r igen de todo no

es ni ser ni vida. Pues fue él quien creó ser y vida. El pri

me r o r i g e n t amp o c o e s c o n c e p t o o r a z ó n . Pu e s f u e é l

q u i e n c r e ó c o n c e p t o y r a z ó n . E l p r i me r o r i g e n t amp o c o

es poder . Pues fue é l qu ien creó ese poder" .

¿ Po r q u é n o n o s q u e d a mo s c o n e s a s ma r av i l l o s a s i má genes : Dios es l a v id , noso t ros los sarmien tos . Dios es l a

fuen te , no so t ro s e l a r r oyo . Dios es e l ma r , noso t ros l a o l a .

Dios es re l ac ión , pero es una " re l ac ión ín t imamente d iv i

na" . Es l a re l ac ión de l a o l a con e l océ an o , de la ram a con

el á rbo l . No se l es puede separar . Dios es como un aba

n ico que se desp l i ega , de l cua l no caerá n ingún p l i egue .

Somos un p l i egue de Dios .

25



Los Padres se serv ían de imágenes para descr ib i r l a

un ida d de Dios y ser hu m an o . Po r e j emplo , e l so l y la luz .

Sin sol no hay luz. O fuente y arroyo, raíz y árbol . El que

mi r a ú n i c ame n t e a l á r b o l , p u e d e o l v i d a r s e d e q u e t i e n e

r a í c e s . E l q u e mi r a ú n i c ame n t e a l s e r h u man o p u e d e

o lv idarse de que Dios es su ra í z . ¿No hab ló t am bién Jesú s

de l a v id y de los sarmien tos? Con e l lo queda c l a ramente

e x p r e s ad a l a d i f e r e n c i a e n t r e D i o s y s e r h u man o . So mo s

no dos . Lo Uno es e n t o d o y t o d o t amb i é n es en lo Uno .

E l mu n d o e s u n o r g an i s mo s ag r ad o . D e s g r ac i ad ame n t e ,

n o s h e mo s e n amo r ad o d e u n mu n d o i l u s o r i o . N u e s t r o

c o n c e p t o d e l m u n d o d u a l n o s h a s e p a r a d o d e D i o s .

Nues t ro "saber" sobre Dios nos ha conver t ido en ex t ra

ñ o s e n e s t e mu n d o .

Dios obra , y e l se r humano dev iene . Ése es e l nac i

mien to de Dios en e l a lma. Dios no puede ser a lgo sepa

rado de l a c reac ión , es l a fuen te de l a que emanamos .

Es to l l eva a una vas t a ex per i enc ia ex i s t enc ia l con y a pa r

t i r de Dios hac ia una v ida l l ena de sen t ido . "Creer en

D ios" se convierte en "Vivir a part i r de Dios". Dios se

man i f i e s t a c o mo s e r h u man o .

La real ización de nuestra vida es el autént ico cul to divi

n o . Dios quiere ser persona en nosotros , en es te s i t io , en

esta época, en es te lugar. Ése es el único motivo de haber

nac ido como seres humanos . Pero nues t ro yo in ten ta com

prend er , con f ron teras y s ímbolos que se cor resp onde n connues t ra cu l tu ra , aquel lo que carece de l indes y de t i em po .

26

D i o s : ¿ u n t ú ?

¿Por qué l a o l a no va a poder d i r ig i r se a l océano y e l

s a r mi e n t o a l a v i d ? E l s a r mi e n t o e x p e r i me n t a q u e e s

v id , y l a o l a que es e l agua de l océano . ¿Y qué l e impi

de a l océano dec i r : soy l a o l a? Y s i l a o l a exper imenta

l o q u e e s e n v e r d ad , s e a t r e v e r á a d e c i r : s o y e l o c é an o .Pe r o e n t o n c e s e s e l o c é an o q u e h ab l a e n e l l a y n o e l yo

de la ola.

E l d u a l i s m o , l a e n f e r m e d a d d e O c c i d e n t e

N o s d a mi e d o d e c i r a l g o a s í. Me a t r e v e r í a a d e c i r q u e

h ac e r u n a d i f e r e n c i a e n t r e D i o s y s e r h u man o e s a l g o

q u e s e n o s h a i n c u l c a d o . H e mo s s e p a r ad o a D i o s y a l s e r

h u man o , a D i o s y e l mu n d o . H e mo s c o l o c ad o a D i o s e n

e l más a l l á . La idea de Dios en e l m ás a l l á y e l se r hu m a

n o e n e s t e mu n d o h a c i me n t ad o l a l í n e a d i v i s o r i a e n t r e

D i o s y mu n d o , l o c u a l h a a c a r r e ad o l a d i v i s i ó n e n t r e

p o d e r y d e s o r d e n , e n t r e s e r h u m a n o y n a t u r a l e z a , e n t r eh o mb r e y mu j e r . H e mo s e mp u j ad o a D i o s h ac i a e l má s

a l l á , d e c l a r á n d o n o s c o m o d i s t i n t o s y a u t ó n o m o s .

Para Eckhar t "Dios" ya es una in te rp re t ac ión de lo que

é l en t i ende por d iv in idad . Div in idad es lo que no puede

c ap t a r s e r a c i o n a l me n t e . L o s h o mb r e s h e mo s d e s a r r o l l a

do muchas ideas in fan t i l es sobre lo que l l amamos Dios .Mu c h as p e r s o n as y a n i s e d a n c u e n t a d e c u a n r i d i c u la s y

27



d e m a s i a d o h u m a n a s r e s u l t a n n u e s t r a s i d e a s . S u f r i m o s

d e u n a h i p e r t r o f i a d e n u e s t r o s e g o s , q u e c r e e n p o d e r

c om pr e nd e r e s a r e a l i da d c on l a r a z ón . P e r o ya l a s S a g r a

da s Esc r i t u r a s nos a dv ie r t e n : "N o t e ha r á s n inguna im a

gen de Dios" . Y Eckhar t predica : "S i quie res encontra r la

na tu r a l e z a de snuda , t oda pa r á bo l a t i e ne que r om pe r se , y

c uá n to m á s s e a de n t r e uno e n s í m i sm o t a n to m á s c e r c a

se es ta rá de l Se r" . (Se rmón 24) .

N o m b r e s d e D i o s - u n a m e t á f o r a - c a n c i o n e s d e a m o r

P a d r e , H i j o , E s p í r i t u S a n t o , P a s t o r , R e y , R o c a s o n

ú n i c a m e n t e m e t á f o r a s , i n t e r p r e t a c i o n e s d e c a n c i o n e s

d e a m o r . Q u i e n t i e n e q u e e x p l i c a r u n a c a n c i ó n d e a m o r

r a c i o n a l m e n t e n o h a e n t e n d i d o d e q u é s e t r a t a . E l q u e

t i e n e n e c e s i d a d d e i n t e r p r e t a r u n a p o e s í a n o h a c o m

p r e n d i d o l a e s e n c ia . E l q u e n o s q u i e r e d e j a r e s t a n c a d o s

e n e l c o n o c i m i e n t o r a c i o n a l d e D i o s s e q u e d a a t a s c a d o

e n un a r e l i g io s ida d in f a n t i l . D ios y s e r hu m a n o s on

c o m o u n a v a r a c o n d o s e x t r e m o s . N o e x i s t e n i n g u n av a r a c o n u n s o l o e x t r e m o . S e r h u m a n o , m a t e r i a , c o s

m os son e l o t r o e x t r e m o de l a va r a . S on e l o t r o e x t r e

m o de l a va r a D ios . H oy d í a s a be m os po r l a s c i e nc i a s

na tu r a l e s que l a m a te r i a no pa r e c e s e r o t r a c osa que

"energía re ta rdada" , "espí r i tu cua jado" , "cos t r a de l e sp í

r i t u " . N ic o l á s de C usa ha b l a de l a l í ne a i n f in i t a . S om os

un pun to e n l a l í ne a i n f in i t a D ios .

28

S o m o s f o r m a s d i v i n a s

S ie m pr e i n t e n to e xp r e sa r m i e xpe r i e nc i a e n l a t e r m i

no log í a c r i s t i a na . Los P a d r e s e r a n m uc ho m á s va l i e n t e s

e n l a s f o r m u la c ione s de su s e xpe r i e nc i a s . H e m os a g r a n

da do de m a s i a do l a f o sa d iv i so r i a e n t r e D ios y m undo .

C le m e n te de A le j a nd r í a e sc r ibe : "E l logos d iv ino s e hah e c h o h o m b r e , p a r a q u e p o d a m o s a p r e n d e r d e u n h o m

b r e c óm o pue de un hom br e s e r d iv in i z a do . S e t r a t a ,

e sc r ibe , de "conver t i rnos ya en es ta r ea l idad te r rena l en

D ios y a nda r c om o un D ios e n l a c a r ne " . Y un D oc to r de

la Iglesia , Basil io, se a treve a decir a los f ie les: "Se nos ha

e nc om e nda do igua l a r nos a D ios s e gún l a c a pa c ida d de l a

na tu r a l e z a hu m a na " . Y Ec kha r t p r e d i c a : "É l ( J e sús ) s e hahe c ho hom br e po r e l m o t ivo de que É l ( D ios ) t e a lum br e

c om o su h i j o un igé n i to y no c om o m e nos . . . P o r que e n t r e

tu na tu r a l e z a hum a na y l a de é l ( J e suc r i s to ) no ha y n in

guna d i f e r e nc i a " .

D i o s s e d e l i m i t a e n n u e s t r a n a t u r a l e z a h u m a n a

La un ida d c on D ios supone un p r oc e so d iná m ic o e x i s -

t e nc i a l d i r i g ido a una c om pr e ns ión c a da ve z m á s p r o

f unda de l o que l l a m a m os D ios . Ec kha r t d i r í a : Te ne m os

que "de ja r a Dios se r Dios en nosot ros" . De la exper ien

c ia de Dios ha de da r se una "Vida Dios" .

D e e s t a m a ne r a l a f i gu r a de l hom br e d iv ino J e suc r i s to

recobra un s igni f icado nuevo. En é l , igua l que en todos

29

noso t ros , e l Pr inc ip io Or ig inar io d iv ino se h izo hombre . todas l as cosas . Por e l lo Eckhar t puede dec i r : "Si no ex i s



J e s ú s , e s e p r e d i c ad o r amb u l an t e , me r e c u e r d a e n mu c h as

cosas a los sab ios de Or ien te . Insp i rados por e l los debe

r í am o s i n t e n t a r in t e r p r e t a r l o p a r a n o s o t r o s d e u n a f o r ma

n u e v a . P e r o p a r a e l l o h a b r í a q u e c o n d u c i r l o f u e r a d e l

p u n t o d e v i s t a e s t r e c h o d e l a I g l e s i a y d e l a t e o l o g í a .

Quizás de es t a fo rma ser í a t ambién pos ib le que e l c r i s t i an i s mo s e l i b e r a r a d e u n a h e b r a i z ac i ó n y h e l e n i z ac i ó n

un i l a t e ra l es . Y los sucesos cen t ra l es , como su concepción

por e l Esp í r i tu , e l bau t i smo, l a t rans f igurac ión , l a c ruc i

f ix ión y l a resu r recc ión cobrar í an o t ra vez impor t anc ia

p a r a n u e s t r a r a z ó n e d u c a d a e n l a c i e n c i a y d e j a r í a n

de parecer l es a l a gen te de hoy res iduos de t i empos pa

s a d o s . S i e n d o aú n e s t u d i an t e d e t e o l o g í a ap r e n d í d e l

Dr . Eberhard Nes t l e , s egún cuya t raducc ión se nos in t ro

du jo en e l Nuevo Tes t amento , que en nues t ro c r i s t i an i s

m o ab u n d a m á s e l p ab l i s m o q u e el j e s u i s mo . T r ad i c i o n e s

mi lenar i as , t a l como son conocidas por l as re l ig iones de

Or ien te , aparecen en l a v ida de Jesús y s iguen t en iendo

aún hoy d ía l a misma impor t anc ia sa lv í f i ca .M e v i e n e n a l a m e n t e l a s p a l a b r a s q u e p r o n u n c i ó

Tomás de Aquino poco an tes de mor i r , después de su

exper i enc ia mís t i ca en l a ig l es i a de Vosa Nova: "Todo lo

que he escr i to me parece pa j a en comparac ión con lo que

he v i s to y con lo que se me ha reve lado" . Según Tomás ,

D i o s n o p u e d e e s t a r p r e s e n t e c o n u n a p a r t e d e s í m i s mo ,

porque en Dios no hay par t es . Es tá con su esenc ia en

30

t iera yo, Dios no exis t i r ía" .

Teresa de Ávi l a y Juan de l a Cruz hab lan de sus ex

per i enc ias mís t i cas de l a unidad. Teresa, en su l ibro La s

Moradas, descr ibe dos c l ases de un idad vac ía . La p r ime

ra c l ase de un idad se d i sue lve cuando e l se r humano

vuelve a l a concienc ia co t id i ana , igua l que dos ve l as decera , cuya s l l amas se jun ta ba n y se vue lven a separ ar . La

au t é n t i c a u n i d ad l a d e s c r i b e c o n l a s s i g u i e n t e s p a l ab r a s :

"Acá es como s i cayendo agua de l c i e lo en un r ío o fuen

te , ad o n d e q u e d a h e c h o t o d o ag u a , q u e n o p o d r á n y a

dividir ni apartar cuál es el agua del r ío , o lo que cayó del

c ie lo ; o c o m o s i u n a r r o y i c o p e q u e ñ o e n t r a e n l a ma r , n o

h a b r á r e m e d i o d e ap a r t a r s e ; o c o m o si e n u n a p i e z a e s t u

v i e s e n d o s v e n t an a s p o r d o n d e e n t r a s e g r an l u z ; au n q u e

en t ra d iv id ida se hace todo una luz" .

E n mu c h as p o e s í a s , J u an d e l a C r u z d i c e l o mi s mo .

Pe ro aqu í va le lo que E ckh ar t d i jo una vez a l f ina l de u no

d e s u s s e r m o n e s : " Q u i en n o c o m p r e n d a e s t e d i s c u r s o , n o

debe af l ig i r se en su corazón . Pues , mien t ras e l hombren o s e a s e me j e a e s t a v e r d ad , n o h ab r á d e c o mp r e n d e r

e s t e d i s c u r s o ; p o r q u e s e t r a t a d e u n a v e r d ad n o v e l ad a

q u e h a s u r g i d o i n me d i a t ame n t e d e l c o r az ó n d e D i o s " .

Eckhar t hab la de esa un idad vac ía cuando se re f i e re a lo

má s í n t i mo d e l a p e r s o n a . "D i o s m i s m o n u n c a m i r a r á a h í

ad e n t r o n i p o r u n s o l o mo me n t o y n u n c a l o h a h e c h o e n

cuan to ex i s t e a l modo y en l a cua l idad de sus personas .

31

Es to es fác i l de comprender , pues ese Uno ún ico carece



de modo y cua l idad . Y por eso : s i Dios a lguna vez ha de

mi r a r ad e n t r o , d e b e s e r a c o s t a d e t o d o s s u s n o mb r e s

d iv inos y de su cua l idad personal ; t odo es to lo t i ene que

d e j a r a f u e r a s i a l g u n a v e z h a d e mi r a r ad e n t r o . A n t e s

b ien , en cuan to É l es un Uno s imple , s in n ingún modo n i

cua l id ad , en t a n to no es , en es t e sen t ido , n i Pa dre n i Hi jon i E s p í r i t u San t o y , s i n e mb a r g o , e s u n a l g o q u e n o e s

n i es to n i aquel lo" (Sermón 2 ) . Y t ambién p red ica : "Pues

b ien , mi quer ido hombre , ¿qué daño t e hace s i l e permi

t es a Dios que sea Dios den t ro de t i ?" (Sermón 6 ) .

Después de t i empos de "cr i s i s de Dios" (en pa l abras

de Metz) y de "ec l ipse de Dios" ( según Buber) hay ahora

o t ra vez a lgo as í como hambre de Dios . Es hambre ex i s -

t e n c i a l y s u r g e d e s d e l a p r o f u n d i d ad d e n u e s t r a c o n d i

c i ó n d e h u man o s . Bu s c amo s u n a i n t e r p r e t ac i ó n d e n u e s

t r a v i d a . Q u e r e m o s q u e D i o s s e a p e r s o n a e n n o s o t r o s .

A e s t a s e x p e r i e n c i a s n o s q u i e r e n c o n d u c i r l o s c a m i n o s

e s p i r i t u a l e s .

32

E N F E R M E D A D - C U R A C I Ó N

"Sea pues, enfermedad o pobreza o hambre o sed

o lo que sea, aquello q ue Dios te imponga o no te imponga

o lo que Dios te dé o no te dé, para ti todo esto es lo mejor".

(Eckhart, Sermón 4)

L A FUERZA CURATIVA DE NUESTRO SER MÁS PROFUNDO

El ser humano es par t e in t egra l de un cosmos in te l i

g e n t e . E l mo d o y man e r a d e c ó mo p i e n s a , s i e n t e y a c t ú a

resu l t a dec i s ivo para su desar ro l lo , su complex ión y su

sa lud . Cuerpo , ps ique y mente fo rman una un idad . La

e n f e r me d ad e s , p u e s , má s q u e l o s s í n t o mas q u e n o s

mo l e s t a n . N o s i n d i c a e q u i l i b r io s i n t e r n o s q u e h e m o s p e r d ido por es t rés , emociones , miedos . Curar s ign i f i ca res

t au r a r e l o r d e n y l a a r mo n í a d e l s e r h u man o e n t e r o , l o

cua l con l l eva una curac ión de los s ín tomas . En toda per

sona ex i s t e una fuerza cura t iva inna ta en fo rma l a t en te .

No es nues t ra fuerza . Es una " fuerza o r ig inar i a" que yace

e n n u e s t r a p r o f u n d i d ad . Q u i e r e s e r d e s p e r t ad a . N o s u s t i

tuye a l a med ic ina o f i c i a l , pero l a comple t a .

33

M e i n t e r e s a p r e s e n t a r o s u n a v i s i ó n c o m p l e t a m e n t e s e p u e d e r e p a r a r q u i t an d o o r e e mp l az an d o p a r t e s . N o e s



nueva de l mundo y de l se r humano , de l cuerpo , de l a ps i

que y de l a concienc ia y , como consecuencia , de una nue

va pos tu ra en re l ac ión con l a s a lud , l a en fermedad , e l

su f r imien to , e l mor i r y l a muer te . Qui s i e ra ab r i ros los

o jos a una perspec t iva nueva sobre l a en fermedad , l a v ida

y e l mo r i r . I n t e n t a r é e s b o z a r u n a c o mp r e n s i ó n d i f e r e n t ed e l s e r h u man o y d e l mu n d o , q u e p o d r í a o c u p a r e l l u g a r

q u e ah o r a o c u p an u n an t r o p o c e n t r i s mo y u n g e o c e n t r i s

m o i n g e n u o s . A m e n u d o s e t r a t a d e u n b r o t e d e c o n o c i

mi e n t o q u e s ac u d e n u e s t r o c o n c e p t o d e l mu n d o . E s t o h a

s ido mi caso deb ido a mis exper i enc ias personales en los

c am i n o s d e l ze n y d e la c o n t e mp l ac i ó n . E n e s t o s c a mi n o s

se encuen t ran po tenc ias cu ra t ivas y equ i l ib ran tes . E l se r

h u man o s e v a v i e n d o c ad a v e z má s c o mo u n a t o t a l i d ad .

Como sabemos hoy en d í a , l os aspec tos esp i r i tua les y ps í

qu icos desempeñan un papel dec i s ivo en l a cu rac ión de

l a s e n f e r me d ad e s .

E l nuevo pensamien to c i en t í f i co p royec ta una luz nue

v a s o b r e l a s a l u d y l a e n f e r me d ad . T amb i é n l a me d i c i n a

c l á s i c a v a d e s c u b r i e n d o p o c o a p o c o l a u n i d ad d e me n t e

y c u e r p o y c o m p r u e b a q u e c o o p e r a m o s a c t i v a m e n t e e n

l a e n f e r me d ad y l a s a l u d d e n u e s t r o c u e r p o . U n a e n

fermedad no es exc lus ivamente a lgo f í s i co o menta l . E l

conocimien to de l a in t e racc ión de mente , ps ique y cuer

p o l l e v a a u n c a m b i o d e p a r a d i g m a e n l a m e d i c i n a y ,

co n e l lo , a un a nueva in te r p re t a c ión de l cue rpo f ís ico.

N u e s t r o c u e r p o n o e s n i n g u n a má q u i n a i n c o n s c i e n t e q u e

34

n i n g ú n c o n g l o me r ad o d e mo l é c u l a s , s i n o má s b i e n u n

con jun to de p rocesos , y és tos fo rman un cuerpo . Hace ya

t i e mp o q u e s e h a d e mo s t r ad o : p o d e mo s i n t e r v e n i r mu y

c o n s c i e n t e me n t e e n n u e s t r o c u e r p o y e n n u e s t r a p s i q u e ,

p o d e mo s i n f l u e n c i a r n u e s t r o c u e r p o me d i an t e n u e v as

c o m p r e n s i o n e s . H a y u n c a m p o e n t e r o , l l a m a d o p s i c o -

n e u r o - i n m u n o l o g í a , q u e e s t á in v e s t i g an d o e s ta s c o n e x i o

ne s . Se es t á es tud iando l a in f luencia de l a men te y de los

sen t im ien to s sobre el s i s t em a inmu nológ ico . A f in d e

c u e n t a s , l a p r e g u n t a q u e s e p l an t e a e s : ¿ h a s t a q u é p u n t o

i n f l u e n c i an n u e s t r a c o n c i e n c i a , n u e s t r o s p e n s ami e n t o s

el cuerpo f ís ico, y viceversa? Más claro aún: ¿Es posible

q u e l a c o n c i e n c i a s e ma t e r i a l i c e ?

M e t a p a t o l o g í a

Mu c h as p e r s o n as , h o y d í a , d u d an d e l s e n t i d o d e l a

v ida . Suf ren de una neuros i s noogén ica , como l a deno

mina Vic to r Frank l ; es dec i r , una neuros i s que se debe a

causas ex i s t enc ia l es y no ps íqu icas . Mas low lo denomina

me t ap a t o l o g í a . L a e n f e r me d ad v e r d ad e r a e s t á l o c a l i z ad a

mu c h o má s p r o f u n d ame n t e q u e l o s s í n t o mas . Se h ac e

paten te en l a p regun ta : ¿Por qué v ivo? ¿Quién soy rea l

me n t e ? ¿ Po r q u é e s t a d e s g r ac i a? ¿ Po r q u é p r e c i s ame n t e

m e t o c a a m í ? S i e n é p o c a s a n t e r i o r e s e l s e r h u m a n o

p r e g u n t ab a : ¿ c ó mo e n c u e n t r o a u n D i o s mi s e r i c o r d i o s o ? ,

hoy d ía p regun ta : ¿por qué ex i s to? No sabe por qué deam

bu la duran te unos cuan tos decen ios por es t e p l ane ta , 11a-

35

mado Tier ra , una espec ie que sabe re f l ex ionar sobre s í b u s c a r á c o m i d a . C o n t r a e r á u n a e n f e r m e d a d c a r e n c i a l .



mi s ma d e s d e h ac e u n o s p o c o s mi l e n i o s .

E s t a s p r e g u n t a s d a n a c o n o c e r u n a n h e l o q u e C . G .

Jung a t r ibuye a l ins t in to de ind iv iduac ión . "En t re todos

mis pac ien tes que han superado l a mi t ad de l a v ida , o

sea , mayores de t re in t a y c inco años , no hay n i uno so lo

cuyo p rob lema f ina l no sea e l de l a ac t i tud re l ig iosa . Enú l t i ma i n s t an c i a , l a s p e r s o n as e n f e r man p o r h ab e r p e r d i

do lo que l as re l ig iones v ivas han dado a todos sus c re

yen tes en todos los t i empos , y nad ie queda rea lmente

curado s i no vuelve a a l canzar una ac t i tud re l ig iosa que ,

por supues to , no t i ene nada que ver con l a per t enencia a

u n a c o n f e s i ó n d e t e r mi n ad a o a a l g u n a I g l e s i a c o n c r e t a "

(Jung , O bras com ple t as , t om o 11 , Zur ich , 1963 , p . 362) .

P e r c i b i r l a s n e c e s i d a d e s e s p i r i t u a l e s b á s i c a s

Si no se sat isfacen las necesidades f ís icas básicas , el

ser humano enferma. S i de j a de comer , s i carece de ox í

g e n o y d e ag u a , el s e r h u m an o mu e r e . Pe r o , d e l a m i s m aforma, en ferma s i no sa t i s face l as neces idades esp i r i tua

l es bás ic as . Lo t rág ico ra d ica e n e l hec ho de que l a m ayo

r í a de l as personas n i s iqu iera se da cuen ta de es t as nece

s idades esp i r i tua les bás icas .

C u a n d o u n a p e r s o n a t i e n e h a m b r e , b u s c a a l g o p a r a

c o me r . Sab e q u e , s i n o s a t i s f a c e e s t a n e c e s i d ad b á s i c a ,

e n f e r m a r á . P e r o s i n o p e r c i b e s u h a m b r e , t a m p o c o

36

S i s i g u e s i n i n g e r i r a l i me n t o s , mo r i r á . Mu c h as v e c e s n o

n o s d a m o s n i c u e n t a d e q u e e s t a m o s e s p i r i t u a l m e n t e

d e s n u t r i d o s y , d e b i d o a e l l o , c a r e c e mo s d e r e s i s t e n c i a y

f u e r z a p a r a l a v i d a r e a l .

¿ Q u é h ac e r p u e s ? D e b e r í amo s b u s c a r e l c o n t ac t o c o n

n u e s t r a n a t u r a l e z a má s p r o f u n d a . D e ah í v e n d r á n l a sf u e r z a s q u e c u r a n y r e g u l a n . E x i s t e u n a e n e r g í a p o r

d e b a j o d e n u e s t r o s p e n s ami e n t o s y d e s e o s . L a d e n o mi

n a m o s n u e s t r a n a t u r a l e z a m á s p r o f u n d a . A sí q u e h a y

a l g o d e t r á s d e n u e s t r a e s t r u c t u r a p e r s o n a l , a l g o q u e u t i

l i z a e s t a e s t r u c t u r a p e r s o n a l c o mo u n i n s t r u me n t o . E s t a

na tu ra leza más p ro funda toca , por as í dec i r , ese ins t ru

me n t o . Pe r o p o d r á t o c a r l o s o l ame n t e s i e l i n s t r u me n t o

es tá d i spues to a e l lo . S i es t á demas iado pose ído de s í

mi s mo c o mo p e r s o n a , q u e r i e n d o t o c a r s u p r o p i a me l o

d ía , l o que sonará será una melod ía d i sonan te . No hay

n i n g ú n r e me d i o má s e f i c az q u e n u e s t r a n a t u r a l e z a má s

p r o f u n d a . N o t e n e mo s q u e b u s c a r l a , ú n i c ame n t e t e n e

mo s q u e q u i t a r d e e n me d i o l a s c ap as s u p e r p u e s t a s p a r aaprovecharnos de su po tenc ia cu ra t iva . Para e l lo , e l pere

g r ino humano t i ene que cu l t ivar y re l a t iv i zar su yo t em

p o r a l . L a p s i c o t e r ap i a p u e d e p r o p o n e r ay u d a . Pe r o ú n i

c ame n t e c u an d o t r a s p a s e mo s l a s f r o n t e r a s d e l y o p o r l a

vía purgativa ( c ami n o d e p u r i f i c ac i ó n ) c ae r e mo s e n l a

c u e n t a d e n u e s t r o s c o n d i c i o n an t e s y e s t a r e m o s p r e p a r a

d o s p a r a u n p r o f u n d o p r o c e s o d e c u r ac i ó n .

37

F e l i c i d a d o s a l v a c i ó n t ravés de l as p ro fund idades de l inconsc ien te ; a l l í s e nos



Enfermedad y sa lud son asun tos muy su t i l es . La ca

renc ia de sen t ido nos enferma. En genera l , l as personas

buscan más b ien l a fe l i c idad que l a s a lvac ión . Lo que

en t i enden l as personas por fe l i c idad y por sa lvac ión no es

lo mismo. Aunque fe l i c idad y sa lvac ión van , de a lguna

forma, de l a mano , s i buscamos asoc iac iones a es t as pa l a

b r a s , n o s e n c o n t r amo s c o n c o n t e n i d o s c o n c e p t u a l e s b i e n

d i feren tes . La gen te se re f ie re a a lgo mu y d i s t in to c ua ndo

ut i l iza es tos términos. La fel icidad t iene que ver con

v ivencias ag radab les . Forman par t e de e l l as l a comida , l a

casa, la sat isfacción de las necesidades f ís icas , pero tam

b ién sen t i r se acep ta dos , quer ido s , t ener un e s t a tus y seguridad. Lo que no form a pa rte de la fel icidad son el mied o,

el sufrimiento, los confl ictos , la soledad y la muerte.

Sa lvac ión , s in embargo , se re f i e re a a lgo muy d i fe ren

te . Si h ab l amo s d e s a l v ac i ó n n o p e n s amo s s i mp l e me n t e

en una v ida fe l i z . Sa lvac ión s ign i f i ca más b ien haber

encon t rado l a respues t a def in i t iva a l sen t ido de l a v ida .Aunque los caminos de sa lvac ión son muy d i fe ren tes ,

todos t i enen a lgo en común. Conducen a t ravés de l a con

f ron tac ión , de l a neces idad , e l miedo , e l mor i r y l a muer

te . De modo que sa lvac ión y fe l i c idad pueden ser con

t rad ic to r i as en nues t ra v ida . E l camino a l a s a lvac ión no

e s u n a c a l le an c h a . A m e n u d o c o n d u c e a t r av é s d e u n a

p u e r t a e s t r e c h a , p o r u n s e n d e r o e mp i n ad o , n o s l l e v a a

38

c o n f r o n t a r á c o n l a s p e r s o n as , c o n e l mu n d o , c o n e l ma l ,

con l a muer te y con Dios .

L a s a l v a c i ó n s u r g e d e l f u e r o i n t e r n o

Pa r e c e s e r q u e l a c u r ac i ó n d e l c u e r p o e s u n a c o n s e c u e n c i a d e l a c u r a c i ó n i n t e r i o r . E l e s p a c i o d e m a y o r

sos iego y paz in te r io r t i enen un efec to cura t ivo . ¿Dónde

l o e n c o n t r amo s ? P l a t ó n n o s c u e n t a d e Só c r a t e s q u e

hab ló con un joven sobre sus do lo res de cabeza . Pone en

boca de Sócra tes : "E l joven se que jó e l o t ro d í a que s i em

p r e l e d o l ía l a c ab e z a c u a n d o s e l e v an t ab a p o r la s m añ a

n a s " . ¿ Cu á l e s e l r e me d i o q u e Só c r a t e s r e c o mi e n d a a l

j o v e n ? " I g u a l q u e n o s e d e b e h ac e r n ad a p a r a c u r a r l o s

o jos s in l a cabeza , n i l a cabeza s in e l cuerpo en tero , t am

p o c o e l c u e r p o s i n c u r a r el a l m a ; é s a e r a p r e c i s am e n t e l a

causa por l a que los médicos de los g r i egos no es t aban

p r e p a r ad o s p a r a c u r a r l a may o r í a d e l a s e n f e r me d ad e s ,

por no t ener en cuen ta l a to t a l idad a l a que deber í an d i r i

g i r sus cu idados , y a l es t a r mal és t a , s e r í a impos ib le que

a lguna par t e es tuv iese b ien . Porque todo , d i jo , p roven ía

de l a lma, lo malo y lo bueno" (Pla tón I ) .

Só c r a t e s e r a d e l a o p i n i ó n d e q u e n o s e d e b e n c u r a r

l o s s í n t o mas d e u n a e n f e r me d ad , s i n o a l a p e r s o n a e n t e

ra . De és t a fo rman par t e l a ps ique y l a men te y , sobre

t o d o , e s e á mb i t o d e n u e s t r a c o n d i c i ó n h u man a q u e d e -

39

n o mi n amo s t r an s c e n d e n c i a o , e n l a t e r mi n o l o g í a t r ad i c e u n a i n s e g u r i d a d f u n d a m e n t a l . L a c u e s t i ó n e s s a b e r



c ional , Dios . Todo se o r ig ina en e l a lma, op ina Sócra tes .

Nues t ro concep to ex i s t enc ia l y de l un iverso t i ene que ver

con l a s a lud y l a en fermedad mucho más de lo que nos

i m a g i n a m o s .

Sócra tes aconse ja a l j oven que padece de do lo res de

cabeza que t enga en cuen ta l a to t a l idad . De e l l a fo rmap a r t e tam b i é n l o q u e l l amam o s e s p i r it u a l i d ad . E s p i r i tu a

l idad s ign i f i ca andar por e l camino que conduce a l ámbi

to t ranspersonal de l a consc ienc ia , a l que se sue le d i r ig i r

genera lmente l a re l ig ión pero , sobre todo , e l eso ter i smo.

Si se descu ida l a par t e esp i r i tua l , s e p roduce un desequ i

l i b r o , i gua l que ocur re cuando se descu ida e l ámbi to f í s i

co . N o s o l ame n t e n u e s t r o c u e r p o r e s u l t a r á e n f e r mo , s i n o

l a p e r s o n a e n t e r a , au n c u an d o l a e n f e r me d ad ap a r e z c a

p r i me r o e n e l c u e r p o .

L a e n f e r me d ad n o s u p o n e n i n g ú n f r ac a s o . H ay q u i e

n e s l u c h an c o n t r a s u e n f e r me d ad p o r q u e l a c o n s i d e r an

un cas t igo . Creen inc luso haber l a merec ido . Hay perso

nas que desde su in fanc ia equ iparan e l do lo r con e l cas t i go . La enfermedad nunca es cas t igo , lo que hace es con

duci r a l a persona a una c r i s i s .

El concepto "cris is" viene del griego y t iene, entre

o t ros s ign i f i cados , los de separac ión , dec i s ión y e l ecc ión .

La cr i s i s puede conver t i r se en una c r i s i s de dec i s ión , un

d e s a f í o p a r a c o me n z a r u n a n u e v a e t ap a d e l a v i d a . L as

enfermedades nos l l evan a s i tuac iones l ími tes . Se p rodu-

40

s i s o mo s c ap ac e s d e c o n s i d e r a r l a i n s e g u r i d ad c o mo e l

pun to de par t ida hac ia a lgo nuevo . Insegur idad s ign i f i ca

que no es pos ib le de terminar de an temano e l f ina l .

S i se l e d ice a una persona que l e quedan só lo pocas

semanas de v ida , perderá todas sus defensas . Es te fenó

meno es b ien conocido en t re los l l amados pueb los p r imi t ivos. Cu an d o e l mag o c o mu n i c a a u n a p e r s o n a q u e s u

con ju ro l e p rod uci rá l a mu er te , és t a mue re . E l cerebr o y e l

s i s t ema nerv ioso son t an só lo e l "hardware" de l o rdenador

hu m an o , e l " so f tware" es l a concienc ia . E l p ro gra ma dor es

e l s í -mismo in te r io r . E l que en t re en con tac to con e l p ro

g r amad o r i n t e r n o , s e r á c ap az d e c amb i a r e l p r o g r ama .

E n f e r m e d a d y e s p i r i t u a l i d a d

H ay p e r s o n as q u e e n e l f o n d o n o q u i e r e n s e r c u r ad as .

U n a p e r s o n a s e q u e j a d e d o l o r e s p e r man e n t e s d e e s t ó

mag o . N i n g ú n r e me d i o l e a l i v i a . L a c au s a s e e n c u e n t r a

en e l ámbi to ps íqu ico . " ¡Si me curo , perderé mi subs id iode enfermedad!" . Pero no resu l t a fác i l cu rar es t e ámbi to

ps íqu ico enfermo, porque hay en é l una fa l t a de conf i an

za p r imar i a en e l sen t ido más p ro fundo de l a v ida , que se

e n c u e n t r a e n e l á mb i t o t r an s p e r s o n a l . S i e l e n f e r mo c ae

en l a cuen ta de que ex i s t e un sen t ido de l a v ida más

ampl io , los s ín tomas en los n ive les in fer io res desapare

c e r á n . Cu an d o a l c an c e mo s e l a c c e s o a e s t e s e n t i d o má s

41

profundo de l a v ida , nues t ra op in ión sobre l a en ferme Me d i t a c i ó n , c o n t e mp l ac i ó n y o t r o s c ami n o s e s p i r i t u a l e s



d ad c amb i a r á . D e j a r e mo s d e l u c h a r c o n t r a l o s s í n t o mas

y p r e g u n t a r e mo s p o r s u s c au s a s . Cu r a r e mo s i n t e g r an d o

la carenc ia . Tenemos que buscar , pues , los aspec tos no

i n t e g r ad o s p a r a i n t e g r a r l o s .

L a e n f e r me d ad n o s c o n d u c e a l o q u e n o v i v i mo s , l o

que hemos desp lazado , lo que no queremos acep tar . Nos

l l eva a nues t ra sombra . La enfermedad puede ser un in

t e n t o d e au t o c u r ac i ó n , p o r q u e p u e d e s a l v ag u a r d a r n o s d e

un colapso defini t ivo que se daría s i nos cerramos al sen

t ido de la v ida que yace en lo m ás p ro fund o de no so t ros .

E n e r g í a s c u r a t i v a s

¿ Q u é p o d e mo s h ac e r ? ¿ Có mo v o l v e r a e n c o n t r a r l a

t o t a l i d ad d e n u e s t r a c o n d i c i ó n d e s e r e s h u man o s ? E s t e

c u e r p o q u e p o s e o s e e n c u e n t r a e n c o n s t an t e i n t e r ac c i ó n

c o n mi n a t u r a l e z a au t é n t i c a , c o n mi n a t u r a l e z a má s p r o

f u n d a . E n l a me d i t a c i ó n i n t e n t amo s p r e s t a r a t e n c i ó n a

los impul sos que p rov ienen de lo p ro fundo de nues t roSer , y se mater i a l i zan . La meta es no b loquear los .

Duran te l a med i t ac ión e l s i s t ema nerv ioso cen t ra l fun

c i o n a d e f o r ma d i f e r e n t e d e c u a n d o e s t am o s d e s p i e r t o s o

soñando . La resp i rac ión se vue lve más l en ta , reducién

dose a dos o t res insp i rac iones por minu to en e l caso de

p e r s o n as má s av an z ad as . L a c o h e r e n c i a me n t a l s e i n c r e menta y l a fo rma de l as ondas cerebra les se modi f i ca .

42

i n t e n t an p o n e r o r d e n e n n o s o t r o s . N u e s t r a me n t e c aó t i

ca en t ra en una nueva coherencia g rac i as a l sos iego . Pero

e l p roceso no resu l t a fác i l , po rque e l campo menta l se ve

c o n s t an t e me n t e mo d i f i c ad o p o r l o s i mp u l s o s d e l y o . L o

q u e i mp o r t a e n l a me d i t a c i ó n e s e s t a r d e c id i d o s a p e r m i

t i rnos es t e sos iego en nues t ra ag i t ada v ida co t id i ana . Hayd o s c o mp o n e n t e s i n d i s p e n s ab l e s p a r a e l l o . Po r u n l ad o ,

e l f o co : o b s e r v a mo s l a r e s p i r ac i ó n p r o p i a , r e p e t i m o s u n a

p a l ab r a , u n man t r a o u n s o n i d o , o r e a l i z amo s u n a ac t i v i

dad muscu lar r í tmica . Se t ra t a de in te r rumpi r e l f lu jo de

los pensamien tos co t id i anos y de " l iberar" l a cabeza . Por

o t r o l ad o , u n a p o s t u r a p a s i v a f r e n t e a l o s p e n s ami e n t o s

q u e d i s t r a e n o q u e i n v ad e n : p o r e j e mp l o , n o p r e o c u p a r s e

de s i se hace cor rec t amente o no , s ino vo lver a d i r ig i r l a

mente con suav idad a l foco menta l .

E l c ami n o má s s i mp l e y me n o s c o s t o s o p a r a a l c an z a r

l a re l a j ac ión d i scur re a t ravés de l as s igu ien tes e t apas :

1. E s c o j a u n a p a l ab r a , u n c o n c e p t o o u n a o r ac i ó n q u ed e s e e u t i l iz a r c o m o f o co , o s i mp l e m e n t e c o n c é n t r e

se en su resp i rac ión .

2 . S i é n t e s e d e f o r m a t r a n q u i l a e n u n a p o s t u r a c ó

m o d a .

3 . Cierre los ojos o déjelos semiabiertos , s in f i jar los en

n a d a c o n c r e t o .

4. Rela je sus múscu los .

43

5. Re s p i r e l e n t ame n t e y d e f o r ma n a t u r a l , r e p i t i e n d o R i t u a l e s



su "pa labra foco" en cada esp i rac ión .

6 . Manténgase pas ivamente , no se p reocupe de s i l o

es tá hac iendo b ien . S i sus pensamien tos " se van de

paseo", vuelva a l levarlos al foco.

7. Siga con es t e p roced imien to duran te unos 10 a 20

m i n u t o s .8 . Vuelva a real izar es te ejercicio una a dos veces al

d í a .

O t r a s u g e r e n c i a má s :

• Escu che a su cue rpo .

Cuando se p resen te a lgún do lo r , sumér j ase en é l en

vez de lucha r con t ra é l . E l do lo r se conv ier t e en e l ob je to

de la atención. Así que no apriete los dientes , relájese

más b ien en e l in t e r io r de l do lo r . Tra te e l do lo r de fo rma

pos i t iva y car iñosa .

E s t a r a t e n t o n o s i g n i f i c a me r ame n t e d a r s e c u e n t a d e

l o q u e o c u r r e e n c ad a m o m e n t o e n n o s o t r o s y e n n u e s t r o

e n t o r n o s i n o , ad e má s , a c e p t a r s e e n c ad a i n s t an t e t a lc o mo u n o s e e s t á e n c o n t r an d o . T amb i é n f o r man p a r t e d e

e l lo los sen t imien tos desagradab les y d i f í c i l es como, por

e jemplo , e l miedo . Note cómo se s i en te e l miedo den t ro

de us ted . No desp lace e l miedo , pero t ampoco debe iden

t i f i carse con é l . Es to no se logra en poco t i empo . Ha in i

c i ado un sendero que dura toda l a v ida . S i no lo abando

n a , e l c ami n o l e t r an s f o r mar á .

44

Co n s i d e r amo s l a s e n e r g í a s f í s i c a s c o mo a l g o e v i d e n

te . Pe r o h o y s ab e mo s q u e e x i s t e n e n e r g í a s s u t i l e s n o

me n o s e f i c ac e s q u e l a s f í s i c a s . H ay q u i e n e s e x p e r i me n

t an es t as energ ías su t i l es en e l n ive l f í s i co . Pueden apa

r e c e r , d e f o r ma i n v o l u n t a r i a e i n c o n t r o l ab l e , s a c u d i d a s ,

h o r mi g u e o s o c o n v u l s i o n e s . A l g u n as e n e r g í a s v an má s

a l l á de l cuerpo f í s i co , como l a t e l equ ines i a , l a t e l epa t í a ,

l a p r e c o g n i c i ó n , e t c . T o d as e l l a s s o n man i f e s t a c i o n e s

d e e n e r g í a mu y l l ama t i v a s p e r o , ad e má s d e é s t a s , e x i s

t e u n g r an n ú me r o d e e l l a s n o l l ama t i v a s , i mp o s i b l e s d e

m e d i r .

N u e s t r a s man o s y t o d o n u e s t r o c u e r p o i r r ad i an e n e r

g í a cuando nos d i r ig imos de fo rma pos i t iva hac ia una

persona o una s i tuac ión . Toda energ ía pos i t iva que i r ra

d i amo s n o s f o r t a l e c e t amb i é n a n o s o t r o s mi s mo s . Se

p u e d e e n v i a r e n e r g í a p o s i t i v a o b e n d e c i r c o n p a l ab r a s ,

g e s t o s , me d i an t e l a i mp o s i c i ó n d e man o s o t amb i é n p o r

me d i o d e u n man t r a o u n g e s t o d e o r ac i ó n .

T o d o s l o s c ami n o s e s o t é r i c o s c o n o c e n e s t a s e n e r g í a s

cura t ivas . La concienc ia un iversa l es c rea t iva , y t ambién

c u r a t i v a . E s u n a e n e r g í a t r an s f o r mad o r a i n h e r e n t e a

c ad a s e r . H ay a l g u n as p e r s o n as q u e s o n c ap ac e s d e a c t i

var l a en mayor g rado que o t ras , según e l g rado en que

h ay an d e s ap a r e c i d o l a s b a r r e r a s e n t r e l a e s t r u c t u r a d e s u

ego y l a concienc ia un iversa l .

45

Aquí es donde hay que s i tuar e l secre to de l as cu rac io Toda bend ic ión , toda o rac ión no es o t ra cosa que e l



nes mi l agrosas . En l a med ic ina se conocen por e l t é rmi

n o d e remisión. So n c u r ac i o n e s e s p o n t á n e a s q u e c a r e c e n

de exp l i cac ión , pero que ocur ren s in lugar a dudas .

Todo lugar de peregr inac ión no es o t ra cosa que un

s i t io donde l as energ ías cu ra t ivas f luyen . No es Mar í a n i

l a Kannon l as que obran mi l agros , s ino que , por v i sua l i zar l as o d i r ig i r se a e l l as , s e movi l i zan energ ías que depa

ran consuelo , s a lvac ión , sos iego y conf i anza . Cuando

n i n g u n a ay u d a p a r e c e p o s i b l e s u r g e n l a c o mp as i ó n , l a

seren idad , e l respe to y l a conformidad .

E n s u l i b r o Lebenskrisen ais Entwicklungschan cen

{Mensaje curativo del alma) Rüdiger Dah lke c i t a e l s i g u i e n t e e x p e r i me n t o r e a l i z ad o p o r e l e j é r c i t o r u s o : " Co n

e l f i n d e c o mp r o b a r l a t r an s mi s i ó n , s i n i n t e r f e r e n c i a s ,

d e i n f o r mac i ó n a d i s t an c i a , s e h i z o e l s i g u i e n t e e x p e r i

me n t o b r u t a l : a u n a c o n e j a s e l e q u i t a r o n l a s c r í a s n ad a

má s n ac e r y é s t a s f u e r o n l l e v ad as e n s u b mar i n o s a p a r

t e s l e j an a s d e l mu n d o . E n d e t e r mi n ad o s t i e mp o s e s t i

p u l ad o s , s e ma t ó a l o s c o n e j i l l o s , m i e n t r a s s e h ac í anme d i c i o n e s f i s i o l ó g i c a s e n l a mad r e . E s o s d a t o s p e r

m i t i e r o n c o m p r o b a r q u e l a c o n e j a n o t a b a l a m u e r t e d e

s u s g az ap o s e n e l m i s mo mo me n t o e n q u e é s t a s u c e

d í a " . A p a r e n t e me n t e , i n c l u s o e n e l mu n d o an i ma l e x i s

t e n l a z o s q u e n o s e ap o y an e n l a s i mp l e ma t e r i a . L o

c o n f i r m a r á s e g u r a m e n t e c u a l q u i e r a q u e t i e n e u n p e r r o

o u n g a t o .

46

env ío de energ ía pos i t iva . Cada seña l de l a c ruz que uno

h ac e s u p o n e u n a ac t i v ac i ó n d e e n e r g í a c u r a t i v a . Cu an d o

mi s d o s h e r man o s y y o , d e s p u é s d e u n p e r mi s o d u r an t e

l a guer ra , vo lv imos a l f ren te , a l marcharnos de casa nues

t r a mad r e h i z o l a s e ñ a l d e l a c r u z c o n ag u a b e n d i t a e n

n u e s t r a f r e n t e . Se p u e d e c o n s i d e r a r u n g e s t o má g i c o ,pero no es o t ra cosa que l a t ransmis ión de energ ías pos i

t i v a s . Cu an d o o r amo s p o r o t r a p e r s o n a , n o e s q u e h ay a

a l g u i e n p r o p o r c i o n an d o a l g o a o t r a p e r s o n a . E s c o mo

una l ey na tu ra l en un n ive l super io r . Buenos deseos , o ra

c iones c rean un f lu jo energé t i co cura t ivo .

¿ C ó m o a c t i v a m o s e s t a s e n e r g í a s ?

E s t a s e n e r g í a s s e r e p r e s e n t an a me n u d o b a j o l a f o r ma

de una f igura aux i l i adora . En e l bud i smo, por e j emplo ,

c o mo l a K an n o n o K an z e o n , c o n s u s o n c e c ab e z a s y c i e n

b r az o s , o c o mo l a T a r a B l an c a ; e n e l c r i s t i an i s mo , c o mo

Mar ía o como los 14 San tos Auxi l i adores . No son l asf iguras l as que ac túa n , s ino l a energ ía cósm ica que en l a

imag inac ión de es t as f iguras se l ibera y obra .

L a e n e r g í a c u r a t i v a t amb i é n s e d e s p i e r t a c o n u n man

to y e s p r o y e c t a d a a l m u n d o m e d i an t e la r e c i t a c i ó n d e l

O m, o l a s p a l ab r a s d e J e s ú s , o r e c i t an d o Sh a l o m, K y r i e

Ele i son , e t c . Con f recuencia resu l t a impos ib le una in te r

v e n c i ó n f í s i c a e n u n a d e t e r mi n ad a s i t u ac i ó n o c o n d i c i ó n ,

47

p e r o l a c o m p a s i ó n y l a b e n e v o l e n c i a e n v í a n e n e r g í a spos t rac iones , se de j a una o f renda para un f in benéf i co .



c u r a t i v a s . L a p o t e n c i a d e s o n i d o s s a g r a d o s n o s a y u d a

a noso t ros y a los demás en l as horas d i f í c i l es , i nc luso

c u a n d o s e tr a t a d e am e n a z a s e n lo s s u e ñ o s u o t r a s s i t u a

c iones angus t iosas . De es t a fo rma se puede in f lu i r sose

g an d o y c u r an d o e n e s t ad o s d e an g u s t i a , d e t r a s t o r n o s

me n t a l e s y e n e n f e r me d a d e s .

Si a lgu ien conf í a en l a energ ía d iv ina de Jesús , ac t iva

l a po tenc ia de l un iverso en l a imagen de Jesús o de un

s an t o . E s t a f u e r z a s e e n c u e n t r a e n f o r ma l a t e n t e e n c ad a

i n d i v i d u o y s e d e s p i e r t a y d e s a r r o l l a me d i an t e u n a i ma

g e n o t amb i é n s i n e l l a . L o s t i b e t an o s , p a r a c u r a r e n

f e r m e d a d e s , s e i m a g i n a n r a y o s d e l u z q u e i r r a d i a n d e

u n Bu d a o Bo d i s a t v a y s e e n v í an a l l u g a r e n f e r mo d e l

pac ien te . Según e l método cura t ivo de l Dr . S imonton , e l

e n f e r mo s e i mag i n a p e q u e ñ o s p e c e s q u e s e c o me n t o d as

l as cé lu l as cancer ígenas . En rea l idad , es t a imagen ac t iva

e l s i s t e ma i n mu n o l ó g i c o .

E l g e s t o c u r a t i v o

E n e s t e o r d e n d e i d e a s t a m b i é n c o b r a n s e n t i d o l a s

o r a c i o n e s d e i n t e r c e s i ó n . L a s o r a c i o n e s y c e r e m o n i a s

que se rea l i zan en l as invocac iones se parecen en todas

l as re l ig iones . Se enc iend en ve las y var i t as de inc ie nso , se

hacen o f rendas de f lo res o a l imen tos . Se reza e l rosar io ,

ya sea bud i s t a , musu lmán o c r i s t i ano . Se sube a p ie unmo n t e , s e v a d e r o d i l l a s , s e r e c o r r e u n c ami n o h ac i e n d o

48

No es o t ra cosa que l a ac t ivac ión de energ ías pos i t ivas .

E n n u e s t r o s l u g a r e s d e p e r e g r i n ac i ó n h e v i s t o l o mi s mo

que en l a Hase Kannon e n K a m a k u r a , J a p ó n . M i l e s d e

personas se acercan a l l í cada d í a , buscando refug io en e l

Bo d i s a t v a J i z o o e n l a K an n o n .

En todas l as re l ig iones hay r i tua les que van un idos a

i mag i n ac i o n e s o v i s u a l i z ac i o n e s . Pa r a a l g u n as p e r s o n as

r e v i s t e n mu c h a i mp o r t an c i a , p a r a o t r a s n o s o n l o e s e n

c i a l . E n m i o p i n i ó n e s ú t i l i m a g i n a r s e a u n o m i s m o

sumerg ido en luz . La luz , que p rocede de l co razón o des

de a r r iba , se d i r ig i rá hac i a los dedos de l as manos y de

los p ies ; luz como energ ía pur i f i cadora que l ibera de todo

lo negat ivo . Pero l a luz es t an só lo una imag inac ión de l a

energ ía , no es e l l a misma.

O b ien uno se aden t ra en e l vac ío s in imágenes , un

vac ío que carece de toda es t ruc tu ra , en e l que se exper i

m e n t a u n a p r o f u n d a u n i d a d c o n l a R e a l i d a d p r i m e r a ,

n u e s t r a n a t u r a l e z a m á s p r o f u n d a .

L o s g e s t o s d e o r ac i ó n s o n e s p e c i a l me n t e ap r o p i ad o s

para hacer f lu i r l as energ ías . Act ivan una po tenc ia fuer t e

y t r an s f o r mad o r a , t an t o p a r a l a p e r s o n a q u e l o s h ac e

c o mo p a r a l a q u e l a r e c i b e .

E n u n a o c a s i ó n u n c u r an d e r o f u e l l amad o p a r a ay u

dar a un n iño enfermo y se l e p id ió que rezara . Un escép-

t i c o e n t r e l o s p r e s e n t e s e x p r e s ó c l a r a m e n t e s u s d u d a s

s o b r e s e m e j a n t e s u p e r s t i c i ó n . E l c u r a n d e r o s e v o l v ió Co n c ad a i n s p i r ac i ó n y c ad a e s p i r ac i ó n d e c i mo s u n a d e



hacia é l , i ncrepándo le : "Eres un ignoran te y no en t i endes

n ad a d e e s t o s a s u n t o s " . E l e s c é p t i c o s e e n f u r e c i ó y s e

s in t ió o fend ido . Pero an tes de que l l egara a p ro tes t a r , e l

cu randero l e d i jo : "Si es t as pocas pa l abras han bas t ado

para poner t e t an fu r ioso , ¿por qué o t ras pa l abras no t en

drán un efec to cura t ivo?" .Los r i tua les pueden p roduci r t ambién un efec to ps i

co lóg ico p ro fundo . E l r i tua l t ambién ha vuel to a cobrar

i mp o r t an c i a e n l a p s ic o t e r ap i a a c t u a l , y a q u e e s c ap a z d e

c e r r a r a l g o , d e c o me n z a r a l g o n u e v o o d e c o n s e g u i r u n a

r e c o n c i l i a c i ó n .

Ri tua les son , por e j emplo , encender una ve la o que

mar a lgo s imból i camente . La t a rea de los r i tua les cons i s

t e en poner a l a persona en movimien to y conduci r l a a

u n a u n i d ad p a l p i t an t e h ac i a a r r i b a y h ac i a ab a j o . Se t r a

t a d e d e s c u b r i r l a s ab i d u r í a d e n u e s t r a n a t u r a l e z a má s

p r o f u n d a , q u e t amb i é n e s t á a l mac e n ad a e n n u e s t r o c u e r

p o . N u e s t r a n a t u r a l e z a m á s p r o f u n d a e s la d i n á mi c a d i v i

na misma. Dios es e l impul so para vo lver a l a un idad y e limpul so a l a mul t ip l i c idad crea t iva .

B o n d a d c a r i ñ o s a p a r a c o n s i g o m i s m o

Nos recogemos d i r ig iendo nues t ra a t enc ión a l as res

p i rac iones , vo lv iéndonos hac ia nues t ro fuero in te rno .

N o s d e c i m o s i n t e r i o r me n t e : Q u e la p az r e i n e e n mi c o r a z ó n . Q u e s e me c o n c e d a l a c u r ac i ó n . L a p az me i n u n d a .

50

es t as f rases : l a paz y el sos iego me inu nd an ; l a a l eg r í a m e

i n u n d a ; l a p az me i n u n d a . D e s p u é s d e a l g ú n t i e mp o s e

s igue: l a fuerza me inunda , e l ca lo r me inunda .

T o n g l e n

E n e l b u d i s mo t i b e t an o e x i s t e u n a p r á c t i c a q u e s e

l l ama Tonglen . S ign i f i ca "Acoger y env iar" o " in te rcam

b i a r s e c o n o t r o s " . Se t r an s mi t e ú n i c ame n t e a d i s c í p u l o s

av an z ad o s ; p o s e e u n a f u e r z a mu y p o t e n t e y t r an s f o r ma

dora . En es t a med i t ac ión uno se represen ta ( lo más exac

t ame n t e p o s i b l e ) a u n a p e r s o n a c o n o c i d a q u e s e ama y

q u e e s t á s u f r i e n d o mu c h o , p o r u n a e n f e r me d ad , u n a p é r

d ida , por depres ión , do lo r , angus t i a o miedo . Al insp i ra r ,

u n o s e i mag i n a e l s u f r i mi e n t o d e e s a p e r s o n a c o mo u n a

nube densa y pesada , negra , o de co lo r de l humo o de

a lqu i t rán , que se insp i ra por l a nar i z de jándo la posarse

en e l p rop io corazón . . . Al esp i ra r , s e t rasmi te a l a i re paz ,

l iber t ad , s a lud , bondad y fuerza , para env iar l as a esa per s o n a c o mo u n a l u z c u r a t i v a y l i b e r ad o r a . T amb i é n s e

p u e d e i mag i n a r u n l u g a r y l a s p e r s o n as q u e t i e n e n q u e

v iv i r a l l í su f r i endo . Se puede inc lu i r a l cosmos en tero y

desear l e de es t a fo rma sa lud , fe l i c idad y bondad . Quien

tenga p resen te e l amor -y e l que o ra es t á p resen te con

amo r - a c t i v a c l a r ame n t e e n e r g í a s e n e l á mb i t o t r an s p e r

s o n a ] q u e o r d e n an , c u r an y a r mo n i z an .

51

Una vez se l e p regun tó a l conocido maes t ro t ibe t anoK a l u R i n p o c h e d e s p u é s d e u n as i n s t r u c c i o n e s c o mo l a s

c o n v e n c i o n a l , p e r o u n o d e e l l o s f u e ad e má s d e s t i n a t a r i o



seña ladas aqu í , qué ocur r i r í a s i s e con t ra j e ra rea lmente

enfermedades deb ido a es t a p rác t i ca . S in t i tubear , con

t e s tó : " ¡Oh , deber í a us t ed pensar que funciona!" .

E n s e g u i d a ap a r e c e n u e s t r o e g o í s mo . S i e mp r e e s t amo s

d i s p u e s t o s a d i s mi n u i r n u e s t r o p r o p i o s u f r i mi e n t o , p e r o

acoger e l su f r imien to de o t ros , aunque t an só lo sea en

f o r ma i mag i n a r i a , n o s a c a r r e a p r o b l e mas .

Pero p rec i samente es to es lo que Tong len qu iere in t e r

pe lar . Tong len p re tende socavar a toda cos t a l as car i c i as

y defensas de l p rop io yo . Porque aqu í ya no queremos

s a b e r n a d a d e l a s u p e r a c i ó n d e l a d u a l i d a d . T o n g l e n

ap u n t a a l a c o m p as i ó n a u t é n t i c a , q u e se c o r r e s p o n d e c o n

e l s e n d e r o d e l b u d i s mo mah ay an a , d e l q u e t amb i é n f o r

ma par t e e l zen .

O r a c i ón p a r a e n f e r m o s

E n u n e s t u d i o m u y n o v e d o s o , e l c a r d i ó l o g o a m e

r i c a n o R a n d y B y r d , c a t e d r á t i c o d e l a U n i v e r s i d a d d e

Ca l i f o r n i a e n Be r k e l e y ( San F r an c i s c o ) , i n t e n t ó av e r i

guar , en 1988 , me d ian te m étodo s c i en tí f icos , s i l a o rac ión

a y u d a b a r e a l m e n t e .

Organ izó un es tud io con 393 pac ien tes de l depar t a

me n t o d e e n f e r me d ad e s c o r o n a r i a s e n e l H o s p i t a l G e n e

ra l de San Franc i sco . Los pac ien tes se d iv id ieron en dos

g r u p o s . A mb o s g r u p o s r e c i b i e r o n e l t r a t ami e n t o mé d i c o

52

de l as o rac iones de personas de var i as confes iones : p ro

t es t an tes , ca tó l i cos y jud íos , que fueron in fo rma dos de

los nombres , d i agnós t i cos y es t ado de sa lud de los pa

c i e n t e s p o r l o s q u e d e b í an o r a r . U n n ú me r o d e p e r s o n as

c o mp r e n d i d o e n t r e c i n c o y s i e t e r e z ab a p o r c ad a p ac i e n

t e , bien a so l as o en g rupos . E l resu l t ado de l es tud io fuea s o mb r o s o . L o s p ac i e n t e s p o r l o s q u e s e h ab í a r e z ad o ,

n e c e s i t a r o n b a s t a n t e s m e n o s a n t i b i ó t i c o s , s u f r i e r o n

me n o s v e c es d e e d e ma s p u l mo n a r e s , t u v i e ro n q u e r e c i b i r

menos veces resp i rac ión ar t i f i c i a l y l a eva luac ión de su

enfermedad fue s ign i f i ca t ivamente más ba j a que en e l

o t r o g r u p o . Po s t e r i o r me n t e , u n g r an n ú me r o d e n u e v o s

e s t u d i o s h an c o n f i r mad o e s t o s r e s u l t ad o s . E l c o me n t a r i ode Byrd fue : "Es te es tud io nos da l a p rueba de lo que los

cr i s t i anos s i empre han cre ído : que Dios l es escucha" .

También e l card ió logo de EE.UU. , e l ca t edrá t i co Mi tche l

Krucoff, comprobó e l e fec to dec i s ivo de l a o rac ión en e l

p r o c e s o d e c u r ac i ó n e n p ac i e n t e s c o n e n f e r me d ad e s

c o r o n a r i a s me d i an t e e s t u d i o s r e a l i z ad o s d e f o r ma e mp í

r i ca en l a famosa Duke Univers i ty . Fue pos ib le compro

b a r e s t ad í s t i c ame n t e q u e e l p r o c e s o c u r a t i v o d e p e r s o n as

por l as que se rezaba resu l tó mucho más pos i t ivo que e l

d e l o s p ac i e n t e s q u e ú n i c ame n t e f u e r o n t r a t ad o s c o n

m e d i c a m e n t o s .

E l mé t o d o má s e f e c t i v o r e s u l t ó s e r e l q u e e l c a t e

d r á t i c o Mi t c h e l K r u c o f f p r e s e n t ó e n e l añ o 2 0 0 5 e n e l

53

C o n g r e s o d e O r a c i ó n e n H a m b u r g o y q u e l l a m ó " o r a lo de j a m os so lo c on e l c a dá ve r . S e que dó m uy f r u s t r a do ,

p e r o d e o t r o m o d o n o l o h u b i e r a e n t e n d i d o " .



c i ó n a l t a m e n t e d o s i f i c a d a " . E n e s e e s t u d i o l a s c o m u n i

d a d e s d e f e r e z a b a n i n c l u s o p a r a l o s o r a n t e s m i s m o s .

E s t a d í s t i c a m e n t e s e m o s t r ó u n a m e j o r a e n o r m e e n e l

p r o c e s o c u r a t i v o d e l o s p a c i e n t e s . S e p u e d e t e n e r u n a

op in ión c r í t i c a r e f e r e n t e a t a l e s e s tud io s , pe r o que da

p a t e n t e q u e l a p e r s o n a q u e e s t á p r e s e n t e c o n a m o r yr e z a pa r e c e l i be r a r e ne r g í a s que i n f luye n e n nue s t r a

c ond ic ión p s i c o f í s i c a .

M o r i r

La muer te c l ín ica se puede de f in i r a pa r t i r de va r ios

c r i te r ios : e l cese de la ac t iv idad ce rebra l , de la r e spi ra c ión o de l la t ido ca rd íaco . La de f in ic ión depende de l

punto de v is ta que la soc iedad tenga de l mor i r y de la

m ue r t e . En nue s t r a soc i e da d m uc ha s ve c e s ya no s e m ue

r e de m ue r t e na tu r a l . La t é c n i c a s e c onv ie r t e e n s e ño r

sob r e v ida y m u e r t e . S e l a ve ne r a c o m o a un d io s .

H a c e una s s e m a na s , un m é d ic o m e e sc r ib ió l o s i gu i e n t e : "Y a no m e de d ic o a l a l uc ha c on t r a l a m ue r t e a

tod a cos ta . A pr in c ip io s de l m es de oc t ub re f a llec ió un

pa c i e n t e e n l a m e sa de ope r a c ione s de b ido a l a r o tu r a de

u n a a r t e r i a a b d o m i n a l . D u r a n t e m e d i a h o r a m i s a y u d a n

t e s y yo i n t e n t a m os r e a n im a r lo , pe r o t odos l o s e s f ue r z os

f ue r on e n ba lde : e l p a c i e n t e ha b í a m ue r to . E l c i r u j a no ,

s i n e m b a r g o , n o q u i s o a b a n d o n a r e l q u i r ó f a n o ; e n t o n c e s

54

C ua ndo lo s m é d ic os p i e r de n de v i s t a l a l im i t a c ión de

l a v ida e n su l uc ha obs t i na da c on t r a l a m ue r t e , l e s f a l t a

l a im a ge n c o r r e c t a de l o que e s e l s e r hum a no . En e s to s

casos , la muer te pa ra e l los s igni f ica e l f in que habr ía que

e v i t a r a c ua lqu i e r p r e c io . En su c onc e pc ión de l m undono cabe la idea de que la v ida s iga después de mor i r . Es to

no es una c r í t ica , só lo s igni f ica que e l médico es tá inmer

so e n la f o r m a d e pe n sa r de l a soc i e da d .

P o r m a n t e n e r u n a p o s t u r a e r r ó n e a f r e n t e a n u e s t r o

p e r í o d o d e v i d a t a m b i é n t e n e m o s u n a p o s t u r a e r r ó n e a

c o n r e s p e c t o a l t r a n c e d e l a m u e r t e . E l c r i s t i a n i s m o n o

e s t á t o t a lm e n te e xe n to de r e sponsa b i l i da d po r e l m ie do

que s e t i e ne a l a m ue r t e . ¿ P o r qué e n e l c r i s t i a n i sm o se

ha b l a t a n to de l a m ue r t e y no de que l a v ida s igue ? .

Cuenten la s imágenes de resur recc ión en nues t r as ig les ias .

Ú n ic a m e n te e n lo s ú l t im os a ños l o s c a tó l ic os ha n a ña d ido

a l v ía c ruc is la r e sur recc ión , como úl t ima es tac ión .

E n u n a e x p o s i c i ó n s o b r e l a m u e r t e e n l o s l l a m a d o spue b lo s p r im i t i vos se ve í a c l a r a m e n te qu e e ll o s no ha b l a n

de la mu er te q ue pon e pun to f ina l a la v ida , s ino de la con

t i nu ida d de l a v ida . Los c r i s t i a nos he m os ha b l a do de m a

s iado de la muer te y de l ju ic io , y seguimos hac iéndolo .

Mient ras una re l ig ión de r ive su mora l de l miedo a un cas

t i go - y e s to l o ha c e n toda s l a s g r a nde s r e l i g ione s - na da

c a m bia r á e n nue s t r a a c t i t ud c a r a a l a m ue r t e .

55

D e b i d o a q u e e l s e r h u man o n o s o p o r t a e s t e me n s a j esobre l a muer te l as re l ig iones han inven tado s ímbolos de

l a m u e r t e s e r á c a p a z d e p r e s t a r a y u d a e n e l t r a n c ed e l a mu e r t e . L a c o n v i c c i ó n r e l i g i o s a s u p o n e u n a b a s e



e tern idad , t a l es como c ie lo , v ida e t e rna , descanso e t e rno ,

visio beatífica, n i r v a n a ( m a l e n t e n d i d o ) y d e m á s . T a n

s ó l o v e n c e el m i e d o l a p e r s o n a q u e s e e x p e r i me n t a c o m o

la v ida misma, l a v ida que p rospera y se desvanece en

t o d a e s t r u c t u r a . Q u i e n s e e x p e r i me n t a c o mo e s t a v i d a e s

c ap az d e d e s p r e n d e r s e d e l a e s t r u c t u r a c o r r e s p o n d i e n t e .

É s t a c ae r á c u a l h o j a ma r c h i t a .

Me i mp r e s i o n a s i e mp r e d e n u e v o u n e p i s o d i o q u e s e

cuen ta de Ale j andro Magno qu ien , duran te su exped ic ión

a l Indo , conoció a l l í a un sab io h indú l l amado Kalamos ,

c o n q u i e n man t u v o c o n v e r s ac i o n e s mu y p r o f u n d as . U n

d í a , K a l amo s l e p i d i ó q u e p r e p a r a r a p a r a é l u n a p i r afunerar i a , ya que se encon t raba v ie jo y enfermo y su v ida

hab ía l l egado a su f in . Kalamos es t aba convencido de

que para é l hab ía l l egado e l momento de desped i rse de l a

v ida , por es t a r t an quebran tado . E l e j é rc i to en tero acud ió

al acontecimiento fes t ivo. Al son de las t rompetas , Kala

m o s , p e r f u m a d o y e n g a l a n a d o , s u b ió c e r e m o n i o s a m e n t e

a l a p i r a p a r a ab an d o n a r l a v i d a .

I m a g í n e n s e a h o r a u n a u n i d a d m é d i c a d e c u i d a d o s

in tens ivos donde , con todo t ipo de a r t i lug ios , se in t en ta

p r o l o n g a r l a v i d a q u e d e u n a f o r m a m u y n a t u r a l e s t á

tocando a su f in . Una ac tuac ión médica que va enfocada

s o b r e t o d o a p r o l o n g a r l a v i d a f r a c a s a r á d e c a r a a l a

m u e r t e , m i e n t r a s q u e a q u e l l a q u e t i e n e e n c u e n t a a

56

p a r a l a ay u d a y l a c u r ac i ó n .

Quizás l l egue a lguna vez e l d í a en que l as personas

conv ier t an l a muer te en una f i es t a , i gua l que ocur re con

e l n ac i m i e n t o a e s t a e x is t e n c i a n u e s t r a .

57



L A V E J E Z C O M OO C A S I Ó N P A R A U N

S E G U N D O N A C I M I E N T O

Y, as imismo, no hay ve jez n i muer te ,

Ni un f inal de la vejez y de la muerte.

( Su t r a d e l Co r az ó n )

E L VIENTO DORADO, O COMPLETA TU NACIMIENTO

En l a co lecc ión de koan Hekiganroku figura el sigu ien

t e r e l a t o : " U n mo n j e p r e g u n t ó a U n mo n : ' ¿ Q u é o c u r r e

c u a n d o e l á r b o l s e ma r c h i t a y s u s h o j a s s e c ae n ? ' , U n m o n

dijo: 'La man i fes t ac ión per fec t a de l v i en to dorado" ' .

¿Qué ocurre cuando e l á rbo l se march i t a y l as ho jas se

c a e n ? , p r e g u n t a e l m o n j e a U n m o n . T r a d u c i e n d o e s t a

f rase s ign i f i ca : S i se han ca ído tus concep tos e ideas de

l as cosas y fo rmas mani f i es t as , ¿qué es lo que queda? ¡E l

v i e n t o d o r a d o ! E l v i e n t o d o r a d o e s l a e x p e r i e n c i a p u r a

d e l a Re a l i d ad o , c o mo p r e f i e r e d e c i r e l z e n , e s c ae r e n

l a c u e n t a d e l a Re a l i d ad . E s l a c o n s u mac i ó n d e n u e s t r a

v i d a . H e mo s l l e g ad o .

59

Pero yo creo que es t e koan t i ene además o t ro s ign i f i c a d o . El v ien to dorado s ign i f i ca en As ia t ambién l a épo

s i s de los c incuen ta" , s i empre que no repr iman los

in te r rogan tes esenc ia l es de l a v ida median te l a ac t i



ca de la vejez. Me imagino que en es te koan h u b o d o s

mo njes v ie jos y un o l e p re gu n ta a l o t ro : "¿Cómo se reve la

ELLO ahora que es t amos v ie jos y achacosos?" . ¿Se expe

r imentará ELLO en l a ve jez como ve jez? ¿Se exper imen

t a r á ELLO e n l a e n f e r me d ad c o mo e n f e r me d ad ? " Se r t a l

cual" es la expresión que prefiere ut i l izar el zen en es te

c o n t e x t o , e s d e c i r , l a s c o s a s s o n t a l c u a l s o n . E L L O s e

man i f i e s t a p u e s t amb i é n c o mo mi s a c h aq u e s e n l a v e j e z ,

c o mo mi e n f e r me d ad i n c u r ab l e .

Y o t e n g o ah o r a 8 0 añ o s y me e s t o y p r e g u n t an d o q u é

s i g n i f i c a l a v e j e z . E n l a I n d i a , p e r o t amb i é n e n Ch i n a ,

en t re los t ao í s t as , e l camino de l a v ida se d iv ide t rad ic io -

n a l me n t e e n t r e s p a r t e s :

1. Has ta l a edad de 25 a 30 años se desar ro l l a e l cuer

po y l a persona f í s i ca . E l se r humano a lcanza c i e r

t o p u n t o d e mad u r e z . H a t e r mi n ad o s u e d u c ac i ó n y

t ambién ha t e rminado su desar ro l lo f í s i co .

2 . E n l a s i g u i e n t e e t ap a d e l a v i d a s e v an d e s a r r o

l l an d o o t r o s á mb i t o s . P r o b ab l e me n t e , l a p e r s o n a s e

c a s a , t i e n e h i j o s , c o mi e n z a a t r ab a j a r e n s u p r o f e

s ión, t iene éxi to en el la y desarrol la todo t ipo de

t a l e n t o s. Mu c h as p e r s o n as h a n a l c an z ad o a s í el ap o

geo de su v ida , pero s iguen t e n iend o expecta t ivas en

la v ida . En muchas personas se da en tonces l a "cr í -

60

v i d ad . Pe r o ah o r a e s c u an d o e l s e r h u man o s e d a

cuen ta o , por lo menos , deber í a darse cuen ta , de

que es mucho más de lo que cre í a saber sobre s í .

3. En l a t e rcera e t apa de l a v ida , l a persona es t á ma

d u r a p a r a u n a i r r u p c i ó n a l o t r a n s c e n d e n t e . C o ne s t a d i me n s i ó n c o mi e n z a e l p l e n o d e s a r r o l l a d e l a

p e r s o n a l i d ad . L a p a r t e an t e r i o r d e l a v i d a s u p o n í a

u n a e s p e c i e d e p r e p a r ac i ó n p a r a l o e s e n c i a l . A h o r a

s e t r a t a d e c o mp l e t a r e l n ac i mi e n t o .

" ¡ C o m p l e t a t u n a c i m i e n t o ! "

A u n q u e é s t e s e a e l t e ma d e l a v i d a e n t e r a , ad q u i e r e

u n s i g n i f i c ad o má s p r o f u n d o c u an d o y a s e e s má s v i e j o .

H a b e r n a c i d o d e n u e s t r o s p a d r e s h a s i d o ú n i c a m e n t e e l

c o m i e n z o . T o d o c a m i n o e s o t é r i c o c o n o c e u n s e g u n d o

n a c i m i e n t o , u n n a c i m i e n t o d e " a g u a y e s p í r i t u " , c o m o

d i c e J e s ú s a N i c o d e mo . E s e l n ac i mi e n t o h ac i a l a p l e

n i t u d d e l s e r h u man o , h ac i a e l d e s a r r o l l o d e t o d o e l

p o t e n c i a l q u e n o s f u e d ad o y q u e h a s t a ah o r a h e mo s

d e s c u i d a d o . E s te n a c i m i e n t o n o s d e p a r a r á m á s v i d a, n o

ag o t a l a v i d a .

A e s t e r e s p e c t o q u i s i e r a m e n c i o n a r d o s c u e n t o s q u e

i l u s t r an e s t e t e ma mu y b i e n . E l c u e n t o d e l " N i ñ o d e l a

b o l a " n o s m u e s t r a t a m b i é n a l g o d e n u e s t r a p r o p i a v i d a .

61

I g u a l q u e e l n i ñ o d e l c u e n t o h e mo s g an ad o u n a g r anbo la de o ro : e l éx i to p ro fes iona l , l a pare j a , l a boda , l a

Es te camino no nos l l eva a l a p len i tud , s ino a l su f r i mi e n t o . E s t e e s l a c o n s e c u e n c i a n a t u r a l d e l n a r c i s i s mo ,



casa , los hijos , la cue nta b anc aria , las vaca ciones . Todo el lo

e s u n b u e n p u ñ ad o d e o r o . ¿ Pe r o e s e s t o t o d o ? ¿ H e mo s

l l e g ad o ? ¿ H ab r á a l g o má s ? E n e l c u e n t o s e d i c e q u e e l

n i ñ o s i r v i ó d u r an t e s i e t e añ o s a s u amo y ah o r a q u e r í a

v o l v e r a c a s a d e s u mad r e .

Madre s ign i f i ca : mi casa , e l verdadero lugar de donde

soy , desde donde par t í , pero nunca e l apego a mi madre ,

c o mo a l g u n o s t e r ap e u t a s s e i mag i n an .

La parábo la de l Hi jo Pród igo de l Evangel io t i ene ras

gos s imi l a res , aunque e l pun to de par t ida es d i s t in to . E l

h i jo p ide su herenc ia para marcharse a l a g ran v ida . No

puede ser todo lo que es t á v iv iendo en su casa . La g ran

v i d a ti e n e q u e e n c o n t r a r s e e n o t r o lu g a r . Se ma r c h a p u e s

d e c a s a y p r u e b a t o d o l o q u e h ay , d e r r o c h a s u h e r e n c i a

e n t e r a y ah o r a q u e s e e n c u e n t r a c o n l a s man o s v ac í a s s e

acuerda de su o r igen , de su casa pa terna , de su pa t r i a .

Al l á fuera en e l mundo no encuen t ra nada , n i s iqu iera se

l e concede l a comida de los cerdos . No es pos ib le queesto haya s ido la gran vida. Así que se decide a volver a

su casa . A lo mejor , mi padre me acoge de nuevo , p iensa .

E l h i jo s imbol i za nues t ra concienc ia de l yo . Resu l t a fác i l

iden t i f i carse con é l . Actúa , como t ambién ac tuamos no

so t ros , an tes de saber qu ienes somos en rea l idad . Pensa

mo s y a c t u a mo s d e f o r ma d u a l i s t a , e g o c é n t r i c a , n a r c i s i s -

t a , super f i c i a l , un i l a t e ra l .

62

de querer t ener y poseer . Es te su f r imien to a fec t a a l a

p e r s o n a c u an d o h a c o r r i d o d e t r á s d e t o d o , c u an d o h a

p r o b ad o t o d o t i p o d e s a t i s f a c c i ó n c o mp e n s a t o r i a , c u an

d o h a d i la p i d a d o t o d o . D e s g r a c i a d a m e n t e , m u c h a s v e c e s

en l a v ida t i ene que descender has t a l a cond ic ión de por

q u e r o . L o ú n i c o q u e d e s p u é s p a r e c e l l e v a r l e d e n u e v o

al buen camino es l a p res ión de l su f r imien to . E l su f r i

mien to s i empre es l a seña l de l ego . Quizás se logre d i s i

mular e l ego í smo, pero no su e fec to . E l su f r imien to es e l

e f e c t o d e l e g o í s mo . H ay u n a c an c i ó n p o p u l a r e n l a q u e

se d ice : "Puedes esconder e l fuego , pero ¿qué harás con

el humo?" . E l humo, e l su f r imien to , he ah í l a seña l de lfuego, del ego.

La parábo la de l Hi jo Pród igo es nues t ra p rop ia h i s to

r i a . La h i s to r i a de nues t ra t rans fo rmación . Ven imos de l a

casa pa terna , como se l l ama a l Fondo o r ig inar io en es t e

re l a to . E l padre es e l océano de l a v ida . Nues t ra concien

cia del yo es como una ola en e l océano . La o l a puede que

e s t é c o n t e n t a d e e s t a r s e p a r ad a d e l o c é an o . Q u i z á s se c r e a

inc luso que p ued e v iv i r s in e l océa no . Ta l vez cons ide ra a l

o c é an o e l g r an i mp e d i me n t o p a r a s u l i b e r t ad , h a s t a q u e

cae en l a cuen ta de que fo rma par t e de l océano .

D i c h o s o aq u é l q u e t e r mi n e a t i e mp o s u b ú s q u e d a a l l á

f u e r a , q u e r i e n d o v o l v e r a l a c a s a p a t e r n a , c o mo e l h i j o

de l re l a to . Dichosa l a persona cuyo su f r imien to sea t an

63

fuer t e que no l e quede más remedio que vo lver y darsec u e n t a d e q u e c o n e l p ad r e h ay ab u n d an c i a . E s l a f u e n

o r o , a lo me j o r e s e l c ab a l l o . Se av an z a r á p i d am e n t e , p e r ot o d o l o t e r r e n a l r e s u l t a s e r u n a n i m a l p e l i g r o s o . N o s



t e de l a v ida . Todo lo t enemos de é l . Tenemos que caer

en l a cuen ta de que l a independencia es una i lus ión que

nos l leva a la al ienación

Con f recuencia se ha conver t ido es t a parábo la en un

tex to de carác ter mora l . Pero en es t e re l a to no hay n in gún dedo mora l l evan tado , nada como: "Ya t e lo d i j e , s i

t e h u b i e r a s q u e d ad o e n c a s a , t o d o e s t o n o h u b i e r a o c u

r r ido" ; no hay n ingún saya l de pen i t en te s ino un t ra j e de

f iest a. Lo que se da es un c aer en l a cue n ta , s a ber ha be r

l l eg ad o , c o n s u m ac i ó n , t r an s f o r m ac i ó n .

Volvamos a l Niño de l a Bo la . Le va mejor que a l h i jo

q u e s e ma r c h ó d e c a s a , q u e ac ab a t r ab a j an d o c o mo p o r

quero . Pero eso carece de impor t anc ia . Ya se t ra t e de

darse cuenta: "Allá Riera me va mal" , o bien: "La bola de

oro n o es lo esenc ia l " , s i empr e se t ra t a de la l l ama da in te

r io r que nos hace in tu i r que nues t ra v ida aún es t á espe

r an d o o t r a p l e n i t u d .

E l c a m i n o d e l d e s a s i m i e n t o

El ser humano se va dando cuen ta de que l a " sa lva

c i ó n " n o s e a l c an z a p o r e l c ami n o d e l a t e s o r ami e n t o y

ac o p i o , s i n o ú n i c ame n t e p o r e l c ami n o i n v e r s o , p o r e l

c ami n o d e l d e s a s i mi e n t o . L a b o l a d e o r o s e c amb i a p o r

un caba l lo . E l n iño s igue a fer rado a l as cosas . No era e l

64

a r r o j a r á p i d ame n t e . D e b e r í amo s d e s c o n f i a r d e l o s s u e

ñ o s q u e n o s p e r mi t e n av an z a r a g r an v e l o c i d ad , c o mo s i

fuéramos en coche . En l a mís t i ca , e l camino a p ie s igue

s iendo e l camino más seguro . Luego e l n iño t i ene una

v ac a , d a l e c h e , p e r o s e c o n v i e r t e e n ma l a c o mp añ e r a d e l

c a m i n o . L u e g o , e l c e r d o . P e r o p r o b a b l e m e n t e s e a a l g o

r o b ad o , d i n e r o n e g r o , d i n e r o q u e s e h a g an ad o e n e l j u e

g o , d i n e r o q u e s e h a g an ad o d e f o r ma s u c i a . L u e g o e l

ganso . Un asado de f i es t a . Grasa para se i s meses .

Resu l t a p refer ib le l a p iedra de a f i l a r , con l a que pue

d o g an a r mi d i n e r o h o n e s t ame n t e . E l a f i l ad o r c o mo s í m

bo lo de una v ida senc i l l a . Un hones to jo rna l . Caer en l acuen ta de que se t ra t a de l as cosas senc i l l as de l a v ida .

Por f in bas t a l a p iedra de a f i l a r . Y ésa cae en e l pozo p ro

f u n d o c u an d o e l n i ñ o q u i e r e b e b e r ag u a d e é l .

Se hunde l a ú l t ima p ieza , l a p i edra de a f i l a r que qu ie

re retener al niño. El niño se arrodi l la , f igura en el cuen

to , y reza : "Te doy g rac i as , Dios mío , por haberme l iber ad o d e t o d as l a s c o s a s i n n e c e s a r i a s " . I n c o mp r e n s i b l e

mente , ahora e l n iño es l a persona más fe l i z de l mundo .

Pudo de jar lo todo y ahora es l ib re . No neces i t a n inguna

bo la de o ro , n ingún caba l lo y n i s iqu iera l a p iedra de a f i

l a r . Posee todo , y s i empre hab ía pose ído todo . Es l ib re y

s e d a c u e n t a d e e ll o . A h o r a p u e d e b u s c a r s e o t r a p i e d r a d e

af i l a r , i nc luso una bo la de o ro . Pero ambas cosas t i enen

65

ahora un s ign i f i cado muy d i fe ren te para é l . No se quedaafer rado a e l l as . Es capaz de dar y tomar , s in que l as

dec i r que ya es t ás eb r io de l a Real idad y a f i rmas no conocer l a . Somos v ida d iv ina desde e l p r inc ip io . Caer en l a



c o s a s l e d o mi n e n .

S e r e n v e z d e o b r a r

¡Comple ta tu nac imien to ! En eso cons i s t e l a t a rea de

n u e s t r a v i d a . N o l a c o mp l e t amo s me d i an t e l a s o b r a s q u e

rea l i cemos , s ino por Ser . La exper i enc ia de l Ser , l a expe

r i e n c i a d e n u e s t r a n a t u r a l e z a má s h o n d a , h e ah í l o s

deberes de nues t ra v ida .

Me estoy haciendo viejo , y en la vejez se manifies ta

e s t a u n i d ad c o mo mi s a c h aq u e s , c o mo mi e n f e r me d ad y

mi decrep i tud . La ve jez es l a man i fes t ac ión comple t a de lv i e n t o d o r ad o , l a man i f e s t a c i ó n c o mp l e t a d e D i o s .

Nues t ros achaques , l a ca ída de l cabe l lo , l os t e rceros d ien

te s , l a neces idad y l a en fermedad : son una " reve lac ión de

Dios". Mien t ras seamos jóvenes y sanos , es fác i l hab lar

de es t a fo rma. Pero hay que v iv i r lo cuando seamos v ie jos

y "e l á rbo l se march i t e" . "E l á rbo l march i to" no supone

una expres ión negat iva aqu í ; s ign i f i ca que muchas cosas

q u e me i mp i d e n s e r t o t a l me n t e h o mb r e , s e v an c ay e n d o .

H ay mu c h as o t r a s h i s t o r i a s d e l z e n q u e n o s s u g i e r e n

lo mismo. En una ocas ión , un d i sc ípu lo p ide a l Maes t ro

que l e exp l ique l a na tu ra leza de l a rea l idad . E l Maes t ro l e

con tes t a : "Ya has beb ido t res copas de l mejo r v ino y

s igues d ic i endo que n i t e has mojado los l ab ios" . Quiere

66

c u e n t a d e e s t o r e v i s t e g r an i mp o r t an c i a p a r a mí . N o

p o d e mo s c o n v e r t i r n o s e n a l g o e n n u e s t r a v i d a , p u e s y a

s o m o s a l g o c u a n d o n a c e m o s e n e s t e m u n d o .

Eckhar t nos lo conf i rma en sus sermones : "La d icha

que nos t ra jo Jesús e ra nues t ra . Al l í donde e l Padre a lum

bra a su Hi jo en e l fondo más ín t imo , se in t egra esa na tu

ra l eza . Esa na tu ra leza es Una . "Porque todo lo que Dios

haya dado a lguna vez a su Hi jo un igén i to , me lo ha dado

a mí i g u a l d e c o mp l e t o y n o me n o s " . Y Sh ak y am u n i Bu d a

p r o n u n c i a e n l a mañ an a d e s u i l u mi n ac i ó n : " T o d o s l o s

seres t i enen l a na tu ra l i za o r ig inar i a desde e l p r inc ip io" .

¿Por qué nos resu l t a t an d i f í c i l acep tar lo? En l a t e r mi n o l o g í a d e l z e n s e d i c e : " V ac í o e s f o r ma , f o r ma e s

vac ío" . Somos ELLO desde e l p r inc ip io , por eso no lo

p o d e m o s a l c a n z a r . N o t e n g o p r e s e n t a r r e n d i m i e n t o s .

Mi d i g n i d ad n o d e p e n d e d e mi s a c c i o n e s . So y a l g o d e s d e

e l p r inc ip io , t ambién en mi ve jez , por mucho que es t é

e n f e r mo y d e c r é p i t o .

Se nos cuen ta l a h i s to r i a de nues t ra p rop ia v ida en

t o d o s e s t o s r e l a t o s . Q u i e r e n ay u d a r n o s a e n c o n t r a r n u e s

t ro p rop io lugar en l a v ida . Quieren dec i rnos lo que ya

s o mo s d e s d e e l p r i n c i p i o . E s e n t o n c e s c u an d o c o mi e n z a

n u e s t r a v id a v e r d a d e r a , y e n t o n c e s p o d e m o s m a r c h a r n o s

o quedarnos en casa . Es cuando ya no ex i s t e fuera o den

t r o . E s c u a n d o e x p e r i m e n t a m o s t o d o c o m o m a n i f e s t a -

67

c i ó n d e n u e s t r a n a t u r a l e z a v e r d ad e r a , c u an d o n o s e x p e

rimentamos co m o form a de Dios .

r a s " ( Jn 21 ,18) . Todos , a lgún d í a , veremos con do lo r quey a n o p o d r e mo s an d a r ad o n d e q u e r e mo s . V i v i mo s e n u n a



E s t o n o q u i e r e d e c i r q u e ah o r a d e b amo s e s t a r d e b r a

zos c ruzados , esperando a que l a muer te nos l l eve cons i

go. E l c ami n o t e r mi n a e n l a p l a z a d e l me r c ad o . Pe r o

inc luso es to , que rea l i cemos obras , no es lo más impor

t an te , se t ra t a más b ien de ser . Qui s i e ra t e rminar con e lre l a to de l Rab í Balchem. Cuando es tuvo en su l echo de

muer te , su h i jo l e d i jo : "Ser í a es tupendo s i ahora , a l

e n c o n t r a r t e c o n D i o s , p u d i e r a s d e c i r l e ' s o y A b r ah am ' .

Balchem le con tes tó : 'D ios no me p regun tará por qué no

he s ido Abraham, me p regun tará ¿por qué no fu i s t e

Balc hem ? ' . Yo espero po der dec i r es to t am bié n a l f ina l de

mi vida: "He s ido Wil l igis y , como Wil l igis , he s ido una

figura del jue go en el gra nd ios o jueg o Dios".

Y una cosa más . Es lo más impor t an te de todo lo que

tengo que dec i r : "Nunca es tuv imos a l e j ados de l a casa

p a t e r n a . Cu an d o e s t u v i mo s f u e r a , e s t u v i mo s d e n t r o " . L o

q u e s o mo s e n l o má s h o n d o , e s a t e mp o r a l , y v o l v e r e mo s

a e s a e x i s t e n c i a a t e mp o r a l .

OTRO TE CEÑIRÁ Y TE LLEVARÁ ADONDE TÚ NO QUIERAS

En una ocasión Jesús di jo a Pedro: "En verdad, en ver

dad t e d igo : cuando eras joven , tú mismo t e ceñ ías e ibas

adonde quer í as : pero cuando l l egues a v ie jo , ex tenderás

tus manos y o t ro t e ceñ i rá y t e l l evará adonde tú no qu ie-

68

cu l tu ra en l a que se g lo r i f i ca a l a juven tud . Todo e l mun

do se s i en te ob l igado a man tenerse joven . Hay poca com

p r e n s i ó n y ap o y o p a r a l a ve je z . Pe r o n u e s t r a v i d a h u m an a

es un con t inuo deven i r . La meta cons i s t e en a l canzar l a

p len i tud y en cosechar e l f ru to maduro de l a v ida . Quien

q u i e r a p e r man e c e r s i e mp r e j o v e n , r e c h az a l a mad u r e z .

E s t o v a l e t a m b i é n p a r a c u a n d o d i s m i n u y a n n u e s t r a s

f u e r z a s f í s i c a s , c u an d o q u e d e r e d u c i d a n u e s t r a f a c u l t ad

d e o í r y v e r . P r e c i s a me n t e e n t o n c e s s u r g i r á d e u n a f o r ma

nueva y dec i s iva e l in t e r rogan te por e l sen t ido de l a v ida .

Pa s a r p o r u n a e n f e r me d ad p u e d e l l e v a r a u n e n c u e n t r o

n u e v o co n u n o m i s m o y a u n a a p e r t u r a c o m p l e t a m e n t enueva hac ia Dios y e l p ró j imo . Madurar con e l su f r i

mi e n t o , ¿ e s p o s i b l e ? L a mad u r e z v e r d ad e r a d e l s e r h u

man o c o mi e n z a r e a l me n t e c u an d o y a n o l e q u e d a o t r a

cosa que acep tar lo que e l des t ino l e depara .

" Ir a d o n d e t ú n o q u i e r a s .. ."

Cu an d o d e s c u b r amo s l a s n u e v as p o s i b i l i d ad e s q u e

ú n i c ame n t e l a e d ad mad u r a e s c ap az d e b r i n d a r n o s , e s e

t i e mp o n o s e r á d e a l e t a r g ami e n t o , s i n o d e c o n s u mac i ó n

d e l a e x i s t e n c i a h u man a . J u s t ame n t e c u an d o e l s e r h u

m a n o q u e d a p r i v a d o d e l a i n i c i a t i v a d e a c t u a r , s u c e d e

lo esenc ia l de l a v ida . Tan só lo nos queda dec i r : "Hágase

tu voluntad", y es to le da vía l ibre al cincel de Dios para

69

darnos l a ú l t ima fo rma. En ese t i empo Dios nos o f receo t ra vez en t ra r en una comunión p ro funda con É l . ¡S im

" E x t e n d e r á s t u s m a n o s . . . "



p l e m e n t e e s t a r ! ¡ A b a n d o n a r t o d o m i e d o , t o d o p e n s a

mi e n t o y t o d o l o q u e n o s i n q u i e t a ! S i mp l e me n t e e s t a r

p r e s e n t e c o n b e n e v o l e n c i a y amo r h ac i a t o d o c u an t o n o s

rode a . Lo efec t ivo de nue s t ra v ida no es t á t an to e n e l t ra

ba jo rea l i za do com o en l a p rese ncia benév o la . Dejar f lu ir

l a benevo lenc ia y l a car idad será en tonces nues t ra verda

d e r a t a r e a . N o t e n e mo s q u e d e mo s t r a r n ad a c u an d o

muramos . La v ida d iv ina en noso t ros es l a nob leza con l a

que podemos con tar . De ah í que Eckhar t d iga : "No p ien

sen fundar l a s an t idad en e l ac tuar , más aun , l a s an t idad

deber í a fundarse en e l se r , porque l as obras no nos san

t i f i can , s ino noso t ros debemos san t i f i car l as obras" .

" O t r o t e l l e v a r á . . . "

N o e s t amo s s i mp l e me n t e a l a me r c e d d e l d e s t i n o . L a

m u e r t e e s u n a c o n t e c i m i e n t o t a n i m p o r t a n t e c o m o e l

n a c i m i e n t o . N o s e c i e r r a u n a p u e r t a c u a n d o n o s v a m o s ,

s e ab r e u n a p u e r t a . D e b e r í amo s mi r a r s o b r e t o d o h ac i al o n u e v o q u e e s t á an t e n o s o t r o s . N o s o mo s n o s o t r o s l o s

que hemos escog ido es t e lugar en l a t i e r ra , l o ha esco

g ido l a Real idad o r ig inar i a , Dios , con e l f in de rea l i zar

se en nues t ra f igura ac tua l . Nues t ra es t anc ia aqu í en l a

t i e r ra es un ac to de Dios . No es nuestro j uego e l que

e s t amo s j u g an d o aq u í . E s e l j u e g o q u e Dios l l eva a cabo

como es t a " f igura" .

70

No t i enes por qué t ener miedo . ¡Ex t i ende tus manos !

S e r á s l l e v a d o . E l m i e d o q u e s e a d u e ñ a a m e n u d o d e

l a s p e r s o n a s m a y o r e s t a m b i é n p u e d e t e n e r u n e f e c t o

p o s i ti v o . E l m i e d o p u e d e c o n v e r t i r s e e n u n a e x p e r i e n c i a

provechosa sobre l a verdad de nues t ra l imi t ac ión y mor

t a l idad de nues t ro yo . ¡Ex t i ende tus manos ! Hay a lgu ien

a l que l e puedes t ender tus manos . É l t e l l evará .

L a r e c o n c i l i a c i ó n c o n n u e s t r a v i d a n o e s a l g o f á c i l .

S ign i f i ca dec i r S í a todo lo que hemos rec ib ido : a l do lo r ,

a l a h u mi l l a c i ó n , a l a i n j u s t i c i a . L a s h e r i d a s an t i g u as

v u e l v e n a s u r g i r u n a v e z má s . U n a t e r ap i a p u e d e ay u d a r

a r e c o n o c e r l a s y a i n t e r p r e t a r l a s , p e r o l a c u r ac i ó n o c u r r eú n i c ame n t e a t r av é s d e l a r e c o n c i l i a c i ó n c o n n o s o t r o s

mi s mo s . Mi r an d o a t r á s , p u e d e q u e n u e s t r a v i d a s e p a r e z

c a a u n c ami n o e n z i g z ag , p e r o q u i z á s d e s c u b r amo s ah o

r a c o n g r a t i t u d q u e h a s i d o u n c a mi n o h ac i a a r r i b a , h a c i a

l a c ima Dios . Los caminos de sa lvac ión conducen a t ra

v é s d e u n l ab e r i n t o . A l g u n as c u r v a s v an h ac i a f u e r a y

parecen a l e j a r de l cen t ro . Pero e l que se man t i ene en e l

camino , a l canzará e l cen t ro y reconocerá f ina lmente todas

l as revuel t as de l a ru t a como procesos de t rans fo rmación .

S i ah o r a me c o mp r o me t o e n t e r ame n t e c o n e s t e Fo n d o ,

s i me a t e n g o a l D i o s v i v o q u e an d a e n mí s o b r e e s t a

t i e r r a , n o t e n g o q u e p r e o c u p a r m e d e lo q u e o c u r r i r á d e s

p u é s d e l a mu e r t e . L o U n o t amb i é n s e r á l a b a s e d e u n a

71

vida nueva , cua lqu iera que sea l a fo rma en l a que és t as iga . No debe p reocuparme que s i a lgo de mi ind iv idua



l i dad ac tua l pase más a l l á . Es toy acog ido en l a Real idad

d i v i n a . Pu e d o ah o r r a r me l a s e s p e c u l ac i o n e s s o b r e l o q u e

o c u r r e d e s p u é s d e l a mu e r t e . V i v o e n e l ah o r a d e D i o s .

Al f ina l t endremos que hacer t an só lo una ún ica cosa :

d e s ap e g a r n o s . L o q u e s o mo s e n l o má s p r o f u n d o c o n o

ce e l camino y se reve lará como lo Uno que no conoce

s e p a r a c i ó n .

" N o a n d é i s p r e o c u p a d o s p o r v u e s t r a v i d a . . . "

Una vez un mis ionero p regun tó a un j aponés qué l e

h ab í a mo v i d o a c o n v e r t i r s e a l c r i s t i an i s mo . S i n v ac i l a r

c o n t e s t ó : " E l p á r r a f o d e l Se r mó n d e l a Mo n t añ a : 'N o

andéi s p reocupados por vues t ra v ida , qué comeré i s , n i por

vuestro cuerpo, con qué os vest i réis ' (Mt 6,25). Cuando leí

que Dios se oc up ab a d e las aves del cielo y de los l i r ios del

campo , de repen te me sen t í l i berado de mis angus t i as" .

72

M U E R T E - M O R I R- R E S U R R E C C I Ó N

Antes de ex i s t i r en es t e mundo j a rd ín , v id o uva ,

n u e s t r a a l ma y a e s t ab a e b r i a d e l

v i n o d e l a i n mo r t a l i d ad .

( R u m i )

A n t e s d e n ac e r J e s ú s e r a r e s u c i t ad o .

Mor i r no va le para Dios y sus h i jos .

So mo s r e s u c i t ad o s an t e s d e n ac e r .

( Ro s e A u s í á n d e r )

ETERNA ES LA VIDA, NO LA FORMA INDIVIDUAL

Después de l nac imien to , l a muer te es e l suceso más

i mp o r t an t e d e n u e s t r a v i d a . E s l a c o n s u mac i ó n d e n u e s

t r o n a c i m i e n t o . N o n o s s o m e t e m o s a l a m u e r t e c u a n

d o m o r i m o s , n o s s o m e t e m o s a l s e g u i m i e n t o d e l a v i d a

q u e n o s ab e d e t e n e r s e .

V i d a y mu e r t e s o n , ú n i c ame n t e e n ap a r i e n c i a , o p u e s

t o s q u e s e e x c l u y e n m u t u a m e n t e . E n r e a l i d a d s o n d o s

73

aspec tos d i fe ren tes de l a m ism a d iná mica de l a v ida , com o

los polos posi t ivo y negat ivo de la corriente eléctr ica. La

to al jardín de infancia s i ya no es toy?". El ángel suspiró:

"Bien , esperaré mien t ras tu n ie to no sepa andar so lo" .



i nex i s t enc ia de un o de los dos s ign i fi car í a l a de sap ar i c ió n

d e l o t r o . A l m o r i r n o e s q u e p e r d a m o s a l g o , g a n a m o s

a lgo ; volvemos a ganar e l un iverso en tero , que se escon

de de t rás de nues t ro yo o , u t i l i zando t é rminos re l ig iosos ,

v o l v e mo s a g an a r a D i o s e n t e r ame n t e , s i n q u e e l y o l ot a p e . N o s e c i e r r a u n a p u e r t a c u a n d o m o r i m o s , s e a b r e

u n a p u e r t a .

¿ D ó n d e c r e e s q u e h a s e s t a d o t o d o e s t e t i e m p o ?

U n a an c i an a e s t ab a p l an c h an d o u n mo n t ó n d e r o p a

cuando e l ángel de l a muer te se l e acercó , d i c i endo : "Yaes hora . ¡Ven!" . La mujer con tes tó : "Bien , pero p r imero

t e n g o q u e t e r mi n a r d e p l an c h a r l a r o p a . ¿ Q u i é n l o h a r í a

s i no yo? Y luego t engo que gu i sar , po rque mi h i j a t ra ba

j a en l a t i enda y neces i t a comer cuando l l egue a casa" . E l

ángel se marchó . Después de un t i empo vo lv ió de nuevo .

Se encon t ró con l a anc iana cuando és t a sa l í a de casa . E l

ángel di jo: "¡Ven, que ya es hora!" . Y la mujer contestó:

"Pero p r imero t engo que i r a l a res idencia de anc ianos ,

d o n d e h ay u n a d o c e n a d e p e r s o n as q u e me e s t á n e s p e

r an d o , o l v i d ad as d e s u s f ami l i a s . ¿ Có mo p o d r é ab an d o

nar l as?" . E l ángel par t ió . Después de c i e r to t i empo , e l

ángel vo lv ió nuev am ente d ic i end o : "Ya es hor a . ¡Ven!" . La

anciana con tes tó : "Si , ya sé . ¿Pero qu ién l l evará a mi n ie -

74

U n o s añ o s má s t a r d e , h ac i a l a n o c h e , l a an c i an a e s t a

b a s e n t ad a , s i n t i é n d o s e mu y c an s ad a y p e n s ab a : " E n r e a

l idad , ahora podr í a ven i r e l ángel ; después de t an to t ra

ba jo , l a s a lvac ión e t e rna t i ene que ser hermosa" . E l ángel

aparec ió . La mujer p regun tó : "¿Me l l evas a l a s a lvac ióneterna?" . E l ángel , a su vez , p regun tó : "¿Y dónde crees

q u e h a s e s t ad o t o d o e s t e t i e mp o ? " .

E s t amo s c o n v e n c i d o s d e l a e x i s t e n c i a d e u n mu n d o

me j o r . C r e e mo s q u e d e b e h ab e r u n a a l t e r n a t i v a a l aq u í y

ahora que , por lo v i s to , no nos bas t a . Ped imos una c rea

c i ó n t o t a l m e n t e d i f e r e n t e , l a a c t u a l e s t á c u a j a d a d e

i mp e r f e c c i o n e s . H ab l an d o c l a r ame n t e , e s l a o b r a d e u n

c h ap u c e r o . ¿ N o p o d r í a h ab e r n o s o f r e c i d o a l g o me j o r e s a

Re a l i d ad p r i me r a q u e l o s o c c i d e n t a l e s l l amamo s d e s d e

h ac e u n o s mi l e s d e añ o s D i o s ? E s t amo s o b c e c ad o s , p e n

s an d o q u e t o d o e s t o s e a s o l ame n t e p r o v i s i o n a l . N o n o s

i n t e g r a mo s e n e l p r o c e s o c ó s m i c o , n o s d e f e n d e mo s f r en

t e a l a aparen te en t rega a l su f r imien to , a l a miser i a , a l a

mu e r t e . Y e s o q u e la e v o l u c i ón e s t á s e m b r a d a d e c a l am i

dades y de su f r imien tos . Nacer y mor i r es l a es t ruc tu ra

de es t a Real idad p r imera . I r y ven i r .

Las re l ig iones nos conf i rman ese concep to e r róneo de

la v ida , nos o f recen imágenes de esperanza . Lo verdade

ro , dicen , es t á por ven i r . E l mundo per fec to vendrá más

tarde , después de l a muer te , en e l c i e lo ; habrá un renac i -

75

mi en to m ejor has t a q ue se a l cance e l n i rvana ; o b ien resur recc ión , c i e lo y sa lvac ión e t e rna ; y l a compensac ión por

l a l igereza de l i r y ven i r , de l nacer y mor i r . Somos malosb a i l a r i n e s . S i e mp r e q u e r e mo s d a r e l p a s o q u e n o c o r r e s



todo el bien y el mal . Las rel igiones viven de esas imáge

nes de esperanza . Son im por t a n tes , porq ue s in e ll as , e l se r

humano cae en e l s insen t ido . Pero , t ambién son e l ú l t imo

baluar t e t ras e l cua l se escuda e l yo para sa lvar su con t i

nu idad . Le resu l t a r í a muy duro a l se r humano v iv i r s in

esas im ágenes de esper anza . En es t e sen t ido , la re l ig ión es

un fac to r m uy imp or t a n te en la evo luc ión . En l a lucha por

l a superv ivencia , e l se r humano no só lo neces i t a agua y

a l imen tos , t ambién neces i t a una in te rp re t ac ión de l sen

t i d o d e s u v i d a . L as r e l i g i o n e s o f r e c e n e s a s i má g e n e s .

"Algún d ía , t odo es t a rá b ien" , p rometen . "Si t e compor t as

b ien , se t e recompensará con un renac imien to mejor , conn i rvana , con l a s a lvac ión e t e rna" . También l a ps i co log ía

nos p romete muchas veces l a s a lvac ión : "Si logras desa

s i r t e de todas l as imágenes i lusor i as y dominan tes , as í

como de tu super -yo , l a v ida p lena comenzará" .

E l ser humano desea un c i e lo donde no ex i s t a e l mal

t i e mp o , n i l o s d o l o r e s d e l a s mu e l a s , n i t e r r e mo t o s , n ii n u n d ac i o n e s , n i g u e r r a s , n i e n e mi s t ad e s y p r o b l e mas .

Per o nad a ex i s te fuera de ese Pr inc ip io o r ig ina r io . Todo lo

que ocur re en noso t ros y en nues t ro en to rno es t á inc lu i

do en É l , t ambién e l su f r imien to , l a guer ra y l a muer te .

"Ser rel igioso" s ignif ica part icipar en la danza y experi

me n t a r s e c o m o b a i l a r í n y c o m o d an z a . D e s g r ac i ad a me n

te , nos fal ta la l igereza de la vida: la l igereza de la danza,

76

p o n d e e n e s e m o m e n t o . Y p o r e l l o n o s h a c e m o s u n l í o ,

nos p i samos los p ies y los de los demás . La consumación

de nues t ro anhelo es t á en noso t ros , pero lo que encon t ra

mos a l l í no es nues t ro cen t ro , s ino e l cen t ro de Dios . La

gen te busca a l s a lvador fuera de e l los mismos . Esperan

q u e J e s ú s , Sh ak y amu n i , A mi d a Bu d a o Sh i v a ac t ú e n p o r

e l los . N u e s t r o y o p u e d e i ma g i n a r s e l a p l e n i t u d ú n i c am e n

te en el tú . E l que sea mo s noso t ro s mi sm os ese tú , de l que

e s p e r a mo s t o d o , s e e s c ap a a l a r a z ó n . L a c o n s u ma c i ó n d e

nues t ro anhelo es t á en noso t ros . Rel ig ión es nues t ra v ida ,

t a l como se es t á rea l i zando . Se encuen t ra aqu í y ahora . E l

Pr inc ip io o r ig inar io se man i f i es t a en e l á rbo l como árbo l ,e n e l an i ma l c o mo an i ma l , y e n e l s e r h u man o c o mo s e r

humano y , de ex i s t i r ángel y demonio , en e l ángel como

á n g e l y e n e l d e mo n i o c o mo d e mo n i o .

Ú n i c a m e n t e e l P r i m e r O r i g e n r e n a c e r á

"¿Dónde crees que has es t ado todo es t e t i empo?" , p regun ta e l ángel de l a muer te a l a mujer . Aquí y ahora se

mani f i es t a l a Real idad p r imera . Como renac imien to y

resur recc ión se es t á rea l i zando en cada ins t an te . Nuevas

fo rmas aparecen , v i e j as fo rmas se rompen . También nues

t r a f o r ma h u man a s e r o mp e r á . Pe r o l o q u e s o mo s e n l o

más hondo , l a Real idad d iv ina (na tu ra leza esenc ia l , e l p r i

mer o r igen) es lo que se reencarna nuevamente . Surg i rá

77

ot ra vez una fo rma. E l que s iga man ten iendo una iden t i dad con l a fo rma an t igua , carece de impor t anc ia . Se enca r

N u e s t r o y o s e a p e g a a s u c o n t i n u i d a d . T i e n e q u e

h ac e r l o . Pa r a e s o l o h e mo s i d o d e s a r r o l l an d o . E s u n a



na nuevamente como l a Real idad p r imera , lo que somos

ín t imamente . Genera lmente , dec imos : "He nac ido" . Pero

en el fondo deberíamos decir : "ELLO ha nacido como yo".

Reconocer ese ELLO en noso t ros y en toda es t ruc tu ra , en

toda fo rma, se denomina conocimien to mís t i co . Recono

c e r e mo s q u e c ad a u n o d e n o s o t r o s n o e s o t r a c o s a q u e

la formación completamente individual de Dios , una ola

to t a lm ente ind iv idual de l océa no Dios . No es nues t ra v ida

la que vivimos, es la vida de Dios . Esto l leva al conoci

mien to que Shakyamuni Buda expresó en su i luminac ión :

"Soy el único en el cielo y en la t ierra" . Al mismo t iempo,

cayó en la cuen ta de que todos t i enen es t a na tu ra leza esenc i a l , de que cua lqu iera puede expresar lo de l a misma fo r

ma. Cada uno puede dec i r con Shakyamuni : "Soy e l ún i

co". (Quizás dir íamos mejor: "Soy lo único).

Y cada uno puede dec i r con Jesús : "E l Padre y yo

s o mo s u n o " , y " an t e s d e A b r ah am, y o s o y " . E s t a u n i d ad

apun ta a l a un idad de Dios con todo . "E l que me ha v i s

to a mí , ha vis to al Padre".

Ú n i c a m e n t e l a R e a l i d a d p r i m e r a r e n a c e r á . E x p e r i

mentar lo s ign i f i ca i luminac ión . ¿Por qué , pues , t emer a l

in f i e rno? ¿Por qué hab lar de mal karma? Hoy d ía , e l

mi e d o a u n D i o s c a s t i g ad o r e s s u s t i t u i d o p o r e l m i e d o

a u n ma l r e n ac i mi e n t o . E L / E L L O , s i n e mb a r g o , q u e d a

i n mac u l ad o y s e c r e a s i e mp r e c o mo u n a f o r ma n u e v a .

78

par t e esenc ia l en e l p roceso de l a evo luc ión , como l a re l i

g ión . La re l ig ión es un a "a s tuc i a de los genes" , com o d ice

Gerhard Schmied , y no l e fa l t a razón . S i rve a l a superv i

v e n c i a . H a s i d o y s i g u e s i e n d o n e c e s a r i a p a r a mu c h as

p e r s o n as p a r a s u s u p e r ac i ó n e x i s t e n c i a l , t an t o c o mo e l

agua y e l a l imen to . Pero e l s igu ien te paso en l a evo luc ión

c o n d u c e a l á m b i t o t r a n s p e r s o n a l .

J ami , un mís t i co su f í d i ce en un poema: "Quien en t re

e n l a c i u d ad d e l amo r , e n c o n t r a r á s ó l o e s p ac i o p a r a

u n o " . All í no exis te la palabra "yo". Al l í exis te solamente

l a p a l ab r a " n o s o t r o s " , me j o r aú n , l a p a l ab r a U n o . Se n t i r

n o s s e p a r a d o s d e t o d o e s e l t r i b u t o q u e t e n e m o s q u ep ag a r p o r h ab e r l l e g ad o a s e r p e r s o n as , p o r h ab e r e me r

g i d o d e s d e u n a p r e c o n c i e n c i a s i mb i ó t i c a . A ú n n o s ab e

mos cómo t ra t a r es t e don que es e l "yo" . Nos ha conde

nado a l a i s l amien to . Cons t ru imos ver j as , dec imos "mi" ,

d e f e n d e mo s n u e s t r a s p o s e s i o n e s o q u e r e mo s q u i t a r l e s

a lgo a los demás . Es e l g ran p rob lema de l ind iv iduo , pero

también de l as t r ibus y de los pueb los .

E l que qu iera en t ra r en l a d imens ión de lo d iv ino

( c o mo c r i s t i an o s l o d e n o mi n amo s " Re i n o d e D i o s " ) , t i e

ne que t raspasar una f ron tera . T iene que sa l i r de l a i s l a

mien to de l yo . En t ra en un campo que aún no es t á d iv i

d i d o e n c o n c e p t o s o p u e s t o s : e s p í r i t u - m a t e r i a , l u z -

o s c u r i d ad , b i e n - ma l , s a l v ac i ó n - d e s g r ac i a . L o q u e l l ama-

79

m o s " p e r s o n a " e s u n a " p e r s o n a t e m p o r a l " . E x p e r i m e n

t amo s n u e s t r a " p e r s o n a a t e mp o r a l " c u an d o q u e d e r e l e

E terna no es l a fo rma ind iv idual , s ino l a v ida . Esa

v i d a n o c o n o c e c amb i o s , n i t i e mp o , n i e s p ac i o . T i e mp o



g ad a l a " p e r s o n a t e mp o r a l " .

No se t ra t a , pues , de perpe tuar e l yo , s ino de qu i t a r

f ron teras , de ab r i rnos a l vac ío , donde no hay n i t i empo

ni espac io . La muer te de l yo s ign i f i ca en t ra r en una nue

va fo rma de ser . Es to es lo que nos anuncia l a resu r recc ión de Jesús .

Pe r o c o n e s t a d e s c r i p c i ó n n o h e mo s ad e l an t ad o n ad a ,

p o r q u e u n a v e z má s i n t e n t amo s v an ame n t e d e s c r i b i r e s e

n ive l t an d i fe ren te con concep tos de nues t ra concienc ia

de l yo , que dan l a impres ión de que nues t ro yo segu i rá ,

t ras l a muer te , en una nueva fo rma de ser .

Somos l a co r r i en te energé t i ca d iv ina . Es t a co r r i en te

crea cons t an temente a lgo nuevo . En l a o l a de l mar , des

p u é s d e u n o s c u an t o s me t r o s , y a n o q u e d a n ad a d e l ag u a

an t e r i o r . Ú n i c ame n t e l a e n e r g í a p r o s i g u e y v a c r e an d o

o las nuevas , con agua s i empre nueva . Ese f lu jo energé t i

c o t amb i é n p r o s e g u i r á e n n u e s t r a v i d a . Pe r o e s s o l ame n

te es t a co r r i en te energé t i ca l a que segu i rá , y no l a mismaf o r ma , n o l a mi s ma e s t r u c t u r a p e r s o n a l . Q u e r e mo s s a l

v ag u a r d a r n u e s t r a e s t r u c t u r a p e r s o n a l p a r a l a e t e r n i d ad .

Pero no será as í . La es t ruc tu ra de l yo es t an só lo un con

g l o me r ad o d e ac t i v i d ad e s p s í q u i c a s q u e r e c i b e n s u p e r

man e n c i a y s o l i d e z d e b i d o a n u e s t r a me mo r i a . L o q u e

r e n ac e r á s e r á ú n i c ame n t e l a Re a l i d ad o r i g i n a r i a , q u e e n

O c c i d e n t e l l amamo s D i o s .

80

y espac io su rgen por e l deven i r de l as fo rmas , que van y

v i e n e n . E n e l n i v e l d e l a s f o r mas p o d e mo s h ab l a r d e

p a s a d o y f u t u r o . Pe r o , a fi n d e c u e n t a s , n o e x i s te n i n g ú n

p u n t o o me g a , n i n g u n a c i ma , n i n g ú n e s t an c ami e n t o . So l a

me n t e e x i s t e l a d an z a a t e mp o r a l q u e l a v i d a e f e c t ú ac o mo e v o l u c i ó n . So l ame n t e e x i s t e n a l p h a y o m e g a . E l

s e n t i d o d e l a d an z a n o c o n s i s t e e n t e r mi n a r l a . E s t á e n

l a d a n z a m i s m a .

El sen t ido de l a v ida no cons i s t e en v iv i r cuan to más

me j o r , s i n o e n v i v i r mo me n t o a mo me n t o .

L a R e a l i d a d p r i m e r a e s t i e m p o y a t e m p o r a l i d a d .I g u a l q u e u n a r e g l a g r a d u a d a e s u n a u n i d a d , c o n u n a

c a r a d o n d e f i g u r a l a d i v i s i ó n mé t r i c a y c o n o t r a c a r a

d o n d e n o f i g u r a n ad a , a s í t amb i é n l a Re a l i d ad o r i g i n a

r i a D i o s e s u n a u n i d ad d e t i e mp o y a t e m p o r a l i d a d , d e

e s p a c i o y a u s e n c i a d e e s p a c i o . C u a n d o t r a s c e n d e m o s l a

c á r c e l d e n u e s t r o y o e n t r amo s e n e l mu n d o d e l a u n i

d ad , d e l v ac í o y d e l a a t e mp o r a l i d ad . Ú n i c ame n t e a l l í

p o d e m o s e x p e r i m e n t a r l o q u e e s n i r v a n a y r e s u r r e c

c i ó n .

L as r e li g i o n es t e í s ta s d e n o mi n an e s t a Re a l i d ad ú l t i ma

"Dios" . Pe r o l a p a l ab r a " D i o s " p a r a mu c h as p e r s o n as

q u e d a l i g ad a a u n a i d e a d u a l i s t a : n o s o t r o s e s t amo s aq u í ,

y Dios a l l á ; noso t ros aba jo , y Dios a r r iba .

81

N a c i m i e n t o y m u e r te d e b e n t r a n s c e n d e r s e

La mís t i ca au tén t i ca def ine e l concep to de inmor ta l i

c i a : d e l a e x p e r i e n c i a d e u n i d ad s u r g e l a c o mp as i ó n , e lam o r h ac i a t o d o s l o s s e r e s . E n t o n c e s y a n o h ay u n am o r



dad de fo rma d i fe ren te que l as re l ig iones . Por e l lo , t am

p o c o c o n o c e l a id e a d el r e n ac i m i e n t o , s i n o ú n i c am e n t e l a

de no-nac ido y no-ex t ingu ido . No se t ra t a de l a ex t inc ión

d e l a mu e r t e c o n e l f i n d e v i v i r e t e r n ame n t e , s i n o d e

t r a n s c e n d e r n a c i m i e n t o y m u e r t e . N o s c o n s i d e r a m o s

mo r t a l e s p o r q u e c r e e mo s q u e n ac i mi e n t o y mu e r t e e x i s

t en . Pero no somos mor ta l es por t ener una ex i s t enc ia

t rans i to r i a , s ino porque nues t ra concienc ia de l yo v ive

cons tan temente e l nacer y e l mor i r . Lo que somos en lo

más p ro fundo es a t empora l ; aparece t an só lo en e l t i em

p o y e n la f o r ma , ú n i c a me n t e c am b i an l os v e s t id o s , p e r o

n o l a n a t u r a l e z a .

L a Unió mystica es l a exper i enc ia de l a un idad de fo r

ma y vac ío . Es l a exper i enc ia de l a un idad de l a p rop ia

i d e n t i d ad c o n l a Re a l i d ad p r i me r a . E n t é r mi n o s c r i s t i a

n o s , p o d r í am o s d e c i r q u e e s l a u n i d a d d e Cr e ad o r y c r i a

tu ra . Ni rvana es e l es t ado en e l que v ive l a persona que

h a r e a l i z ad o e l c o n o c i mi e n t o d e l a n a t u r a l e z a e s e n c i a l

( l a esenc ia au tén t i ca de l as cosas ) . Eso va le para todas

l a s p o s i b i l i d ad e s d e e x i s t e n c i a , c o n i n d e p e n d e n c i a d e

q u e l a i d e n t i d ad p e r s o n a l s e man t e n g a o n o a l mo r i r y

e n t r e t amb i é n e n u n a n u e v a e x i s t e n c i a . N o h ay n i n g u n a

d i f e r e n c i a e s e n c i a l e n t r e samsara y nirvana. E s e c o n o c i

mi e n t o d e l a n a t u r a l e z a e s e n c i a l t i e n e u n a c o n s e c u e n -

82

hacia un tú . Es e l amor que t i ene nues t ro so l , que no

p r e g u n t a s i s o mo s b u e n o s o ma l o s . Po r s u p u e s t o q u e

puedo dec i r que amo mis o jos , mi p ie rna , pero en e l fon

d o n o e s c o r r e c t a l a p a l ab r a . Po r q u e y o s o y mi p i e r n a ,

soy mis o jos .Las re l ig iones t e í s t as d icen que s i se pud iera bor rar l a

mu e r t e , t e n d r í amo s c o n s e g u r i d ad l a v i d a e t e r n a . Pe r o

con e l lo dan por supues to que l a v ida puede ex t ingu i rse .

L a mí s t i c a e s mu c h o má s c o n s e c u e n t e . L a v i d a n o p u e d e

e x t i n g u i r s e . L a n a t u r a l e z a má s p r o f u n d a d e l s e r h u man o

e s n o - n ac i d a e i n mo r t a l . L a c au s a d e n ac i mi e n t o y mu e r t e es nues t ro yo . Nues t ro yo fo rma un con jun to ind iv i s i

b l e c o n n ac i mi e n t o y mu e r t e . N u e s t r o y o b u s c a l a p e r

manencia ; por eso ex i s t en nacer y mor i r . La av idez de

n u e s t r o y o q u i e r e l a c o n t i n u i d ad . E s a av i d e z s e b a s a e n

la ignoranc ia y fa l t a de exper i enc ia de l a na tu ra leza p ro

p i a . U n a v e z q u e e s a i g n o r an c i a q u e d a e l i m i n ad a , t am

b ién desaparece l a av idez por l a permanencia y , con e l lo ,

e l miedo a l a muer te . La mís t i ca , t an to de Or ien te como

d e O c c i d e n t e , i n t e n t a d e s p e r t a r n o s a n u e s t r a n a t u r a l e z a

au t é n t i c a , q u e e s t á l i b r e d e n ac i mi e n t o y mu e r t e . Pa r a

a l c an z a r l a p l e n i t u d , n o s e t r a t a d e r e c h az a r e l n ac e r y

m o r i r , p o r q u e e s D i o s m i s m o e l q u e s e r e a l i z a c o m o

n u e s t r o n ac e r y mo r i r

83

Ú n i c ame n t e e n c o n t r amo s l a i n mo r t a l i d ad e n e l i n s t an te , o no l a encon t raremos . "Dices que l l egarás a ver a

Dios y su luz. ¡Oh, nec io, nu nc a le verá s , si no le ves hoy !"

¿ Po d e mo s p r o n u n c i a r n o s o t r o s t amb i é n e s t a s f r a s e s ?"Antes de que Abraham ex i s t i e ra , yo soy" . "Cuando re to r

ne a Dios , nad ie m e echó de m en os a l l í . No he es t a do fue



(Ángelus Si les ius ) . La inm or ta l ida d e s t á en e l ins t an te , en

la rea l i zac ión de l a Real idad aqu í y ahora , es t á en lo que

h a y a h o r a .

LA MUERTE NO EXISTE

Y le d i je ron : "¿Aún no t i enes c incue n ta año s y ha s v i s

to a Abraham?" . Jesús l es respond ió : "En verdad , en ver

da d os d igo : an te s de que Abra ham ex i s t ie ra , Yo Soy" ( Jn

8 ,57) . Rose Aus lánder escr ib ió : "Antes de nac er Jesús e ra

resuc i t ado . Mor i r no va le para Dios y sus h i jos . Somosr e s u c i t ad o s an t e s d e n ac e r " .

Rumí escr ib ió en una poes í a : "Antes de ex i s t i r en es t e

m u n d o j a r d í n , v id o u v a , n u e s t r a a l m a y a e s tab a e b r i a d e l

v ino de l a inmor ta l idad" .

E c k h a r t p r e d i c ab a : " Cu an d o r e t o r n e a 'D i o s ' . . . c u an d o

entre en el fondo, en la base, en el r ío y la fuente de la

d i v i n i d ad , n ad i e me p r e g u n t a r á d e d ó n d e v e n g o o d ó n d e

he es t ado . Nad ie me echó de menos a l l í " (Sermón 26) . Y

pros ig ue: "Y, po r e l lo, soy no-n ac id o y , por e l lo , no mo r i

ré j amás . Deb ido a l hecho de no-nac ido he ex i s t ido des

d e s i e mp r e y s o y ah o r a y p e r man e c e r é e t e r n ame n t e . L o

q u e s o y p o r mi n ac i mi e n t o , mo r i r á y q u e d a r á r e d u c i d o a

l a nada , pues es t rans i to r io" .

84

ra . Nunca he es t ado fuera de Dios" .

E n e l b au t i s m o s e n o s c o n f i r mó e s t a u n i d a d c o n D i o s .

N o s e l av ó n i n g u n a m an c h a . I g u a l q u e o c u r r i ó c o n J e s ú s ,

e l c i e lo se ab r ió y una voz d i jo : "És te es mi h i jo amado ,és t a es mi h i j a amada" .

Cuando se me conced ió t raspasar los l ími tes de mi yo ,

conocí que e l mor i r no ex i s t e . En una ocas ión es tuve en

e l u mb r a l , d i s p u e s t o a ma r c h a r me . N o s e t r a t ab a d e a l g o

que l l egó a su f in , fue una inv i t ac ión a una rea l idad vas

t a y gozosa . Se o r ig inó un s i l enc io incre íb le . También

podr í a dec i r un vac ío , pero ese vac ío t en ía una cua l idad .Me i n v i t ó a v e n i r , p e r o aú n n o t o c ab a ma r c h a r me . Co m

prend í con g ran c l a r idad : no es pos ib le querer i r hac i a

a l l á . T ienes que ser l l amado . Las cosas e ran lo que son .

Y, de repen te , no hab ía n inguna d iv i s ión , nada enf ren te ,

s i m p l e m e n t e u n i d a d .

Lo que se me quedó g rabado fue l a cer t eza de que nosoy lo que hab ía c re ído ser , y de que todo emana de l a

e s e n c i a q u e d e n o mi n amo s D i o s , y q u e n ad a p u e d e e s t a r

separado de e l l a . Y o t ra cosa se me ac l a ró : Ni s iqu iera

aq u e l l o q u e l l amamo s e l ma l e s t á s e p a r ad o . E s ú n i c a

me n t e f a l t a d e c o n o c i mi e n t o . Me l l e n ó u n p r o f u n d o r e s

p e t o h ac i a l o s d e má s y u n r e s p e t o s ag r ad o an t e mi mi s

m o , de mi p rop ia d ign idad e , i nc luso , de l a d ign idad de

85

l o s t e r r o r i s t a s y d e l o s a t o r me n t ad o r e s i n h u man o s . N ad a

queda exc lu ido . Cada ser es un cen t ro esp i r i tua l lumi

E l o c a s o e s t r an s i c i ó n a o t r a f o r ma d e e x i s t e n c i a .O c a s o s u p o n e s u p e r v i v e n c i a d e u n a f o r m a d i f e r e n t e

-no en e l sen t ido de l a superv ivencia de l yo , s ino en e l



noso . Cuando se cae e l envo l to r io , e l se r humano exper i

me n t a s u o r i g e n y s e d a c u e n t a q u e n u n c a h a e s t ad o e n

o t r a p a r t e . L a e x p e r i e n c i a d e s e mb o c ó e n u n a g r an h u m i l

d ad y e n u n man d a t o mu y c l a r o : ay u d a r a o t r o s a t e n e r

e s t a e x p e r i e n c i a .

Dios es l a po tenc ia fo rmat iva en toda fo rma. Dios

n u n c a e x i s t e s i n f o r ma , s e e s t á e n c a r n an d o c o n s t an t e

me n t e . E s t a Re a l i d ad o r i g i n a r i a q u e Je s ú s ll amó " P ad r e " ,

se vue lve fo rma como logos, es dec i r , como f lo r , como

b e s t i a , c o mo g a l ax i a , c o mo c o s mo s , c o mo s e r h u man o ,

como yo mismo. Se vuelve f igura como todo lo que t i ene

figura. E stá en ter am en te en tod a f igura.

Eckhar t d i ce : "Quien posee a Dios as í , en su esenc ia ,

lo toma a l modo d iv ino , y Dios resp landece para é l en

todas l as cosas ; porque todas l as cosas t i enen para é l

sabor de Dios , y l a imagen de Dios se l e hace v i s ib le en

todas l as cosas . Dios re luce en é l en todo momento , y en

s u f u e r o í n t i mo s e p r o d u c e u n d e s a s i mi e n t o l i b e r t ad o r ys e l e i mp r i me l a i mag e n d e s u D i o s amad o y p r e s e n t e "

(Sermón 6) . En e l s aborear en e l que Dios se saborea ,

s ab o r e a a t o d a s l a s c r i a t u r a s , n o c o m o c r i a t u r a s , s i n o l a s

cr i a tu ras como Dios . En e l s aborear , en e l que Dios se

s ab o r e a , s ab o r e a a t o d a s l a s c o s a s " ( Se r mó n 2 6 ) .

T amb i é n l a mu e r t e s ab e a D i o s . L o a t e mp o r a l d e s c o

n o c e n ac e r y mo r i r .

86

s e n t i d o d e l a c o n t i n u i d a d d e n u e s t r a i d e n t i d a d v e r d a

d e r a .

S i u n b a i l a r í n t e r m i n a u n p a s o p a r a d a r u n o n u e v o ,

es to no s ign i f i ca e l f in de l a danza . Es l a con t inu idad de

l a d an z a , d e u n p a s o n u e v o d e l a d an z a . D i o s b a i l a s u

c r e a c i ó n . T a m b i é n n o s o t r o s s o m o s b a i l a r i n e s y d a n z a y

u n p a s o i n d i v i d u a l , ú n i c o , i n c o n f u n d i b l e d e l a d an z a

d e D i o s . Cu an d o u n v i o l i n i s t a t o c a e l s i g u i e n t e s o n i d o ,

n o s u p o n e e l f i n d e l a me l o d í a , s i n o l a c o n t i n u i d ad d e

l a mú s i c a . D i o s r e s u r g e e n e l á r b o l c o mo á r b o l , e n e l

s e r h u m a n o c o m o s e r h u m a n o y e n l a g a l a x i a c o m ogalax ia . En e l ocaso es e l ocaso . Y , de es t a fo rma, e l

ocaso es en rea l idad e l a lba , es l a rea l i zac ión de Dios ,

es l a evo luc ión de Dios .

N ac e r y mo r i r s o n l a e s t r u c t u r a d e D i o s . L a mu e r t e

n o e x i s t e , ú n i c a m e n t e e l a l u m b r a m i e n t o d e s í m i s m o

por par t e de Dios en e l i r y ven i r . Y l a ex t inc ión rev i s t e

l a m i s m a i m p o r t a n c i a q u e e l r e t o r n o . T a m b i é n e l o c a s o

e s e l l a t i d o d e l c o r az ó n d e D i o s , n o s o l ame n t e l a r e s u

r r e c c i ó n .

N u e s t r o v e r d a d e r o p r o b l e m a n o r a d i c a e n e l m o r i r ,

s i n o e n n u e s t r o a p e g o a u n a f o r m a d e t e r m i n a d a , a l a

q u e e s t a m o s t e n i e n d o a h o r a m i s m o . T o d a f i g u r a t i e n e

u n a i mp o r t an c i a i n c o n f u n d i b l e . T a l c o mo s o y , s o y l a

87

man i f e s t a c i ó n d e l a Re a l i d ad o r i g i n a r i a D i o s . Mi v e r

d a d e r a t a r e a c o n s i s t e e n s e r p e r s o n a . S e r p e r s o n a y

d e s p l e g a r t o d o mi p o t e n c i a l v i t a l . So y u n a e x p o s i c i ó n

ción , nos ab r imos a e l l a . No somos los buscadores , somosl o s b u s c a d o s . S a l v a c i ó n s i g n i f i c a c a e r e n l a c u e n t a d e

nues t ra v ida d iv ina .



única de Dios , lo mismo da s i vue lvo a resurg i r o no , y

cómo resurg i ré . En cua lqu ier f igura pos ib le soy l a f igu

ra de Dios .

Por el lo digo Si a la f igura q ue t engo y l a ce lebro co m oun cu l to d iv ino . Ése es e l mandato verdadero que t ene

m o s : vivir a Dios en es ta f igura y celebrar nuestra vida

como v ida de Dios . Es impos ib le sa l imos fuera de l Pr in

c ip io o r ig inar io d iv ino .

Po r e l l o , n o me p r e o c u p a e l t e ma d e l r e n ac i mi e n t o .

Ú n i c a m e n t e D i os r e n a c e r á . ¿ P o r q u é t e n e r m i e d o ? E n

es to cons i s t e l a re l ig ión au tén t i ca . A Dios no se le vene ra

en es t a o aquel l a montaña . Se l e adora en e l esp í r i tu y en

la verda d . Exp er im enta r lo co m o mi v ida es lo que yo con

s idero "adorar a Dios en esp í r i tu y en verdad" . Todas l as

re l ig iones deber í an conduci r a sus adep tos a es t e conoci

mi e n t o . T o d as l a s r e l i g i o n e s s o n c ami n o s q u e c o n d u c e n

a la experiencia del i r y venir de Dios .

L a s a l v a c i ó n s i e m p r e e x i s t e

La sa lvac ión no es a lgo que ha de ven i r . Tan só lo nos

tenemos que abr i r a e l l a . Las po tenc ias de l a Real idad

o r i g i n a r i a , a l a q u e h e mo s d ad o t an t o s n o mb r e s , n o s i m

p u l s a a e s t a ap e r t u r a . N o s o t r o s n o g e n e r amo s l a s a l v a -

88

So mo s u n a e p i f an í a d e D i o s . So mo s h i j o s e h i j a s d e

D i o s . L o s c ami n o s e s p i r i t u a l e s n o s e n s e ñ an q u e e l d e s a

s i mi e n t o p e r mi t e l a i r r u p c i ó n d e n u e s t r o au t é n t i c o Se r

i n m o r t a l . L o s c a m i n o s e s p i r i t u a l e s n o s e n s e ñ a n q u eel Sí a l a muer te es l a puer t a de en t rada a l a v ida . "La

mu e r t e " , me d i j o u n a mo r i b u n d a , " e s e l b e s o d e D i o s

q u e m e d e s p i e r t a a u n a e x i s t e n c i a n u e v a " . A l g ú n d í a ,

c u an d o c o mp r e n d amo s r e a l me n t e q u i e n e s s o mo s , c e l e

b r a r e mo s n u e s t r a mu e r t e t an t o c o mo n u e s t r o n ac i mi e n t o

c a r n a l .

N o s e t r a t a d e l a e x t i n c i ó n d e l a mu e r t e c o n e l f i n

d e v i v i r e t e r n ame n t e , s i n o d e t r an s c e n d e r n ac i mi e n t o y

mu e r t e . N o s c o n s i d e r amo s mo r t a l e s p o r q u e v amo s a p e r

der l a f igura ex ter io r . Pero lo que somos rea lmente no

c o n o c e n i n ac i mi e n t o n i mu e r t e .

" So y n o - n ac i d o , y s e g ú n mi mo d o n o - n ac i d o , n u n c a

m o r i r é . S e g ú n m i m o d o n o - n a c i d o h e s i d o e t e r n a m e n

t e y s o y ah o r a y s e r é e n l a e t e r n i d ad . Cu an d o r e t o r n e

a 'Dios ' . . . mi i r rupc ión (a l a d iv in idad) será mucho más

nob le que mi sa l ida . . . Cuando en t re en e l fondo , en l a

b a s e , en el r ío y en la fuente de la divinidad, nadie me

p r e g u n t a r á d e d ó n d e v e n g o o d ó n d e h e e s t ad o . A llí n ad i e

me h a e c h ad o d e me n o s " ( E c k h a r t , s e r mó n 2 6 ) .

89

PERDER PARA GANAR

"El que a m a su v ida , l a p i e rde ; y e l que cons id ere

Pe r o p a r a e x p e r i me n t a r e s t e n ac i mi e n t o e t e r n o t e n e mo s q u e d e s c o r r e r l a c o r t i n a q u e n o s i mp i d e v e r n u e s t r a

n a t u r a l e z a v e r d ad e r a . Se t r a t a d e má s v i d a , n o d e me n o s .



su v ida ins ign i f i can te en es t e mundo , l a guardará

p a r a u n a v i d a e t e r n a" .

(Jn 12,25)

"Quien in ten te guardar su v ida , l a perderá ;y qu ien l a p ie rda , l a conservará" .

(Le 17,33)

Pe r d e r p a r a g an a r . T a l d e c l a r ac i ó n c o n t r ad i c e c o m

p l e t a m e n t e l a l ó g i c a q u e i m p e r a e n n u e s t r a s o c i e d a d :

c ad a v e z más cosas, cada vez más depr i sa , cada vez más

r i c o , c ad a v e z má s g r an d e .

Muchas veces se in t e rp re t an de fo rma mora l los pá

r ra fos de l Evangel io c i t ados más a r r iba . Como s i tuv iéra

mo s q u e r e n u n c i a r a mu c h as c o s a s p a r a s e r s a l v ad o s .

P e r o , para mí , e l sen t ido es mucho más p ro fundo . Se t ra

t a de "más v ida" . No se t ra t a de renunciac ión , se t ra t a de

d e s a s i r s e p a r a s e r má s . Se t r a t a d e u n a r i q u e z a n u e v a .Pero esa r iqueza se encuen t ra en un n ive l d i fe ren te .

Jesús d i jo a Nicodemo: T ienes que renacer para a l can

zar ese n ive l . Tu nac imien to f í s i co no bas t a . Tu padre

t e r r e s t r e e s s o l ame n t e t u p ad r e e n u n a p a r t e mu y p e q u e

ñ a . D i o s e s t u p ad r e v e r d a d e r o . T i e n e s q u e e x p e r i m e n t a r

t u n ac i mi e n t o e t e r n o . T u n ac i mi e n t o d e D i o s . T u v i d a

a u t é n t i c a .

90

Tenemos que so l t a r lo que impide nues t ra v i s t a . Ése n ive l

de l Reino de Dios es t á en noso t ros , no conoce muer te

a lguna , y qu iere ser v iv ido aqu í y ahora .

La mayor í a de noso t ros c ree que l a fe l i c idad se enc u e n t r a e n l a s c o s a s e x t e r i o r e s : e n e l é x i t o p r o f e s i o n a l ,

l a c a s a , e l c o c h e , l a c u e n t a b an c ad a , l a p a r e j a , l a s v ac a

c iones , b i enes t a r y d ivers ión . Ta l conv icc ión es t á aboca

da a una g ran decepción . "La v ida no puede cons i s t i r só lo

e n e s t o " . N o s p r e g u n t amo s : " ¿ H ab r á a l g o má s ? ¿ E s e s t o

t o d o ? " . Pr e c i s am e n t e c u an d o la s p e r s o n as p o s e e n t o d o

en e l ámbi to mater i a l , es t e in t e r rogan te su rge con fuerza .

Leí en un l ibro de Mart in Walser: "Así pues , s i exis te

esa f rus t rac ión muy en lo ín t imo , que s i empre me h izo

p e n s a r q u e a l g ú n d í a c o me n z a r í a l a v i d a , an t e s d e q u e

l l egara l a ve jez . . . Pues , ún icamente v ino l a ve jez y no l a

v ida" . Es t e r r ib le que una persona t enga que admi t i r

e s to . Ha v iv ido una v ida anod ina , s in n i s iqu iera darse

c u e n t a .

E n el c am i n o e s p i r it u a l i n t e n t am o s d e s c u b r i r e s p ac i o s

e n n o s o t r o s q u e p a r e c e n e s t a r s e p a r ad o s d e n u e s t r o y o ,

p e r o q u e s u p o n e n n u e s t r a v i d a v e r d ad e r a . E s p ac i o s q u e

n o s d an r e s p u e s t a s i n c l u s o c u an d o e s t amo s e n e l p a r o o

c u a n d o s o mo s v i ej os , au n q u e e l mé d i c o n o s d i ag n o s t i q u e

u n a e n f e r me d ad i n c u r ab l e , c u an d o t e n g amo s q u e s u s -

91

p e n d e r p a g o s e n n u e s t r a e m p r e s a , c u a n d o n o e n c o n t r e mo s u n p u e s t o d e t r ab a j o a l t e r mi n a r l o s e s t u d i o s . . .

¿Sigue en tonces v igen te l a f rase : perder para ganar?

s i tuac iones d i f í c i l es me d igo a mi mismo: "Dios en míq u i e r e a n d a r s o b r e e s t a t i e r r a , e n e s t a é p o c a , e n e s t e

lugar , en es t a s i tuac ión desesperada" . Pero no es un Dios



No tenemos más so luc ión que e l Sí . Po r s u p u e s t o ,

h a r e mo s t o d o l o p o s i b l e p a r a c amb i a r l a s i t u ac i ó n . Pe r o

hay exper i enc ias l ími tes en l as que , por mucho que lo

q u e r amo s , n o p o d e mo s h ac e r y a n ad a . P r e c i s ame n t e e n

esas c i rcuns t anc ias t i ene v igencia l a f rase : "Perder para

ganar" . Dicho , no desde una pos tu ra fa t a l i s t a , s ino desde

la conv icc ión de que l a v ida p ros igue . A lo mejor , en to n

ces, ot ras cosas se vue lven más impor t an tes .

" D o n d e h ay a u n a r u i n a , h ay e s p e r an z a d e e n c o n t r a r

un t e so ro . ¿Por qué no busc as e l t eso ro "Dios" en e l co ra

zón deso lado?" (Rumi) . Inc luso cuando l a v ida se nosf igura un a ru ina , inc luso cua nd o a veces nos da l a imp re

s i ó n d e q u e t o d o s e h ay a d e r r u mb ad o , n ad i e n i n ad a

tocará es t e t eso ro , nues t ra v ida au tén t i ca . Con f recuencia

es un desas t re to t a l e l que nos ab re l a puer t a a lo esen

c i a l . A veces es la ame na za d e la mue r te m ism a l a que

nos abre l a puer t a a nues t ro n ive l au tén t i co de l Ser .

No me resu l t a fác i l hacer es t as dec larac iones . Temo

s e r ma l e n t e n d i d o . " Pe r d e r p a r a g an a r " . Cu an d o p e r d a

mo s n u e s t r o t r ab a j o , e s D i o s e n e s t a e s t r u c t u r a h u man a

q u i e n p i e r d e e l t r ab a j o . S i t e n e mo s q u e d e c l a r a r n o s

inso lven tes , es Dios qu ien t i ene que cer rar en noso t ros su

negocio . Es E l qu ien se en tera en mí de l d i agnós t i co de l

m é d i c o : e n f e r m e d a d i n c u r a b l e . P r e c i s a m e n t e e n e s t a s

92

den t ro de mí , es Dios que v ive como mi f igura humana .

E n t o n c e s c a e r e m o s e n l a c u e n t a : s o y u n a " p e r s o n a

D i o s q u e p ad e c e " e n e s te d e s am p a r o y d e s e s p e r ac i ó n . N o

es n ingún mensa je fác i l . Nues t ra razón no lo cap ta . Aa l g u n as p e r s o n as l e s p a r e c e r á u n a b u r l a . Pe r o n o t e n g o

n i n g u n a o t r a s o l u c i ó n . N u n c a e s t amo s a i s l ad o s a l l í d o n

d e n o s e x p e r i me n t amo s c o mo u n o c o n e s t a Re a l i d ad o r i

g i n a r i a D i o s . So mo s e s t a v i d a a t e mp o r a l d e D i o s q u e

an d a s o b r e e s t a t i e r r a aq u í y ah o r a .

A m o l a i m a g e n d e l a v i d y d e l s a r m i e n t o . C u a n d o

e l s a r mi e n t o r e c o n o c e q u i e n e s , c o n o c e q u e e s l a v i d .

Cuando es t á en fermo, l a v id en tera es t á en ferma, y todos

e s t amo s e n t o n c e s e n f e r mo s , t amb i é n D i o s , y s u f r e c o mo

e s t a f o r ma .

A l c an z a r e mo s l a c e r t e z a d e e s t a r e a l i d ad s o l ame n t e s i

p e n e t r amo s e n l a p r o p i a p r o f u n d i d ad , q u e s i e mp r e e s í a

p ro fund idad de Dios . Al l í no hay nada d i fe ren te . Cuando

e x p e r i m e n t e m o s q u e t a m b i é n s o m o s v i d , n o s h a r e m o s

s o l i d a r i o s , ay u d á n d o n o s mu t u ame n t e e n l a n e c e s i d ad .

Porque no hay n ingún o t ro . No hay nada que no sea l a

vid Dios .

¿ Y q u é o c u r r i ó c o n e l t s u n ami , c o n e l t e r r e mo t o d o n

d e mi l e s y mi l e s d e p e r s o n as mu r i e r o n ? H an p e r d i d o ,

93

¿ t amb i é n h an g an ad o ? D i o s t amb i é n s e man i f e s t ó c o mo

el t sunami . Viv ió y mur ió como todos los que perec ieron .

Y l a v ida de todos los que m ur ie ron es su v ida y con t i núa , F I N D E L M U N D O



a u n q u e n o s e p a m o s c ó m o .

He escuchado homi l í as sobre l a ca tás t ro fe de l t suna

m i . Ninguna me parec ió sa t i s fac to r i a . La idea de un Dios

en e l ex ter io r de l a c reac ión no apor t a n inguna so luc iónsa t i s fac to r i a . Porque en tonces acusaré a t a l Dios por no

i mp e d i r l o .

Dios es lo que se es t á l l evando a cabo . Se rea l i za t am

b ién como nues t ro mor i r . Pero l a muer te no ex i s t e . ¿Cómo

p o d r í a mo r i r l a v i d a d e D i o s q u e s o mo s ? Pe r d e r p a r a

g an a r . E s t o e s t am b i é n n u e s t r o c o n s u e l o a l mo r i r . Pe r d e r

e s t a v i d a p a r a g an a r a l g o mu c h o may o r . Pu e d e q u e n u e s

t ra razón se rebe le con t ra es to , pero no conozco n inguna

o t ra so luc ión . E l que qu iera guardar su v ida , l a perderá .

Quien l a p ie rde como v ida d iv ina , só lo ganará .

94

Y O R I G E N D E L M U N D O

Luego vi un cielo nuevo y una tierra nueva;

porque el primer cielo

y la primera tierra desaparecieron.

(Ap2J,J)

TAMBIÉN EL FIN DEL MUNDO SABE A DIOS

U n mo n j e p r e g u n t ó a D a i z u i : " Cu an d o a r d a e l f u e

g o kalpa y e l g r a n u n i v e r s o p e r e z c a , E L L O t a m b i é n

perecerá?" . " ¡Perecerá!" con tes tó Daizu i . E l monje p re

g u n t ó i n c r é d u l o : " ¿ E L L O d e s ap a r e c e r á v e r d ad e r ame n

t e c o n t o d o l o d e má s ? " . " E L L O p e r e c e r á c o n t o d o l o

demás" , d i jo Daizu i .

E l mo n j e n o s e q u e d ó c o n t e n t o c o n e s t a r e s p u e s t a

y fue a ver a o t ro maes t ro . Pregun tó a Ryusa i : "Cuándo

e l g r an f u e g o k a l p a a r d a y e l u n i v e r s o s e d e s t r u y a ,

¿ELLO tam bién se des t ru i rá o no?" . Ryusa i d i jo : "No se

des t ru i rá" . E l monje d i jo : "¿Por qué no se des t ru i rá?" .

Ryusa i d i jo : "Porque ELLO es lo mismo que e l un iver

so " (Hekiganroku 29) .

95

Si t raducimos l a conversac ión de l monje con Daizu i a

l a t e rmino log ía c r i s t i ana , l a p regun ta ser í a : "Si e l mundo

perece , ¿ t ambién perece Dios?" . Y l a respues t a ser í a : "É l

La p regun ta de l monje su rge de l a concienc ia rac io n a l . É s t a s ó l o p u e d e i mag i n a r s e a l o U N O s e p a r ad o d e

t o d o , como s i es tuv iese sen tado en a lgún lugar ex ter io r ,



t amb i é n p e r e c e r á " .

Cu an d o s e d e r r u mb a r o n l a s d o s T o r r e s d e N u e v a

York , todo era g r i tos , co r rer , l l o rar , miedo . ¿Qué t i ene

que ver eso con es t e koan? La mís t i ca no hab la nunca de lf u t u r o . H ab l a d e l mo me n t o p r e s e n t e , d e l ah o r a . N o s e

t ra t a de l a p regun ta : "¿Cómo segu i r?" . Se t ra t a de l mo

me n t o p r e s e n t e . N ad a d e i má g e n e s d e e s p e r an z a d e l c i e

lo , nada de renacer , de vengarse . La t raged ia , e l a t en tado

ter ro r i s t a , son mani fe s t ac ión de lo Uno igua l que lo espe-

ranzador . Por eso , l a mís t i ca nos aconse ja v iv i r nues t ra

v i d a d e mo me n t o e n mo me n t o . N ad i e y n ad a p u e d e q u e d a r ap a r t ad o d e l o U n o , t amp o c o e l d e r r u mb ami e n t o d e

las Torres , t ampoco e l ac to de los t e r ro r i s t as .

"Fin" , lo mismo que "o r igen" , no t i ene nada que ver

con el bien y el mal . Ahora, ELLO es el f in . Lo Uno "pere

ce". Pero perecer no s ign i f i ca aqu í des t rucc ión . ELLO no

se p res t a a ser des t ru ido . ELLO es t ambién lo que l l amamos des t rucc ión . F in es a l mismo t i empo o r igen . Y ése es

n u e s t r o c o n s u e l o . E L L O t am b i é n e s n u e s t r a a n i q u i l a c i ó n

p e r s o n a ] , n u e s t r o f i n . T amp o c o aq u í n ad a p u e d e q u e d a r

des t ru ido , desaparecer . Es te es nues t ro consuelo . "Só lo

e l Señor renacerá de nuevo" , d i ce l a Gita. ¿Por qué , pues ,

p r e o c u p a r n o s d e l t i e mp o d e s p u é s d e n u e s t r a mu e r t e ?

Só lo vo lverá s i empre lo Uno , l a d iv in idad , Brahma, Alá .

96

o b s e r v an d o e l f i n d e l mu n d o c o mo s i s e t r a t a r a d e u n a

pel í cu la para , qu izás , c rear un mundo nuevo . E l f in y e l

o r igen son e l p r inc ip io es t ruc tu ra l de lo Uno , que en

O c c i d e n t e l l amamo s 'D i o s ' . E L L O s e man i f i e s t a c o mo e l

f in y como e l o r igen , como e l i r y ven i r , como nacer y

mor i r . ELLO es e l f in y e l o r igen . ELLO perece y e l f in

y a i n c l u y e l a v u e l t a . G a l ax i a s e n t e r a s s u r g e n y v u e l v e n

a d e s a p a r e c e r . E n c o m p a r a c i ó n , ¿ q u é s u p o n e n l a s d o s

Torres de l Wor ld Trade Cen ter?

Cu an d o e l mae s t r o d i c e : " E L L O ( D i o s ) p e r e c e r á c o n

todo lo demás" , qu iere dec i r : l o Uno es e l f in de l mundo .D i o s y mu n d o n o e s t á n s e p a r ad o s . Cu an d o p e r e z c a e l

mu n d o , t amb i é n p e r e c e r á D i o s . Pe r o e s t o s e p r e s t a a

i n t e r p r e t ac i o n e s e r r ó n e as , p o r q u e e l mae s t r o n o q u i e r e

d e c i r q u e D i o s v a a d e s ap a r e c e r s i n o , s i mp l e me n t e , q u e

D i o s s e c o n s u ma e n t o d o l o q u e e x i s t e . Su r g e c o mo

u n i v e r s o , s e d e s p l i e g a c o mo u n i v e r s o , d e s ap a r e c e c o mo

universo y vuelve a su rg i r como un iverso . Dios es l a

p o t e n c i a f o r mad o r a d e t o d a f o r ma . D i o s n o e x i s t e n u n

c a s i n f o r ma . " E n c u an t o e r a D i o s , t amb i é n e r a e l mu n

d o " ( E c k h a r t ) . D i o s s e e n c a r n a c o n s t an t e me n t e . E s t a

Re a l i d ad o r i g i n a r i a q u e J e s ú s l l amó 'Pad r e ' , s e v u e l v e

f o r m a c o m o logos, e s d e c i r t o ma f o r ma c o mo f l o r , c o mo

an i ma l , c o mo g a l ax i a , c o mo u n i v e r s o , c o mo s e r h u ma-

97

n o , como yo . Dev iene fo rma como todo lo que t i ene fo r ma . E n t o d a f o r ma D i o s e s e n t e r ame n t e .

Eckhar t lo expresa as í : "Todas l as cosas saben a Dios .

co m o vo lver . No so la me nte l a resu r recc ió n es e l l a t ido de lcorazón de Dios , t ambién lo es l a desapar i c ión .

N u e s t r o v e r d ad e r o p r o b l e ma n o e s e l mo r i r s i n o n u e s



El que tenga a Dios as í , en el Ser, toma a Dios de forma

div ina y a és t e l e re luce en todas l as cosas ; porque todas

l as cosas t i enen para é l s abor a Dios , y l a imagen de Dios

se le hace vis ible en todas las cosas . En él Dios reluce ent o d o m o m e n t o , e n é l s e l le v a a c ab o u n d e s p r e n d i m i e n t o

q u e l e d i s t an c i a a s í c o mo u n a i mp r e g n ac i ó n d e s u ama

do Dios que s i empre es t á p resen te" .

También e l f in de l mundo sabe a Dios . Lo e te rno no

conoce nacer y mor i r . Lo e t e rno es t ambién nues t ra ex i s

t e n c i a au t é n t i c a . T amp o c o p a r a n o s o t r o s e x i s t e n ac e r y

mor i r . Después de todo , no ex i s t e n ingún f in . F in es t ran

s i c ión en una fo rma de ex i s t enc ia d i fe ren te . F in es super

v ivencia de o t ra manera , y eso no en e l sen t ido de una

permanencia de l yo , s ino en e l sen t ido de una con t inu i

d ad d e n u e s t r a i d e n t i d ad v e r d ad e r a .

Dios se manifies ta en el árbol como árbol , en el ser

h u man o c o mo s e r h u man o , e n l a g a l ax i a c o mo g a l ax i a .

En el fin, Él es el fin. De esta forma el fin es en realidad

orige n, es el pro ces o de Dios , es la evolución de Dios . Dios

se man i f i es t a t ambién como e l su f r imien to y e l mor i r .

Na cer y mo r i r son l a es t ru c tu ra de Dios. No ex i s te n ingú n

f i n d e l mu n d o , ú n i c ame n t e e l a l u mb r ami e n t o d e D i o s d e

s í mismo en e l i r y ven i r . Y perecer es t an impor t an te

98

t r o a p e g o a u n a f o r m a d e t e r m i n a d a , a e s t a c o n c r e t a

f o r m a a c t u a l n u e s t r a . T o d a f o r m a t i e n e s u s i g n i f i c a d o

inconfund ib le . Ta l como soy , soy l a man i fes t ac ión de l a

Re a l i d ad o r i g i n a r i a D i o s . Mi v e r d ad e r a t a r e a c o n s i s t e e nser persona . Persona con todo su po tenc ia l . En eso con

s i s t e l a man i fes t ac ión ún ica de Dios , no impor t a s i vo lve

ré a surgir y en cal idad de qué. En cualquier f igura soy la

f igura de Dios .

Por eso d igo Sí a mi f igura y l a ce lebro como un cu l to

d iv ino . La ce lebrac ión de mi v ida : he ah í e l cu l to d iv ino .

D e d ó n d e p r o c e d e e l mu n d o y ad o n d e v a e s u n a p r e

gun ta de nues t ro in te l ec to , que es incapaz de pensar s in

l o s c o n c e p t o s d e e s p ac i o y t i e mp o . N o p o d e mo s s a l i mo s

f u e r a d e l P r i n c i p i o o r i g i n a r i o d i v i n o . E x i s t e s i e m p r e ,

an t e r i o r a n o s o t r o s . Po r e s o n o me p r e o c u p a e l t e ma d e l

" r e n ac i mi e n t o " . Só l o r e n ac e l o q u e l l amamo s D i o s . ¿ D e

q u é , p u e s , t e n e r mi e d o ?

És te es e l pun to de v i s t a de l zen y , me aven tu ro a

d e c i r , d e t o d a m í s t i c a . S e d i f e r e n c i a g r a n d e m e n t e d e

n u e s t r o c o n c e p t o e u r o p e o d e l mu n d o . E n e l z e n , y e n

toda mís t i ca , e l mundo no se d iv ide en b ien y mal , en

ahora y más t a rde . Es to no s ign i f i ca que e l zen sea c i ego

an te e l ma l y e l t e r ro r en e l m un do . Cod ic i a y od io no t i e -

99

nen nada que ver con l a l ib re vo lun tad . Son consecuen

c i as de l a ceguera . E l su f r imien to y e l mal p rov ienen de

una fa lt a de conocimie n to . Única me nte e l yo su f re. Quien

a lgunos de voso t ros habéi s l e ído e l l i b ro de Br i an Vic t^" Z en , n ac i o n a l i smo y g u e r r a " . E n é l s e c i t a a i m p o r t a n t ^

maes t ros zen de l J apón a los que e l imper i a l i smo j aponé^



se aden t re más en e l Uno , se dará cuen ta de que aquel lo

q u e l l amamo s e l ma l y e l s u f r i mi e n t o e s l a r e a l i z ac i ó n

de lo Uno .

Por supues to , todo en noso t ros se opone a es to . Ensegu ida p regun tamos : ¿Quién t i ene l a cu lpa? T iene que

ser cas t igado . Noso t ros somos los mejores . Los demás

son los malos . S í , t enemos que buscar cu lpab les . Somos

una comunidad y e l ind iv iduo t i ene que in tegrarse en

e l l a . Por eso , s i buscamos rea lmente de fo rma hones t a ,

r e c o n o c e mo s n u e s t r a p a r t e d e c u l p a .

L as r e l i g i o n e s c o n s i d e r an e s t e mu n d o c o mo u n c am

po de batal la entre el bien y el mal . Al f inal de los t iem

pos vencerá e l b i en y los malos serán cas t igados .

La cod ic i a , e l od io y l a ignoranc ia de l a verdadera

n a t u r a l e z a o r i g i n an e n amb o s l ad o s t e r r o r . L a c o d i c i a

produce env id ia y od io , l a ignoranc ia vue lve a l a persona

áv ida . E l od io c i ega . En l a mís t i ca , se t ra t a de descubr i r

en s í mismo cod ic i a , od io e ignoranc ia . Nues t ra p rop ia

ignoranc ia o r ig ina od io y cod ic i a en e l o t ro bando .

¿No es esto fa ta l i smo? ¿E s pos ib le reme dia r es t a s i tua

c ión? Suena como s i l a mís t i ca fuera l a panacea para e l

mundo . Lo ser í a , s i o t ros cond ic ionan tes no in f luyeran

t am b i é n e n l a s p e r s o n as l l amad as i l u m i n ad as . A l o me j o r

100

>

e l nac ional i smo y l a guer ra l es parec í an medios to t a lmer^

te adecuados para d i r ig i r , gu iar y mejorar es t e mundo .

La mís t i ca cuen ta con e l ind iv iduo : "La meta cons i s t a

en ac tuar con a t enc ión , esc l a recer l a men te p rop ia , pur j „f i c a r e l c o r az ó n . Ú n i c a me n t e l a c o m p as i ó n , l a t o l e r an c i a

e l a m o r y l a m a g n a n i m i d a d n o s a y u d a r á n " .

E l a m o r , n ú c l e o d e t o d a r e l i g i ó n

En e l fondo e l amor es e l núc leo de toda re l ig ión .

Rumí d ice : "E l que se ha o lv idado de s í mismo se ha vuel to un espe jo : ya no queda m ás que l a ima gen ref l e j ada de

l a cara de o t ro . S i escupes en e l l a , es t ás escup iendo en tu

prop ia cara ; y s i go lpeas e l espe jo , t e go lpeas a t i mismo;

y s i ves una cara fea en el espejo, lo eres tú; y s i ves a

Jesús y a Mar í a , l o e res tú" . S i go lpeas a Bin Laden , t e

go lpea s a ti mism o. Y s i escu pes a los t a l ibán , escupe s e n

tu p rop ia cara . Tenemos que segu i r y añad i r : "Sufres en

las v íc t imas de los ac tos t e r ro r i s t as y su f res en los super

v iv ien tes" .

En e l koan 45 de l Mumonkan d i c e e l mae s t r o T o z an :

" I n c l u s o Sh ak y amu n i y Ma i t r e y a s i r v e n a é s e . D i me :

¿qu ién es ése?" . Todos serv imos a l Uno . La poes í a que

acompaña e l caso d ice : "No t i res con e l a rco de o t ro ; no

101

cabalgues en el cabal lo de otro; no hables de las fal tas deo t r o s ; no t ra t es de aver iguar los asun tos de o t ros" . Todos

t i r amo s s i e mp r e e l único a r c o y s i e mp r e c ab a l g amo s e l

Porque l a persona que exper imenta l a v ida en l as cosas ye n s í m i s ma , y a n o d añ a r á a l o s d e má s . T e n d r á u n a p o s

tu ra de venerac ión an te todo lo v iv ien te . E l mora l i s t a



único cabal lo . So lamente ex i s t e un a r c o , s o l ame n t e e x i s

te un c a b a l l o , s o l a m e n t e h a y un a v i d a q u e n o s u n e a

t o d o s . Y s i hab lam os de las fa l t as de los dem ás , ha b la mo s

s o b r e n o s o t r o s mi s m o s . E x is t e ú n i c ame n t e e l U n o a l q u e

servir .

Po d r í amo s c i t a r mu c h as p a l ab r a s d e l N u e v o T e s t a

mento que apun tan en l a misma d i recc ión : "Lo que l e

h ab é i s h e c h o a a l g u n o d e mi s h e r man o s , me l o h ab é i s

h e c h o a mí " . - " A ma a t u p r ó j i mo c o mo a t i m i s mo " .

- "Amad a vues t ros enemigos , haced b ien a los que os

od ien , bendecid a los que os mald igan , rogad por los queos ca lumnien . Al que t e h ie ra en una mej i l l a , p resén ta l e

t ambién l a o t ra ; y a l que t e qu i t e e l man to , no l e n iegues

l a tún ica . A todo e l que t e p ida , da , y a l que tome lo tuyo

no se lo reclames" (Le 6,29)

E s t o e s u n i d e a l i s mo e r r ó n e o , n o s d i c e e l s e n t i d o

común. Pensad t an só lo en los campos de concen t rac ión ,

en Bosnia, en Chechenia, en el terror del 11 de sept iembre

2001 , en l a guer ra de I rak , en e l Sudán . Según l a concep

c ión genera l , un o rden soc ia l no se puede basar en seme

j an te é t i ca . Los malvados se ap rovechar í an y nos domina

rían. Un estado social no podría funcionar de es ta forma.

E l amor de l que se t ra t a aqu í no t i ene nada que ver

c o n l a mo r a l . N o c o n o c e e l " d e b e s " y e l " t i e n e s q u e " .

102

levantará tal vez el dedo y dirá: "Debéis volveros as í" . No

t e n e m o s q u e v o l v e r no s a s í, s o mo s a s í . T h o ma s Me r t o n l o

e x p r e s ó u n a v e z d e e s t a man e r a : " D e r e p e n t e s e n t í c o mo

s i v iese l a be l l eza secre t a de l co razón , l a p ro fund idad

donde no a l canza n i e l pecado n i l a cod ic i a , l a c r i a tu ra t a l

co m o es a los o jos de Dios . ¡Oja lá pu d ie ra n ( l as c r i a tu ras )

t an s ó l o v e r s e c o mo s o n r e a l me n t e ! S i p u d i é r amo s v e r

n o s mu t u ame n t e d e e s t a f o r ma , n o h ab r í a mo t i v o p a r a l a

guer ra , e l od io , l a c rue ldad . . . Creo que e l g ran p rob lema

c o n s i s t i r í a e n t o n c e s e n q u e t e n d r í amo s q u e p o s t r a r n o s

p a r a v e n e r a r n o s m u t u a m e n t e " .E s t o s u e n a m u y e l e v ad o ; c o m o s i h u b i e r a e n n o s o t r o s

a lgo muy espec ia l , a lgo muy d i fe ren te que deb iéramos

venerar . Quizás una re l ig ión puede expresarse as í cuan

d o c r e e q u e u n a d e t e r mi n ad a p e r s o n a e s e s p e c i a l me n t e

v e n e r ab l e , q u e r e p r e s e n t a a l g o mu y e s p e c i a l y d e s t ac a d o .

Pero en e l fondo es to va le para todo y para todos , porque

¡ todo es san to ! . No nos podemos vo lver san tos , porque

todo es san to en e l fondo . Es to va le para nues t ros coe tá

neos y t ambién para los an imales , l os á rbo les y l as p l an

t a s . Algunos de voso t ros conoceré i s e l d i scurso a t r ibu ido

al jefe indio de Seat t le , en el que és te le dice al Presidente

de los Es t ados Unidos : "Debéi s recordar y enseñar lo a

vues t ros h i jos que los r íos son nues t ros hermanos , y a

103

p a r t i r d e ah o r a d e b é i s d i s p e n s a r v u e s t r a b o n d ad a l o sr íos. .. E l pa í s es sagr ado pa ra nos o t ros . Di s f ru t amos de

los bosques . . . Todas l as cosas compar ten e l mismo a l i en

que arar e l campo . Quer í a dec i r que t ambién aquel lo quel l amamos e l mal a f in de cuen tas es t ambién e l p roceso de

una Real idad que se l l ama "comple t amente vac ío , nada



to : e l an imal , e l á rbo l , l a persona . . . He v i s to a mi les de

c ad á v e r e s d e b ú f a l o s , ab an d o n ad o s p o r e l h o mb r e b l an

co , muer tos a t i ros desde e l t ren que pasaba cerca de

ellos. N o e n t i e n d o q u e e s e c ab a l l o d e h i e r r o h u me an t e

sea más impor t an te que e l búfa lo" .

L o s i n d i o s d e N o r t e amé r i c a , y t amb i é n n u e s t r o s an t e

pasados , se d i scu lpaban an te los á rbo les y los an imales

cuando t en ían que qu i t a r l es l a v ida para sobrev iv i r . Y

también noso t ros t enemos que qu i t a r l a v ida a vegeta l es

y an imales para poder sobrev iv i r . Forma par t e de l a

es t ruc tu ra de l un iverso que lo menos desar ro l l ado s i rva al o má s d e s a r r o l l ad o . Pe r o e s i mp o r t an t e t e n e r e n c u e n t a

l a f o r ma e n q u e l o h ac e mo s , e s t o e s , s i c o n n u e s t r a

acc ión expresamos e l respe to que l a v ida merece .

E l e mp e r ad o r Bu d e Ch i n a p r e g u n t ó a l g r an mae s t r o

Bo didh arm a c ua ndo és t e l l egó desde la Ind ia : "¿Cuál es el

sen t ido más p ro fundo de l a rea l idad sagrada? Bodidhar

ma con tes tó : "Comple tamente vac ío , nada sagrado" . E l

e mp e r ad o r e r a u n d e v o t o b u d i s t a . H ab í a man d ad o c o n s

t ru i r t emplos y mona s ter ios y es t aba co nvencido de l a s an

t idad de sus obras . Bod idharma in ten tó hacer l e ver que en

e l fondo todo es como es , que a t r ibu tos t a l es como san to

o no santo, correcto u erróneo no dan en el clavo de la ver

dad y que l a cons t rucc ión de un t emplo no es más san to

104

sagrad o" . Ese vac ío , Eck har t lo den om inar í a d iv in idad , no

se p res t a a que se l e a t r ibuyan ad je t ivos t a l es como san to

o profano. Pero, desde luego, es to no s ignif ica que en

nues t ra conv ivencia humana no ex i s t an e l b i en y e l mal .

Pe r o e s o v a le ú n i c ame n t e p a r a n u e s t r a c o n v iv e n c ia h u m a

na . Por ser t a l como somos , t enemos que hacer ju i c ios de

valo r . Pero en lo Abso lu to no hay n ingu na va lo rac ión . Po r

ello, Eckhar t d i jo aquel lo que no fue comprend ido por

qu ienes l e condenaron : "En toda obra , inc luso mala -y

d igo mala sea en o rden a l a pena , sea en o rden a l a cu lpa- ,

la gloria de Dios se hace manifies ta y reluce por igual" . YTersteegen nos dice: "Dios nos es infini tamente más ínt i

mo que noso t ros mismos , v iv imos y nos movemos en

Dios; c o m e mo s , b e b e m o s y t r ab a j amo s e n D i o s; p e n s am o s

en Dios ; y qu ien comete un pecado -no t e asus tes de que

te hab le as í - lo comete en Dios . . . " .

La san t idad es t á , pues , in t egrada en l a v ida . No es

pos ib le d iv id i r l a en san to y p ro fano . Pero nues t ro in te

l ec to no lo cap ta , porque no es capaz de ver que e l amor

au t é n t i c o n o t i e n e n ad a q u e v e r c o n l a mo r a l , c o n e l

"de be s" y " t i enes que" . E l amor au tén t i co exper imenta lo

o t ro como lo que es . Reconoce e l supues to mal de l o t ro

c o mo e l ma l p r o p i o . Ú n i c ame n t e e l amo r s e r á c ap az d e

dar l a o t ra mej i l l a , só lo é l puede dar t ambién e l man to

105

cuando se l e p ide l a tún ica . S i es t a pos tu ra su rg iera de un" b u e n c o mp o r t ami e n t o " , s e r í a f a l s a . A l amo r v e r d ad e r o

n o l e q u e d a má s r e me d i o q u e ac t u a r a s í , p o r q u e e x p e r i

un efec to sobre todas l as demás par t es . Es tos campos sed i ferenc ian de los campos e l éc t r i cos y magnét i cos . Care

cen de espac io y t i empo , su e fec to es ps i co lóg ico y t am



menta l a un idad de l a v ida y e l daño que har í a a o t ro , se

l o h a r í a a s í m i s m o . E s t e am o r ab r az a t a mb i é n a l o s e n e

migos , t ambién a los que nos od ian . Ve l a d inámica de l a

v ida en lo con t rar io y en lo opues to . Deja de desear t ener

padres per fec tos , p ro fesores per fec tos , una fami l i a per

fec t a , un es t ado per fec to y una Ig les i a per fec t a . Ha com

p r e n d i d o q u e t o d o c o m p r e n d e t a m b i é n l o c o n t r a r i o .

Mi e n t r a s q u e el am o r a l p r ó j i mo n o s e a má s q u e u n m an

d ami e n t o , n o h ab r á n i p az n i a r mo n í a e n n u e s t r o p l an e

t a . Nues t ra concienc ia de l yo se ha ido desar ro l l ando en

un egocen t r i smo que será e l ocaso de l a espec ie homosapiens s i no nos desar ro l l amos a t i empo en d i recc ión de

u n a c o n c i e n c i a c ó s mi c a . E l e g o c e n t r i s mo s e p a r e c e a u n a

cé lu l a cancer ígena . Se come todas l as demás cé lu l as has

t a q u e e l l a m i s ma s u c u mb e . U n a e s p e c i e an i ma l p u e d e

vo lverse incapaz para l a v ida por d i fe ren tes mot ivos , por

e jemplo por mot ivos b io lóg icos s i no encuen t ra bas t an

t e s a l i me n t o s o p o r q u e n o s ab e ad ap t a r s e a c o n d i c i o n e s

c am b i an t e s . Pe r o t am b i é n e s p o s i b l e q u e p e r e z c a p o r q u e «

a ten ta con t ra e l p r inc ip io es t ruc tu ra l de l a evo luc ión : l a

a u t o t r a n s c e n d e n c i a .

L as c i e n c i a s n a t u r a l e s h ab l an d e c amp o s . U n c amp o

es un n ive l do tado de re l ac iones in te rnas , que es o rgan i

zado por po tenc ias no causa les . Todas l as par t es t i enen

106

b i é n p u e d e n i n f l u e n c i a r l a s e mo c i o n e s . E s o s c amp o s s o n

p o t e n c i a s f o r m ad o r a s d e la n a t u r a l e z a . E l q u e d e u n ó v u

l o n o s e o r i g i n e o t r o ó v u l o , s i n o u n h o mb r e , e s u n p r o

c e s o f i s i c o q u í m i c o . P e r o e s t e p r o c e s o e s d i r i g i d o p o r

u n c a mp o . El c am p o c r e a f o r mas , e s mo r f o g e n é t i c o . ¿ Q u é

i n t e r é s t i e n e p a r a n o s o t r o s e l c o n c e p t o d e c amp o ? So m o s

p a r t e d e u n a t o t a l i d ad e n l a q u e t o d o e s t á r e l a c i o n ad o

c o n t o d o . S i u n a p a r t e s uf r e u n c amb i o , t am b i é n h a y u n a

modi f i cac ión en todas l as demás ; y no so lamente en e l

n ive l f í s i co , t ambién en e l men ta l .

E l un iverso no es en p r imer lugar mater i a . Es un campo g igan tesco , penet rándo lo todo , l igando todo , man i fes

t ándose en l as múl t ip les fo rmas y seres . La mater i a no se

c o mp o n e d e p a r t í c u l a s p e q u e ñ as , d e e l e me n t o s s ó l i d o s

parec idos a bo las de b i l l a r . Hoy d ía los á tomos se cons i

d e r an c o mo e s t r u c t u r a s c o mp l e j a s d e a c t i v i d ad e s , c o mo

p a t r o n e s d e v i b r ac i o n e s e n e r g é ti c a s e n c am p o s . L o s c am

pos no cons i s t en en mater i a , s ino que l a mater i a cons i s t e

en campos y en energ ía que se acumula en e l los . O b ien ,

ut i l izando los términos del f i lósofo cient í f ico Karl Popper:

"Por l a f í s i ca moderna , e l mater i a l i smo se ha au to t rans -

c e n d i d o " . E n e r g í a y e s p í r i t u s e u n e n c o m o c a m p o e n

e l s e r h u man o . E l c amp o p o s e e u n a r e s o n an c i a mó r f i c a .

Si a lgo se rep i t e muchas veces , se van fo rmando campos

107

parec idos , even tua lmente muy a le j ados . Parece que cadaespec ie posee un campo morfogenét i co p rop io . Cada uno

c o n t r i b u y e a e s e c amp o mo r f o g e n é t i c o u n i v e r s a l . Cad a

uno puede ob tener energ ía de é l . Los campos en t ran en

i n t e r c a m b i o s a f e c t u o s o s , n o p o d r á c r e c e r . Q u i e n a m a ,rec ibe . E l am or es com o e l eco de la voz con t ra un a par ed .

Re s u e n a c u an d o e mi t o l a v o z . E l amo r c u r a . Pa r e c e q u e

e l am o r c u r a m á s q u e to d o s l os d e m á s r e me d i o s . E l am o r



con tac to , por as í dec i r , e in t e rac túan y , en c i e r t a med ida

son contagiosos (euforia, h is teria de masas , etc. ) . La

t rans fo rmación ocur re por resonancia de l campo . Es to es

una l ey en un n ive l más e l evado . Con o t ras pa l abras :

Quien ama, t rans fo rma e l mundo . E l que t enga benevo

lenc ia , c rea un campo aux i l i ador , cu ra t ivo y c reador de

orden . Es tos campos t i enen l a capac idad de in f luenciar l a

mente co lec t iva de l a soc iedad . En es to reconozco l a

impor t anc ia de los caminos esp i r i tua les . Crean energ ías

pos i t ivas y cambian e l mundo .

El amor es l a car t a magna de toda re l ig ión . E l amor

deber í a ser el d i s t in t ivo de los m iem bro s de un a re l ig ión .

"Ved cómo se aman" , se dec ía de los p r imeros c r i s t i anos .

E l am o r n o s c o n v i e r t e e n s e re s h u m an o s . So m o s r e s p o n

sab les de lo que i r rad ia de noso t ros , y s i empre i r rad ia

a lgo de noso t ros : benevo lenc ia , an ima dvers ión , od io , com

p as i ó n , amo r . E l amo r n o c o mi e n z a c o n l a p a l ab r a y e lab r az o , c o m i e n z a e n n u e s t r o s p e n s a mi e n t o s y s e n t i mi e n - <

t o s . E s u n a o c a s i ó n mar av i l l o s a p a r a n o s o t r o s .

E l amor es l a l ey de l a cons t rucc ión de l mundo . Quien

no sabe amar , qu ien no sabe abr i r se , no podrá es t ab lecer

un in te rcambio con o t ros . E l amor es l a cond ic ión p rev ia

p a r a t o d o c r e c i mi e n t o y mad u r ac i ó n . Q u i e n n o e s t ab l e c e

108

es la me jor me dicin a, y no sólo en sent ido f igurado.

L a c ap ac i d ad d e amar n o e j e r c i t ad a e n f e r ma . E l amo r

t i ene que "gas t a rse" . S i no , se va acumulando , conv i r

t i énd ose f ina lmente en od io . Pero el am or pued e degene

rar t ambién en narc i s i smo. Narc i so , una f igura de l a

mi t o l o g í a g r i e g a , e s t ab a t an e n amo r ad o d e s í m i s mo q u e

mi r ab a c o n t i n u ame n t e e l ag u a d e l e s t an q u e p a r a c o n

t emplar en e l l a e l re f l e jo de su p rop ia imagen . Como fue

i n c ap az d e e n t r a r e n r e l a c i ó n c o n o t r a p e r s o n a , p e r e c i ó

p o r s u amo r " n o g a s t ad o " .Al f ina l de nues t ra v ida no con tarán nues t ros mér i tos

y o b r a s . N o s t e n d r e mo s q u e e n f r e n t a r s o b r e t o d o a l a

p r e g u n t a s o b r e c u á n t o h e mo s amad o . N o s e n o s p r e g u n

t a rá s i fu imos ca tó l i cos , p ro tes t an tes , bud i s t as o de cua l

q u i e r o t r a c o n f e s i ó n . Se n o s p r e g u n t a r á c u á n t o h e mo s

amado . És te es e l mensa je de todas l as re l ig iones . Quien

am a e s c o m o D i o s . " D io s e s amo r , y q u i e n p e r m an e c e e n

e l amor permanece en Dios y Dios en é l " (Un 4 ,16) .

" T o d o e l q u e ama h a n ac i d o d e D i o s y c o n o c e a D i o s "

( U n 4 , 7 ) .

En una p ro funda exper i enc ia mís t i ca l a persona ya no

d ic e : t e am o. Las f ron teras e n t re yo y tú han ca ído . C uán to

más p ro funda sea mi exper i enc ia , t an to mayor será mi

109

compas ión . La p ro fund idad de l a exper i enc ia con l l eva l a

exper i enc ia de un idad con todos los seres . La exper i enc ia

d e u n i d ad c o n d i c i o n a e l c o mp o r t ami e n t o r e c t o p a r a c o n

ba más al lá de las definiciones del f i lósofo Avicena. . .Mi ré en mi p rop io corazón . En ese lugar l e v i . No es t á en

n i n g ú n o t r o l u g a r . . . " .



todos los seres . El ojo no dice al pie: te amo. Forman un

con jun to y en esa un idad e l uno cu ida de l o t ro .

L o s d o s p i l a r e s d e l a r e l i g i ó n

Hay grupos re l ig iosos que p re tenden que sus ideas son

las ún icas verdaderas . De e l los d ice Id r i es Sha: "Has ta

q u e n o s e d e r r u mb e n l a e s c u e l a y e l m i n a r e t e , n u e s t r a

obra san ta no será t e rminada . Has t a que l a fe no se con

v i e r t a e n r e p r o b ac i ó n y l a r e p r o b ac i ó n e n f e , n o h ab r á

n i n g ú n m u s u l m á n a u t é n t i c o " .Y Rumí escr ibe : "E l que v ino an taño con e l háb i to

ro jo , es t e año v ino con háb i to marrón ; e l t u rco , de l que

o í s t e h ab l a r p o r aq u é l e n t o n c e s , c o mo á r ab e s e p r e s e n t a

es te año . E l v ino es uno , l a bo te l l a cambia . ¡Qué marav i

l l a cómo nos embr iaga es t e v ino t an c l a ro !" . Y t ambién

d ice Rum í : "Mi ré la c ruz y a los c r i s t i ano s desde tod os los

ángu los . É l no es t aba en l a c ruz . Fu i a l t emplo h indú , a

]a v ie j a pagoda . En n inguno de los dos lugares encon t ré

l a hue l l a de É l . Fu i a los a l tos de l Hera t y a Kandahar y

miré por al l í . Él no es taba en los al tos ni en el val le. Con

d e t e r mi n ac i ó n me e n c ami n é a l a c i ma d e l mo n t e K a f .

Al l í v iv í a ún icamente e l ave Anqa . Fu i a l a Kaaba y no l e

encon t ré a l l í . Pregun té a Ibn Sina por su na tu ra leza : es t a

l l o

Kab i r lo expresa en una de sus poes í as de l a s igu ien te

fo rma: " ¡Oh serv idor ! ¿Dónde me buscas? ¿No ves que

es toy a tu l ado? No es toy en e l t emplo n i en l a mezqu i t a

ni en la Kaaba ni en el Kai lash. No estoy en los r i tos ni

en l as ceremonias , n i en e l yoga n i en l a renuncia . S i e res

u n v e r d ad e r o b u s c ad o r , me v e r á s e n s e g u i d a ; e n u n i n s

t an t e m e e n c o n t r a r á s . K ab i r d ic e : 'O h , Sadhuf. Dios es el

a l i en to de todos los a l i en tos" .

E l zen y la mís t i ca t i enen dos co lu mn as , qu e en e l fon

d o s o n u n a s o l a : s ab i d u r í a y c o mp as i ó n . Q u i z á s r e s u l t e n

má s c l a r a s l a s p a l ab r a s : c o n o c i mi e n t o ( d e n u e s t r a v e r d a d e r a n a t u r a l e z a ) y c o mp as i ó n . E n e l c r i s t i an i s mo h ab l a

mo s d e s ab i d u r í a y á g ap e . N o e x is t e e l am o r au t é n t i c o s i n

e s t a e x p e r i e n c i a d e u n i d ad , y n o h ay v e r d ad e r o c o n o c i

mien to s in amor . Se dan s i empre jun tos . Quizás e l pe l i

g r o may o r p a r a n u e s t r a e s p e c i e s e a n u e s t r o c o mp o r t a

mi e n t o q u e y a n o e s t á e n c o n c o r d an c i a c o n l a e v o l u c i ó n .

L a e s t r u c t u r a b á s i c a d e l a e v o l u c i ó n e s l a au t o t r an s c e n -

d e n c i a . A u t o t r an s c e n d e n c i a d e l u n i v e r s o . Q u i s i e r a a c l a

ra r con un e j emplo a lo que me ref i e ro con au to t rans

c e n d e n c i a .

A r t h u r K o e s t l e r a c u ñ ó e l c o n c e p t o holon. Po r u n l ad o ,

un ho lon es una to t a l idad y , por o t ro l ado , es par t e de

o t r a c o s a . P o r e j e m p l o , u n á t o m o e s u n a p a r t e d e u n a

111

t o t a l i d a d , d e u n a m o l é c u l a . U n a m o l é c u l a e s p a r t e d eu n a c é l u l a e n t e r a , y é s t a f o r ma p a r t e d e u n o r g an i s mo

e n t e r o . N ad a e s e x c l u s i v ame n t e p a r t e o t o t a l i d ad . N o h ay

mi n o . Ch a r o n n o t i e n e r e p a r o e n l l amar a e s a f i n a l i d adamo r . I n c l u s o u n á t o mo y a t i e n e l a t e n d e n c i a d e ab r i r s e

h a c i a l a m o l é c u l a . T o d o holon t i e n d e h a c i a u n holon

may o r . L a e v o l u c i ó n e mp u j a h ac i a l a au t o t r an s c e n d e n



n ad a q u e s e a ' e s t o o l o o t r o ' . S i e mp r e s e t r a t a d e u n

holon, u n a t o t a l i d ad q u e a l m i s mo t i e mp o e s p a r t e d e

o t r a s u p e r i o r . U n holon es como l a mal l a de una red . Una

mal l a es una to t a l idad , pero no puede ex i s t i r so l a , ún ica

mente ex i s t e con o t ras mal l as . Cada holon es par t e de

una to t a l idad . De ah í que t i ene dos t endencias : t i ene que

r e s p o n d e r t an t o p o r s u t o t a l i d ad c o mo t amb i é n p o r s e r

par t e de o t ra . Un holon t i ene que mantener , pues , su re l a

c ión con l a to t a l idad de l a que fo rma par t e pero , a l mis

mo t i e mp o , t i e n e q u e s a l v ag u a r d a r s u i d e n t i d ad , s i n o ,

d e s ap a r e c e r á . Cu an t o má s s e i n c l i n a h ac i a u n l ad o , t an to más p ierde por e l o t ro .

E l u n i v e r so t i e n d e a la au t o t r an s c e n d e n c i a , a o r g an i s

mo s q u e ab a r c an c ad a v e z má s . L a au t o t r an s c e n d e n c i a

n o q u e d a r e d u c i d a a l o ma t e r i a l , t amb i é n g e n e r a holones

may o r e s , e n l o s c u a l e s l a me n t e q u e d a má s p a t e n t e ,

c o mo p r i n c i p i o c r e ad o r d e o r d e n . Fo r mar á s i e mp r e n u e

v o s holones, en los que l a concienc ia evo luc ionará cada

v e z e n may o r g r ad o , y e n t o n c e s l a h u man i d ad s e e x p e r i

m e n t a r á r e a l m e n t e c o m o u n a .

E l c i en t í f i co f rancés y Premio Nobel , Charon , deno

mina ese impul so " f ina l idad de l á tomo" . Se re f i e re con

el lo a una f ina l idad que t i ende s in cesar hac i a a lgo

mayor , pero no a una f ina l idad que s ign i f ique f ina l y t é r -

112

cia . Amor es l a ac t i tud bás ica de l un iverso , no e l amor

c o m o m a n d a m i e n t o , s i n o a m o r c o m o e x p e r ie n c i a d e u n i

dad . E l que no sea capaz de ab r i r se hac i a e l o t ro no es t á

e n c o n c o r d an c i a c o n e l d e s a r r o l l o q u e c o r r e s p o n d e a l a

evo luc ión .

E l q u e s e c i e r r a a l a au t o t r an s c e n d e n c i a s e h u n d e . E l

p e c ad o e s e l r e c h az o a l a au t o t r an s c e n d e n c i a , e s n e g a r s e

a t r an s c e n d e r e l e g o . S i m i r am o s l a e v o lu c i ó n v e m o s q u e

l a f a l t a d e au t o t r an s c e n d e n c i a - c o n o s i n c u l p a - e s l a

causa de l a ex t inc ión . E l 98% de todas l as espec ies quehan ex i s t ido a lguna vez en l a T ier ra , se han ex t ingu ido

por ese mot ivo en e l p roceso de l a evo luc ión . También es

pos ib le que mot ivos ps ico lóg icos o esp i r i tua les p rovo

quen l a inv iab i l idad de l a v ida . No seremos capaces de

v iv i r nues t ra ex i s t enc ia s i segu imos l l evando has t a e l

e x t r e mo n u e s t r o e g o c e n t r i s mo y n u e s t r a e s p e c i a l i z ac i ó n .

i In tegrado en l a to t a l idad , nues t ro in te l ec to es un pe ldaño

i mp o r t an t e e n e l d e s a r r o l l o d e l a e s p e c i e h u man a , p e r o

a i s l ad o n o e s má s q u e u n a c é l u l a c an c e r í g e n a q u e s e mu l

t i p l i c a h a s t a p r o v o c a r l a mu e r t e d e l o r g an i s mo e n t e r o .

Si exper imento qu ien soy y lo que soy en rea l idad ,

e x p e r i m e n t o l a u n i d a d . M i c o m p o r t a m i e n t o i n f l u y e e n

t o d o s . F o r m a m o s u n c o n j u n t o c o m o t o d a s l a s o l a s d e l

113

o c é an o , c o mo l a s ma l l a s d e u n a r e d . Y p o r e s o , c u an d orec i t amos en e l zen los Cuat ro Votos , dec imos : "Los seres

s o n i n n u me r ab l e s , p r o me t o s a l v a r l o s a t o d o s " .

n ad a q u e d a e x c lu i d o , t am p o c o u n t e r r e mo t o o u n a m a r e a .Muchas veces ha hab ido d i luv ios . Hace 65 mi l lones de

a ñ o s , s e e x t i n g u i e r o n l o s s a u r i o s c o m o c o n s e c u e n c i a

d e u n d i l u v i o . Y e s c a s i s e g u r o q u e e x i s t i ó , h a c e u n o s



¿ CÓMO PERMITE DIOS ESO? (REFLEXIONES SOBRE EL TSUNAMI)

" T o d o s l o s p e l o s d e v u e s t r a c a b e z a e s t á n c o n t a d o s "

El d i sc ípu lo p regun tó a l maes t ro : "Si e l i r y ven i r se

s i g u e n c o n t i n u ame n t e , ¿ q u é h ay r e a l me n t e ? " . E l mae s t r o

gr i tó a l d i sc ípu lo : "¿Quién /qué va y v iene?" . E l d i sc ípu lo

quedó descon ten to y fue a ver a o t ro maes t ro : "Si e l i r y

v e n i r s e s i g u e n c o n t i n u ame n t e , ¿ q u é h ab r á ? " . E l mae s t r o

dijo: "¿De quién es el i r y venir?" .El gri to del maestro lo reveló, pero el discípulo no se

d i o c u e n t a . L o q u e d e n o mi n am o s D i o s se r e a l i z a c o mo e l

i r y ven i r , como e l g r i to de l maes t ro , como nues t ro t raba

jo , plan i f i car , p reocupac ión y su f r imien to . Ot ro d i sc ípu lo

pregun tó : "¿Cuál es e l p r inc ip io fundamenta l?" . E l maes

t ro con tes tó : "Movimien to" . Movimien to es lo que hay en

p r i m e r p l an o . H ay a l g o d e t r á s d e e s e mo v i m i e n t o , d e t r á s

del i r y venir , algo donde surge el i r y venir . Se escapa a

una comprens ión rac iona l ; se reve la como i r y ven i r ,

como nacer y mor i r . Lo que los c r i s t i anos l l amamos Dios

e s l o q u e s e r e v e l a c o mo e s e t r e me n d o p r o c e s o d e e v o

l u c i ó n . G a l ax i a s e n t e r a s v an y v i e n e n . L o q u e l l am am o s

Dios , lo inconceb ib le , se concibe como e l i r y ven i r . Y

114

o n c e m i l a ñ o s , u n a c u l t u r a a l t a m e n t e d e s a r r o l l a d a q u e

f u e a r r a s a d a p o r u n a m a r e a .

¿Somos un p roducto de l a casua l idad? ¿Cuál es e l sen

t i d o d e e s o s p o c o s d e c e n i o s d u r an t e l o s q u e d e a mb u l am o s

por es t a mota ins ign i f i can te de po lvo , l l amada T ier ra ,

s i t u ad a e n el e x t r e mo d e u n u n i v e r s o i n me n s am e n t e g r an

de? ¿Qué sen t ido t i ene l a muer te de los n iños que sucum

b ieron en e l t suna m i? ¿No será toda l a c reac ión l a obr a de

u n Cr e ad o r c h ap u c e r o q u e , d e v e z e n c u an d o , h ac e q u e l a

t i e r r a t i e mb l e , d e s e n c ad e n a u n t s u n ami o p e r mi t e e l c h o q u e d e u n a s t e r o i d e c o n t r a n u e s t r o p l an e t a , p r o v o c an d o l a

mu e r t e t r á g i c a d e h o mb r e s y an i ma l e s ?

E l j u g a d o r d e l u n i v e r s o n o e s t á s e n t a d o f u e r a d e

é l , m o v i e n d o l a s f i g u r a s c o m o e n e l j u e g o d e a j e d r e z .

É L / E L L O s e d e s p l i e g a c o m o j u e g o , É L / E L L O s e c r e a

c o m o j u e g o . É L / E L L O s e j u e g a a s í m i s m o . L a s r e g l a s

d e l j u e g o s e i n v e n t an c ad a v e z d e n u e v o a l o l a r g o d e l

j u e g o . N o e x i s t e n i n g ú n p u n t o o me g a . Ú n i c ame n t e e x i s

t e e l ah o r a a t e mp o r a l . ¿ D ó n d e e s t ab a D i o s c u an d o l l e g ó

e l t s u n a mi ? . É s t e n o s e p r o d u j o p o r q u e l o s h o m b r e s f u e

ran malvados , como nos d ice l a Bib l i a sobre e l d i luv io .

É L / E L L O p e r e c e , y É L / E L L O n o p e r e c e . É L / E L L O es el

f in d e l mu n d o . É L / E L L O p e r e c e c o m o fi n de l m u n d o y s e

115

man i f e s t a r á c o mo u n n u e v o big bang, en e l caso de que

se p rodu jera . No , e l j ugador de l un iverso no es t á sen tado

en n ingún s i t io en e l ex ter io r , no hace que t i emble l a t i e

d e n u e s t r a c o n c i e n c i a p e r s o n a l h a c i a u n c o n o c i m i e n t oe x t e n s o d e n u e s t r a n a t u r a l e z a v e r d a d e r a q u e p o d e m o s

l l a m a r d i v i n a o V a c í o o l o N u m i n o s o . E n t r a m o s e n l a

n o - d u a l i d a d .



r r a , n i q u e v e n g a n m a r e a s d e s t r u c t o r a s . P e n s a r a s í e s

p roducto de una re l ig ios idad in fan t i l . Lo que l l amamos

Dios se l leva a cabo como el i r y venir . Y en el t sunami de

As ia se reve ló como marea y como l a desapar i c ión demu c h as p e r s o n as . D i o s mi s mo mu r i ó e n l a s mu c h as p e r

s o n as q u e p e r e c i e r o n .

Pe r o ú n i c am e n t e m u e r e e l e n v o l to r i o h u m an o . L a v i d a

en s í p ros igue . No sabemos en qué fo rma n i de qué ma

nera . Jesús en t ró en una nueva fo rma de ser , d i cen l as

E s c r i t u r a s . E s t o v a l e t amb i é n p a r a l a s p e r s o n as q u e mu

r i e ron en e l t sunami , en e l t e r remoto . La v ida de Dios no

p u e d e m o r i r .

S o m o s e x p r e s i ó n , m a n i f e s t a c i ó n , e n c a r n a c i ó n d e

aq u e l l o q u e d e n o mi n amo s D i v i n i d ad , Re i n o d e D i o s ,

Re a l i d ad p r i me r a , V ac í o o l o N u mi n o s o . E l m i e d o d e l a

d i so luc ión de l yo es e l umbra l que nos impide l a expe

r i e n c i a d e n u e s t r a n a t u r a l e z a v e r d ad e r a ( e x p e r i e n c i a d eDios ) . En e l mor i r se ab re es t a l imi t ac ión de l yo . Cuando

la es t ruc tu ra de l yo se d i sue lve o desaparece , t ambién

desaparece e l miedo . Sa lvac ión es l iberac ión de l yo . En

las re l ig iones t e í s t as se vence e l yo cuando en l a un ión

mís t i ca és t e se hace uno con e l tú . Según l as enseñanzas

o r i e n t a l e s e l y o n o p o s e e u n a e x i s t e n c i a p e r m a n e n t e .

Es e l envo l to r io de lo esenc ia l . La muer te es l a aper tu ra

116

¿ A d o n d e f u e r o n e s a s p e r s o n a s c u a n d o m u r i e r o n ?

¿Adonde van l as o l as cuando vuelven a l océano? Vuelven

al "océano Dios" . Nues t ro yo t eme es t a vue l t a , pero t ans ó l o e n t r amo s e n u n a e x p e r i e n c i a má s amp l i a . N u e s t r a

i d e n t i d ad v e r d a d e r a e s e l o c é an o , n o la o la . N o s a b e m o s

s i l a o l a s igue v iv iendo , n i de qué fo rma, cuando re to rna

a l "océano Dios" . La resur recc ión de Jesús nos d ice que

e n t r amo s e n u n a n u e v a f o r ma d e s e r . A l g o mu c h o má s

g r an d i o s o n o s e s p e r a d e s p u é s d e l a mu e r t e . N o e s p o s i

b l e i mag i n a r n o s l o n ue v o c o n n u e s t r o y o li m i t ad o . E s u n

n a c i m i e n t o h a c i a u n a v i d a m a y o r , h a c i a u n a p l e n i t u d

q u e n o e s p o s i b l e n i i n t u i r , p o r q u e n u e s t r a r a z ó n e s

d e m a s i a d o e s t r e c h a . C u a n d o m u r a m o s , n o s e c e r r a r á

n i n g u n a p u e r t a , s e ab r i r á u n a n u e v a . T an s ó l o c o n e s t a

me t a e n l a me n t e n u e s t r a v i d a c o b r a s e n t i d o . A l g ú n d í a ,

c u a n d o h a y a m o s a l c a n z a do u n c o n o c i m i e n t o m á s h o n d o ,c e l e b r a r e mo s n u e s t r a mu e r t e c o mo c e l e b r amo s n u e s t r o

n a c i m i e n t o .

E l su f r imien to de los demás es t ambién nues t ro su f r i

m i e n t o . S e c a r a c t e r i z a p o r e s p e r a n z a y c o n f i a n z a . E L /

ELLO suf re en noso t ros y en todos los seres . Nada de

esto se comprende con la razón. Al f inal , a la razón no le

117

que da m á s que l a e n t r e ga . En tonc e s su r g i r á l a c e r t e z a

d e q u e c o m p r e n d e m o s , a u n q u e n o c o m p r e n d a m o s . E s

a e se e s t a do a donde l a m í s t i c a nos qu i e r e c onduc i r .

O T R O S L I BR O S D E W I L L I G I S J Á G E R

La oración contemplativa ( seg . S . Juan de la Cruz) , Edi t .

O be l i s c o , B a r c e lona .

Encontrar a Dios hoy a través de la Contemplación, Edi t .



N a r c e a , M a d r i d .

En busca del sentido de la vida, Edi t . N a r c e a , M a dr id .

En busca de la verdad, Edi t . D e sc l é e D e B r ouw e r .

La ola es el mar, Edi t . D e sc l é e D e B r ouw e r .

En cada ahora hay eternidad, Edi t . D e sc l é e D e B r ouw e r .

Adonde nos lleva nuestro anhelo, Edit . Desclée De Brouwer.

Partida hacia un país nuevo, Edi t . D e sc l é e D e B r ouw e r .

E L AUT OR: WI L L I GI S JÁGE R

B e n e d i c t i n o y M a e s t r o Z e n d e l a e s c u e l a j a p o n e s aS a n bo- K yod a n de s de el a ñ o 1981 . Es uno de lo s gu í a s

e sp i r i t u a l e s m á s im por t a n t e s de nue s t r o t i e m po e im pa r

t e c u r s i l l o s de C on te m p la c ión y Ze n de sde e n tonc e s , no

só lo e n A le m a n ia , donde r e s ide , s i no e n m uc hos o t r o s

p a í s e s .

Desd e el año 2 003 es e l guía e s pi r i tua l de la casa Bene-

diktushof en H olz k i r c he n , c e r c a de W ür z bu r g , A le m a n ia .

V i e n e a n u a l m e n t e a E s p a ñ a a d a r c o n f e r e n c i a s y a

im pa r t i r c u r s i l l o s .

E s a u t o r d e n u m e r o s o s l i b r o s , t r a d u c i d o s a v a r i o s

i d i o m a s .

www.wil l ig is - jaeger .de

in f o@ be ne d ik tu sho f - ho l z k i r c he n . de

119

EL A U TO R D EL PR Ó LO G O : D A V ID STEIN D L-R A ST

D av i d S t e i n d l - R as t e s b en ed i c t i n o y a l t am en t e ap r e

c i ad o en e l m u n d o en t e r o co m o r ep r e s en t an t e d e l d i á l o

http://www.willigis-jaeger.de/



http://www.willigis-jaeger.de/



go in ter r e l ig ioso . V ive en los EE.UU.

Ha dado conferencias en todos los con t inen tes y es

au to r de var ios l ib ros .

w w w .g r a t e f u l n es s .o r g

LA TRADUCTORA: CARMEN MONSKE

C ar m en M o n s k e e s d i s c í p u l a y t r ad u c t o r a d e W i l l i g i s

Jáge r desde e l añ o 1983 y M aes t r a Zen de l a escuela j a po

nesa Sa nbo-K yoda n desd e 1995 . V ive en Es pa ña desd e e l

año 1962 .

Imp ar te cur s i l los de zen en d i s t in tos lugares de Es pañ a .

E - m a i l : c a r m e n . m o n s k e @ t e r r a . e s

120

http://www.gratefulness.org/



http://www.gratefulness.org/

La Vida No Termina Nunca

Documents

Transcript of La Vida No Termina Nunca