ÉTICA CRISTÃ 34

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    PLANO DE AULA APOSTILADOEscola Superior de Teologia do Espírito Santo

    Ética CristãÉtica CristãÉtica CristãÉtica CristãTemas modernos à luz das escrituras 

    Escola Superior de Teologia do ES  

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    AEscolaSuperiordeTeologiadoEspíritoSanto–ESUTES,éamparadapelodispostonoparecer241/99daCES(CâmaradeEnsinoSuperior)–MEC

    Oensinosuperioràdistânciaéamparadopelalei9.394/96–Artº80eéconsideradoumdosmaisavançadossistemasdeensinodaatualidade.

    Sistemadeensino:OpenUniversity –UniversidadeabertaemTeologiaOpresentematerialapostiladoébaseadonosprincipaistópicosepontossalientesdamatériaem

    questão.Aabordagemaquicontidatrata-seda“espinhadorsal”damatéria.Anexo,nofinaldaapostila,segueaindicaçãodesitessériosebemfundamentadossobreamatériaqueomóduloaborda,

    bemcomobibliografiaparamaioraprofundamentodosassuntosetemasestudados. 

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    SSSSSSSSuuuuuuuummmmmmmmáááááááárrrrrrrriiiiiiiioooooooo 

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    Introdução...............................................................................................................................................04

    AÉticaesuaImportânciaparaoPovodeDeus .............................................................................05

    AÉticanoAntigoenovoTestamentos..............................................................................08

    AlternativasÉticas...................................................................................................................10

    OModoCristãodeViver.........................................................................................................14

    ORelativismo..........................................................................................................................17

     CristianismoeRazão.....................................................................................................19

    OCristãoeaInjustiça.............................................................................................................22

    OCristãoeaÉticaContemporânea.......................................................................................25

    Bibliografia..............................................................................................................................32

     

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    IInnttrroodduuççããoo 

    As decisões que tomamos são invariavelmente influenciadas pelo horizonte do nossopróprio mundo individual e social. Ao elegermos uma determinada solução emdetrimento de outra, o fazemos baseados num padrão, num conjunto de valores doque acreditamos ser certo ou errado. É isso que chamamos de ética.

    A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer o modo de ser, ocaráter. Os romanos traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” (ou no plural“mores”), que quer dizer costume, de onde vem a palavra moral. Tanto “ethos”(caráter) como “mos” (costume) indicam um tipo de comportamento propriamentehumano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto,mas que é “adquirido ou conquistado por hábito”. Portanto, ética e moral, pelaprópria etimologia, diz respeito a uma realidade humana que é construída histórica esocialmente a partir das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades ondenascem e vivem.

    Ética é o conjunto de valores ou padrão pelo qual uma pessoa entende o que seja certoou errado e toma decisões.

    Cada um de nós tem uma ética. Cada um de nós, por mais influenciado que sejapelo relativismo e pelo pluralismo de nossos dias, tem um sistema de valores internoque consulta (nem sempre, a julgar pela incoerência de nossas decisões...!) no processode fazer escolhas. Nem sempre estamos conscientes dos valores que compõem essesistema, mas eles estão lá, influenciando decisivamente nossas opções.

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    AA ÉÉttiiccaa ee ssuuaa IImmppoorrttâânncciiaa ppaarraa oo PPoovvoo ddee DDeeuuss 

    As igrejas evangélicas têm sido afetadas pelas tendências da cultura: “teologia daprosperidade” (evangelho da saúde e da riqueza), pragmatismo, diluição do senso depecado. Leia John MacArthur Jr., Sociedade sem pecado (Cultura Cristã, 2002). “A igrejaaceita o evangelho popular da auto-estima ou reconhece a terrível realidade dopecado segundo a Bíblia?”Ainda bem que, na maior parte das vezes, não são esses os desafios éticos extremosque enfrentamos. Ainda assim, existem muitas tentações na sociedade moderna para

    nos afastarmos dos valores bíblicos (conflitos entre ética cristã e valores da sociedade).

    AA ÉÉttiiccaa CCrriissttãã nnaa SSoocciieeddaaddee A gravidade da situação atual em nossa sociedade se resume em atuação do

    secularismo, materialismo, perda dos valores transcendentes e absolutos (pós-modernismo). Características como: individualismo egocêntrico, hedonismo,relativismo. Dicotomia entre ética pessoal e coletiva. A versão brasileira: “o jeitinho” esuas conseqüências (corrupção, impunidade, etc.).Dilemas éticos: em situações claras e definidas, muitas vezes as decisões éticas já sãodifíceis. Quanto mais se existem dilemas angustiantes, muitos deles próprios do nosso

    tempo.

    Quando o assunto é conduta ou comportamento humano, precisamos de normasou princípios que orientem o nosso comportamento. Naqueles dias não havia rei emIsrael; cada um fazia o que achava mais certo. (Jz 21.25). Esta era a triste situação deIsrael na época dos juízes! Naqueles dias não havia rei em Israel. Por não haver rei emIsrael, não existia autoridade e leis que orientassem a conduta do povo. Aconseqüência disto foi à anarquia: Cada um fazia o que achava mais certo.Este versículo nos oferece duas verdades importantes: Primeira, todos nós precisamostomar decisões; segunda, todas as nossas decisões são orientadas pela noção daquilo

    que é certo ou errado. Certo ou Errado? O nosso referencial ético é a Bíblia. Ela é onosso manual de fé e de comportamentoToda pessoa toma as suas decisões a partir daquilo que ele pensa sobre o que é certoou errado.

    A ética cristã trata dos princípios que regulam o comportamento do cristão. A éticacristã é o conjunto de princípios espirituais extraídos exclusivamente da Bíblia, paranortear a conduta do cristão, nos seus relacionamentos com Deus e com as pessoas. E.Bruner diz: "Ética cristã é o comportamento humano determinado pelo

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    AA BBííbblliiaa SSaag g rraaddaa éé oo mmaannuuaall ddee oorriieennttaaççããoo ddoo ccrriissttããoo O cristianismo parte do principio de que existe uma fonte de verdade fora de nós. A

    Bíblia é especificamente esta verdade. Declarou Jesus: A tua palavra é a verdade. (Jo17.17). A Palavra de Deus é a verdade objetiva, eterna, absoluta e universal. Ela éautoridade suprema em matéria de fé e de comportamento. Encontramos na Bíbliatoda a orientação que precisamos para todos os assuntos importantes da nossa vida.Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos (Sl 119.105).

    É na Bíblia que encontramos o padrão moral revelado por Deus. AugustusNicodemus faz uma alerta: "Entretanto, mais do que simplesmente um livro de regrasmorais, as Escrituras são para os cristãos a revelação do que Deus fez para que ohomem pudesse vir a conhecê-lo, amá-lo e alegremente obedecê-lo. A mensagem dasEscrituras é fundamentalmente de reconciliação com Deus mediante Jesus Cristo. Aética cristã fundamenta-se na obra realizada de Cristo e é uma expressão de gratidão,muito mais do que um esforço para merecer as benesses divinas".

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    AA ÉÉttiiccaa nnoo AAnnttiig g oo ee nnoovvoo TTeessttaammeennttooss 

    OO ccaarráátteerr ééttiiccoo ddee DDeeuuss A religião dos judeus tem sido descrita como “monoteísmo ético”. O AntigoTestamento fala da existência de um único DEUS, o criador e Senhor de todas ascoisas. Esse DEUS é pessoal e tem um caráter positivo, não negativo ou neutro. Essecaráter se revela em seus atributos morais. DEUS é Santo (Lv 11, 45; Sl 99, 9), justo (Sl11, 7; 145, 17), verdadeiro (Sl 119, 160; Is 45, 19), misericordioso (Sl 103, 8; Is 55, 7), fiel(Dt 7, 9; Sl 33, 4).

    AA LLeeii ddee DDeeuuss A lei expressa o desejo que DEUS tem de que as suas criaturas vivam vidas deintegridade. Há três tipos de leis no Antigo Testamento: cerimoniais, civis e morais.Todas visavam disciplinar o relacionamento das pessoas com DEUS e com o seupróximo. A lei inculca valores como a solidariedade, o altruísmo, a humildade, averacidade, sempre visando o bem-estar do indivíduo, da família e da coletividade.

    Os Dez MandamentosA grande síntese da moralidade bíblica está expressa nos Dez Mandamentos (Ex 20,

    1-17; Dt 5, 6-21). As chamadas “duas tábuas da lei” mostram os deveres das pessoaspara com DEUS e para com o seu próximo. O Reformador João Calvino falava nos três

    usos da Lei: judicial, civil e santificador. Todas as confissões de fé reformadas dãogrande destaque à exposição dos Dez Mandamentos.

    A contribuição dos profetas Alguns dos preceitos éticos mais nobres do Antigo Testamento são encontrados noslivros dos Profetas, especialmente Isaías, Oséias, Amós e Miquéias. Sua ênfase estánão só na ética individual, mas social. Eles mostram a incoerência de cultuar a DEUS eoferecer-lhe sacrifícios, sem todavia ter um relacionamento de integridade com osemelhante. Ver Isaías 1, 10-17; 5, 7 e 20; 10 1-2; 33, 15; Oséias 4, 1-2; 6, 6; 10, 12; Amós5, 12-15, 21-24; Miquéias 6, 6-8.

    AA ééttiiccaa ddoo NNoovvoo TTeessttaammeennttoo A ética do Novo Testamento não contrasta com a do Antigo, mas nele se fundamenta.

     Jesus e os Apóstolos desenvolvem e aprofundam princípios e temas que já estavampresentes nas Escrituras Hebraicas, dando também algumas ênfases novas.

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    A ética de Jesus

    A ética de Jesus está contida nos seus ensinos e é ilustrada pela sua vida. O temacentral da mensagem de Jesus é o conceito do “reino de DEUS”. Esse reino expressauma nova realidade em que a vontade de DEUS é reconhecida e aceita em todas asáreas. Jesus não apenas ensinou os valores do reino, mas os exemplificou com a vida eo seu exemplo.

    O Sermão da Montanha: uma das melhores sínteses da ética de Jesus está contida noSermão da Montanha (Mateus Caps. 5 a 7). Os seus discípulos (os Filhos do Reino)devem caracterizar-se pela humildade, mansidão, misericórdia, integridade, busca da

     justiça e da paz, pelo perdão, pela veracidade, pela generosidade e acima de tudo peloamor. A moralidade deve ser tanto externa como interna (sentimentos, intenções): Mt5, 28. A fonte do mal está no coração: Mc 7, 21-23.

    A vontade de DEUS: Jesus acentua que a vontade ou o propósito de DEUS é o valorsupremo. Vemos isso, por exemplo, em Mt 19, 3-6. O maior pecado do ser humano é oamor próprio, o egocentrismo (Lc 12, 13-21; 17, 33). Daí a ênfase nos dois grandesmandamentos que sintetizam toda a lei: Mt 22, 37-40. Outro princípio importante é afamosa “regra de ouro”: Mt 7, 12.

    A ética de Paulo: Paulo baseia toda a sua ética na realidade da redenção em Cristo.Sua expressão característica é “em Cristo” (II Co 5, 17; Gl 2, 20; 3, 28; Fp 4, 1). Somentepor estar em Cristo e viver em Cristo, profundamente unido a Ele pela fé, o cristãopode agora viver uma nova vida, dinamizado pelo Espírito de Cristo. Todavia, ocristão não alcançou ainda a plenitude, que virá com a consumação de todas as coisas.Ele vive entre dois tempos: o “já” e o “ainda não”.

    Tipicamente em suas cartas, depois de expor a obra redentora de DEUS por meio deCristo, Paulo apresenta uma série de implicações dessa redenção para a vida diária docrente em todos os aspectos (Rm 12, 1-2; Ef 4, 1)

    Entre os motivos que devem impulsionar as pessoas em sua conduta está a imitaçãode Cristo (Rm 15, 5; Gl 2, 20; Ef 5, 1-2; Fp 2, 5). Outro motivo fundamental é o amor(Rm 12, 9-10; I Co 13, 1-13; 16, 14; Gl 5, 6). O viver ético é sempre o fruto do Espírito(Gl 5, 22-23).Na sua argumentação ética, Paulo dá ênfase ao bem-estar da comunidade, o corpo deCristo (Rm 12, 5; I Co 10, 17; 12, 13 e 27; Ef 4, 25; Gl 3, 28). Ao mesmo tempo, elevaloriza o indivíduo, o irmão por quem Cristo morreu (Rm 14, 15; I Co 8, 11; I Ts 4, 6;Fm 16)Acima de tudo, o crente deve viver para DEUS, de modo digno dEle, para o seuinteiro agrado: Rm 14, 8; II Co 5, 15; Fp 1, 27; Cl 1, 10; I Ts 2, 12; Tt 2, 12.

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    AAlltteerrnnaattiivvaass ÉÉttiiccaass 

    Os estudiosos do assunto geralmente agrupam as alternativas éticas de acordocom o seu princípio orientador fundamental. As principais são: humanística, natural ereligiosa.

    Éticas Humanísticas

    As chamadas éticas humanísticas são aquelas que tomam o ser humano como amedida de todas as coisas, seguindo o conhecido axioma do antigo pensador sofistaProtágoras (485-410 AC). Ou seja, são aquelas éticas que favorecem escolhas e decisõesvoltadas para o homem como seu valor maior.

    Hedonismo

    Uma forma de ética humanística é o hedonismo. Esse sistema ensina que o certo

    é aquilo que é agradável. A palavra "hedonismo" vem do grego |hdonh, "prazer".Como movimento filosófico, teve sua origem nos ensinos de Epicuro e de seusdiscípulos, cuja máxima famosa era "comamos e bebamos porque amanhãmorreremos". O epicurismo era um sistema de ética que ensinava, em linhas gerais,que para ter uma vida cheia de sentido e significado, cada indivíduo deveria buscaracima de tudo aquilo que lhe desse prazer ou felicidade. Os hedonistas mais radicaischegavam a ponto de dizer que era inútil tentar adivinhar o que dá prazer aopróximo.

    Como conseqüência de sua ética, os hedonistas se abstinham da vida política e

    pública, preferiam ficar solteiros, censurando o casamento e a família como obstáculosao bem maior, que é o prazer individual. Alguns chegavam a defender o suicídio,visto que a morte natural era dolorosa.

    Como movimento filosófico, o hedonismo passou, mas certamente a sua doutrinacentral permanece em nossos dias. Somos todos hedonistas por natureza.Freqüentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer. Aética natural do homem é o hedonismo. Instintivamente, ele toma decisões e fazescolhas tendo como princípio controlador buscar aquilo que lhe dará maior prazer e

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    felicidade. O individualismo exacerbado e o materialismo moderno são formas atuaisde hedonismo.

    Muito embora o cristianismo reconheça a legitimidade da busca do prazer e dafelicidade individuais, considera a ética hedonista essencialmente egoísta, pois colocatais coisas como o princípio maior e fundamental da existência humana.

    UtilitarismoOutro exemplo de ética humanística é o utilitarismo, sistema ético que tem

    como valor máximo o que considera o bem maior para o maior número de pessoas.Em outras palavras, "o certo é o que for útil". As decisões são julgadas, não em termosdas motivações ou princípios morais envolvidos, mas dos resultados que produzem.Se uma escolha produz felicidade para as pessoas, então é correta. Os principaisproponentes da ética utilitarista foram os filósofos ingleses Jeremy Bentham e JohnStuart Mill.A ética utilitarista pode parecer estar alinhada com o ensino cristão de buscarmos obem das pessoas. Ela chega até a ensinar que cada indivíduo deve sacrificar seu prazerpelo da coletividade (ao contrário do hedonismo). Entretanto, é perigosamenterelativista: quem vai determinar o que é o bem da maioria? Os nazistas dizimarammilhões de judeus em nome do bem da humanidade. Antes deles, já era popular oadágio "o fim justifica os meios". O perigo do utilitarismo é que ele transforma a éticasimplesmente num pragmatismo frio e impessoal: decisões certas são aquelas queproduzem soluções, resultados e números.

    Pessoas influenciadas pelo utilitarismo escolherão soluções simplesmente porque elasfuncionam, sem indagar se são corretas ou não. Utilitaristas enfatizam o método emdetrimento do conteúdo. Eles querem saber “como” e não “por quê?”.

    Talvez um bom exemplo moderno seja o escândalo sexual Clinton/Lewinski. Numasociedade bastante marcada pelo utilitarismo, como é a americana, é compreensívelque as pessoas se dividam quanto a um impeachment do presidente Clinton, visto quesua administração tem produzido excelentes resultados financeiros para o país.

    ExistencialismoAinda podemos mencionar o existencialismo, como exemplo de ética

    humanística. Defendido em diferentes formas por pensadores como Kierkegaard, Jaspers, Heiddeger, Sartre e Simone de Beauvoir, o existencialismo é basicamentepessimista. Existencialistas são céticos quanto a um futuro róseo ou bom para ahumanidade; são também relativistas, acreditando que o certo e o errado são relativosà perspectiva do indivíduo e que não existem valores morais ou espirituais absolutos.Para eles, o certo é ter uma experiência, é agir — o errado é vegetar, ficar inerte.Sartre, um dos mais famosos existencialistas, disse: "O mundo é absurdo e ridículo.Tentamos nos autenticar por um ato da vontade em qualquer direção". Pessoasinfluenciadas pelo existencialismo tentarão viver a vida com toda intensidade, etomarão decisões que levem a esse desiderato. Aldous Huxley, por exemplo, defendeu

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    o uso de drogas, já que as mesmas produziam experiências acima da percepçãonormal. Da mesma forma, pode-se defender o homossexualismo e o adultério.

    O existencialismo é o sistema ético dominante em nossa sociedade moderna. Suainfluencia percebe-se em todo lugar. A sociedade atual tende a validar eticamenteatitudes tomadas com base na experiência individual. Por exemplo, um homem quenão é feliz em seu casamento e tem um romance com outra mulher com quem se sentebem, geralmente recebe a compreensão e a tolerância da sociedade.

    Ética Naturalística

    Esse nome é geralmente dado ao sistema ético que toma como base o processoe as leis da natureza. O certo é o natural — a natureza nos dá o padrão a ser seguido.A natureza, numa primeira observação, ensina que somente os mais aptos sobreviveme que os fracos, doentes, velhos e debilitados tendem a cair e a desaparecer à medidaque a natureza evolui. Logo, tudo que contribuir para a seleção do mais forte e asobrevivência do mais apto, é certo e bom; e tudo o que dificultar é errado e mau.

    Por incrível que possa parecer, essa ética teve defensores como Trasímaco(sofista, contemporâneo de Sócrates), Maquiavel, e o Marquês de Sade.Modernamente, Nietzsche e alguns deterministas biológicos, como Herbert Spencer e

     Julian Huxley.

    A ética naturalística tem alguns pressupostos acerca do homem e da naturezabaseados na teoria da evolução: (1) a natureza e o homem são produtos da evolução;(2) a seleção natural é boa e certa. Nietzsche considerava como virtudes reais aseveridade, o egoísmo e a agressividade; vícios seriam o amor, a humildade e apiedade.

    Pode-se perceber a influência da ética naturalística claramente na sociedade moderna.A tendência de legitimar a eliminação dos menos aptos se observa nas tentativas delegalizar o aborto e a eutanásia em quaisquer circunstâncias. Os nazistas eliminaramdoentes mentais e esterilizaram os "inaptos" biologicamente. Sade defendia aexploração dos mais fracos (mulheres, em especial). Nazistas defenderam o conceitoda raça branca germânica como uma raça dominadora, justificando assim aeliminação dos judeus e de outros grupos. Ainda hoje encontramos pichações feitaspor neo-nazistas nos muros de São Paulo contra negros, nordestinos e pobres.Conscientemente ou não, pessoas assim seguem a ética naturalística da sobrevivênciados mais aptos e da destruição dos mais fracos.

    Os cristãos entendem que uma ética baseada na natureza jamais poderá serlegítima, visto que a natureza e o homem se encontram hoje radicalmentedesvirtuados como resultado do afastamento da humanidade do seu Criador. Anatureza como a temos hoje se afasta do estado original em que foi criada. Não podeservir como um sistema de valores para a conduta dos homens.

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    Éticas Religiosas

    São aqueles sistemas de valores que procuram na divindade (Deus ou deuses) omotivo maior de suas ações e decisões. Nesses sistemas existe uma relação inseparávelentre ética e religião. O juiz maior das questões éticas é o que a divindade diz sobre oassunto. Evidentemente, o conceito de Deus que cada um desse sistema mantém,acabará por influenciar decisivamente o código ético e o comportamento a serseguido.

    Éticas Religiosas Não Cristãs

    No mundo grego antigo os deuses foram concebidos (especialmente nas obrasde Homero) como similares aos homens, com paixões e desejos bem humanos e semmuitos padrões morais (muito embora essa concepção tenha recebido muitas críticasde filósofos importantes da época). Além de dominarem forças da natureza, o quetornava os deuses distintos dos homens é que esses últimos eram mortais. Não é deadmirar que a religião grega clássica não impunha demandas e restrições aocomportamento de seus adeptos, a não ser por grupos ascéticos que seguiam severasdietas religiosas buscando a purificação.

    O conceito hindú de não matar as vacas vem de uma crença do período védico queassocia as mesmas a algumas divindades do hinduísmo, especialmente Krishna. Oculto a esse deus tem elementos pastoris e rurais.

    O que pensamos acerca de Deus irá certamente influenciar nosso sistema interno devalores bem como o processo decisório que enfrentamos todos os dias. Isso valetambém para ateus e agnósticos. O seu sistema de valores já parte do pressuposto deque Deus não existe. E esse pressuposto inevitavelmente irá influenciar suas decisõese seu sistema de valores.

    É muito comum na sociedade moderna o conceito de que Deus (ou deuses?) sejauma espécie de divindade benevolente que contempla com paciência e tolerância osafazeres humanos sem muita interferência, a não ser para ajudar os necessitados,especialmente seus protegidos e devotos. Essa concepção de Deus não exige mais doque simplesmente um vago código de ética, geralmente baseado no que cada um achaque é certo ou errado diante desse Deus.

    A Ética Cristã

    Á ética cristã é o sistema de valores morais associado ao Cristianismo histórico e queretira dele a sustentação teológica e filosófica de seus preceitos.

    Como as demais éticas já mencionadas acima, a ética cristã opera a partir de

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    diversos pressupostos e conceitos que acredita estão revelados nas EscriturasSagradas pelo único Deus verdadeiro.(A ética cristã já mencionada)

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    OO MMooddoo CCrriissttããoo ddee VViivveerr 

    As décadas de 60 e 70 viram nascer uma nova ideologia de contestação aos valores

    defendidos pela sociedade da época. A desilusão com a capacidade humana em darsoluções adequadas a problemas como a fome ou as guerras levou à elaboração de ummodelo contracultural, uma resposta ao padrão vigente.

    Alguns buscaram respostas nas filosofias orientais; outros, desiludidos com amoralidade cristã ocidental, enveredaram pelo ateísmo; outros, ainda (e maisprejudicialmente), buscaram nas drogas um caminho de liberação. Mas teriam essastentativas sido bem sucedidas? Cremos que não.

    Cremos que esta busca desesperada por uma alternativa viável de vida levou apenas a

    mais desilusões, pois funda-se em pressupostos errados, distanciados que estão domaior padrão humano de conduta.Cremos firmemente que há um modelo contracultural eficiente, proposto pela Palavrade Deus, eficaz em seus objetivos e absolutamente contestatório de nossa realidadepresente. Um modelo que, se integralmente vivenciado em seus valores, representariaa concretização do sonho das gerações de 30 ou 40 anos atrás, como veremos a seguir.

    Uma Proposta Bíblica de Contracultura

    É consistente na Bíblia a afirmação de que Deus escolheu para si um povo para salvar

    e redimir, um povo que deveria andar de acordo com seu comando e vontade (Lv18:1-4). Das palavras registradas por Moisés, extraímos que, além de tomar um povopara si, Deus ainda exige dele que não faça como as nações da terra, antes, seja umpovo diferenciado, que segue a vontade do Pai. Entretanto, observamos ao longo doAntigo Testamento que este povo preferiu o caminho da terra de Canaã, curvando-seperante deuses de pau e pedra (Ez 20:32).

    É claro que o problema de Israel não se resumia à idolatria. Os alertas dos profetasdesnudam o povo em todos os seus pecados, não deixando qualquer outra esperançasenão a redenção divina, nem nenhum outro caminho além da obediência.

    Mas qual seria esse modo cristão de viver, o modo de vida que realmente agrada aDeus? Cremos que um bom resumo do que nos é ordenado como modo de vida estácontido no Sermão do Monte.

    Como já vimos, o Sermão do Monte é um perfeito resumo do ensino moral pregadopor Jesus. Se Mateus é, corretamente, chamado de Evangelho do Reino, estas são assuas leis, a lei que o cidadão dos céus deve seguir e obedecer.O Sermão do Monte tem uma ordenança clara, de que o cristão não deve seguir oscaminhos deste mundo: “não vos assemelheis a eles...” (Mt 6:8). A vida do cristão temde ser diferente. Infelizmente, a idéia de que o cristão deve ser igual às demais pessoas

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    Há, de fato, na Palavra de Deus um padrão cristão de contracultura. Não há como lero Sermão do Monte sem identificar ali um modo de vida absolutamente diversodaquilo é pregado e vivido por aqueles que não conhecem a Cristo. Certamente, aPalavra de Deus tem uma resposta firme à sociedade moderna, quando anuncia anecessidade de um caráter humano renovado, que influencie para o bem comum,obediente à vontade de Deus, de verdadeira espiritualidade, voltado para os valoresdo alto, com relacionamentos sociais sadios e submisso ao senhorio de Jesus.Precisamos viver estes valores do reino, não permitindo que a contracultura mundanaentre pelas portas da igreja, como tem se visto com tanta freqüência. Que Deus nosabençoe para fazermos sua vontade.

    Entre a conveniência da farsa e convicção de fé. (Dn. 3.15-18)

    O relato de Daniel 3 é sem dúvidas um rico exemplo de verdadeiro modo de servir aDeus, seja qual for o estado da sociedade, sem abrir mão dos valores da Palavra deDeus.

    Estai dispostos. Servir a Deus – na universidade inclusive – é um grande desafio devida, é colocar a cabeça a prêmio diante do rei (poder político), dos sábios (ciência),etc.

    A confiança dos jovens não está no caráter milagroso de Deus. “se o nosso Deus, a quemservimos, quer livrar-nos... se não”  (17-18) Há uma abismo intransponível entre asolenidade do faz de conta na política, na religiosidade, no show e uma convicção

    inabalável na veracidade do caráter de Deus. E Isto não se consegue por decreto.Qual postura tomar? Negação completa ou acomodação completa? Em cada épocasomos chamados a dar uma resposta para nosso tempo. Não temos um ImpérioBabilônico, uma estátua e uma fornalha literalmente – mas temos diante de nós outrosimpérios (não menos poderosos), outras estátuas e muitas outras fornalhas. O quefazer hoje?a.  Como proposta para enfrentamento da realidade moderna ante o desafio deser cristão, Grenz (1997:242ss) sinaliza com quatro questões:

    1.  Um evangelho pós-individualista: o individualismo é filho da modernidade e, se a

    Reforma Protestante não “inventou” o individuo, o celebra muito. Lembrar que ocristianismo é centrado no corpo de Cristo: é uma celebração coletiva, da comunidade.O fato de que Deus é uma trindade social – Pai, Filho e Espírito – dá-nos umaindicação de que o propósito divino para a criação tem como alvo inter-relacionamento do individuo”

    2.  Um evangelho pós-racionalista: no embate com a ciência em plenamodernidade a teologia se tornou racional (para negar seu caráter medieval), equando esta pretensão racional da modernidade ruiu, levou junto também a teologia.No estilo ”abraço de afogados”. No mundo da pós-modernidade quando os cânonesda ciência estão sendo questionados, a racionalidade teológica idem.

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    3.  Um evangelho pós-noeticêntrico: “Um evangelho pós-noeticêntricoressalta a relevância da fé em todas as dimensões da vida. Ela não permite de formaalguma que o comprometimento com Cristo estacione simplesmente num esforçointelectual, deixando que se transforme unicamente num assentimento a proposiçõesortodoxas. O comprometimento com Cristo deve também achar guarida no coração.Na verdade, o mundo pós-moderno dá-nos ocasião para que nos reapoderemos davelha crença pietista segundo a qual uma cabeça boa não tem valor se o coraçãotambém não for bom. O evangelho cristão cuida não somente da reformulação denossos compromissos intelectuais, mas também da transformação de nosso caráter eda renovação de toda a nossa vida como crentes que somos” (Grenz, 1997:249).

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    depende da cultura de cada povo. É um costume puramente relativista e nãouniversal. Alguns princípios de costumes sobre enterros, casamentos, sexo, variam depaís para país ou até mesmo de cidade para cidade. Esse senso de “certo e errado”relativista não influi em nossa vida moral, pois não foi um mandamento de um Deusuniversal. Há coisas que são validadas apenas dentro da experiência humanaparticularmente individual. Eu posso me irritar com o som de uma música Rock e aoutra pessoa não. Neste sentido o que é verdadeiro para mim não precisa sernecessariamente verdadeiro para outros.

    No entanto, isto não é válido o bastante para dizer que porque há um tipo derelativismo pessoal, nós então podemos estendê-lo e aplicá-lo em todas as áreas davida e dizer que tudo o mais é relativo. Não, isto não é uma suposição válida nemlógica.

    Como o cristão deve encarar o Relativismo

    Partindo do exemplo dos mártires que entregaram suas vidas por uma verdadeabsoluta — A Bíblia, a Palavra revelada de Deus, o cristão não deve permanecerpacífico e tranqüilo. Ele deve estar pronto a subverter (revolucionar) a sociedade paraapresentar esses valores centralizados no evangelho de Cristo. Veja como Paulo eSilas, aliados ao corajoso Jasom, transtornaram a cidade de Tessalônica em Atos 17.1-9. É possível os cristãos agirem dessa forma hoje?

    Nas palavras do teólogo R. C. Sproul, "Deus é, e onde ele é, existe dever… Deus temum direito eterno e intrínseco de impor obrigações, de subjugar a consciência de suas

    criaturas". Sproul faz ainda um alerta quanto à anarquia ética para a qual nosdirigimos, pois a nossa era apresenta um antinomianismo  sem precedente, ou seja,todos fazem o que parece correto aos seus próprios olhos”.

    Um outro problema grave aliado ao relativismo é o pragmatismo, usado inclusive pormuitas igrejas, que defendem o argumento de que se tal estratégia dá certo, entãovamos fazer, mesmo que os fins não justifiquem os meios.

    Mas os discípulos do Senhor Jesus, que é o mesmo ontem, hoje, e para sempre,montam guarda contra os ataques do relativismo, batalhando diligentemente pela féque uma vez por todas foi entregue aos santos (Judas 3). Aliás, o verso 4 de Judas

    comprova que nem Deus e nem Jesus eram tidos como verdade absoluta naquelaépoca.

    Portanto, os cristãos devem estar dispostos a sofrer nesses dias conturbados. Devemestar dispostos a santificar a Cristo, como Senhor, em seus corações (ler 1 Pedro 3.13-17). Devem ainda buscar a Deus para receberem ajuda, em tempos de ansiedade,aflição, confusão ou inquietude na alma, estando certos de obterem sábio conselho elibertação. É o próprio Deus quem nos assegura disso no Salmo 19.7-14.

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    "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossoscorpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Enão vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossamente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."Rm 12:1,2

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    CCrriissttiiaanniissmmoo ee RRaazzããoo 

    Cremos que uma das características da natureza humana que a diferencia de outrasformas de vida é nossa possibilidade de refletir, ou melhor o uso de nossaracionalidade. Não utilizá-la é “desumanizar nossa própria humanidade”, em outraspalavras, é não se apropriar de uma de nossas características. Lembre-se: fomoscriados à imagem e semelhança de Deus (incluindo nossa razão).

     John Stott coloca em seu livro alguns aspectos interessantes que trataremos nessabreve reflexão: Qual é o lugar da mente na vida do cristão iluminado pelo Espírito

    Santo? Ninguém deseja um Cristianismo frio, triste, intelectualizado. Mas será queisso significa que temos que evitar a todo custo o “intelectualismo” ou a“intelectualidade”? Muitos acreditam que ao intelecto compete apenas um papelsecundário. Outros podem até dizer: “a experiência é o que realmente importa, e não adoutrina”.

    Cristianismo de mente vazia.  Convém ressaltar inicialmente que é importanteevitarmos posições extremas como ‘conhecimento sem zelo’ e o ‘zelo semconhecimento’, porém a este último Paulo faz uma clara crítica (Rm.10:2). Persisteainda um discurso ‘anti-intelectualismo’ no meio cristão, infelizmente até os diasatuais. Tal discurso, potencialmente muito perigoso, pode nos levar a atitudesextremas. Alguns evangélicos, em detrimento da razão, fazem da experiência oprincipal critério da verdade.

    Por que usar nossas mentes? Há um poder natural do pensamento na concretizaçãode ações, é aquilo que simplesmente chamamos de idéias, isto é, estas só existemporque somos dotados de razão. Ao longo da história da humanidade e mesmo aolongo da nossa própria história individual confirmamos que “grandes ações surgiraminicialmente a partir de grandes idéias”.

    É dever do homem pensar  e agir, fomos criados para pensar (Sl.32:9; Sl.73:22). ABíblia aponta que quando o homem negligencia sua razão ou o papel de pensar, osanimais acabam por nos superar (Pv 6:6-11, Is 1:3; Jr.8:7). Como já vimos, o pecado –queda – que transformou nossa mente em mente decaída não é justificativa para nãoutilizá-la.Lembremos que nossas mentes estão diante do Deus que é revelado (Sl.19:1-4;Rm.1:18-21). Stott aponta que o grande diferencial do cristianismo é sua ênfase nadoutrina e que tal característica não é percebida nas religiões não cristãs, nestas, aênfase é dada pela realização de um ritual. Neste aspecto, imagine só em nossocontexto brasileiro, onde o ritualismo tem forte influência em nossa cultura, como este

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    aspecto, do aqui e agora, da hipervalorização do sobrenatural podem ganharperigosos contornos onde a mente é deixada de lado, onde novamente a experiência, omomento é o que vale.Um dos papéis mais nobres da mente humana é ouvir a Palavra, ver a mente de Deuse pensar conforme Seus pensamentos.

    Um dos critérios que somos julgados por Deus é pelo conhecimento. Os. 4:6; Is.5:13;Pv. 1:22; 3:13-15; II Pe. 1:5; Ef. 3:14-19. Paulo valoriza o entendimento, crescimento noconhecimento Ef.1:17-19; Fp.1:9-11)Uma grande questão que pode estar permeando agora nossas mentes é: “E quanto anossa fé?” Onde a fé se encaixa em toda essa valorização que procuramos dar à razão?Primeiramente: fé não é credulidade, a fé e a visão são postas em oposição na Bíblia. (IICor. 5:7), mas não  fé   e razão. Isto é, uma não exclui a outra. A fé verdadeira éessencialmente racional porque se baseia no caráter e nas promessas de Deus (e quesão objetivas).

    Em segundo lugar:  fé não é otimismo. Todos devem ter ouvido ou conheceram obrascomo os de Lair Ribeiro e outros neurolinguistas, que, aliás, o mercado editorialfatura(ou) de forma extraordinária, tais obras ainda hoje estão por aí com outraroupagem. Esta fé proclamada por estes autores é uma fé em que? Logicamente “noeu”, “em si mesmo” e não em Deus.Lembremos pois que o conhecimento (ou o uso de nossa razão) tem um valor especialno exercício de nossa fé.Assim o conhecimento (ou a razão) tem um grandioso papel, isto é, ele é um meio enão um fim em si mesmo:

    Conhecimento para conduzir a adoração! Rm. 11:33. Em Lc 24:32 os discípulosafirmavam que “ardia nosso coração”. Olha só que envolvimento! Convém ressaltarque quando o conhecimento nos deixar ‘frio’ algo errado aconteceu. Devemos nosprecaver da “teologia sem devoção” e da “devoção sem teologia”.

    Conhecimento para conduzir a fé. Sl. 9:10.

    Conhecimento para conduzir a santidade. Fp. 4:9; Sl. 119:34.

    Conhecimento para conduzir ao Amor. Não devemos nos esquecer do essencial“tempero do amor”  Em I Cor. 8:1 e I Cor. 13:2 ressaltam o eficaz papel do amorpermeando o exercício da razão, dando-lhe uma perspectiva diferente.

    O livro de Provérbios destaca a importância da sabedoria. (Pv. 2:1-6) que mostra arelação que seu autor, Salomão, tinha com a mesma. Lembremos que, nunca com ofim em si mesmo, mas como meio de agradar e conhecer Aquele que é o princípio detoda sabedoria. (Pv. 1:7)Que nos apropriemos da graça que temos que é Pensar!!!

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    de uma confissão positiva. Pouco importa se o mundo à minha volta desaba; o quevale é que o Senhor me abençoou com um carro do último tipo. Estas igrejas são oretrato perfeito do individualismo característico de nossos tempos.

    A segunda é o da “Igreja espiritual”. É uma Igreja que mente para si mesma, sob opretexto de que “o Reino de Deus não é deste mundo”. É uma igreja rica emexpressões espirituais, mas carente de boas obras. Jesus fala a respeito deste tipo deIgreja em Mt 7.15-23 e 25.25-46. A esta “igreja”, cujos olhos estão voltados tão-só paracima, sem olhar para a realidade à sua volta, o Senhor promete uma recompensa nãomuito vantajosa...

    O Padrão Bíblico de Justiça Social

    Como em todo o curso de ética cristã que temos empreendido, o padrão de justiçaque devemos adotar é um só, o do próprio Deus. Deus criou a terra em perfeita ordeme em profusão de manifestações de sua extrema bondade para que todo o homemdesfrutasse dela, não apenas homens, mas também mulheres; não apenas brancos,como também negros; não apenas os mais cultos, como também os mais simples, poispara Deus não há acepção de pessoas (Dt 10.17) e Ele espera que nós também não ofaçamos (Dt 16.19).

    O Senhor Deus espera que cada um de nós dê a cada pessoa aquilo que lhe é devido(1Tm 5.18); o Senhor deseja que amparemos ao pobre e ao necessitado em suascarências (Dt 15.11) e que não tapemos nossos ouvidos ao seu clamor (Pv 21.13). Emresumo, que façamos ao nosso próximo aquilo que gostaríamos que este fizesse a nósmesmos, se estivéssemos em seu lugar (Lc 6.31) e que ajudemos ao necessitado comose ajudássemos ao próprio Cristo (Mt 25.25-46).

    O Papel da Igreja

    Tudo o que dissemos no item anterior diz respeito a qualquer ser humano; contudo,a Igreja, por ser formada pelos eleitos de Deus, regenerados conforme a imagem doseu Filho, Jesus Cristo, tem um papel ainda mais importante.

    Por mais chocante que isto possa parecer a alguns, não fomos chamados por Deusexclusivamente para sermos salvos, ou para sermos abençoados. Leia Ef 2.10. Para quePaulo diz que fomos criados? Da mesma maneira, nada fala mais alto aos

    ouvidos dos que não conhecem a Deus do que as nossas boas obras (Mt 5.16).A expectativa de Deus em relação à sua Igreja é ainda maior do que podemospensar. Veja Ef 4.28. Não é impressionante a proposta de Paulo para a igreja de Éfeso?Charles Hodge, sobre esta passagem, diz, acertadamente, que “nenhum homem vivepara si mesmo; e nenhum homem deve trabalhar apenas para si, mas com o objetivodefinido de estar apto a assistir outros. Os princípios cristãos, se corretamentecumpridos, poderiam rapidamente banir a pobreza e outros males correlacionados denossa civilização moderna”.

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    Em resumo, como em todos os demais aspectos da vida cristã, a Igreja deve ser sal eluz; sal, que conserva o mundo da deterioração e lhe dá sabor; luz, que indica ocaminho a seguir, um caminho de paz e justiça social.

    O Que Cristo Espera de Nós?

    Falar em Igreja pode soar a alguns como um conceito abstrato, ou ainda trazer amente apenas a Igreja como instituição.

    Esta última compreensão pode levar a um raciocínio egoísta, perigoso e preguiçoso:“se a minha igreja faz ação social, então eu não preciso me preocupar com isto”; “douo meu dízimo; é papel do pastor e do Conselho empregar estes recursos na açãosocial”. Ambos os raciocínios estão errados. No dia do juízo, não é a Igreja-instituiçãoque vai prestar contas do que fez aqui, mas cada crente individualmente (Mt 16.27).Não haverá desculpas, perante o reto juiz.

    Alternativas Práticas Simples

    - INFORME-SE: quais os problemas do mundo em que você vive? O primeiro passopara a transformação da realidade é deixar de lado a nossa alienação. Nisto, Karl Marxestava completamente certo.- PROFETIZE: Seja boca de Deus perante o mundo. Nos livros dos profetas do VT hámais declarações acerca da injustiça do que acerca do futuro. Como eles, não se calediante da injustiça. Aquele que se cala é responsável pelo sangue do inocente.

    - COLABORE: aqui não falamos apenas de dinheiro. Se você não pode ajudarfinanceiramente, seja voluntário em um trabalho social.- ORE: clame a Deus pelo seu país, pelas suas autoridades, pela injustiça vigente.- POLITIZE-SE: Envolva-se nos assuntos relativos à sua cidade ou bairro. Escolhabons governantes. Não vote no primeiro que aparecer, prometendo ajudar a igreja Xou Y. Um bom cristão buscará o bem de toda a sociedade, não apenas de seu grupo.

    “Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeçacomo o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e diaaceitável ao SENHOR? Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras daimpiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobresdesabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?” (Is 58:5-7).

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    manda a lei, temos menos lucro que os empresários desleais, que não pagam impostose, por isso, podem oferecer um preço menor no mercado, atraindo mais fregueses”.

    Esse é apenas um exemplo entre muitos de como o cristão sincero encontradificuldades para se movimentar num ambiente em que as relações comerciais esociais são desenvolvidas em muitas áreas na base da desonestidade. A Bíblia mandaque paguemos impostos ao governo, não adotando a prática da sonegação fiscal. Diz apalavra: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quemimposto...” (Rm 13.7). Jesus, o mestre divino, ensinou que devemos dar a César (aogoverno), o que é de César (Mt 22.21). Mas aquele servo de Deus estava, na realidade,sonegando impostos, e procurando justificar sua atitude ante a deslealdade dosconcorrentes.

    Um determinado irmão, crente em Jesus, é funcionário de uma companhia estatal.Como servo de Deus, procura pautar sua conduta pelos princípios da palavra deDeus, não participando da “roda dos escarnecedores”, nem se detendo no “caminhodos pecadores”. Assim, por não participar dos ambientes que seus colegasfreqüentam, fora do trabalho, como bares, danceterias, boates, festas mundanas, éconsiderado “anti-social”, e, por mais de uma vez, já foi prejudicado, inclusive empromoções que a empresa proporciona aos servidores. Por quê? Simplesmente, pornão querer ir na “onda” dos incrédulos, que se guiam por princípios humanoscontrários à sua fé.

    Tenho recebido indagações de alunos cristãos, que são perseguidos, nas escolas deprimeiro nível, segundo nível, e na universidade, pelo fato de serem constrangidos aparticipar de certas atividades escolares. Por exemplo, numa determinada época, nasescolas estaduais e municipais, os professores procuram envolver os alunos, empesquisas, em reuniões e atividades, sobre a chamada festa do “Halloween”. Essaprogramação envolve atividades, ditas culturais, folclóricas, e educacionais, que sãoverdadeiro atentado à fé cristã. É uma festividade, importada da América do Norte,que por sua vez, já a importou de países nórdicos, baseada num enredo que envolvefeitiçaria, bruxaria, ocultismo, esoterismo, e muitas outras práticas avessas à palavrade Deus, todas disfarçadas de folclore e cultura.

    E os alunos crentes sentem-se constrangidos em participar de tais eventos, pelos seusprofessores, que os ameaçam de obterem notas baixas nos trabalhos escolares, sedeixarem de participar. Para esses “mestres”, festas desse tipo são apenasmanifestações culturais, e nada têm de errado. Temos procurado orientar os jovens eadolescentes a não se deixarem intimidar com tais ameaças, e levantarem a voz contratais atitudes, que nada têm de culturais ou educacionais.

    Tenho duas netas, que estudam numa escola de primeiro nível, de grande conceito naCidade. Elas procuraram sua mãe, preocupadas, pois uma professora as induziu aparticipar de um “bloco de gays”! Para incutir nas crianças a idéia de que se devemrespeitar as “diferenças”, e não ter preconceito, pois, em matéria de orientação sexual,

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    mais seguro do que em outros lugares. É a segurança para a prática do pecado.Naturalmente, para essas pessoas, com essa mentalidade, não existe pecado.

    A revista Veja, de circulação nacional (15.09.04), p. 73, divulgou artigo sobre umapesquisa, realizada nos Estados Unidos, constatando que, em apenas três horas pordia, em média, os adolescentes são submetidos a uma programação em que 64%possuem algum tipo de conteúdo sexual; a pesquisa constata que 46% dos estudantesdo ensino médio já praticaram relações sexuais, e 1 milhão de adolescentes ficamgrávidas a cada ano 2. Na mesma matéria, é ressaltado que a pesquisa confirma ainfluência da programação erotizada na formação dos jovens e dos adolescentes. Osdados indicam que os jovens que “assistem com freqüência a programas comconteúdo erótico são duas vezes mais propensos à precocidade nas relações sexuaisdo que aqueles que não vêem esse tio de espetáculo porque os pais não permitem”.

    A ética contemporânea tem grande influência do antinomismo. Trata-se de uma“abordagem ética, segundo a qual, não existem normas objetivas a serem obedecidas.É a ausência de normas. Tudo depende das pessoas, e das circunstâncias. Jean PaulSartre, um dos filósofos, defensores dessa idéia, diz que o homem é plenamente livre.Num dos seus textos ele escreve: "Eu sou minha liberdade"... "E não sobrou nada nocéu, nenhum certo ou errado, nem alguém para me dar ordens... estou condenado anão ter outra lei senão a minha..." (Geisler, p. 30,31) 3. Esse tipo de visão encontraabrigo na mente de muita gente, principalmente entre os mais jovens, que anseiampor liberdade, sem refletir muito bem sobre as responsabilidades que nossas açõesincorrem. Na rebelião da juventude, na década de 60, os jovens, na França, bradaram:"é proibido proibir". Na onda do movimento hippie, muitos naufragaram,consumindo e consumidos pelas drogas, adotando um estilo de vida paradoxal, quevisava, no entender de seus amantes, irem de encontro à sociedade organizada,passando por cima de suas normas e de seus valores.

    Como o cristão pode posicionar-se?

    Há não muitos anos atrás, e resposta a essa questão seria mais fácil de serformulada. Hoje, porém, o relativismo tem dominado grande parte das denominaçõesevangélicas. O certo e o errado não são mais vistos como conceitos absolutos. Muita

    coisa depende da ótica de cada um. Eu estava assistindo uma palestra de certopregador, numa denominação histórica, quando ele discorria sobre o cristão e aconduta diante dos homens. O mesmo acentuava que havia atitude e comportamentosque contrarias a palavra de Deus, e que o cristão precisava evitar causar escândalo aseu irmão. Naquele momento, uma jovem, daquela igreja, levantou-se e falou: “Euacho que não deve haver essa preocupação. O que é errado para ele pode não sê-lopara mim”. “O que é errado para mim pode não ser certo para ele”. Tal afirmação é decunho relativista e subjetivista.

    2 Revista VEJA, p. 73.3 Norman GEISLER, Ética cristã, p. 30,31.

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    O cristão, na realidade, não pode guiar-se por quase nenhuma das abordagens éticascontemporâneas. O antinomismo não serve como referencial, pois prega a ausência denormas. Nela, o homem se faz seu próprio deus. A Bíblia diz : "Há caminho que aohomem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte" (Pv. 14.12). "De tudo o que setem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todohomem" (Ec 12.13; ver Pv 4.11,12; 6.23). Depois, é filosofia relativista. Cada um faz oque melhor entende. É o que ocorria com o povo de Israel, quando estava sem líder:"Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos"  (Jz17.6; 21.25). Aliás, em muitas igrejas, já impera o Antinomismo, quando muitos nãoobedecem a Bíblia, não há respeito a normas, e cada um faz o que acha melhor.

    E o servo de Deus não pode ser uma pessoa que vive sem adotar normas de conduta ede comportamento. O generalismo também não serve para o crente em Jesus. “Osgeneralistas são utilitaristas. Só é certo o que produz melhor resultado (mais felicidadeou prazer do que dor). Uma norma pode ser boa hoje, e não servir amanhã. Dependeda sociedade. Se, por exemplo, o adultério é errado, num período, em outro, poderáser aceito. Dessa forma, pode-se resumir essa abordagem, dizendo que "Há um só fimabsoluto (o máximo bem) e todos os meios (regras, normas, etc.) são relativos àquelefim..". Se, nesta situação, mentir seria mais útil ou vantajoso para a maioria doshomens, então se deve mentir"

    O situacionismo também não deve ser escolhido como referencial cristão. Em resumo,nessa visão, o certo e o errado, dependem da situação, em função do amor às pessoas.Baseiam-se inclusive na Bíblia, que resume toda a lei no amor (Mt 22.34-40; "O amornão faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor" (Rm 13.10). Maso fazem de modo equivocado. Chegam a dizer, por exemplo, que, se uma mentira forcontada em amor, é boa e certa. Isso não condiz com a ética cristã, que defende averdade como valor a ser observado. O absolutismo, outra abordagem ética, pregaque existem normas absolutas a serem seguidas, tais como coragem, justiça, verdade,etc. E que não se deve tergiversar em termos do que é absoluto. Em princípio, oabsolutismo parece estar em consonância com os princípios bíblicos. Mas é precisocuidado com os sofismas absolutistas.

    Diante da inadequação das abordagens éticas contemporâneas, resta ao cristãoprocurar guiar-se pelos princípios bíblicos de ética cristã. Podemos encontrar pelomenos oito princípios éticos, que orientam o comportamento dos que querem servir aDeus num mundo relativista. São eles:

    1) O princípio da fé.

    S. Paulo, o apóstolo dos gentios, dizia: "Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus.Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele quetem dúvidas, se come, está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado(Rm 14. 22,23). Nesse texto, vê-se a ênfase na fé ou na convicção do crente diante de

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    Deus, quanto ao que faz ou deixa de fazer. Ele não precisa recorrer a paradigmashumanos ou lógicos para posicionar-se quanto a atos ou palavras. Se tem dúvida, nãodeve fazer, pois "tudo o que não é de fé é pecado".

    2) O princípio da licitude e da conveniência.

    Na primeira carta aos coríntios, vemos Paulo ensinar: "Todas as coisas me são ilícitas,mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixareidominar por nenhuma (1 Co 6.12). Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisasconvêm" (1 Co 10.23). Esse critério orienta o cristão a que não faça as coisas apenas porque são lícitas, mas porque são lícitas e convém, à luz do referencial ético que é aPalavra de Deus.3) O princípio da licitude e da edificação.

    Diz a Bíblia: "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam" (1 Co 10.23b).Com base neste texto, não basta que alguma conduta ou proceder seja lícito, mas épreciso que contribua para a edificação do cristão. É um princípio irmão gêmeo doanterior. A ênfase aqui é na edificação espiritual de quem deve posicionar-se ante ofazer ou não fazer algo.

    4) O princípio da glorificação a Deus.

    "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória deDeus" (1 Co 10.31). Aí, temos um princípio ético abrangente, que inclui não só o comerou o beber, mas "qualquer coisa", que demande um posicionamento cristão. No dia-a-

    dia, sempre o cristão se depara com situações às vezes triviais, que exigem umatomada de posição.... qualquer atitude ou decisão a tomar, em termos morais,financeiros, negócios, transações, etc., tudo pode passar pelo crivo do princípio daglorificação a Deus, e o crente fiel, na direção do Espírito Santo, saberá responder semmaiores dificuldades. A indagação que o cristão deve fazer, com base nesse princípio,é:  "O que desejo fazer ou dizer, contribui para a glorificação a Deus?". Se a resposta forafirmativa, pelo Espírito Santo, a ação ou atitude pode ser executada. Se for negativa, é melhorque seja rejeitada. O que contribui para glória de Deus não fere nenhum princípio bíblico.

    5) O princípio da ação em nome de Jesus.

    "E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando porele graças a Deus Pai" (Cl 3.17). A condição do crente para realizar ou deixar de realizaralgo decorre da autoridade que lhe foi conferida pelo Nome de Jesus. Assim, quandoo cristão se vê na contingência de tomar uma decisão, de ordem espiritual, ouhumana, pode muito bem concluir pela ação ou não, se puder realizá-la no nome de

     Jesus, conforme orienta o apóstolo Paulo aos irmãos colossenses.

    6) O princípio do fazer para o Senhor.

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    "E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens" (Cl3.23). Diante de uma atitude, de uma decisão, devemos indagar: "Estamos agradandoa Deus a Deus ou aos homens?" Estamos fazendo, de todo o coração, ao Senhor?"Aresposta deve ser honesta, consultando, não ao coração, mas à Palavra de Deus.

    7) O princípio do respeito ao irmão mais fraco

    "Mas vede que essa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos. Porque, sealguém te vir a ti, que tens ciência, sentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciênciado que é fraco induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos? e, pela tua ciência, perecerá oirmão fraco, pelo qual Cristo morreu. Ora, pecando assim contra os irmãos e ferindo a sua fracaconsciência, pecais contra Cristo. Pelo que, se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca maiscomerei carne, para que meu irmão não se escandalize". (1 Co 8.9-13). Desse modo, aquestão, segundo o princípio da certeza é: O que pretendo fazer o faço com certeza defé? E essa certeza é fundamentada na Palavra de Deus? Tem respaldo na Bíblia? Não

    é apenas fruto de minha consciência falha, ou do meu coração enganoso? (ver Jr 17.9).Se a resposta for positiva, com base na Bíblia, pode ser realizado. Se não, deve serevitado.

    8) O princípio da prestação de contas.

    "Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todoshavemos ide comparecer ante o tribunal de Cristo. Porque está escrito: Pela minha vida, diz oSenhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De maneira quecada um de nós dará conta de si mesmo a Deus" (Rm 14.10-12). O princípio da prestação de

    contas nos lembra que, no trato com as pessoas ou com as coisas, não só devemosobservar a palavra de Deus, mas adverte-nos quanto à inevitável prestação de contasno futuro, e também aqui, no presente.

    No mundo atual, em que os absolutos foram todos desprezados, dando lugar aorelativismo exacerbado, o cristão só pode transitar, e posicionar-se corretamente, sesouber observar os princípios éticos, emanados da Bíblia Sagrada. Tudo muda nomundo dos homens. Mas, diante de Deus, sua palavra tem valor absoluto, e pode sero guia seguro e forte contra os vendavais do relativismo avassalador, que teminvadido, até, os arraiais das igrejas evangélicas. Disse Jesus: “O céu e a terra

    passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.3); disse o salmista:“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105).

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    BBiibblliioog g rraaffiiaa 

    • 

    CHAMPLIN, R. N.; BENTES J. M.; Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia,Vol. 4. São Paulo: Candeia, 1995.

    •  DE ANDRADE, Claudionor. Dicionário de Teologia. CPAD, Rio de Janeiro,1999.

    LIMA, Elinaldo Renovato. Ética Cristã . CPAD, Rio de Janeiro, 2002.

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    Avaliação do módulo Ética Cristã

    1.  Dê a etimologia da palavra ÉTICA.

    2.  Defina ÉTICA CRISTÃ.

    3.  Quais são as duas principais bases da ética do Antigo Testamento?

    4.  Qual é ou quais são as bases para a ética de Jesus e a ética de Paulo,respectivamente?

    5.  Defina o que é ética humanista e apresente pelo menos dois exemplosdessa ética.

    6.  Defina o que é ética naturalista e dê alguns nomes que foramdefensores desse tipo de ética.

    7.  Explique o que é relativismo e como o cristão deveria encará-lo.

    8.  Qual o padrão bíblico de justiça social e qual o papel da igreja de hojediante das injustiças sociais?

    9.  O Sermão do Monte é um perfeito resumo do ensino moral pregado

    por Jesus. O que ele nos ensina sobre o modo cristão de viver?10. Podemos encontrar pelo menos oito princípios éticos, que orientam ocomportamento dos que querem servir a Deus num mundo relativista.Apresente e explique esses oito princípios.

    OBS: Não se esqueça de colocar nome em sua avaliação

    a)Oalunodeveráenviaraavaliaçãoparaoe-mail:[email protected]@[email protected]@esutes.com.brb)Otempoparaenviodaavaliaçãocorrigidaparaoalunoédeaté15diasapósorecebimentodaavaliação

    EnquantoaprovaécorrigidaoalunojápodesolicitarNOVOMÓDULONOVOMÓDULONOVOMÓDULONOVOMÓDULOc)AlunosquerecebemoMÓDULOIMPRESSOMÓDULOIMPRESSOMÓDULOIMPRESSOMÓDULOIMPRESSOpodemenviarsuaavaliaçãotambémparae-mail:

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    DICAS DE ESTUDO ON-LINE

    1-  Procure utilizar em seu computador um protetor de tela para minimizar aclaridade do monitor. Temos que cuidar de nossa visão

    2-  Se for estudar a noite, duas dicas:

    a)  Não deixe para estudar muito tarde, pois o sono pode atrapalhá-lo em sua concentração;

    b)  Não deixe a luz do ambiente em que estiver, apagada, pois aclaridade da tela do computador torna-se ainda maior,provocando dor de cabeça e irritabilidade.

    3-  Pense na possibilidade de imprimir sua apostila, pois pode ser que isso dê aopção, por exemplo, de carregá-la para onde quiser e de grifar com caneta,partes que ache importante.