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ENSINO REGULAR / EDUCAO ESPECIAL
UMA HISTRIA DE SEPARAO
Modelos e Prticas de Avaliao e Interveno em Educao Especial
Mestrado em Educao Especial
Manuela Sanches Ferreira
2013-2014
manuelaferreira @ese.ipp.pt
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Tema I- A evoluo das teorias explicativas na compreenso
do(s) conceito(s) de deficincia
Competncias Identificar as dinmicas cientficas e sociais envolvidas nas
diferentes definies de deficincia e incapacidade
Estabelecer a correspondncia entre os trs principais modelos explicativos da incapacidade e as prticas educativas e sociais
1. As rotas do conhecimento em educao especial: uma nova epistemologia.
1.1. Desconstruo do conceito de deficincia: construindo a incluso.
Novos modos de conhecer e compreender as diferenas.
A segregao, a integrao e a Incluso.
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"Ao longo da histria da educao especial tm existido reformas e defensores da necessidade de mudanas (...). Estas mudanas reflectem os valores e a compreenso da poca, emergentes de contextos que se modificam. H trinta anos, por exemplo, havia um debate contnuo em torno da questo de se saber at que ponto "as crianas atrasadas mentais treinveis" deveriam ser objecto de educao j que, por definio, no eram educveis. Talvez daqui a trinta anos, os debates actuais acerca da diversidade, da viso holstica, dos cuidados, do construtivismo e da importncia dos contextos sejam da mesma maneira percepcionados como incompreensveis" (Morse, Paul & Rosselli Kostoriz, 1997, p.11).
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O Modelo Educativo da Segregao Crena na incompatibilidade de conciliar o tempo e o espao de aprendizagem para
todas as crianas
Escola de massas com um
currculo nico a aprender
nos mesmos tempos e nas
mesmas idades
Constatao: impossibilidade de todas as crianas
cumprirem os objectivos previstos
Sociedade: racionalidade
econmica assente em
modelos de produo
moldados segundo os
princpios do taylorismo
-
O que fazer com esta realidade?
Classificar os alunos a fim de os diferenciar,
ordenar e agrupar de forma homognea.
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Movimento Educativo da Segregao
"as crianas do ensino especial eram definidas em
funo das suas diminuies, desajustamentos ou
dfices. (...) eram identificadas como tendo "menos do
que" ou pela ausncia de algo". (Paul, 1997, p. 183).
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Modelo de Aprendizagem/ Ensino
A inteligncia uma capacidade
imutvel.
os processos Psicolgicos so entidades intrapsquicas que
determinam o funcio-namento
dos indivduos,
independentemente dos con-
textos sociais, fsicos e de
mudana (Bairro, 1995)
Viso disfuncional do processo, colocando
o problema na criana.
Crena: as caractersticas dos indivduos
com deficincia eram muito diversas
exigindo um ensino diferente.
No podiam ser ensinadas na sala de aula
do ensino regular.
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(...) herdada, ou pelo menos inata, no dependente do ensino ou treino. intelectual, no
emocional ou moral, e permanece no afectvel pelo esforo ou zelo; geral, no
especfica, isto , no est limitada a um tipo particular de trabalho, mas entra em tudo
que ns fazemos, dizemos e pensamos (Burt, Jones e Miller, 1934).
Imutvel
Teorias Inatistas
Psicometria
Melhor meio de medir
o estado da inteligncia
Racional
Inteligncia
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Movimento Psicomtrico
Testes de aptido intelectual, desde os seus primrdios, funcionaram como mecanismos de certificao de quem poderia ou no frequentar a escola regular, isto , fornecendo critrios para a orientao das crianas dentro do sistema de ensino.
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O Modelo de Ensino-Aprendizagem
Adopo de programas educativos diferentes, implementados em locais prprios, com base na produo de juzos acerca dos potenciais de aprendizagem das crianas.
(...) observamos, muitas vezes, professores especializados em dificuldades de aprendizagem ensinando alunos com dificuldades de aprendizagem em salas de recursos para as dificuldades de aprendizagem, ou professores especializados em alunos com "atraso educveis" ensinando crianas com atrasos educveis em classes para alunos com atraso educveis".(Reynold, 1990, p.425).
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Paradigma Monodisciplinar
AVALIAO
TOMADA DE DECISO
INTERVENO
Disciplina
A
Planificao
A
Servio
A
CRIANA
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... Diagnstico: Sndrome Malformativo.
... Criana macrossmica, com mos e ps grandes, crnio dolicocfalo, fronte alta ... Dados sugestivos de S.Sotos.
...estrabismo, nistagmo, hipotonia dos msculos flexores do pescoo..
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Modelo Biolgico de Deficincia e de Incapacidade
Mundo Incapacitante
O problema:
pessoa com
deficincia
No comunica
Est doente Tem uma
auto imagem
negativa
No v
Est
deprimido
No ouve
No anda
No l
No consegue
subir as escadas
No fala
Um mundo
incapacitante
Transportes
com barreiras
Sem
oportunidades Sem livro em Braille
Sem intrprete
de lngua
gestual
Atitudes
sociais
negativas
Sem
oportunidades
Sem
emprego
Sem
suportes
Edifcios
com barreiras A sociedade
no vai ao
encontro da
necessidade
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Pessoa com dfice
Diagnstico
Criana com dfice A deficincia torna-se no foco da ateno
Avaliao, monitorizao, programas impostos de terapia
Segregao e servios alternativos
O Modelo Mdico da Deficincia
Adaptado de Lisa DeSouza (2005)
S participa nos contextos se for
suficientemente normal Excluso permanente
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Crticas ao Movimento da Segregao
1. Movimento dos direitos civis das minorias.
2. Exemplos bem sucedidos da integrao.
3. Reviso dos sistemas de categorizao e a nfase no
movimento de normalizao.
4. Vontade poltica (Hegarty, 1991).
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Crticas ao Movimento da Segregao/
Percursores da Integrao
5. As salas de aula de educao especial tm a
frequent-las um nmero desproporcionado de
alunos provenientes de minorias.
6. Os estudos de eficcia de ensino no revelam a
superioridade dos alunos que frequentam os
programas de educao especial.
7. A frequncia destes programas causa problemas
srios na auto-estima dos alunos. (Dunn, 1968)
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1900
Deficincia
Mental Profunda
(QI 20)
1950
Deficincia Mental
Severa (QI 20-34)
1960
10% considerados
educveis
Deficincia
Mental Moderada
(QI 35-49)
1970
20 a 50% em
posio de
moderadamente
abaixo da mdia e
uma percentagem
pequena includos
na mdia
Evoluo da Classificao dos Indivduos com Sndrome de Down
(Cluies-Ross, 1990)
Crtica Inteligncia como qualidade intrnseca e
imutvel
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Inteligncia um artefacto cultural que ns nos esquecemos que foi por ns criado e,
que mais tarde, tentamos explicar como se de um fenmeno natural se tratasse
(Sternberg, 1995).
a caracterstica destes conceitos hipotticos (inteligncia) funcionarem de modo
circular, onde um adjectivo inteligente convertido num substantivo inteligncia,
que, de seguida, passa a ser usado para explicar o adjectivo (Bijou, 1966).
Crticas Inteligncia como qualidade
intrnseca e imutvel
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O Modelo Educativo da Integrao
propostas para a normalizao
Escola : crena de que era
possvel neutralizar, atravs dela,
os factores exgenos de
desigualdade e de injustia
social, promovendo, no seu seio,
os meios indispensveis
obteno da equidade entre os
alunos
Integrao: colocao de alunos com NEE em contextos
educativos regulares apenas quando so capazes de
atingir os objectivos da sala.
Sociedade: atravessada por
caractersticas de uma maior
mobilidade social e posta perante
o desafio de integrar diferentes
populaes como resposta s
necessidades colocadas por uma
economia em expanso.
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Integrao
"Manstreaming" refere-se aos mltiplos nveis de servios
onde est disponvel um vasto leque de opes
administrativas e educativas bem como uma variedade de
padres de utilizao dos profissionais".
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Racional
Anlise Comportamental Aplicada e
Psicologia Ecolgica.
Crena na modificabilidade do indivduo,
atravs da manipulao das
contingncias do meio ou das estruturas
interactivas subsistentes entre os vrios
cenrios de participao imediata da
criana.
Modelo do ATI (Interaco/ Aptido/
Tratamento) de Cronbach (1957.
Sustentava-se que para qualquer
potencial problema, havia um melhor
grupo de intervenes a usar e uma
melhor distribuio dos indivduos pelas
diferentes modalidades de interveno.
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Modelo de Aprendizagem/ Modelo de Ensino
O sistema dual de ensino parte
de uma concepo de
deficincia que surge associada
ideia da singularidade prpria
do funcionamento do indivduo.
Sala de Apoio Permanente Sala
de Recursos.
Educao Especial: currculo nico
para uma criana com in-
capacidade, cuidadosa moni-
torizao do progresso do aluno, e
um ensino baseado nos dados da
avaliao para um aluno com
necessidades nicas (Baker e
Zigmond, 1995).
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Criana
Disciplina
A
Criana
Servios
A
Servios
B
Disciplina
B
Servios
C
Disciplina
C
Servios
D
Disciplina
D
Avaliao
Servios
Avaliao Multidisciplinar
a Psicologia da Educao confrontava-se com um excesso de teorias e princpios gerais
acerca do desenvolvimento da criana e da sua aplicao no ensino e na aprendizagem. Esses
modelos eram de pouca utilidade para a soluo dos problemas reais uma vez que na sua
maioria assentavam em generalizaes de resultados obtidos em estudos e investigao
efectuados ou em contextos laboratoriais ou em contextos afastados da prtica educativa
(Bairro, 1996, p.13).
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Processo de Ensino-Aprendizagem
Necessidade de reformular o anterior sistema patolgico-classificatrio,
subjacente ao modelo da segregao, devendo, a par da aplicao de testes,
proceder-se a uma avaliao curricular e funcional, isto , psico-educativa.
Necessidade de consignar a sala de aula como o espao onde os alunos com
NEE devem, sempre que possvel, frequentar, reforando deste modo o
modelo de cascata ou do contnuo de colocaes.
Clarificao da responsabilidade dos diferentes professores ensino regular
e educao especial o que implica uma maior flexibilidade e cooperao
entre os dois sistemas de ensino.
Investigao que suporte a formao dos professores para a mudana.
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Legislao
(PL.94-142, Wood, 1993)
Direito a uma educao pblica livre e apropriada: obrigatoriedade das escolas estatais responderem s necessidades educativas de todas as crianas, independentemente do seu nvel de competncia ou de aprendizagem.
Direito a uma avaliao no discriminante.
Procedimentos adequados e justos.
Programa de educao individualizada: baseado no conceito de educao apropriada para cada criana, estipula a obrigatoriedade de se desenvolver um plano educativo que responda s necessidades individuais de cada aluno.
Meio menos restritivo possvel: tendo por base a noo de qualidade intrnseca dos espaos, defende a educao destes alunos num espao o mais normalizador possvel o que significa, sempre que possvel, a sua colocao na sala de aula do ensino regular.
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Conceito de
Necessidades Educativas Especiais
a) A noo de NEE passa a ser definida segundo trs categorias: 1. Necessidade de meios especficos de acesso ao currculo normal, em
consequncia de incapacidade motora ou sensorial.
2. Necessidade de implementao de currculos alternativos para algumas crianas em funo da gravidade das dificuldades de aprendizagem.
3. Necessidade de uma ateno particular ao ambiente social e emocional da escola e da sala de aula.
b) A avaliao e categorizao das crianas deve deixar de ser realizada na base das suas deficincias e dificuldades, passando, antes, a entrar em linha de conta com o contexto educativo luz do qual as necessidades devem ser equacionadas e compreendidas.
c) As crianas com NEE devem, sempre que possvel, frequentar a sala de aula do ensino regular, devendo para isso os professores adaptarem os currculos.
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Efeitos positivos Efeitos negativos
Encerramento de muitas
escolas especiais
Avaliao
Formao de professores
Investigao
Legislao
Alterao da base discursiva
dos profissionais de educao
Descontinuidade no currculo
Objectivos diferentes:
Perda de tempo
Desresponsabilizao pelos alunos
Mtodos utilizados
Permanncia ilimitada
Estigmatizao
INEFICCIA
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Crticas integrao
Lgica da educao especial assenta em quatro pressupostos:
1-O fracasso escolar encarado como fenmeno patolgico.
2- A educao especial inscreve-se num quadro de racionalidade luz do qual funciona
como estrutura concebida para coordenar sistemas de servios em pretenso benefcio
dos alunos diagnosticados.
3- O diagnstico percebido como algo de til e objectivo
4- Os progressos alcanados so vistos como resultantes da aplicao de uma tecnologia
racional (teraputica) implementada a partir do diagnstico. (Skrtic, 1992)
O modelo da prontido
A elegibilidade do alunos;
A frequncia da sala de aula condicionada
Contnuo das colocaes
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Educao Especial (Skrtic, 1992)
"... um artefacto da busca funcionalista da racionalidade (...) que distorce o problema do fracasso da escola e impede, em ltima anlise, a educao de entrar num confronto produtivo com a incerteza. (...) e porque a incerteza condio necessria ao crescimento do conhecimento e ao progresso, a objectivao e a legitimao do fracasso da escola como resultante da incapacidade dos alunos, impede a educao pblica de ir alm das prticas funcionalistas".
Conforme afirma, o sistema recorre ao estatuto privilegiado da cincia para justificar a sua realidade (Rhodes, 1995, p. 459).
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Crticas Integrao/ Percursores da Incluso
1. A existncia de dois sistemas de ensino separados regular e especial implicando assumir, pelo menos implicitamente, a existncia de um sistema de classificao capaz de estabelecer diferenas fiveis entre dois tipos de alunos e de dois tipos de conhecimento e de ensino.
2. Um contnuo de colocaes onde os servios educativos so disponibilizados num contnuo de espaos em funo dos dfices dos alunos, pressupondo a noo de defeito e de categorias a orientar todo o processo educativo.
1. Procura descobrir os dfices dentro do aluno atravs de um diagnstico reducionista dos problemas.
2. Elabora um diagnstico a partir de uma hipottica causa da incapacidade.
3. Implementa o ensino na base do diagnstico.
4. O ensino conduzido em funo do dfice.
5. O ensino tem quase, exclusivamente, objectivos escolares e no objectivos de vida. (Poplin, Wiest & Thorson, 1996).
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a Psicologia da Educao confrontava-se com um excesso
de teorias e princpios gerais (...). Esses modelos eram de
pouca utilidade para a soluo dos problemas reais uma vez
que na sua maioria assentavam em generalizaes de
resultados obtidos em estudos e investigao efectuados ou
em contextos laboratoriais ou em contextos afastados da
prtica educativa
(Bairro, 1996; p.13)
Mudana de Paradigma
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Adaptado de Lesley Jordan ( 2004)
Racional: Modelo Social
Modelo do Grupo de minoria: Abandono da definio
de deficincia como qualidade ntica da pessoa
Movimento poltico
Grupo de minoria
Direito a uma cultura da
diferena
Deficincia uma parte do corpo a
trabalhar de maneira diferente
Incapacidade algo causado pessoa,
a intolerncia diferena
Constructo redefinido num contnuo de
diversas capacidades em interaco com
um meio
No existe incapacidade no vazio.
Poder da pessoa.
Participao na Sociedade
A sociedade falha na satisfao
das necessidades de todos.
Opresso social/barreiras
Exp
lica
es
Fo
cu
s
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O Modelo Educativo da Incluso propostas para o direito igualdade num espao e tempo comum
Incluso: filosofia de aceitao, modelo de enquadramento onde todas as
crianas possam ser igualmente valorizadas, tratadas com respeito e
tenham iguais oportunidades na escola (Thomas, 1997).
Incluso: proposta educativa que pretende consubstanciar a
simultaneidade do tempo e do espao pedaggico para todas as crianas,
por forma a concretizar os ideais da educao pblica obrigatria:
qualidade, eficincia, igualdade e equidade (Sanches-Ferreira, 2007).
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Concepes Tericas
Modelo do Grupo de minoria: Abandono da definio de deficincia como
qualidade ntica da pessoa.
(...) uma sociedade mostra a um grupo de seres humanos que inferior a
outros grupos de seres humanos nessa sociedade". (Clark, 1988). Recorrendo
para isso "ao estatuto privilegiado da cincia para justificar a sua realidade"
(Rhodes; 1995)
No h actualmente nenhuma metodologia psicomtrica vlida para
diferenciar alunos em categorias.
No h evidncia que suporte a noo de que categorias de alunos
diferentes aprendam de modo diferente.
Com a excepo dos alunos deficientes sensoriais, os alunos que so
agrupados segundo categorias no demonstram um conjunto universal de
caractersticas especficas.
O actual sistema de classificao no cumpre os critrios de validade, de
abrangncia, de consistncia lgica, de utilidade e de acordo entre os
observadores, (Ysseldyke, 1989).
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Mudana de
Paradigma
modificabilidade do indivduo atravs da manipulao das contingncias do meio ou das
estruturas interactivas existentes entre os vrios cenrios de participao imediata da criana
(Sanches-Ferreira, 2007).
Antropologia e Etologia Aprendizagem Social
Teorias
Comportamentais
Teorias Ecolgicas e Transaccionais Valores Sociais e Direitos Humanos
Investigao
Comparativa
Mudana de Paradigma: Confluncia de Teorias e Modelos
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A Criana
estudo cientfico da acomodao progressiva e
mtua entre um ser humano activo e em
crescimento e as propriedades em mudana dos
cenrios imediatos, nos quais a pessoa em
-5).
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O primeiro pressuposto da incluso ajudar o aluno a integrar-se no currculo da sala de aula e no tanto a promoo de um Programa de Ensino Individual (McLaughlin, 1995).
Pessoa valorizada
Formao para pais, profissionais e sociedade
Formao para pais, profissionais e sociedade
Interaces apoiantes e amigas
A diversidade um valor
Evoluo social centrada nos direitos
Adaptado de Lisa DeSouza (2005)
CONCEPO DE ENSINOA-PRENDIZAGEM
Pontos fortes e necessidades definidas pela pessoa ou por terceiros
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Concepo do Ensino-Aprendizagem
O primeiro pressuposto da incluso ajudar o aluno a integrar-se no
currculo da sala de aula e no tanto a promoo de um Programa
Individual de Ensino (McLaughlin, 1995).
Os alunos possuem mais caractersticas em comum do que coisas a
diferenci-los.
A aprendizagem ocorre, muitas vezes, atravs de processos de antecipao
e de modelagem.
, perfeitamente, possvel providenciar servios diversificados na sala de
aula do ensino regular.
Os cenrios inclusivos oferecem uma banda mais larga de experincias
diversificadas que beneficia o desenvolvimento de todos (Alper, Schloss,
Etscheidt e Macfarlane, 1995).
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Cultura da Diferena
1. Aceitao das diferenas humanas.
2. Aceitao da vulnerabilidade e da interdependncia humana.
3. Tolerncia falta de solues para lidar com o imprevisvel e viver com o desconhecido ou com os resultados menos desejveis.
4. Humor, ou seja, capacidade para ironizar acerca daquilo que nos oprime.
5. Apetncia para lidar com problemas mltiplos, sistemas, tecnologias e equipas profissionais.
6. Orientao sofisticada para o futuro.
7. Disponibilidade especial de envolvimento na comunicao interpessoal. Gill (1995).
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Fuso do ensino regular e da Educao Especial
Educao inclusiva requer uma mudana no ethos da
instituio escolar (Oliver, 1992)
Sistema integrado de servios: transferncia de
informao, conhecimento ou competncias entre vrios
domnios disciplinares.
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Resultados das Investigaes
Ainda que os alunos com dificuldades moderadas de aprendizagem includos a tempo integral na sala de aula progridam a ritmo mais lento do que os seus restantes colegas, a diferena no to grande como aquela que subsiste entre este ltimo grupo e os alunos que frequentam programas educativos de apoio fora da sala de aula do regular (Banerji & Dailey, 1995; Deno, Murayama, Espin & Cohen, 1990).
Os alunos com dificuldades severas de aprendizagem que esto inteiramente na sala de aula do ensino regular apresentam nveis mais altos de "respostas acadmicas activas" e nveis mais baixos de comportamentos disruptivos do que os seus colegas colocados nas salas de apoio permanente (Keefe & VanEtten, 1994).
As crianas com dificuldades severas de aprendizagem includas nas classes do ensino regular so mais aceites pelos seus colegas do que os alunos com NEE que recebem apoio fora da sala de aula (Salisbury, Evans & Palombaro, 1997).
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Resultados das Investigaes
A qualidade dos Programas Individuais de Ensino, bem como o envolvimento dos alunos com NEE em cenrios inclusivos superior ao que se verifica junto das crianas educadas em classes segregadas (Brinker & Thorpe, 1984; Hunt, Alwell, Goetz & Sailor, 1990; Hunt, Farron-Davis, Beckstead, Curtis & Goetz, 1994; York, Vandercook, MacDonald, Heise-Neff, & Caughey, 1992).
As crianas sem problemas apresentam um tempo de envolvimento na tarefa superior quando a sua sala de aula a frequentada por alunos com graves problemas de aprendizagem (Hollowood, Salisbury, Rainforth & Palombaro, 1994), e as suas aprendizagem acadmicas no so afectadas (Salgado, 2002).
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"..as mudanas educativas dependem do que os
professores (e todos os outros profissionais de
educao) fazem e pensam.. Contudo "para as
mudanas educativas acontecerem necessrio
que os professores se compreendam a si
prprios e que sejam compreendidos pelos
outros"(Fullan (1982, p.107)
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Incluso / Inovao
Esto os professores disponveis para fazer adaptaes?
Aceitam o movimento inclusivo?
Consideram que possuem os conhecimentos e os recursos necessrios?
Qual o seu grau de tolerncia diversidade na sala de aula ?
Qual a importncia do conhecimento,dos recursos e das crenas ?
As crenas dos professores acerca dos aspectos positivos da incluso esto
associadas a um maior envolvimento e sucesso na implementao das prticas de
ensino inclusivas (cf. Bricker, 1995; Firestone & Pennell, 1993; Lieber, Capell,
Sandall, Wolfberg, Horn & Beckman, 1998; Mobey, Zumbey & Marshall, 1997;
Scechtman, Reiter, & Schainin, 1993; Soodak, Podell & Lehman, 1998; Stanovich &
Jordan, 1998).
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Professor Inclusivo
Professor que, acreditando nos pressupostos
subjacentes incluso, percebe as diferenas como
valor, avalia positivamente os procedimentos inclusivos,
considera importante a utilizao dos conhecimentos ou
saberes que possui e est, particularmente, disponvel a
adoptar a mxima flexibilidade na implementao das
adaptaes do ensino em ordem a torn-las
efectivamente exequveis.
-
Participao
(total at restrio)
Actividade
(completa at limitada)
Factores ambientais
(Barreiras Facilitadores)
Fonte de estimulao Fonte de feedback
Age/ Reage sobre
Processo de desenvolvimento e incapacitao funcionam como
sistemas abertos e paralelos.
Modelo de Desenvolvimento e/ou de Incapacitao
(Simeonsson & Lollar, 2006)
Factores Criana
Funes e Estruturas do Corpo
(intacto deficincia)
Fonte de Feedback
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Poltica baseada no
Modelo Biopsicossocial
1. Previne e combate a discriminao;
2. Elimina obstculos para a participao na sociedade;
3. Promove a independncia e a auto-determinao;
4. Define oportunidade;
5. Avalia os resultados.
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O Paradigma Biopsicossocial precisava
de
1. Um processo de avaliao e de registo que traduzisse as
diferentes componentes do desenvolvimento.
2. Uma linguagem descritiva transversal aos diferentes
tcnicos.
3. Um modelo de pensamento que permita passar do
absoluto da deficincia ao relativismo da incapacidade.
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Classificao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Sade (CIF)
1. um instrumento de continuidade, mas tambm um instrumento
de ruptura;
2. um descritor de funcionalidade;
3. um instrumento que permite desenhar suportes e servios
onde as adaptaes e acomodaes so pensadas de modo a
permitir oportunidades sociais inclusivas;
4. A CIF promove uma compreenso do modo como as diferentes
partes do puzzle que caracteriza a criana, se podem organizar
numa gestalt que ultrapasse a soma das partes.
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Desafio aos Profissionais e sua formao
Como que o meu saber profissional pode ser uma
pea fundamental para traar o perfil de
funcionalidade?
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Princpios Subjacentes a um
Perfil de Funcionalidade
O comportamento ocorre dentro de um contexto
psicossocial e por ele modificado.
esse contexto social e fsico que elicia as capacidades
funcionais para os indivduos com deficincia;
As dimenses da actividade e participao representam
os indicadores ltimos do estatuto de sade da criana e
da classificao funcional.
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Actividade/Participao
Actividade
Execuo individual de uma tarefa, sendo a capacidade um pr-requisito;
Capacidade numa aco num ambiente padro;
Dirigido para modificar ou alterar competncias individuais.
Participao
Comportamento de interaco social, num contexto real, sendo o desempenho um pr-requisito;
No pode ser inferida ou determinada pela severidade da deficincia;
Tem sempre que ser observada.
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aco aco aco aco aco aco aco aco
tarefa tarefa tarefa
Envolvimento em situaes de vida
Equifinalidade diferentes tarefas
podem conduzir ao mesmo tipo de
envolvimento numa situao de vida.
Complexidade de uma aco
(Adaptado de Badley, 2008)
Andar uma forma de mobilidade, guiar
uma cadeira de rodas outra forma, mas a
mesma funo.
Sistema Hierrquico Aberto
-
Elementos chave para definir operacionalmente
participao
1. Descrio operacional do comportamento de participao;
2. Descrio operacional da situao (as oportunidades e adaptaes
do ambiente padro e do contexto);
3. A compatibilidade (goodness of fit) entre o meio e as capacidades
funcionais da pessoa de onde resulta o eliciar de determinados
comportamentos (potenciais) com o funcionamento da pessoa;
4. Requer, em simultneo a ateno ao e o envolvimento no contexto
(frequncia e intensidade de envolvimento, Matt).
-
Participao: envolvimento activo com o meio
-
Dimenses da Oportunidade
(Ambiente fsico, social e atitudinal)
Disponibilidade
Acessibilidade
Suporte
Adaptao
Aceitao
Frequncia
Intensi dade
Participao
Participao no o ambiente fsico O simples facto de haver umas escadas e o aluno ter acesso
mesma sala de aula dos colegas, no captura a experincia do tempo que a criana est nessa sala
(McConachie et al. 2006; p. 1158).
-
Podes ir onde queres ir? Acessibilidade
Podes fazer o que queres fazer? Adaptao
Tens as necessidades especficas satisfeitas? Disponibilidade de recursos
s aceite pelos que te rodeiam? Suporte social
s tratado com equidade? Equidade
Perguntas base para iniciar o
suporte funcionalidade
Auto-Determinao
-
Avaliao
Convencional Autntica
Material padro.
Dos itens do teste so
generalizados resultados
para o quotidiano.
Situaes de avaliao
descontextualizadas.
Comparaes
normativas.
Recolha de informao
qualitativa e quantitativa
acerca do funcionamento da
criana em situaes reais.
Determinao dos aspectos
fortes e fracos da criana.
Identificao de
competncias que tero
impacto na participao da
criana.
-
Avaliao
Servio
PEI
Disciplina
B
Servio
Designado
Disciplina
A
Disciplina
C
Disciplina
D
Criana
Criana
Equipa
Transferncia de informao, conhecimento
ou competncia entre disciplinas (Woodruff & McGonigel, 1988)
construo de uma narrativa
-
... Mantm a ateno durante a manipulao dos objectos (utilizando ambas as mos), mas o esforo motor retira-lhe disponibilidade para verificar os efeitos das suas aces;
... A manipulao realiza-se com aproximao dos braos ao tronco, dificultando o alcance (logo a associao) de outros brinquedos que o rodeiam...;
... Os objectos mais grossos facilitam a preciso dos seus movimentos levando-o a situaes de sucesso que o fazem sorrir;
... A orientao inicial dos seus movimentos pelo adulto facilitam o planeamento da aco, proporcionando uma utilizao de esquemas mais complexos...
Abordagem Funcional
-
Actividade Participao
(limitao) (restrio)
PROCESSO DE
INCAPACITAO
Factores Ambientais
(Barreiras )
Factores Criana
Funes e Estruturas do Corpo
(deficincia)
Fonte de feedback
Age/ Reage sobre
Actividade Participao
(limitao) (restrio)
FUNCIONALIDADE
Factores Ambientais
(Suporte) I
Factores Criana
Funes e Estruturas do Corpo
(deficincia)
Fonte de feedback
Age/ Reage sobre
Fonte de Estimulao
1.Intermitente
2.Limitado
3.Extensivo
4.Invasivo
-
Um mundo
capacitante
A sociedade
vai ao
encontro
necessidade
Edifcios sem
barreiras
com emprego
Com
oportunidades
Atitudes
sociais de
aceitao
com intrprete
de lngua
gestual
com livro em
braille
Transportes
sem barreiras
com suportes
Modelo Biopsicossocial da Deficincia e Incapacidade
Mundo Capacitante
Pessoa com
Deficincia
No comunica
Est doente
No v
No ouve
No anda No fala
Tem uma auto-
imagem
negativa
No l
Est deprimido
No consegue
subir as
escadas
-
homogeneizar as experincias
acadmicas para todos os alunos e,
desta forma, cumprir o seu desiderato
de igualdade de oportunidades
(Rodrigues, 2001, p.16).
artefacto da busca funcionalista da
racionalidade () que distorce o
problema do insucesso da escola e,
impede, em ltima anlise, a educao,
em entrar num confronto produtivo com a
incerteza (Skrtic, 1992, pp. 208-209).
Educao Especial/ Contnuo de Servios
recursos ou estratgias que promovem os interesses dos indivduos com ou sem incapacidade; que os
capacitam a aceder a recursos, informao, e interaces inerentes a todas as situaes de existncia;
o resultado a interdependncia, produtividade, integrao na comunidade e satisfao pessoal
(traduo livre de Luckasson et. al, 1992, p.101).
Educao Especial/ Constelao de Servios
-
COMPONENTES DESCRIO
CONSTRUCTOS ECOLGICOS
CENRIO Servios disponveis no cenrio
ACTIVIDADE Contedo do ensino
ESTRUTURA DA ACTIVIDADE Grau de controlo do professor
MATERIAL PARA A TAREFA Material de apoio ao currculo
ARRANJO FSICO Organizao da sala de aula
ENSINO Padres de ensino
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Grau de incluso dos alunos
CONSTRUCTO DO PROFESSOR
DEFINIO Como pessoa que ensina os alunos
SITUAO Posio relativa ao aluno
FOCO Direco do comportamento do professor
COMPORTAMENTO Interaco do professor
CONSTRUCTOS DO ALUNO
RESPOSTA ACADMICA Envolvimento
ORGANIZAO DA TAREFA Comportamentos facilitadores
COMPORTAMENTOS INAPROPRIADOS Comportamentos inibidores de aprendizagem
COMUNICAO Verbalizaes dos alunos
-
Bibliografia
Sanches-Ferreira, M. (2007) Educao Regular Educao Especial
Uma Histria e separao. Edies Afrontamento
Witeneck, G. (2006) Conceptual Models of Disabiltiy: Past, Present,
and Future. Workshop on Disability in America. The National
Academies Press.
Simeonsson, R. J. (2006) Defining and Classifying Disability in
Children. Workshop on Disability in America. The National Academies
Press.