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  • ENSINO REGULAR / EDUCAO ESPECIAL

    UMA HISTRIA DE SEPARAO

    Modelos e Prticas de Avaliao e Interveno em Educao Especial

    Mestrado em Educao Especial

    Manuela Sanches Ferreira

    2013-2014

    manuelaferreira @ese.ipp.pt

  • Tema I- A evoluo das teorias explicativas na compreenso

    do(s) conceito(s) de deficincia

    Competncias Identificar as dinmicas cientficas e sociais envolvidas nas

    diferentes definies de deficincia e incapacidade

    Estabelecer a correspondncia entre os trs principais modelos explicativos da incapacidade e as prticas educativas e sociais

    1. As rotas do conhecimento em educao especial: uma nova epistemologia.

    1.1. Desconstruo do conceito de deficincia: construindo a incluso.

    Novos modos de conhecer e compreender as diferenas.

    A segregao, a integrao e a Incluso.

  • "Ao longo da histria da educao especial tm existido reformas e defensores da necessidade de mudanas (...). Estas mudanas reflectem os valores e a compreenso da poca, emergentes de contextos que se modificam. H trinta anos, por exemplo, havia um debate contnuo em torno da questo de se saber at que ponto "as crianas atrasadas mentais treinveis" deveriam ser objecto de educao j que, por definio, no eram educveis. Talvez daqui a trinta anos, os debates actuais acerca da diversidade, da viso holstica, dos cuidados, do construtivismo e da importncia dos contextos sejam da mesma maneira percepcionados como incompreensveis" (Morse, Paul & Rosselli Kostoriz, 1997, p.11).

  • O Modelo Educativo da Segregao Crena na incompatibilidade de conciliar o tempo e o espao de aprendizagem para

    todas as crianas

    Escola de massas com um

    currculo nico a aprender

    nos mesmos tempos e nas

    mesmas idades

    Constatao: impossibilidade de todas as crianas

    cumprirem os objectivos previstos

    Sociedade: racionalidade

    econmica assente em

    modelos de produo

    moldados segundo os

    princpios do taylorismo

  • O que fazer com esta realidade?

    Classificar os alunos a fim de os diferenciar,

    ordenar e agrupar de forma homognea.

  • Movimento Educativo da Segregao

    "as crianas do ensino especial eram definidas em

    funo das suas diminuies, desajustamentos ou

    dfices. (...) eram identificadas como tendo "menos do

    que" ou pela ausncia de algo". (Paul, 1997, p. 183).

  • Modelo de Aprendizagem/ Ensino

    A inteligncia uma capacidade

    imutvel.

    os processos Psicolgicos so entidades intrapsquicas que

    determinam o funcio-namento

    dos indivduos,

    independentemente dos con-

    textos sociais, fsicos e de

    mudana (Bairro, 1995)

    Viso disfuncional do processo, colocando

    o problema na criana.

    Crena: as caractersticas dos indivduos

    com deficincia eram muito diversas

    exigindo um ensino diferente.

    No podiam ser ensinadas na sala de aula

    do ensino regular.

  • (...) herdada, ou pelo menos inata, no dependente do ensino ou treino. intelectual, no

    emocional ou moral, e permanece no afectvel pelo esforo ou zelo; geral, no

    especfica, isto , no est limitada a um tipo particular de trabalho, mas entra em tudo

    que ns fazemos, dizemos e pensamos (Burt, Jones e Miller, 1934).

    Imutvel

    Teorias Inatistas

    Psicometria

    Melhor meio de medir

    o estado da inteligncia

    Racional

    Inteligncia

  • Movimento Psicomtrico

    Testes de aptido intelectual, desde os seus primrdios, funcionaram como mecanismos de certificao de quem poderia ou no frequentar a escola regular, isto , fornecendo critrios para a orientao das crianas dentro do sistema de ensino.

  • O Modelo de Ensino-Aprendizagem

    Adopo de programas educativos diferentes, implementados em locais prprios, com base na produo de juzos acerca dos potenciais de aprendizagem das crianas.

    (...) observamos, muitas vezes, professores especializados em dificuldades de aprendizagem ensinando alunos com dificuldades de aprendizagem em salas de recursos para as dificuldades de aprendizagem, ou professores especializados em alunos com "atraso educveis" ensinando crianas com atrasos educveis em classes para alunos com atraso educveis".(Reynold, 1990, p.425).

  • Paradigma Monodisciplinar

    AVALIAO

    TOMADA DE DECISO

    INTERVENO

    Disciplina

    A

    Planificao

    A

    Servio

    A

    CRIANA

  • ... Diagnstico: Sndrome Malformativo.

    ... Criana macrossmica, com mos e ps grandes, crnio dolicocfalo, fronte alta ... Dados sugestivos de S.Sotos.

    ...estrabismo, nistagmo, hipotonia dos msculos flexores do pescoo..

  • Modelo Biolgico de Deficincia e de Incapacidade

    Mundo Incapacitante

    O problema:

    pessoa com

    deficincia

    No comunica

    Est doente Tem uma

    auto imagem

    negativa

    No v

    Est

    deprimido

    No ouve

    No anda

    No l

    No consegue

    subir as escadas

    No fala

    Um mundo

    incapacitante

    Transportes

    com barreiras

    Sem

    oportunidades Sem livro em Braille

    Sem intrprete

    de lngua

    gestual

    Atitudes

    sociais

    negativas

    Sem

    oportunidades

    Sem

    emprego

    Sem

    suportes

    Edifcios

    com barreiras A sociedade

    no vai ao

    encontro da

    necessidade

  • Pessoa com dfice

    Diagnstico

    Criana com dfice A deficincia torna-se no foco da ateno

    Avaliao, monitorizao, programas impostos de terapia

    Segregao e servios alternativos

    O Modelo Mdico da Deficincia

    Adaptado de Lisa DeSouza (2005)

    S participa nos contextos se for

    suficientemente normal Excluso permanente

  • Crticas ao Movimento da Segregao

    1. Movimento dos direitos civis das minorias.

    2. Exemplos bem sucedidos da integrao.

    3. Reviso dos sistemas de categorizao e a nfase no

    movimento de normalizao.

    4. Vontade poltica (Hegarty, 1991).

  • Crticas ao Movimento da Segregao/

    Percursores da Integrao

    5. As salas de aula de educao especial tm a

    frequent-las um nmero desproporcionado de

    alunos provenientes de minorias.

    6. Os estudos de eficcia de ensino no revelam a

    superioridade dos alunos que frequentam os

    programas de educao especial.

    7. A frequncia destes programas causa problemas

    srios na auto-estima dos alunos. (Dunn, 1968)

  • 1900

    Deficincia

    Mental Profunda

    (QI 20)

    1950

    Deficincia Mental

    Severa (QI 20-34)

    1960

    10% considerados

    educveis

    Deficincia

    Mental Moderada

    (QI 35-49)

    1970

    20 a 50% em

    posio de

    moderadamente

    abaixo da mdia e

    uma percentagem

    pequena includos

    na mdia

    Evoluo da Classificao dos Indivduos com Sndrome de Down

    (Cluies-Ross, 1990)

    Crtica Inteligncia como qualidade intrnseca e

    imutvel

  • Inteligncia um artefacto cultural que ns nos esquecemos que foi por ns criado e,

    que mais tarde, tentamos explicar como se de um fenmeno natural se tratasse

    (Sternberg, 1995).

    a caracterstica destes conceitos hipotticos (inteligncia) funcionarem de modo

    circular, onde um adjectivo inteligente convertido num substantivo inteligncia,

    que, de seguida, passa a ser usado para explicar o adjectivo (Bijou, 1966).

    Crticas Inteligncia como qualidade

    intrnseca e imutvel

  • O Modelo Educativo da Integrao

    propostas para a normalizao

    Escola : crena de que era

    possvel neutralizar, atravs dela,

    os factores exgenos de

    desigualdade e de injustia

    social, promovendo, no seu seio,

    os meios indispensveis

    obteno da equidade entre os

    alunos

    Integrao: colocao de alunos com NEE em contextos

    educativos regulares apenas quando so capazes de

    atingir os objectivos da sala.

    Sociedade: atravessada por

    caractersticas de uma maior

    mobilidade social e posta perante

    o desafio de integrar diferentes

    populaes como resposta s

    necessidades colocadas por uma

    economia em expanso.

  • Integrao

    "Manstreaming" refere-se aos mltiplos nveis de servios

    onde est disponvel um vasto leque de opes

    administrativas e educativas bem como uma variedade de

    padres de utilizao dos profissionais".

  • Racional

    Anlise Comportamental Aplicada e

    Psicologia Ecolgica.

    Crena na modificabilidade do indivduo,

    atravs da manipulao das

    contingncias do meio ou das estruturas

    interactivas subsistentes entre os vrios

    cenrios de participao imediata da

    criana.

    Modelo do ATI (Interaco/ Aptido/

    Tratamento) de Cronbach (1957.

    Sustentava-se que para qualquer

    potencial problema, havia um melhor

    grupo de intervenes a usar e uma

    melhor distribuio dos indivduos pelas

    diferentes modalidades de interveno.

  • Modelo de Aprendizagem/ Modelo de Ensino

    O sistema dual de ensino parte

    de uma concepo de

    deficincia que surge associada

    ideia da singularidade prpria

    do funcionamento do indivduo.

    Sala de Apoio Permanente Sala

    de Recursos.

    Educao Especial: currculo nico

    para uma criana com in-

    capacidade, cuidadosa moni-

    torizao do progresso do aluno, e

    um ensino baseado nos dados da

    avaliao para um aluno com

    necessidades nicas (Baker e

    Zigmond, 1995).

  • Criana

    Disciplina

    A

    Criana

    Servios

    A

    Servios

    B

    Disciplina

    B

    Servios

    C

    Disciplina

    C

    Servios

    D

    Disciplina

    D

    Avaliao

    Servios

    Avaliao Multidisciplinar

    a Psicologia da Educao confrontava-se com um excesso de teorias e princpios gerais

    acerca do desenvolvimento da criana e da sua aplicao no ensino e na aprendizagem. Esses

    modelos eram de pouca utilidade para a soluo dos problemas reais uma vez que na sua

    maioria assentavam em generalizaes de resultados obtidos em estudos e investigao

    efectuados ou em contextos laboratoriais ou em contextos afastados da prtica educativa

    (Bairro, 1996, p.13).

  • Processo de Ensino-Aprendizagem

    Necessidade de reformular o anterior sistema patolgico-classificatrio,

    subjacente ao modelo da segregao, devendo, a par da aplicao de testes,

    proceder-se a uma avaliao curricular e funcional, isto , psico-educativa.

    Necessidade de consignar a sala de aula como o espao onde os alunos com

    NEE devem, sempre que possvel, frequentar, reforando deste modo o

    modelo de cascata ou do contnuo de colocaes.

    Clarificao da responsabilidade dos diferentes professores ensino regular

    e educao especial o que implica uma maior flexibilidade e cooperao

    entre os dois sistemas de ensino.

    Investigao que suporte a formao dos professores para a mudana.

  • Legislao

    (PL.94-142, Wood, 1993)

    Direito a uma educao pblica livre e apropriada: obrigatoriedade das escolas estatais responderem s necessidades educativas de todas as crianas, independentemente do seu nvel de competncia ou de aprendizagem.

    Direito a uma avaliao no discriminante.

    Procedimentos adequados e justos.

    Programa de educao individualizada: baseado no conceito de educao apropriada para cada criana, estipula a obrigatoriedade de se desenvolver um plano educativo que responda s necessidades individuais de cada aluno.

    Meio menos restritivo possvel: tendo por base a noo de qualidade intrnseca dos espaos, defende a educao destes alunos num espao o mais normalizador possvel o que significa, sempre que possvel, a sua colocao na sala de aula do ensino regular.

  • Conceito de

    Necessidades Educativas Especiais

    a) A noo de NEE passa a ser definida segundo trs categorias: 1. Necessidade de meios especficos de acesso ao currculo normal, em

    consequncia de incapacidade motora ou sensorial.

    2. Necessidade de implementao de currculos alternativos para algumas crianas em funo da gravidade das dificuldades de aprendizagem.

    3. Necessidade de uma ateno particular ao ambiente social e emocional da escola e da sala de aula.

    b) A avaliao e categorizao das crianas deve deixar de ser realizada na base das suas deficincias e dificuldades, passando, antes, a entrar em linha de conta com o contexto educativo luz do qual as necessidades devem ser equacionadas e compreendidas.

    c) As crianas com NEE devem, sempre que possvel, frequentar a sala de aula do ensino regular, devendo para isso os professores adaptarem os currculos.

  • Efeitos positivos Efeitos negativos

    Encerramento de muitas

    escolas especiais

    Avaliao

    Formao de professores

    Investigao

    Legislao

    Alterao da base discursiva

    dos profissionais de educao

    Descontinuidade no currculo

    Objectivos diferentes:

    Perda de tempo

    Desresponsabilizao pelos alunos

    Mtodos utilizados

    Permanncia ilimitada

    Estigmatizao

    INEFICCIA

  • Crticas integrao

    Lgica da educao especial assenta em quatro pressupostos:

    1-O fracasso escolar encarado como fenmeno patolgico.

    2- A educao especial inscreve-se num quadro de racionalidade luz do qual funciona

    como estrutura concebida para coordenar sistemas de servios em pretenso benefcio

    dos alunos diagnosticados.

    3- O diagnstico percebido como algo de til e objectivo

    4- Os progressos alcanados so vistos como resultantes da aplicao de uma tecnologia

    racional (teraputica) implementada a partir do diagnstico. (Skrtic, 1992)

    O modelo da prontido

    A elegibilidade do alunos;

    A frequncia da sala de aula condicionada

    Contnuo das colocaes

  • Educao Especial (Skrtic, 1992)

    "... um artefacto da busca funcionalista da racionalidade (...) que distorce o problema do fracasso da escola e impede, em ltima anlise, a educao de entrar num confronto produtivo com a incerteza. (...) e porque a incerteza condio necessria ao crescimento do conhecimento e ao progresso, a objectivao e a legitimao do fracasso da escola como resultante da incapacidade dos alunos, impede a educao pblica de ir alm das prticas funcionalistas".

    Conforme afirma, o sistema recorre ao estatuto privilegiado da cincia para justificar a sua realidade (Rhodes, 1995, p. 459).

  • Crticas Integrao/ Percursores da Incluso

    1. A existncia de dois sistemas de ensino separados regular e especial implicando assumir, pelo menos implicitamente, a existncia de um sistema de classificao capaz de estabelecer diferenas fiveis entre dois tipos de alunos e de dois tipos de conhecimento e de ensino.

    2. Um contnuo de colocaes onde os servios educativos so disponibilizados num contnuo de espaos em funo dos dfices dos alunos, pressupondo a noo de defeito e de categorias a orientar todo o processo educativo.

    1. Procura descobrir os dfices dentro do aluno atravs de um diagnstico reducionista dos problemas.

    2. Elabora um diagnstico a partir de uma hipottica causa da incapacidade.

    3. Implementa o ensino na base do diagnstico.

    4. O ensino conduzido em funo do dfice.

    5. O ensino tem quase, exclusivamente, objectivos escolares e no objectivos de vida. (Poplin, Wiest & Thorson, 1996).

  • a Psicologia da Educao confrontava-se com um excesso

    de teorias e princpios gerais (...). Esses modelos eram de

    pouca utilidade para a soluo dos problemas reais uma vez

    que na sua maioria assentavam em generalizaes de

    resultados obtidos em estudos e investigao efectuados ou

    em contextos laboratoriais ou em contextos afastados da

    prtica educativa

    (Bairro, 1996; p.13)

    Mudana de Paradigma

  • Adaptado de Lesley Jordan ( 2004)

    Racional: Modelo Social

    Modelo do Grupo de minoria: Abandono da definio

    de deficincia como qualidade ntica da pessoa

    Movimento poltico

    Grupo de minoria

    Direito a uma cultura da

    diferena

    Deficincia uma parte do corpo a

    trabalhar de maneira diferente

    Incapacidade algo causado pessoa,

    a intolerncia diferena

    Constructo redefinido num contnuo de

    diversas capacidades em interaco com

    um meio

    No existe incapacidade no vazio.

    Poder da pessoa.

    Participao na Sociedade

    A sociedade falha na satisfao

    das necessidades de todos.

    Opresso social/barreiras

    Exp

    lica

    es

    Fo

    cu

    s

  • O Modelo Educativo da Incluso propostas para o direito igualdade num espao e tempo comum

    Incluso: filosofia de aceitao, modelo de enquadramento onde todas as

    crianas possam ser igualmente valorizadas, tratadas com respeito e

    tenham iguais oportunidades na escola (Thomas, 1997).

    Incluso: proposta educativa que pretende consubstanciar a

    simultaneidade do tempo e do espao pedaggico para todas as crianas,

    por forma a concretizar os ideais da educao pblica obrigatria:

    qualidade, eficincia, igualdade e equidade (Sanches-Ferreira, 2007).

  • Concepes Tericas

    Modelo do Grupo de minoria: Abandono da definio de deficincia como

    qualidade ntica da pessoa.

    (...) uma sociedade mostra a um grupo de seres humanos que inferior a

    outros grupos de seres humanos nessa sociedade". (Clark, 1988). Recorrendo

    para isso "ao estatuto privilegiado da cincia para justificar a sua realidade"

    (Rhodes; 1995)

    No h actualmente nenhuma metodologia psicomtrica vlida para

    diferenciar alunos em categorias.

    No h evidncia que suporte a noo de que categorias de alunos

    diferentes aprendam de modo diferente.

    Com a excepo dos alunos deficientes sensoriais, os alunos que so

    agrupados segundo categorias no demonstram um conjunto universal de

    caractersticas especficas.

    O actual sistema de classificao no cumpre os critrios de validade, de

    abrangncia, de consistncia lgica, de utilidade e de acordo entre os

    observadores, (Ysseldyke, 1989).

  • Mudana de

    Paradigma

    modificabilidade do indivduo atravs da manipulao das contingncias do meio ou das

    estruturas interactivas existentes entre os vrios cenrios de participao imediata da criana

    (Sanches-Ferreira, 2007).

    Antropologia e Etologia Aprendizagem Social

    Teorias

    Comportamentais

    Teorias Ecolgicas e Transaccionais Valores Sociais e Direitos Humanos

    Investigao

    Comparativa

    Mudana de Paradigma: Confluncia de Teorias e Modelos

  • A Criana

    estudo cientfico da acomodao progressiva e

    mtua entre um ser humano activo e em

    crescimento e as propriedades em mudana dos

    cenrios imediatos, nos quais a pessoa em

    -5).

  • O primeiro pressuposto da incluso ajudar o aluno a integrar-se no currculo da sala de aula e no tanto a promoo de um Programa de Ensino Individual (McLaughlin, 1995).

    Pessoa valorizada

    Formao para pais, profissionais e sociedade

    Formao para pais, profissionais e sociedade

    Interaces apoiantes e amigas

    A diversidade um valor

    Evoluo social centrada nos direitos

    Adaptado de Lisa DeSouza (2005)

    CONCEPO DE ENSINOA-PRENDIZAGEM

    Pontos fortes e necessidades definidas pela pessoa ou por terceiros

  • Concepo do Ensino-Aprendizagem

    O primeiro pressuposto da incluso ajudar o aluno a integrar-se no

    currculo da sala de aula e no tanto a promoo de um Programa

    Individual de Ensino (McLaughlin, 1995).

    Os alunos possuem mais caractersticas em comum do que coisas a

    diferenci-los.

    A aprendizagem ocorre, muitas vezes, atravs de processos de antecipao

    e de modelagem.

    , perfeitamente, possvel providenciar servios diversificados na sala de

    aula do ensino regular.

    Os cenrios inclusivos oferecem uma banda mais larga de experincias

    diversificadas que beneficia o desenvolvimento de todos (Alper, Schloss,

    Etscheidt e Macfarlane, 1995).

  • Cultura da Diferena

    1. Aceitao das diferenas humanas.

    2. Aceitao da vulnerabilidade e da interdependncia humana.

    3. Tolerncia falta de solues para lidar com o imprevisvel e viver com o desconhecido ou com os resultados menos desejveis.

    4. Humor, ou seja, capacidade para ironizar acerca daquilo que nos oprime.

    5. Apetncia para lidar com problemas mltiplos, sistemas, tecnologias e equipas profissionais.

    6. Orientao sofisticada para o futuro.

    7. Disponibilidade especial de envolvimento na comunicao interpessoal. Gill (1995).

  • Fuso do ensino regular e da Educao Especial

    Educao inclusiva requer uma mudana no ethos da

    instituio escolar (Oliver, 1992)

    Sistema integrado de servios: transferncia de

    informao, conhecimento ou competncias entre vrios

    domnios disciplinares.

  • Resultados das Investigaes

    Ainda que os alunos com dificuldades moderadas de aprendizagem includos a tempo integral na sala de aula progridam a ritmo mais lento do que os seus restantes colegas, a diferena no to grande como aquela que subsiste entre este ltimo grupo e os alunos que frequentam programas educativos de apoio fora da sala de aula do regular (Banerji & Dailey, 1995; Deno, Murayama, Espin & Cohen, 1990).

    Os alunos com dificuldades severas de aprendizagem que esto inteiramente na sala de aula do ensino regular apresentam nveis mais altos de "respostas acadmicas activas" e nveis mais baixos de comportamentos disruptivos do que os seus colegas colocados nas salas de apoio permanente (Keefe & VanEtten, 1994).

    As crianas com dificuldades severas de aprendizagem includas nas classes do ensino regular so mais aceites pelos seus colegas do que os alunos com NEE que recebem apoio fora da sala de aula (Salisbury, Evans & Palombaro, 1997).

  • Resultados das Investigaes

    A qualidade dos Programas Individuais de Ensino, bem como o envolvimento dos alunos com NEE em cenrios inclusivos superior ao que se verifica junto das crianas educadas em classes segregadas (Brinker & Thorpe, 1984; Hunt, Alwell, Goetz & Sailor, 1990; Hunt, Farron-Davis, Beckstead, Curtis & Goetz, 1994; York, Vandercook, MacDonald, Heise-Neff, & Caughey, 1992).

    As crianas sem problemas apresentam um tempo de envolvimento na tarefa superior quando a sua sala de aula a frequentada por alunos com graves problemas de aprendizagem (Hollowood, Salisbury, Rainforth & Palombaro, 1994), e as suas aprendizagem acadmicas no so afectadas (Salgado, 2002).

  • "..as mudanas educativas dependem do que os

    professores (e todos os outros profissionais de

    educao) fazem e pensam.. Contudo "para as

    mudanas educativas acontecerem necessrio

    que os professores se compreendam a si

    prprios e que sejam compreendidos pelos

    outros"(Fullan (1982, p.107)

  • Incluso / Inovao

    Esto os professores disponveis para fazer adaptaes?

    Aceitam o movimento inclusivo?

    Consideram que possuem os conhecimentos e os recursos necessrios?

    Qual o seu grau de tolerncia diversidade na sala de aula ?

    Qual a importncia do conhecimento,dos recursos e das crenas ?

    As crenas dos professores acerca dos aspectos positivos da incluso esto

    associadas a um maior envolvimento e sucesso na implementao das prticas de

    ensino inclusivas (cf. Bricker, 1995; Firestone & Pennell, 1993; Lieber, Capell,

    Sandall, Wolfberg, Horn & Beckman, 1998; Mobey, Zumbey & Marshall, 1997;

    Scechtman, Reiter, & Schainin, 1993; Soodak, Podell & Lehman, 1998; Stanovich &

    Jordan, 1998).

  • Professor Inclusivo

    Professor que, acreditando nos pressupostos

    subjacentes incluso, percebe as diferenas como

    valor, avalia positivamente os procedimentos inclusivos,

    considera importante a utilizao dos conhecimentos ou

    saberes que possui e est, particularmente, disponvel a

    adoptar a mxima flexibilidade na implementao das

    adaptaes do ensino em ordem a torn-las

    efectivamente exequveis.

  • Participao

    (total at restrio)

    Actividade

    (completa at limitada)

    Factores ambientais

    (Barreiras Facilitadores)

    Fonte de estimulao Fonte de feedback

    Age/ Reage sobre

    Processo de desenvolvimento e incapacitao funcionam como

    sistemas abertos e paralelos.

    Modelo de Desenvolvimento e/ou de Incapacitao

    (Simeonsson & Lollar, 2006)

    Factores Criana

    Funes e Estruturas do Corpo

    (intacto deficincia)

    Fonte de Feedback

  • Poltica baseada no

    Modelo Biopsicossocial

    1. Previne e combate a discriminao;

    2. Elimina obstculos para a participao na sociedade;

    3. Promove a independncia e a auto-determinao;

    4. Define oportunidade;

    5. Avalia os resultados.

  • O Paradigma Biopsicossocial precisava

    de

    1. Um processo de avaliao e de registo que traduzisse as

    diferentes componentes do desenvolvimento.

    2. Uma linguagem descritiva transversal aos diferentes

    tcnicos.

    3. Um modelo de pensamento que permita passar do

    absoluto da deficincia ao relativismo da incapacidade.

  • Classificao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e

    Sade (CIF)

    1. um instrumento de continuidade, mas tambm um instrumento

    de ruptura;

    2. um descritor de funcionalidade;

    3. um instrumento que permite desenhar suportes e servios

    onde as adaptaes e acomodaes so pensadas de modo a

    permitir oportunidades sociais inclusivas;

    4. A CIF promove uma compreenso do modo como as diferentes

    partes do puzzle que caracteriza a criana, se podem organizar

    numa gestalt que ultrapasse a soma das partes.

  • Desafio aos Profissionais e sua formao

    Como que o meu saber profissional pode ser uma

    pea fundamental para traar o perfil de

    funcionalidade?

  • Princpios Subjacentes a um

    Perfil de Funcionalidade

    O comportamento ocorre dentro de um contexto

    psicossocial e por ele modificado.

    esse contexto social e fsico que elicia as capacidades

    funcionais para os indivduos com deficincia;

    As dimenses da actividade e participao representam

    os indicadores ltimos do estatuto de sade da criana e

    da classificao funcional.

  • Actividade/Participao

    Actividade

    Execuo individual de uma tarefa, sendo a capacidade um pr-requisito;

    Capacidade numa aco num ambiente padro;

    Dirigido para modificar ou alterar competncias individuais.

    Participao

    Comportamento de interaco social, num contexto real, sendo o desempenho um pr-requisito;

    No pode ser inferida ou determinada pela severidade da deficincia;

    Tem sempre que ser observada.

  • aco aco aco aco aco aco aco aco

    tarefa tarefa tarefa

    Envolvimento em situaes de vida

    Equifinalidade diferentes tarefas

    podem conduzir ao mesmo tipo de

    envolvimento numa situao de vida.

    Complexidade de uma aco

    (Adaptado de Badley, 2008)

    Andar uma forma de mobilidade, guiar

    uma cadeira de rodas outra forma, mas a

    mesma funo.

    Sistema Hierrquico Aberto

  • Elementos chave para definir operacionalmente

    participao

    1. Descrio operacional do comportamento de participao;

    2. Descrio operacional da situao (as oportunidades e adaptaes

    do ambiente padro e do contexto);

    3. A compatibilidade (goodness of fit) entre o meio e as capacidades

    funcionais da pessoa de onde resulta o eliciar de determinados

    comportamentos (potenciais) com o funcionamento da pessoa;

    4. Requer, em simultneo a ateno ao e o envolvimento no contexto

    (frequncia e intensidade de envolvimento, Matt).

  • Participao: envolvimento activo com o meio

  • Dimenses da Oportunidade

    (Ambiente fsico, social e atitudinal)

    Disponibilidade

    Acessibilidade

    Suporte

    Adaptao

    Aceitao

    Frequncia

    Intensi dade

    Participao

    Participao no o ambiente fsico O simples facto de haver umas escadas e o aluno ter acesso

    mesma sala de aula dos colegas, no captura a experincia do tempo que a criana est nessa sala

    (McConachie et al. 2006; p. 1158).

  • Podes ir onde queres ir? Acessibilidade

    Podes fazer o que queres fazer? Adaptao

    Tens as necessidades especficas satisfeitas? Disponibilidade de recursos

    s aceite pelos que te rodeiam? Suporte social

    s tratado com equidade? Equidade

    Perguntas base para iniciar o

    suporte funcionalidade

    Auto-Determinao

  • Avaliao

    Convencional Autntica

    Material padro.

    Dos itens do teste so

    generalizados resultados

    para o quotidiano.

    Situaes de avaliao

    descontextualizadas.

    Comparaes

    normativas.

    Recolha de informao

    qualitativa e quantitativa

    acerca do funcionamento da

    criana em situaes reais.

    Determinao dos aspectos

    fortes e fracos da criana.

    Identificao de

    competncias que tero

    impacto na participao da

    criana.

  • Avaliao

    Servio

    PEI

    Disciplina

    B

    Servio

    Designado

    Disciplina

    A

    Disciplina

    C

    Disciplina

    D

    Criana

    Criana

    Equipa

    Transferncia de informao, conhecimento

    ou competncia entre disciplinas (Woodruff & McGonigel, 1988)

    construo de uma narrativa

  • ... Mantm a ateno durante a manipulao dos objectos (utilizando ambas as mos), mas o esforo motor retira-lhe disponibilidade para verificar os efeitos das suas aces;

    ... A manipulao realiza-se com aproximao dos braos ao tronco, dificultando o alcance (logo a associao) de outros brinquedos que o rodeiam...;

    ... Os objectos mais grossos facilitam a preciso dos seus movimentos levando-o a situaes de sucesso que o fazem sorrir;

    ... A orientao inicial dos seus movimentos pelo adulto facilitam o planeamento da aco, proporcionando uma utilizao de esquemas mais complexos...

    Abordagem Funcional

  • Actividade Participao

    (limitao) (restrio)

    PROCESSO DE

    INCAPACITAO

    Factores Ambientais

    (Barreiras )

    Factores Criana

    Funes e Estruturas do Corpo

    (deficincia)

    Fonte de feedback

    Age/ Reage sobre

    Actividade Participao

    (limitao) (restrio)

    FUNCIONALIDADE

    Factores Ambientais

    (Suporte) I

    Factores Criana

    Funes e Estruturas do Corpo

    (deficincia)

    Fonte de feedback

    Age/ Reage sobre

    Fonte de Estimulao

    1.Intermitente

    2.Limitado

    3.Extensivo

    4.Invasivo

  • Um mundo

    capacitante

    A sociedade

    vai ao

    encontro

    necessidade

    Edifcios sem

    barreiras

    com emprego

    Com

    oportunidades

    Atitudes

    sociais de

    aceitao

    com intrprete

    de lngua

    gestual

    com livro em

    braille

    Transportes

    sem barreiras

    com suportes

    Modelo Biopsicossocial da Deficincia e Incapacidade

    Mundo Capacitante

    Pessoa com

    Deficincia

    No comunica

    Est doente

    No v

    No ouve

    No anda No fala

    Tem uma auto-

    imagem

    negativa

    No l

    Est deprimido

    No consegue

    subir as

    escadas

  • homogeneizar as experincias

    acadmicas para todos os alunos e,

    desta forma, cumprir o seu desiderato

    de igualdade de oportunidades

    (Rodrigues, 2001, p.16).

    artefacto da busca funcionalista da

    racionalidade () que distorce o

    problema do insucesso da escola e,

    impede, em ltima anlise, a educao,

    em entrar num confronto produtivo com a

    incerteza (Skrtic, 1992, pp. 208-209).

    Educao Especial/ Contnuo de Servios

    recursos ou estratgias que promovem os interesses dos indivduos com ou sem incapacidade; que os

    capacitam a aceder a recursos, informao, e interaces inerentes a todas as situaes de existncia;

    o resultado a interdependncia, produtividade, integrao na comunidade e satisfao pessoal

    (traduo livre de Luckasson et. al, 1992, p.101).

    Educao Especial/ Constelao de Servios

  • COMPONENTES DESCRIO

    CONSTRUCTOS ECOLGICOS

    CENRIO Servios disponveis no cenrio

    ACTIVIDADE Contedo do ensino

    ESTRUTURA DA ACTIVIDADE Grau de controlo do professor

    MATERIAL PARA A TAREFA Material de apoio ao currculo

    ARRANJO FSICO Organizao da sala de aula

    ENSINO Padres de ensino

    DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Grau de incluso dos alunos

    CONSTRUCTO DO PROFESSOR

    DEFINIO Como pessoa que ensina os alunos

    SITUAO Posio relativa ao aluno

    FOCO Direco do comportamento do professor

    COMPORTAMENTO Interaco do professor

    CONSTRUCTOS DO ALUNO

    RESPOSTA ACADMICA Envolvimento

    ORGANIZAO DA TAREFA Comportamentos facilitadores

    COMPORTAMENTOS INAPROPRIADOS Comportamentos inibidores de aprendizagem

    COMUNICAO Verbalizaes dos alunos

  • Bibliografia

    Sanches-Ferreira, M. (2007) Educao Regular Educao Especial

    Uma Histria e separao. Edies Afrontamento

    Witeneck, G. (2006) Conceptual Models of Disabiltiy: Past, Present,

    and Future. Workshop on Disability in America. The National

    Academies Press.

    Simeonsson, R. J. (2006) Defining and Classifying Disability in

    Children. Workshop on Disability in America. The National Academies

    Press.