As Máscaras Humanas

10
www.emidiocarvalho.com Educação Emocional, 2010 1 As Máscaras Humanas Máscara Atributos Origem A Cura A Sedutora Alimentase da autoestima dos outros para apaziguar as suas feridas emocionais. Vampiriza. Bondosa, carinhosa, interessada e sensual. Preocupase com o seu visual e com o que os outros pensam dela. O seu maior problema é não ter consciência do mal que provoca nas suas vítimas. Rodeiase de pessoas que considera mais fracas. É perigosa, venenosa e perversa, porque o seu ataque está mascarado de “amor”. Na infância foilhe incutido que era vulgar, indesejável, não prestava, insignificante. No fundo, a Sedutora, criou uma imagem interior de si como sendo vazia e sem valor. Reconhecer que a ânsia pela atenção, afecto e admiração dos outros é um grito desesperado da sua alma para a necessidade de dar a si mesma aquilo que parece dar aos outros. Tem que estar disposta a sentir o vazio dentro de si. Tem que compreender que aquilo que procura poderá encontrar dentro de si. O Conquistador O amante carismático capaz de derreter a defesa mais estóica. Mestre da manipulação, utiliza as fraquezas das presas para ganhar favores. Peritos em avaliar os outros e descobrir os que precisam de um pouco de amor, atenção ou esperança. É culto, educado e viajado, tornase facilmente no seu melhor amigo. Predador por natureza, saberá como ter acesso ao seu coração ou carteira. É dissimulado. Controla aquilo que você come, onde faz as compras e até os filmes que vê, para mais tarde utilizar esta informação em seu favor, mostrandolhe como você é especial e importante. Excelentes sedutores. Polidos, astutos e secretamente hostis, podem encantálo até lhe tirarem tudo o que precisam. Mentirosos, distorcem facilmente a verdade. Sentimentos de inferioridade e inutilidade. Sentese um impotente e medíocre. Acredita que é indesejado e que sem as suas manobras se tornará invisível. Tem que ver que apesar do seu carisma para conseguir tudo aquilo que quer, enquanto for predador nunca se sentirá bem com ele mesmo. Deverá estudar o seu passado por forma a descobrir quando é que decidiu que a sua melhor forma de sucesso seria conseguida vigarizando os outros. Reconhecer até que ponto se sente mal consigo mesmo, praticar a verdade e cultivar a autoestima.

description

Como mostramos ao mundo que somos quem não somos. Até deixar de o fazer, claro.

Transcript of As Máscaras Humanas

Page 1: As Máscaras Humanas

www.emidiocarvalho.com  -­‐  Educação  Emocional,  2010   1  

As  Máscaras  Humanas  

 

Máscara   Atributos   Origem   A  Cura  

 A  Sedutora  

 

 

Alimenta-­‐se   da   auto-­‐estima   dos   outros   para  apaziguar  as  suas  feridas  emocionais.  Vampiriza.    Bondosa,   carinhosa,   interessada   e   sensual.  Preocupa-­‐se   com   o   seu   visual   e   com   o   que   os  outros  pensam  dela.  O  seu  maior  problema  é  não  ter   consciência   do   mal   que   provoca   nas   suas  vítimas.  Rodeia-­‐se  de  pessoas  que  considera  mais  fracas.  É  perigosa,  venenosa  e  perversa,  porque  o  seu  ataque  está  mascarado  de  “amor”.  

Na   infância   foi-­‐lhe  incutido   que   era   vulgar,  indesejável,   não   prestava,  insignificante.   No   fundo,   a  Sedutora,   criou   uma  imagem   interior   de   si  como   sendo   vazia   e   sem  valor.  

Reconhecer  que  a  ânsia  pela  atenção,  afecto   e   admiração   dos   outros   é   um  grito  desesperado  da  sua  alma  para  a  necessidade  de  dar  a  si  mesma  aquilo  que   parece   dar   aos   outros.   Tem  que  estar  disposta  a  sentir  o  vazio  dentro  de   si.   Tem   que   compreender   que  aquilo   que   procura   só   poderá  encontrar  dentro  de  si.  

 O  Conquistador  

   

   

O  amante   carismático   capaz  de  derreter   a  defesa  mais   estóica.   Mestre   da   manipulação,   utiliza   as  fraquezas  das  presas  para  ganhar  favores.  Peritos  em  avaliar  os  outros  e  descobrir  os  que  precisam  de   um   pouco   de   amor,   atenção   ou   esperança.   É  culto,   educado   e   viajado,   torna-­‐se   facilmente   no  seu  melhor  amigo.  Predador  por  natureza,  saberá  como   ter   acesso   ao   seu   coração   ou   carteira.     É  dissimulado.  Controla  aquilo  que  você  come,  onde  faz   as   compras   e   até   os   filmes   que   vê,   para  mais  tarde   utilizar   esta   informação   em   seu   favor,  mostrando-­‐lhe  como  você  é  especial  e  importante.  Excelentes   sedutores.   Polidos,   astutos   e  secretamente   hostis,   podem   encantá-­‐lo   até   lhe  tirarem   tudo   o   que   precisam.   Mentirosos,  distorcem  facilmente  a  verdade.  

Sentimentos   de  inferioridade  e  inutilidade.  Sente-­‐se   um   impotente   e  medíocre.   Acredita   que   é  indesejado   e   que   sem   as  suas  manobras   se   tornará  invisível.    

Tem   que   ver   que   apesar   do   seu  carisma   para   conseguir   tudo   aquilo  que   quer,   enquanto   for   predador  nunca   se   sentirá   bem   com   ele  mesmo.   Deverá   estudar   o   seu  passado   por   forma   a   descobrir  quando   é   que   decidiu   que   a   sua  melhor   forma   de   sucesso   seria  conseguida   vigarizando   os   outros.  Reconhecer   até   que   ponto   se   sente  mal   consigo   mesmo,   praticar   a  verdade  e  cultivar  a  auto-­‐estima.  

 

 

 

Page 2: As Máscaras Humanas

www.emidiocarvalho.com  -­‐  Educação  Emocional,  2010   2  

Máscara   Atributos   Origem   A  Cura  

 O  Subserviente  

   

 

Apesar   do   seu   comportamento   ter   a   origem   no  egoísmo  puro,   ele   é   no   fundo  uma  pessoa  boa.  A  sua   necessidade   de   agradar   aos   outros   acaba  sempre  por  beneficiar  mais  alguém.  É  uma  pessoa  que  foi  gravemente  ferida  na  infância.  Sente  que  a  sua   função  é   fazer  os  outros   felizes.  É  uma  presa  do   tipo   predador   que   se   sente   profundamente  envergonhado  por   nem   sequer  merecer   o   ar   que  respira.   É   uma   pessoa   sempre   com   um   sorriso   e  com   as   palavras   “abusem   de   mim”   na   testa.   Dá  tudo   até   não   sobrar   nada.   Gosta   de   oferecer  prendas,   mesmo   quando   não   tem   dinheiro  suficiente   para   si.   Procura   constantemente   a  validação   de   outros   em   tudo   o   que   faz.   Não  consegue  ver  o  quão  importante  é  de  facto  para  os  outros.   Possui   um   sentimento   profundo   de  humilhação   de   sentir   que   não   é   nada   sem   os  outros.  

Foi   educado   como   sendo  uma   criança   inútil,  insignificante,   dispensável  e   indesejada.   Sentimentos  de   profunda   carência  afectiva.   Aprendeu   a  agressividade  passiva.  

Tem   que   reconhecer   que   utiliza   o  disfarce   da   dádiva   como   forma   de  alimentar   a   sua   própria   sensação   de  pertença  e   importância.  Ao  permitir-­‐se   sentir   as   emoções   ocultas   que  reprime   através   do   acto   da   dádiva,  começará  a  reconhecer  até  que  ponto  é   carente   da   sua   própria   caridade.  Uma  vez  que  aceite  que  não  é   tarefa  sua   fazer   os   outros   felizes   irá  começar   a   focar   a   sua   atenção   e  energia  na  única  pessoa  a  quem  tem  o  poder  de  agradar:  a  si  mesmo.  

 O  Rufia  

 

   

 

Exuberante   e   prepotente.     Gosta   de   provocar,  apontar   o   dedo   e   intimidar.   O   Rufia   quer   aquilo  que   quer,   quando   quer,   nem   que   tenha   que  intimidar  os  outros.  Domina  à   força  e  a  sua  arma  favorita   é   o   medo.   Interiormente   tem   um   medo  profundo  de  ser  dominado.  Detecta   facilmente  os  fracos.   No   fundo   é   uma   pessoa   que   se   sente  insegura   e   incapaz.   É   um   cobarde   disfarçado.   A  sua   máscara   agressiva   esconde   o   facto   de   estar  aterrorizado   com   a   possibilidade   de   outros  descobrirem   quem   é   de   verdade   e   exponham   a  sua  insignificância.    

Sentimentos  de  ser  fraco  e  inseguro.  Na  infância  vivia  receoso   dos   outros.   Vê-­‐se  a  si  mesmo  como  cobarde,  impotente  e  um  perdedor.  

Tem  que  compreender  que  embora  o  uso   da   força   lhe   permite   ganhar   a  batalha   a   curto   prazo,   também   lhe  granjeia   muitos   inimigos.   Ao  descobrir,   e   aceitar,   as   suas  fraquezas,   ao   admitir   que   se   sente  impotente   e   ao   reconhecer   a   sua  vulnerabilidade,   irá   colocar-­‐se   numa  posição  de  poder  autêntico.    

 

 

Page 3: As Máscaras Humanas

www.emidiocarvalho.com  -­‐  Educação  Emocional,  2010   3  

Máscara   Atributos   Origem   A  Cura  

 A  Cobra  Silenciosa    

 

 

O   maior   perigo   da   Cobra   Silenciosa   é   que   ela  consegue   convencer   qualquer   pessoa   de   que   é  inócua.   A   sua   atitude   sossegada   é   desarmante,  provocando   até   pena   nos   outros,   por   ser   tão  reprimida.   É   cordial,   sem   ser   excessivamente  amigável,  até  descobrir  o  seu  alvo.  Partilha  da  sua  vida  de  uma  forma  modesta.  Por  vezes  mostra-­‐se  até   moralista   e   com   saudades   dos   bons   velhos  tempos.  Logo  que  se  apresente  uma  oportunidade  irá   roubar-­‐lhe   as   suas   ideias,   dinheiro,   ligações  sociais  e  até  a  dignidade.  A  sua  inocência  aparente  encobre  muitas  mentiras.  Apesar  de  aparentar  ser  uma   pessoa   inteligente,   para   lá   da   fachada   de  doçura  ela  tenta  esconder  que  é  dependente,  sem  talento,   incompetente  e  incapaz  de  sucesso  por  si  mesma.   O   proverbial   lobo   na   pele   de   cordeiro.   É  intriguista,   manipuladora,   astuta   e   dissimulada.  Finge   ser   sensível   e   recatada   para   ganhar   a   sua  confiança.  É  assolada  por  sentimentos  de  inveja  e  inutilidade.  

Na   infância   criou   uma  imagem  de   si   como   sendo  mesquinha   e   sem  importância.   Sentimentos  de   impotência   levaram-­‐na  a   mentir   e   a   vigarizar.  Sente-­‐se   incapaz   e  insuficientemente  boa.  

Terá  que  reconhecer  que  não  é  nada  inócua.  Como  se  vê  a  si  mesma  como  uma   vítima,   tem   que   primeiro  assumir   que   é   de   facto   uma  predadora.   Deve   prestar   atenção   ao  seu   diálogo   interior   e   perceber   as  suas  verdadeiras  intenções.  Terá  que  ser  apanhada  no  acto  para  poder  ver-­‐se  a  si  mesma  e  o  que  anda  a  fazer.  O  seu  maior   desafio   é   dizer   a   verdade.  Aprender  a   ser  honesta   sobre  aquilo  que   pretende   dos   outros   e   de   si  mesma.  

 O  Impassível    

   

Esta  pessoa  esforça-­‐se  por  se  convencer  que  está  tudo  bem,  que  não   tem  preocupações  e  que   tudo  está   sob   controle.   Não   há   necessidade   de  mudar  porque  tudo  está  como  deveria  estar,  mesmo  que  à  sua  volta  haja  apenas  caos.  Tentam  mostrar  que  são   calmas.   Em   situações   difíceis   ostentam   um  enorme   sorriso.   São   pessoas   mentirosas   que  conseguem   enganar-­‐se   a   si  mesmas   e   aos   outros  em   relação   ao   que   sentem.   Escolhem   entre   uma  ida  ás  compras,  aula  de  ioga  ou  meditação,  ou  uma  droga,  para  fugir  ao  medo  de  perder  o  controle  de  qualquer  situação.    

Em  realidade  a  máscara  do  Impassível   tem   a   sua  origem  em  sentimentos  de  incapacidade,     impotência.  No  fundo  sente-­‐se  um  tolo,  um   palerma,  descontrolado   e  extremamente  sensível.    

Tem   que   começar   por   reconhecer   e  aceitar   que   o   mundo   é   um   lugar  imperfeito.  Tem  mesmo  que  parar  de  prestar   tanta   atenção   aos   aspectos  exteriores   e   começar   a   olhar   mais  para  dentro  de  si.  Dar-­‐se  a  si  mesmo  autorização   para   não   ter   qualquer  controle   sobre   a   vida.   Ao   abraçar   os  seus   defeitos   irá   descobrir   a   sua  humanidade.  

 

Page 4: As Máscaras Humanas

www.emidiocarvalho.com  -­‐  Educação  Emocional,  2010   4  

 

Máscara   Atributos   Origem   A  Cura  

 O  Mártir    

   

     

Encontra-­‐se   sempre   abatido   a   salvar   o   mundo.  Sacrifica-­‐se   para   cuidar   dos   outros.   Carrega   os  problemas   do  mundo   ás   costas   porque   no   fundo  sente  que  os  outros  são  incompetentes  ou  idiotas.  Tem   sempre  muito   trabalho   pela   frente,   o   que   o  leva   a   sentir-­‐se   superior   aos   demais.   É   o   herói.  Muitas   vezes   puritano,   exige   dos   outros  mais   do  que  o  humanamente  possível.  É  um  predador  que  só   abusa   da   sua   presa   se   esta   for   útil   ao   bem  comum.   O   Mártir   é   o   centro   do   seu   auto-­‐proclamado   universo.   A   sua   tendência   para   o  egocentrismo   leva-­‐o   a   que   seja   muitas   vezes  magoado   pelos   que   o   rodeiam   e   não   entendem  que   ele   faz   tudo   para   o   bem   geral   de   todos.   O  Mártir  justifica  as  suas  acções  dizendo  que  é  para  o  melhor  bem  de  todos.  

Na   infância   foi-­‐lhe   dito  muitas   vezes   que   não   era  responsável.   Sente-­‐se  impotente  para  resolver  as  situações   que   a   vida   lhe  apresenta.  Acredita  no  seu  íntimo  que  é  egocêntrico    e  descontrolado,   inútil   e  dispensável.    

Tem   que   começar   a   ver   que   os   seus  motivos  não  são  nada  altruístas,  nem  muito   menos   nobres.   Por   cada   acto  de   sacrifício   o   ego   do   Mártir   recebe  uma   recompensa   dos   outros,   nem  que   seja   pena.   Tem   que   reconhecer  as   suas   necessidades   e   ir   ao   seu  encontro.   Saber   escolher   a   melhor  forma   de   agradar   aos   outros   e  agradar  a  si  mesmo.  

 A  Boa  Rapariga  

 

   

   

Esforça-­‐se   continuamente   para   que   os   outros  vejam  que   é   uma   força   positiva   no  mundo.  Onde  quer  que  chegue  traz  consigo  um  raio  de  sol  e  um  sorriso.   Quer   que   os   outros   saibam   que   é  simpática,   decente,   formal   e   correcta.   Cumpre  sempre   as   regras.   Preocupa-­‐se   sempre   com   o  bem-­‐estar  dos  outros.   Continuamente   esquece   as  suas   necessidades   para   ajudar   os   outros.   tão  empenhada   está   em   manter   esta   imagem   que   a  projecta  na  sua  família  e  comunidade.  Recusa-­‐se  a  fazer   parte   de   qualquer   realidade   que   veja   como  negativa.  Nunca  sente  inveja,  raiva  ou  arrogância.  Vive  em  permanente  negação  da  realidade.  

Sempre   se   sentiu  imperfeita,   indesejável.  No  fundo  odeia  o  facto  de  que  é   falsa   e   uma   pessoa   má.  Esconde   na   sua   fachada  sentimentos   de  ressentimento.  

Tem   que   começar   por   estudar   as  experiencias   da   sua   infância   que   a  levaram  a  concluir  que  é  uma  pessoa  má.   Descobrir   porque   motivo  acredita  que  para  ser  amada  tem  que  projectar   a   imagem   de   bondade   e  perfeição.   Tem  que   ir   dentro   de   si   e  ver  quais  os  seus  verdadeiros  desejos  e   sentimentos.   Só   quando   estiver   o  suficientemente   magoada   por   ser  uma   pessoa   boa   é   que   começará   o  seu  processo  de  cura.  

 

Page 5: As Máscaras Humanas

www.emidiocarvalho.com  -­‐  Educação  Emocional,  2010   5  

 

Máscara   Atributos   Origem   A  Cura  

 O  Tipo  Fixe  

 

     

Não  sendo  capaz  de  pedir  aquilo  que  precisa,   ele  disfarça  os   seus  desejos   com  a   fachada  de  ajudar  os   outros.   É   amistoso,   simpático,   solidário   e  interessado   nos   outros.   É   o   amigo   de   confiança.  Não   consegue   ser   ousado   e   directo   porque   tem  medo  da  reacção  dos  outros,  guardando  para  si  as  suas   emoções   e   opiniões.   Dedica-­‐se   à  agressividade   passiva,   amuando   e   guardando   os  seus   sentimentos   longe   da   vista   dos   outros.   Se  souber   que   não   será   apanhada,   esta   pessoa  dedica-­‐se   a   comportamentos   menos   saudáveis:  gritar  com  outros  condutores,   insultar  a  esposa  e  os   filhos,   alimenta   fantasias   de   adultério   e   até  destruição.  

Sente-­‐se  como  uma  pessoa  sem   carácter,   egoísta,  ofensiva.   Na   infância  aprendeu   a   manipular   os  sentimentos   dos   outros  para   conseguir   o   que  queria.   É   extremamente  vingativo,   mas   disfarça  muito   bem   esses  sentimentos.  Sente-­‐se  uma  pessoa  má.  

Tem  que  abraçar  a  parte  de  si  que  é  mesquinha,  colérica  e,  por  vezes,  má.  Como   passou   a   vida   escravo   da  aprovação   dos   outros,   tem   que  começar   por   colocar   no   topo   da   sua  lista  as  suas  necessidades.  Agradar  a  si   mesmo.   Em   vez   de   esperar   que  outros   adivinhem   quais   as   suas  necessidades,   deverá   dizê-­‐lo.   O  desafio   destas   pessoas   é   saber   que  não  é  muito  simpático  passar  a  vida  a  cuidar  dos  outros  deixando  de  cuidar  de  si.  Ao  cuidar  de  si  primeiro  estará  a  ser  honesto  com  a  Vida.  

 O  Bronco  

 

         

A  defesa  do  Bronco  é  um  coração  endurecido,  para  proteger  a  criança  enraivecida  que  espreita  sob  a  superfície   da   sua   fachada.   Demasiado   passíveis  para   se   importar   com   os   outros   e   demasiado  insensíveis   para   se   ligar   emocionalmente   aos  outros.   É   um   predador   assumido   que   utiliza   a  desculpa  de  ter  sido  magoado  na  infância  e  de  ser  maltratado  pela  vida.  Na  sua  cara  consegue-­‐se  ler:  “não  te  metas  comigo,  pá!”  Só  quer  que  o  deixem  em  paz,  e  só  atacará  se  alguém  se  meter  com  ele.    Não   se   importa   com   as   regras   da   sociedade,  infringindo-­‐as  continuamente.  É   impelido  por  um  sentimento   de   impotência   e   de   uma   tristeza  profunda.   É   muito   provável   que   tenha   sido  humilhado  na  infância.  

Aprendeu   em   criança   que  era   incapaz   do   que   quer  que   fosse.   Sente-­‐se  impotente,   fraco,  vulnerável,   carente,   um  palerma   e   uma   desilusão.  Odeia   falar  dos  pais  ou  da  infância.  

Tem   que   descobrir   quais   são   os  sentimentos   vulneráveis   e   frágeis  que   está   a   tentar   proteger   sob   a  fachada  do  bronco.  Utiliza  a  máscara  para   afastar   pessoas   e   situações  potencialmente  ofensivas,  mas  assim  consegue  manter   também  afastado  o  amor,   sucesso   e   a   intimidade.   Tem  que   aprender   a   estabelecer   limites   e  a  saber  respeitar-­‐se.  

 

Page 6: As Máscaras Humanas

www.emidiocarvalho.com  -­‐  Educação  Emocional,  2010   6  

 

Máscara   Atributos   Origem   A  Cura  

 O  Seviciador  

 

 

Esta  é  uma  pessoa  altamente  ferida  e  perturbada,  cujo  passatempo   favorito   é  magoar   os   outros.   É  mesquinha,  vingativa,  detestável,   controladora  e  manipuladora.  O  mais   perigoso   dos   predadores.  Nasceu   sem   consciência.   É   um   espancador  psicológico   ou  mesmo   físico!   Sempre   à   procura  da  próxima  vítima  por  forma  a  se  abstrair  da  sua  própria   dor   imensa   e   auto-­‐depreciação.     Vive  para   provar   a   si   mesmo   que   é   o   mais   forte,  melhor   e   mais   poderoso.   Pode   disfarçar-­‐se   do  oposto,   sendo   um   grande   filantropo,   líder  religioso,   marido   cuidadoso.   Cuidado   com   este  tipo  de  pessoa  –  ninguém  sabe  até  onde  é  capaz  de  ir  na  sua  agressividade  para  com  os  outros.  

Terrivelmente   ferido   na  infância.   Sente-­‐se   um  cobarde,   impotente   e  traiçoeiro.   Um   produto  danificado.   Se   você   sente  que   é   um   Seviciador  procure   imediatamente  ajuda  profissional.  

Tem  que  começar  por  reconhecer  os  danos   que   está   a   causar   aos   outros.  Começar  por  ver  que  transferir  a  sua  raiva   para   os   outros   não   é   nunca   a  solução,   apesar   de   aliviar  momentaneamente   a   pressão  interior.   A   sua   única   esperança   é  pedir   ajuda   a   um   poder   maior,   a  Deus.  Terá  que  pedir  perdão  a  todos  os   que  magoou.   Só   quando   cessar   a  violência  contra  si  mesmo  é  que  será  capaz  de  parar  a  violência  contra  os  outros.  

 O  Eterno  Optimista    

   

       

Esta   pessoa   parece   estar   sempre   pedrada!  Sabemos   quem   é   porque   onde   ela   estiver   só  ouvimos  risos,  bom  humor,  alegria  desmesurada!  É  aquela  pessoa  calorosa,  que  acha  que  tudo  está  bem,   mesmo   no   meio   do   caos.   Ser   feliz   é   um  desporto  de  alta  competição.  Reagem  sempre  de  uma  maneira  exagerada  e  tudo  é  cor-­‐de-­‐rosa!  Se  algo  é  bom,  para  o  Eterno  Optimista  é  “o  melhor  que   há”!   Para   estas   pessoas   não   chega   ser  simpático,   há   que   ser   divertido.  Mesmo   ao   falar  de   coisas   tristes,   esta   pessoa   tem   um   sorriso  estampado   na   cara.   Sente-­‐se   obrigado   a  permanecer   num   estado   de   felicidade,  escondendo   a   sua   tristeza   atrás   desta   fachada.  Aterroriza-­‐o  a  ideia  do  pessimismo.  

No   fundo   sente-­‐se   triste,  resignado,   pessimista,  desanimado,   rejeitado,  desesperado.   Sente   que  não  merece   ser   amado   se  for   verdadeiro   com   os  seus  sentimentos.  

Tem   que   aceitar   que   a   vida   não   é  sempre   um   mar   de   rosas.   É   difícil  retirar   a   máscara   do   Eterno  Optimista   porque   já   se   convenceu  que   estar   loucamente   feliz   é   a  medalha   de   ouro.   Estas   são   as  pessoas   que   mais   facilmente  afirmam   não   possuir   qualquer  máscara.  A  solução   imediata  é  pedir  ao   Eterno  Optimista   para   passar   10  minutos   por   dia   em   frente   ao  espelho   a   repetir   o   seu   mantra  favorito:  estou  tão  feliz!  

 

Page 7: As Máscaras Humanas

www.emidiocarvalho.com  -­‐  Educação  Emocional,  2010   7  

 

Máscara   Atributos   Origem   A  Cura  

 O  Intelectual  

 

     

As  armas  desta  pessoa  são  o  conhecimento  e  a  informação.   Esta   máscara   surge   na   infância,  depois   de   uma   experiência   que   a   convence   de  ser   estúpida,   insignificante   e   insuficientemente  boa.   Possui   uma   mente   arguta   e   uma   grande  capacidade   de   processar   e   digerir   informação.  Utiliza   estes   dons   para  manipular     os   outros   e  manter-­‐se   acima  deles.   É  o   sabichão  moralista,  envolto  em  arrogância  intelectual.  Considera-­‐se  acima   da   confusão   emocional   do   comum   dos  mortais.  Vive  dentro  do  seu  cérebro.  Não  é  fácil  aproximar-­‐se   da   pessoa   que   usa   esta  máscara,  ela   já   sabe   mais.   Utiliza   a   lógica   mental   para  tornar  a  sua  máscara  impenetrável.    

Na  infância  aprendeu  que  não   era   suficientemente  boa   pessoa.   Sentimentos  de   inferioridade,  medos  e  receios   de   mostrar  qualquer   emoção.   Sente-­‐se   um   idiota   e   um  estúpido.  

Tem   que   aprender   a   abdicar   da  mente   racional.   Aventurar-­‐se   no  mundo   imprevisível,   desordenado,  arriscado  e  assustador  das  emoções  humanas.  Tem  que  ver  que  o  saber  é   o   prémio   de   consolação   que   o  impede  de  uma   ligação   íntima  com  os  outros.  Ser  capaz  de  equilibrar  a  mente  com  o  espírito.    Ao  abrir-­‐se  a  outras   ideia   poderá   abandonar   a  sua   máscara   e   desenvolver   a  verdadeira  compaixão  e  amor.  

 O  Salvador  

   

   

O   prestador   de   cuidados   clássico.  Continuamente   desesperado   por   tornar   a   vida  dos   outros   melhor,   saberá   exactamente   o   que  você  deve  fazer  para  ter  uma  vida  melhor.  A  sua  principal  reclamação  é  “se  ao  menos  me  desses  ouvidos”!   É   o   primeiro   a   apresentar   soluções,  remédios,   respostas   a   qualquer   problema.   O  Salvador   precisa   sempre   de   alguém   a   quem  ajudar   e   orientar.   Apesar   de   parecer   altruísta,  os   seus   objectivos   são   sempre   egoístas.  Encarrega-­‐se   sempre   de   tudo   e   toda   a   gente.  Evita   assim   sentir   a   sua   própria   dor   e   mágoa  recalcadas.   O   Salvador   é   atraído   pelo  toxicodependente,   alcoólico  e  pela  vítima.  Uma  forma  de  descobrir  a  sua  máscara  é  perguntar-­‐lhe   sobre   a   sua   vida:   define-­‐se   em   função   de  quem  ajuda.  Vive  através  dos  outros.  

Tem   a   sua   origem   numa  família   disfuncional   –  fosse   maus   tratos   ou   a  presença   de   um   familiar  sempre   doente.   Sente-­‐se  carente  e  inútil.  Aprendeu  desde   tenra   idade   a   ser  insensível   e   egoísta.  Sentimentos   de  inferioridade  abundam  na  sua  psique.  

Tem  que  descobrir  primeiro  que  se  define   através   do   que   dá   e   faz   aos  outros.   Parar   de   atrair   a   si  situações  de  drama  e  grande  tensão  (o   seu   meio   natural).   Tem   que  reconhecer   que   dá   apenas   para  receber  e  que  é  vítima  daqueles  de  quem   cuida.   Só   quando   conseguir  ver  que  a  sua  felicidade  depende  de  si   mesmo   e   saber   que   tem   valor  intrínseco   é   que   será   capaz   de  estabelecer   limites   saudáveis   com  os  outros  à  sua  volta.  

Page 8: As Máscaras Humanas

www.emidiocarvalho.com  -­‐  Educação  Emocional,  2010   8  

 

 

Máscara   Atributos   Origem   A  Cura  

 O  Depressivo  

 

   

O  incompetente  de  qualquer  grupo.  O  pessimismo  e   a   fatalidade   são   os   seus   companheiros  preferidos.  Continuamente  à  procura  do  que  está  errado  na  sua  vida,  é  mestre  em  agarrar-­‐se  ás  suas  emoções   tóxicas.   São   sempre   os   outros   os  responsáveis  pela  desilusão  presente  na  sua  vida.  Agarra-­‐se   a   um   passado   em   que   foi   traído,  afastando   assim   qualquer   coisa   boa   que   possa  surgir   na   sua   vida.   Receia   o   futuro,   preferindo  agarrar-­‐se  ao  sofrimento  que  já  conhece  do  que  a  experienciar   novas   situações.   Dependente   da  infelicidade,   o   seu   discurso   inclui   “o   que   há   de  errado   comigo?  Porquê  eu?  Coitado  de  mim.  Não  me   devia   ter   acontecido   isto.   Não   tenho   sorte  nenhuma.”  

Sempre  se  sentiu  magoado  por  tudo  e  todos.  Rejeitado  e  abandonado  no  passado,  sente  que  não  há  soluções  para   os   seus   problemas.  Pensa   que   é   um   inútil,  desamparado.   Sente-­‐se  ofendido   pela   mínima  coisa.  

Tem   que   ser   capaz   de   ouvir   os  diálogos   internos   negativos   que  aumentam   de   intensidade   ao   longo  do   dia.   Tem   que   penetrar   nas   suas  emoções   mais   dolorosas   e   permitir-­‐se  expressar  com  segurança  a  energia  tremenda   das   emoções   tóxicas   que  espreitam   sob   a   superfície.   Ao  permitir-­‐se   libertar-­‐se   destas  emoções   reprimidas,   irá   estar   livre  para  sentir   todas  as  emoções,  boas  e  más.   Tem   que   se   esforçar   para   se  rodear   de   pessoas   optimistas   e  positivas.  

 O  Brincalhão  

 

   

   

Nunca   leva   nada   a   sério.   Perante   uma   situação  grave   é   capaz   de   se   rir   e   fazer   uma   anedota.  Apesar  de  dotado  de  um  sentido  de  humor  genial,  aprendeu  a  utilizar  esta  máscara  como  mecanismo  de   defesa.   Muito   desconfortável   com   a   sua  sensibilidade   e   com   medo   da   sua   sensualidade,  receia   que   a   intimidade   conduza   à   rejeição.   É  capaz   de   dizer   o   que   quer   que   seja   para   diluir   a  realidade   dura   do   momento.   Procuram   ser  amados  pelos  outros  através  do  seu  bom  humor  e  da   sua   despreocupação.   Sob   esta   máscara,   o  Brincalhão  é  na  verdade  uma  pessoa  muito  triste,  esforçando-­‐se  por   conseguir   a   atenção   e   o   afecto  dos  que  o  rodeiam  com  as  suas  piadas.  

Na   infância   viveu   com  um  progenitor   crítico,   severo  e   excessivamente   sério.  Descobriu   que   ser  engraçado   conseguia  atrair   a   atenção   dos  outros.   No   fundo   sente-­‐se  um   maçador,   inútil,  diferente,   rejeitado,   nada  de   especial.   Não   se   sente  merecedor   de   ser   amado  porque  não  é  autêntico.  

Tem  que   começar  por   ver   que   a   sua  máscara   bem   humorada   não   lhe  assegura   o   amor   que   tanto   quer  receber.  Se  for  capaz  de  olhar  para  as  suas  feridas  irá  ver  que  já  é  mais  que  suficiente.  Saber  que  pode  ser  amado  independentemente   de   estar   bem  humorado   ou   não.   Tem   que   aceitar  toda   a   vasta   gama   de   emoções  escondidas  dentro  de   si.  Descobrir   o  seu   mérito   inerente   alheio   ao   seu  humor.  

Page 9: As Máscaras Humanas

www.emidiocarvalho.com  -­‐  Educação  Emocional,  2010   9  

 

 

Máscara   Atributos   Origem   A  Cura  

 O  Apoiante  Oficial    

 

 

Anseia  por  um  estilo  de  vida  acima  da  média,  mas  falta-­‐lhe   o   talento   e   o   carisma.   Procura   viver   ao  lado   das   pessoas   influentes,   desfrutando   da  popularidade   dos   seus   contactos.   Define-­‐se   pelas  pessoas   importantes   na   sua   vida.   No   fundo   não  quer  partilhar  as   luzes  da  ribalta  mas  sim  roubá-­‐las   a   qualquer   preço.   Imita   a   pessoa   que   admira,  assumindo   as   mesmas   convicções,   atitudes   e  discursos.   Adora   a   bisbilhotice   e   de   apunhalar  pelas  costas.  Faz  tudo  para  se  tornar  um  elemento  insubstituível  daquele  que  admira.  É  imensamente  invejoso.   Quando   é   observado   trabalha   com  alegria  e  afinco,  mas  sozinho  dedica-­‐se  à  preguiça.  

Na   infância   aprendeu   que  não   servia   para   nada,  ficava  sempre  em  segundo  lugar.   Sente-­‐se   sem  talento,   nada   de   especial.  Dissimula   os   seus  sentimentos.   Aprendeu   a  agradar  para  subir  na  vida.  

Tem   que   abandonar   a   sombra   da  pessoa  que  admira  e  afirmar-­‐se  pelas  suas  qualidades.  Deverá  ver  como  se  alimenta   daqueles   que   admira   e  descobrir   que   já   possui   essas  qualidades   que   tanto   admira.   Tem  que  praticar  a  humildade  por  forma  a  curar   a   ferida   profunda   que   lhe   diz  que  não  é  especial.  Quando  for  capaz  de   se   respeitar   a   si   mesmo,   outros  também  o  respeitarão.  

 O  Solitário  

 

           

São   pessoas   que   têm   medo   da   raça   humana,  optando   por   se   esconder   num   buraco   frio   e   sem  qualquer   contacto   humano.   Evita   o   contacto  dedicando-­‐se   a   ver   televisão,   aos   jogos   ou   à  comida.   Carrega   uma   dor   profunda   de   não  pertencer  em  lugar  algum.  Sente  que  é  imperfeito,  indesejado,   insuficientemente   bom   e   não   prestar  para  nada.  Acredita  que  se  não  participar  no  que  quer   que   seja   estará   seguro.  Muitas   vezes   é   uma  pessoa   obesa,   com   falta   de   saúde,   endividada,  abusa   do   álcool   ou   drogas,   viciada   em   compras,  jogos   ou   no   brinquedo   sexual   da   sua   escolha.  Utiliza   a   fantasia   para   evitar   o   contacto   íntimo  com  outros.  Deixa-­‐se  ficar  para  trás.  

Sente  que  é  inerentemente  imperfeito,   doentio,  magoado,   aterrorizado,  proscrito,   antipático   e   só.  Na   infância   aprendeu   a  defender-­‐se  isolando-­‐se  de  todos  à  sua  volta.  

Terá   que   começar   por   admitir   que  está   verdadeiramente   só.   A  máscara  que   construiu   para   evitar   sentir-­‐se  sozinho   conduziu-­‐o   apenas   a   um  isolamento  e  vergonha  maiores.  Terá  que   tornar-­‐se   suficientemente  vulnerável   para   se   expor,   para   ser  visto.   Ao   trabalhar   os   seus   vícios  secretos  irá  permitir-­‐se  ser  autêntico.    

 

Page 10: As Máscaras Humanas

www.emidiocarvalho.com  -­‐  Educação  Emocional,  2010   10  

 

 

 

Máscara   Atributos   Origem   A  Cura  

 A  Vítima  

     

 

O  exemplo  perfeito  do  “coitado  de  mim”!  Uma  das  suas  afirmações  preferidas  é  “não  posso  acreditar  que   isto   me   esteja   a   acontecer!”   É   uma   presa  natural,   permitindo   que   todos   abusem   de   si.  Consegue   detectar   situações   desagradáveis   mas  em   vez   de   as   evitar   mergulha   nelas.   A   Vítima  raramente   consegue   ver   como  ela  mesma   cria   as  situações  de  sofrimento.  Regra  geral  é  vitimizada  por   aqueles   que   ama.   Acredita   que   não   tem  qualquer   poder   sobre   as   desgraças   que   se  sucedem.   Procura   a   atenção   dos   outros   através  dos  seus  problemas.  Adora  e  abomina  a  pena.  

Na   infância   via-­‐se   como  uma   criança   antipática   e  indefesa.   Sente-­‐se   indigna  de   felicidade.   Acredita  estar   impotente  para   lidar  com   os   problemas.  Resigna-­‐se   facilmente.  Vive   num   mundo   triste  onde  não  há  praticamente  qualquer   motivo   para  sentir  alegria.  

Tem   que   assumir   responsabilidade  pelas   situações   que   co-­‐criou.   Só  conseguirá   tirar   a   máscara   quando  assumir   os   benefícios   de   tanto  sofrimento  (a  atenção  dos  outros).  

 O  Sobredotado  

   

 

É  a  pessoa  mais  dinâmica  do  grupo.  Bem  sucedido  na   vida,   encontra-­‐se   quase   sempre  sobrecarregado   de   trabalho.   Orgulha-­‐se   do  número   de   projectos   em   que   está   envolvido.   É   o  campeão   das   multi-­‐tarefas!     O   sucesso   é   o  alimento   do   seu   ego   ferido.   Os   sentimentos   de  desmerecimento   que   o   avassalam   levam-­‐no   a  ganhar   a   qualquer   custo,   mesmo   que   signifique  causar   danos   a   outros.   Nunca   aceita   um   “não”  como   resposta.   Sente   que   merece   um   melhor  serviço   e   melhores   regalias.   Cria   expectativas  irreais   sobre   qualquer   evento.   Intimamente  frustrado   e   inseguro,   tem   muita   dificuldade   em  manter-­‐se  quieto.  Sedento  de  poder.  

Sente   que   não   tem  qualquer   mérito,   que   é  inferior.   Na   infância   era  uma   criança   maçadora,  assustada.   Vê-­‐se   como  sendo  vulgar  e   inútil.  Tem  um   medo   aterrador   que  outros  descubram  todas  as  manobras   de   que   é   capaz  para  atingir  os  seus  fins.  

Tem   que   parar   de   se   definir   por  aquilo  que   faz.  Só  quando  começar  a  dar   mais   valor   à   sua   vida   do   que  aquilo   que   faz   é   que   aprenderá   a  desfrutar   das   suas   realizações.   Só  quando   se   aperceber   que   não   é  aquilo   que   faz   que   o   torna   uma  pessoa  melhor  é  que  estará  livre  para  ser   autêntico.   Tem   que   descobrir   o  seu   mérito   sem   nenhum   dos  ornamentos   que   utiliza   para   se  engrandecer.