è ^ fc - dadun.unav.edudadun.unav.edu/Bitstream/10171/30198/1/FA.137.683_16.pdfcias na vida,&...

45
w f è ^ fc 1 .. M i

Transcript of è ^ fc - dadun.unav.edudadun.unav.edu/Bitstream/10171/30198/1/FA.137.683_16.pdfcias na vida,&...

wfè ^

fc1

..• Mi

/t , -

'U'--'*■8?.: " i»i/

V

. A

O R A C A MFVNEBRE

N A S EXEQVIAS ANNVAES do SereniflimoRey de

p o r t v g a l

d o m MANGEL'de glorioia memoria.

V I S S E JÍ N A S. CJSA T>A M I S E R I C O ZT>1Ädeßa Ctdade de

L I S B O AO P.M .Fr. C H R I S T O V A M D E A L M E Y D A , Religiofo dos Eremitas de S. Agoftinho, Domor na fagrada TheologiajPrÉgador deS.MageftadejQualificador doS nto

Officio, Examinador das Ordens Militares, & Lente de Prima de Thcologia no Collegio de S. Antam

o Veiho defta Cidade de Lisboa.

L I S B O ACom todas as necejfarias.

Na Officina de Antonio Craesbeeck de Mello ImpreíTor de SUA A L T E Z A ; Anno 1665.

J .'4 Í

. r r f V ,1/ r - y v f ",4 '- H -• T f.v

» f<' ■? ■•. '» • '• •'•# - ;• / Í ’’ ■"*/'f* P ' &• ’>' - V, 1 i * * \ . . *i .v.J. »i

' î r i j ■•>•; ; i « t n í Í L / i - i i ' i ä

■ . '■ > ■ i ! Î' ‘ .

T f ' T ^ '■ 't 'j;I i-f t I ‘ ' ■ /\ ^ ‘ j ^<■ v i - "-•■» J r

'■ ' f \ f

. ' t :j.íí

J r \ \ ..j i..*. u -* v.„, '• »

.-'(■■;■ :i:/-'f.\ .'iff Í / ;\ v i> r a î > i H : i .•.•í. /::t *•■•ü’-i-,' i ç /■' • 'j '¡-rVft'.v -i '';L /0>':

■ ' ■ >' ' ■ ■ ■ .'..'Itt - . .

« ■ i” ’ e»; >*ioîyiafiîr:; i. . .o ’-. ^iî:.:,' A -i. tb oitj jíiíO ofi 'jJ»

.*• Í îih biiy.j oiilaV o

• A Á

la- uv V, in vt/\-?\ ivö'Si ■ 1/ > '7. (>jno5/î4 j;*

i;nr:A '¿ d h h U i ' '

A V E M A R I A . 35t^ o n m oriar f e d m d m j i^ n a r r a h o opera D o m tn u

E x P fa l. 1 1 7 .Ü D O S OS dias amanhecctn para odefcng^no: he efte M undo que vemos hum livro da noiTi doutri- na 5 donde as regras faó as hor.is,

& asfo lh as os fucceffosrcadahora quepaflahehutn defengano danoffavaidade, cada fiicceiTo que acontece he hú dtfpertador da noíTategueira:náohá inflante,nào ha cafo, que nos náoefte)a gritando iiiudam entc, que he a nofla vida huiii vento, que faó as noílascr-^ peran^as huni cngano.

N afce o Sol Principe dos A flroSj& morre n o m e fm o d ia e m q u e nafceihum mefmo dia o vé menino no O rien te ,o vé gigante no Z e n it, & o vé m orto no O cca zo . C reíce a Lúa fym bo-lo da fobcrba^mas detal maneira c r tfc e ,q aos mefmos olhosa q fervi© no crecente de admi- ra^áo,ferve no minguante de laftima. A b re a Pvoza rainha das flores, veftiJa de galas, & de­fendida de efpinhos, & o mefmo dia que a vé nafcida a vé fepultadaida nieima Primavera de q co rta as purpuras, corta també as morcalhas.

Eis ahi o q he no m undo o mais excellcnce, eisahi o q h e n o iiiú d o o mais foberano. Nem valles, nem montess vivem rro mundo feguros, porque ¿epata os valles há in n u n d ajoés, para

A 2 os

3 .O S montes h i rayos.Q iie Ihe importa aos mo­tes lubìrtam alto,fé a maior cminenciavé a fe r oinaiorperigo.'' D e qfundaremfe t;in to , iè na fua profunditlade en- co n trao co m a fua ruina?

O h m ó ce sió valles da terralo q u eim p o rtah e eiìar alerta,^ contra a tyranìa da morte nem o fubir,nem o decer im porta.Ifto nos eftà dixen- d o , ifto nos ella cnfinando tu d o o que apalpa­mos co as raáo9,t«do o q vemos com os olhos^ neftelivro g rid e do-m undo,fe a noíTa ccgueira nao cóvertéra em m eyo da noíTa perdi^áo, o ^ fez a providencia para m otivo de noffo defen- gano.Efta he a li^ io d ecada dia, mas no dia de hoje he ainda mais efficaz a li$ao5por^ he mais efficaz o p règador.E u nao fou ho)e o queaqui p reg o ,qué hoje nos prega aqui he effa pom pa tr ifte j& e ife aparato funefto: E Ìe e fte h e ho-

o prègador,efficaz prcgador temos hoje. Para o prégador fer efficaz ha de fer autho-

riza d o ,& hade fereloquéte: E ^ co u fah a mais authorizada q a m agcftade daquelle tum ulo! Q u e co u fa h a mais eloquéte q a&linguas da- q u elle fo g o ! N a o ha tam grade cócerto na R e- corica^como o cocerto có ^ effcs panos nos fa- laó rn lo hà tam grade efficacia de razoés^como a cfficaciacó q cffà&luzesnos defenganao.G u ­iam os lo g o ao noffo prégador, que em breves

difcur-

dífcurfbs nos h a d e d iz e ra s mais importantes verdades.

A s palavras^ q o noflb prégad or hoje toma porthem a í’aód o melhor R e y de I fr a e l, éj fo i David^repetidas múdamete pello m elhor R e y de Portugal^que fo i o Sereniilim o R e y D . M a- noel^aGujas gloriofas memorias dedica efta S. Cafa todos os annos nefte dia o criHe, & o pia- d ofo deftaacçao3& co grade fundam eto, porq com o entre todos os tép los,fen do tlto s,^ fun­dón a grandeza defte Princepe,foi efta S. C afa a mais favorecid a,jufto he ^ fe;a tambë a mais faudofa. Q uan do o amor he fino, & afaudade verdadeira, nem o amor fe acaba c o m o te p o , nem a faudade fe diminue com os annos.

M uitos feculos depois ^ a Raquel Ihe m orré- raófeus filhosxJiiTeJeremias que feo u vìra ó n a terra as ftudades-de R aquel : Ecce vox %n excelfo

auJtta eflUmentmones , ^ Jletus Racheìplorans film / y«oi. Pois ainda chora Raquel5depois de hú cur- fo de annos tam largosjdepois de hum filencio de feculos tam com pridos ? Sim q ifto he amar,& fentir com o R aqueha dor que o tem po nao rem edéa, nam fed im in u eco tem po : correm* as h o ra s, mas parao as faudades .* acabao os diasjm asnam acabaóasm àgoas: paiTaóos an ­n o s, mas ficaò OS fentimentos. E ra a d o r de K aqu el grande, porque era o feu amor cxcef-

ÍÍVO3,

fivo ,q u e multo lo g o que nem fe cu re co o cu r- fo dos tem p os,né fe emude^a co o filencio dos annos .Ecce 'voxtnexcelfo audita ejl Rachel ploras^ D e todos os tem plos quefiindou o noffo Prince- pe SereniiTiino^fó aefta SataCafa pódecham ar a fua Raquel, pois que depois de tatos fcculos paffadosle véinainda hoje nella o so lh o sch o - rofos,& osfcntim entos tam vivos. Rachel ploras.

Mas nao gaílem os o tem po no q nos moftra a experiencia, ou^amos o que nos diz o noffo R e y , ou o q nos diz p or elle aquella Effa tam trifte com o eloquente. Prométenos períiften- cias na v id a ,& perpetuidades na dura^ao, "Ron

m oriarfedm am .^v^yt^ palavras,mas d ifficu lto- fas.C om o o m undo feja hü theatro adonde ca­da hum de nos fae a reprefentar a fua figura, q

^ affi odiffe S. Paulo’ l^rnstent emm fíguru hujusmu-

adCoM. ¿I acabada a reprefenta^áo h efo r^ a^ d eix e- ' mos o theatro. Efta lie a c o n d ir lo com qnaf-

cemos, cfte o voto que profcffam os: ejl

ad Heb'r. ommítfi homtmhm femel moriX^cy he efta géral pa- C.9. n,27. fodos OS m ortaes, mas ainda mais aperrada

para os R eys. He a noffa vida hú com eta,que nao tem mais refp lan d ecer,& paffar,mas ñas mageftadcs he ainda menos q com eta, porque apenas refpU ndece quádo acaba. Ancigaméte Ihe daváo aos R eys húa un^ao quando Ihe pu- nháo aco ro a. Pois lo g o ungido quando Key?

L o g o

L ogojporcj tao depreíTa parece q caaiinha pa­ra a m orte hum R e y , com o caminha hum im- g id o ; o th ro n o he o mais brevecam inho para ofepu lch ro. Pois fe a vida d o sR e y s he ordi­nariamente tam breve, com o nos diz o noífo R ey q nem acabou,né ha de acabar a fuá vida? 'Ronmonar, C o m o nos diz que cftá v ivo quádo nos o choram os morto ?.Oh ^ propotl^ áotaó verd ad eira lO h q u e verdadetam infalhvd!

O s dias da nolfa vida faó hum engano da nofla im aginadlo : imaginamos que íáónoffos o sd ia se m q u e c á vivem os, fendo q fó os dias em que cá vivem os nao faó noffcs dias : nova PhiIofophia,m ascertaihe tam certa efta Philo- fophia , ,hetain infalliv c l a verdade defta pro- p o f i fä o , q te m p or fi nao menos ^ aauchori- dade do m efm oC h rifto .F alou hú horaChrifto com os J u d e o s,& d ep oisd elargas contendas con clu io com e ib s efcuraspalavras : \y4braham Joa« ^dter V/ßey exultavíí ut ynJeret Jtem meum vtdit, (gjr gravijus w7 . V o ffo p a y Abraham (diz o Senhor) alegroufe muito quádo vio om eu dia.Se per- guntarm os aos Expofitores defte E vangelho, cbry- que dia era efte deC h rifto com que fe alegrón Abräham ,refpondem muitos, que era o diada- piiiiat. & fuá C ru z, que era o dia da fuá morte.

N a verd ad e^ feasp alavras fem expofi^ao crao difficultofas, q m aisdifficultofasparece ^

iicaó

.c .S . 11 .4 7 .

40 ^ficáo agora co a e x p o fiçâ o .A o dia defnam or- techamaChrifi:odiafeuf2?/í»2Wí«»í. S e o Se- nhor chamára.feu dia a o dia de feu Nafcim en- t o , nam avia que duvidar, porqne fobre fcr o d iaem que o C e o o b ro u os maiores prodigios na te rra , fo i o dia em que C h riñ o deu os pri- meirospaíTosna v id a , mas que cham e dia feu a o d ia e m q u e d e ix a o m û d o ,q u e a o dia de Tua m orte chame feu dia] Afliîavia defer:na Philo- fophia do m undo quem edeanoiTa vida pello feu enganojso faô noiTos os dias em q vivemos ao tem po: mas na Philofophia d e C h rifto que m ede a noffa vida pello feu co n h ecim en to , sô os dias da noffa m orte em que com eçam os a v iv e r aeternidadc5fa5 verdadeiram ete os nof- fos dias:2?ifï» meum, Em quanto vivem os ao té- pOjUem temos tem po,nem temos vida: tanto ^ vivem os à eternidade, logo a vida he v id a , lo ­g o o tem po he tem po.

D e lia verdade tam certafe infere ainda ou­tra confequêc ia mais eftranhaj& he que no m u­d o ne hà qué viva, né hâ qué dure. Q u é tal dif­féra! N ao liáqué viva,porq a noffa vida he hufin gim eto;nao ha qué dure, p o r q o noffo tepo he hu enganojqué vive para m orrer,naó vive: qué dura para acabar, nao dura : de tal maneira tira atnudança , asco u fasaen tid ad e, qtie naó há co u ftq u eten h a entidade fe eftafogeita â mu-

dança*

danca. He neceffario lo g o pat a a dnra^aó fer durà^ao,& paraa vidafer vida, q avida viva á cccrnidadcj&^adnra^áo nao rcfpeitc aotepo.

O livam os aquclIePrinccpe q fo u b e mcllior dcftas m aterias,porque fó elle nos pòde dar a« mclhores provas. F a b u Job em duasoccafi- oés d o sdjas de fua vida^Sc diffedeftam aneirn, O s m eusdiasnao faó n zà zrD ies m e tm k lfm c o s t m eusdiasferaò breves: 7)iesm eibrem buntur, Jà vcm a implica^ào fer b reve,& nao fer nada,he impHca^ào m anifefta, porque o qne he breve tem fer, o he nada, nao o te. Pois fe os dias de Job eráo nada, com o cinháo fer ? E fe tinhao fcr,com o erao nadaíSe aviaó de fer b reves,co ­m o nao tinhao nenhúacntidade ? N ao tinhao ncnhúa entidade,porqavia5 de fer breve&:eráo dias q aviaó de acabar bre\>iAhu(uri^d\% eráo dias que nao tinhao fer m ht!fm r. A ffi Ihe tirou a h> conftancia,aentidade, qu en aopin iao de Job, nao tinhao nenhúa entidade, porque os dom i­nava a inconftancia.

N é o q hade acabar té fer,ne o que nao hade durar tédura^ ao, por iflbanoíTa vidahehu m fingim cntojpor iflb os noffos diasfao hu enga- no.Sabeis qual he verdadeíramente a noífa vi» da-'he aquella fucccdc á noffa m ortexom o fo efta vida té eterna a d u ra r lo ,so efta vida te ver dadeira aen tid ad c,V ioS .JoaoE van gelifta no

B fea

Apoc.

4 . ■fcu A p o ca ly p filiii animai com d c t potas mui*to grandes : d iflllhe o A n jo que Iheexplicava aquelles m ifterios, q aquellas dez pontos er;.m d ez R eys que nam aviao ainda empuniiado o Ìccp U O 'D eccm corma ^H<€vtdilìi. decem^ege fum,c¡m

^egnumnonium accefermt. Se lerdes ao A bbade R u p e rto n a E x p o fi^ a ó d eilc lu g a r, acharáis ^ eraó eftesos R cys Pcriìano? , Rom anos, G re- gosj & i\iTirios ^ tinháo florecido te o tép o d o Évangclifta S. Joaó : ufcjuea d loanms témpora

fioruerm t. Entra agora a.difficuldade : feeftes R eys tinham ;á florecido, com o d iz o A n ;o ^ nam eraó.lindachegados: Q ui Re^nu nonduacce^

perm i^ E fe nam eraó ainda chegados,com o d iz R u perto q tinhao)á florccidoPHa m aior impli ca^ aó!Ser,& nam ier faó contradi^ oesiC om o podiaó Ibgo íer, Se nam fer eftcs dez Rcys? D i­rei; aviam eílcsR eys fido para acabar? Pois na5 aviam fiJo para íerraentidade queacaboii nao fo i nunca encidade : a dura^am que deixou de íer,nam foi niíca dura^aó: Qu/^egnu níacceperut.

Affi h egéral efta confcquencia que nam pa­rece q exceitua né ainda a vida mais felice. A mais fclice vida que houve no mondo fo i a de C h rifto , & com ifto íer a fllfó quando S.Lucaso vio refufcitado, IhecKatliou propriaméte vi- vo.EíTe m ifterio tcm aquelle texto dos Adtos

Aaor.c. ¿Qg A p ofto los : Q^ibiésprxbmt feipfum vív«»»p^^

antes q tnorreíTe nam era v ivo o S en h o r?V ivo era ,^ fe o nam fora nam m orré- ra. C om o lo g o lliech am aS .L u cas vivo sòde- pois de relufcitadoí' Eu me nam atrevéra a dar a repofta fe a nam achára em hu grande E x p o - ficor deftc lu gar.C h riño teve duas vidas,hum a mortal q fucccdeo aofeu nafcimcto (d o tcpo- ral he ({ fa lo) outra eterna que fu cced eoa fuá m orteia vida^ fuccedco aonafcim enco5tirou- Ihe o fer a brevidade:a vida ^ fu cced eo à m or­te, dcuIhe o fer a dura^ao.^w/f mortahs yttamors ‘WUic. pom s erat ^uam víM,diz L orin o , era dantes a vi­da mortalí'pois aínda que fofle de C h rifto nam era vida: a vida que fuccedeá vida,he inorte: a vida que fuccede à noíTa morte^eíTa hefóm en- tea nofía vida.

Efta he a noíTa vida verdadeira: iflb n o sef- tam pregando as lingoas eloquences daquclle fogOjiíTo nos eftam pcrfuadindo as vozes mu­das daquelle filencio. G ritando nos cftam mu­damente que he anoíTa vida húafom bra,qfam osnoflos dias h ú en gan o:N íW emmfunt dusmti^

porque ludo ha de vir a parar naquelle nada: aquellHsefperan^as ^ vámente nos arrailram, aquellas vaidades que neciamente noscegam , alli ham de quebrar as fuas ondas, allí ham de achar osfeus defenganos : Ibiconfrmgestumentes

Jlté8 mtHos>0 \ím i\áQ cégo.iohm üdo enganado!B a D e

D j que ferve a tua b c l l c x i , fe hade vir a parar naquell^ teald ad eíO eque ferve os teusgoftos, fe te por fi n aquelles horrore&?De que fervcm as CUIS po TipnSjfc fe lu n de converter naqiicl- las cinz.is.-’ I f e he o que ho^enos perfuade de- baix ) d iq u clla pom pa trifte, & d a q u e lle apa- ratofuiicftJ50 n o ifj Screniflím oPrincepem or to para a feiici aerrto , mas v iv o para a eterni- d a d e ,& ^ortira-sôag.)rafécham e vivo quan- d o n o î o choram os m orto; fed m a m ,

O u tro fun laméco té o noiTo P rin cep ep ara n osproincter n a fu id a r a ç im perpetuidades: Wo imri(tr,Sc he fer o Princepe que trouxe mais a morte na memoria. A iîî confia da fua v id a ,& affi o teftem uniiam as fuas % cçocs, tam regiftra- do vi veo séprCjComo fe nam fora Princepefo- berano,fenam bum R elig io fo mui reform adoi andando ordinariamente ao> fceptros avincu- lados os defcuidos, affi vive» tam vigilante, affi andou tam ieb rad od aq u elli boraem qu eic Ihc aviam de pedir contas,que a fua vida vinha afcr efta lébrança: daquî poderà ier qucnafceffem astriftezas tam continuas, & aquellas muficas tam continuadas com que procurava aliviar as fuas triftezas.Pois Princepe que affilclem bra- v a d e m orrer,bem podia affegurarnosquenam avia nunca de acabar.

A h i nam ha rem edio p u a fugir à m orte,& íepode

p ò Je aver algu he fornente a fua m em oria,Sedo a m orte a maior inìm igo da vidajcm ncnhirna cou fafeach am elh or a pcrpctuidade da vida,^ na lembran^a da morte: a caufa d o nafcer diiTe T ertu lian o he a fórm a do acabar:^>^w»i m m e -

Profundajinis vcrdadeirasé- ten^ a,porq nenhuacoufa nos cofcrv^ m clhoc naquilloq fomos, que o cuidado do ^ avernos - de vir a fcr.N à o hàm eio mais efficazpara efté- der a dura^àojque acabar na memoriarhe a n o f fa vida hua flor,que té a morte por fruito, mas co tal fingalaridade, que fendo ordinariam ete to d o sosfruitos a deftruÌ9ào das fuas flo res,so cfta flor nam pòde durar (èra o feu fruito.

Q iiad o D eoseriou a Adam immortai, a prì- m eìraeoufa que fez para Ihecoièrvar a im m or- talid ad c/o! p orlh eam orten a m e m o ria :/ » C cn .« .* ;

diecemedens ex eomorte morieris,'M.ìùto foi que D e o s quizeife unir àquelleeftad o tam ventu- rofo,hua lebrada tam triftc.Cria D eo s a Adam n o eftado da im m ortaIidadcj& encom édaihe q nam fc efque^a da m o rte } S ìm ,dìzS.Bafilìo de n.Bam. Sclcucia: Encom édou D eo s a Adam naquelle eftado efta Icmhran^'ajWtfrri w ír/íw , porque sò cfta lébran^a podia confervar a Adam naquel­le eftado.ConG dercfe Adam m orto, & lo g o fc cófervará im m ortal,porq a officina da vida,he a memoria da mort^. Q u é ie confiderà m orto

fa zie

fa ife e te rn o .O adm ira^aolò prod igioÌQ u ese­d o a m o rfco maior in im igoda vida,ache a vida a maior confcrva9aò na maior inimizade 1 A fll he, fcnam vede vòs o que fc2 o D em on io para iazer mortai a A d am :D eosp ara Iheconfervar

Geo.c.i. a im m ortalidade lébroulhe a m orte, H ortem t*

rieri Sy^ Q D em on io felo efquecer da m orte pa­ra Ihe deftruir a immortalidade:Ní^«(<^íMw>Wi?- n em in u iZ o m o fe difleraaftutam éteoD em onio: Se na lébran^a da m orte confifte a perpetuida- de da vida^eu Ihc tirarci a Adam cfta lébran^a, & lo g o fe Ihe acabará a immortalidade ; faloei perder a lébran ^ adem orto, m ,& lo g o o porei n o eila d o de mortai. A in d a mal por^ aili o difcurfou,& porq affi fuccedeo.

A osfepulchros chamou S B afiliocen trod a Baili, èt vida,8¿ à morte porta da immortalidade: Vocrnt

fa id e ”' mortalesm m ortalitm s U m a m efjemorte^ (^ d e fe fu l-

morte, erufere^ N am devia de fila r S Baillio doque eráo os fepulchros na fuá realidadcjlcnam d o que eráo o s fepulchros na noífaconfidcra- ^ao. Hufepulchro aberto hecafa da m orte, hú

£cci. c.j. fepulchro confiderado he a officina da v i d a ,^ defepulchrovitaer^pere, E a rezao he,porque qu6 c o n f id e r à na morte nam peccA:Recordare mvt/Íi'-

m a tu a ,(^ m a term non feccaksy diz o Spiritu-fan- to,qué nam pecca he ju ñ o , qué hejufto ainda á a morte o leve nam acaba, N í« monar fed m a ,

. Ver-

0.4

V crdade he que aos jnftos, Se aos pecca dorcs levaam orcejm ascom eftii difFeré^a,^: a irtorre dos Juftos hevìda,Ntfw mmary^ dos peccadores he inortcja morte dos juftos he pòrto, a dos pec cadores naufragio: a morte d o sju fto sh cab - folvi^aó,a dospeccadorescaftigo;a m orte dos juft OS he fono,a dos peccadorcsdefvello. D o r ­me osjuftos na m orte,por^ téen taó vigiàrào.* vigiaó o sp eccad orts,p or^ tè entao dormìraó:OS jnftosdorm em para defcan^ar, OS peccado- res defpertaóparapadccer: a morte dos )uftos he lemite de d e lk rro , a dos peccadores he dcf- terrò fem lèmite:; a morte dos ;uftos he precio- fa a pouco c u fto , a dos peccadores he cuftofa fem nenhù prc^ orh eam ortedos juftos p red o fa a pouco Gufto,porqcufì:a p o u co ,& vai mui- to: he a morte dos peccadores cuftofa fem ne- nhu pre^o, por^ cufta m ulto, 8c nam vai nada, A morte dos jnftoshe feguran^a ,.a dos pecca- dore»ruina : a m orte dos jiiftos he v ig o r ia , a dos^peccadoresbataiha : an io rced o s;u fto s he triaga,a dos peccadores vcneno : a m orte dos juftos h e o nafcimento da vida,a dos peccado- rcs he o principio da m orte: finalmente a mor­te dos peccadores hepena deculpa , ados juf- tos ncm heculpa > nem hepena i nam heculpa p o rq nam iefmerecem,nam he pena por^ dci^ can^aó* E fe aosjuftos Ihe traz am orte todas

eftas.

* eftas felicidades, nam he m orte a morte des Jii- fto3:Ni)w m ortar f e i wvrfw^ferà morte na appai e-

sap.c.s. ciajm ashe vida na ica lid ad e:tiid o difle o S p i- t:itii'S m á o :¡u ¡io r ím a m n iíe m m 4m 2) ñ fu n t^ ^ n ¡

tdnget illos mmentum mortts 'vt i fm t 9cul\s injl^ienmm mon tilt- 4Utem f m t m pace. Imagina o m undo,queOS jiiftos m orrem (diz a S p ir itu -S â â o )& he hu cngano do m undo, por^ aínda que os veja co r­tados da m orte,he effe go lp e m czinha, he tíTa pena refrigerio j& effe torm ento defcanço:Î^ji

/unr oculis in^pienmm tnori^tlh autemímt in pace»N a o acaba na m orte a vidados juftos,por^

os juftos na vida fe nao efqueccram da m orte, E is ahí o intereffe que nos trazé eftaslembran- çaSj& eis ahí a rczaó que tem o noffo (oberano Princepe para nos dizer í\ nao acabara quando

‘ morrcra: 'N o n m cm rfed 'v h d .O diadanoíTam or-i te na realidade h a d e fe rsó hujm asnarepreíen- í ^ ta ç a o podé fer todos, quatos fao os dias da n o f

fa v id a .O h fe affi fora íM as aínda mal por^ nc aínda â viíladaquelles defenganos nos paitará pella im aginaçâo e fte d ia , p o rém fea lg ú hora merecerá grade ca ftig o o noffo defcuido, fe al- gum hora nao tera nenhuadeículpa a noffa cc- gueíra fera sò hoje.H oje que vemos ter jurifdi- çâo a tyrania da morte no m elhor R e y , & na m elhor v id a , quem nam abrir os olhos para o defengano,que deículpapódeterí*

Ah

Nenhíia dtfculpa te aincreJuliJaJe,cjuád¡o te contra fi a cKperiéCia: h¿ a queixa ^ C h rifto tinha dos* J udeoS! St veru^ee Jkovoks

drtis mihi} dizia o Senhor aos Priiicipaes de rüfalé.Roi'néSjfe vedes oo voffos olhos o ^ voff pcrftiadera as ininhas razoés, fe as ininhas v e í- áades eftáo pfbkradascó tatas marav/lhas, porq nlo<?rcdes íVs nainhas vovásidcs}Q^itnnoncreJtns

ptíhif tfto d i^ iaC h rffto ao s J u d e o sj& ifio nos . dizem hojc aquellas cinzas. M ortaesíSe ncftas c in za ífe h aod e converter as voffas grandezas, feneftes dcfenganos haódeívir a parar as >Voflas cfpera^aSjíe a cfteshorrores haó de ter p or fírn os voffos goftos,q ve a fer os voffos goftos mais ^ hiia oieEtra,q vé a fer as voffas eíperácas maís que hiia fom bra, que vem a fer as voffas gráde­las mais que hu engano. E ftes deíenganos nos daójcftas verdadesnos di-ze as mudas vozes da- qiicile prcgadorqu^ alli vedes, & nao íeríe co a mefma queipa de Chrifto:.S’í vertutem áco \ 'é i í

^ uárerm credm sm h ? A ffi íbm osincredulosjco- Riofenam foranaosmortaes , affi aiidanios deO*' Cuidados, coipo'fe ouveffem os de fer etem osj ' imaginamos que nam ha de chegar riííca aquel­la horaque pode fer ámenhaÍ5grande cegueira Th a u tm »í» j!^w<íí'rfj(dizia Seneca) f í élújtíañdo «(jw eocc. de tjjeper'^erftHrum ad tdy4d¿¡mdfetnper éa s f V in d e cá*viu. cégós,imágittais nam feade éhegar algu hoi^/

C aqiiclle

ÇOaquelle tór-nio para donde caininhaìs cada dia: ^ d td ^ a d m o d f e m p c r vivam os muito dc-

ï ft^çôt>fiaeraçaô,Ce querem os fugir a nofla rui- n^j^giiandedefgr^çaferà acharnos a m orte ?n- çes que nos a bufqüem osiporq fq quem na v id a m orre co a m emoria da m orte, ençotra na m or- ^ c o m a^Verdade da vida. M elh o f he o dia d a morte^que o d ia d o nafcim ento>dizo EccJefía- û ico; Heitor fp i e s mortis^ d t e n m w m s . E fe a na- tureza andou tam efcaça cón ofco,qué dádonos tani;os.diaspara viver» nos deu hú so para aca? bar,na noíTa m ao eftà o emendarmos a nature- za,fazendo com a co n fid eraçlo ,co m o o fazia o noffo íoberano Princepe , dias da noffa m orte todos o s dias da noffa vida,porque so affi os fa- remps noffos d ias, feram noffos porque íerám dias da etcrnidadadc^ fcrâm noffos p orq ferâm dias de vxàdi:l<[oninorïarÇedwam,

T e m o n o f f o Sercniffim o R e y D . M an oel paranam acabar co a m orte dado duasrazoens pella fua parte : e lle nos dará licença para nos darm os agora hua pella noffa^Ni^ww^^M : N am ei de iTK)rr<r, E iffo p o rq Princepe foberano? Porque aínda que eu acabe à minha vida, nam e i de acabar â voffa lëbrança, T e r a a m orte ;u- rifd içâo para m efazeracabar^m asnam terà ;u- rifd içap param efazer efquecer ,& e m quanto çu n ao îfo u efq u ecid o m o fo u m o rto .O h c o m a

vos

voscnganais, com o vos cnganaìs aquelles que' n acéis SÒ de viver ao tem po , por^ nátnterá a m orcc poder para íepukar a voíTa vida,feon¿io tiv cr para fcpiiItar a voffamemoria:,-Qiiislfa-- ias chorar a m orte hú jufto,&<líffe ju J iu S j^ mn efl ¿¡ui reco ttet aeat>a o ju fto ,& nam ha quem felebre. N otaVel queixa ! E para-que nos avernos nos de lébrar do')ufto^ aca|5o u ? íe o que m orreo fora peccad or,bem era que nos Icmbraffemos delle para o^liviarmos g6 n offo í iliíFragios,parao:focorrerinoscom noflas ora- ■ra^oés, n)as ao-jufto d e^ u e Ihe iérve as noíTak memorias ? Eltá achada a razS o d aq u eíxa jo q aquichorava ifaias era a morre d o

jiíjluSySc com o a fira mor te fíam c íla v i tancó,«FÁ o )uftoacabar^ vida,coAió em acabará lébfá¡- ^ a , para o ch o ra rm orto chorouo tfq u ecid o ; diífenos qué nos nao lembrava paranps dizer ^ m orrera .C o m o o noflb fíp3ecimcntó,era fó fuá morte para Ifaias Ihe chorar a m orte j cIk>* roiilhe-o t í q u c c i m ít ó t E m c n ep^uireccgttet.N^o

morre quem morre^mo’rre qnem efquece^pou- co im porta ]>ara acabar o levar a »norte aquel­la vida^ cu^adura^ao fica perpeiuando a'lem-

mntGtfés recepii* D ifle o S, i>.Amb; A r c e b ifp o d e M ila ó ñas honras do feu'Em pe-

T a d o r T h eo d o fio . K e verdadc* ó P^nperador Theod. •foberanoj que voe rouboua^^iñOFtoos noflos

C 2 olhos.

olhos,m asnam v o i ro u b o u às noíTás fandadcSj & por iffo nam vos roubou z m o r t t i l S l o r e c c ¡ ? t t ,

tV iv o s ,& lem bradcs^tudofaó v iv o s,m ortos,& efquecidos5tudofaóm oi:tos. E le efta propofi- f ao he verdadciraT^óquaiitos.vivos fcinalma^ó quantos moitos-cÓ vida^fe encontrao no m udo a cadacaiK o, co efcandalo daTa2ao,& qucixa danacurezai’Quantos^iuizos feaiter ufo de ra- ^áo5,fe'¿a fem razao ter u ib i& quaxicos- talentos- c.ftao enterrados noièpulch ro do eiquecinienv- tonqué, pudèraó eftar poftosffobrc os akares da faina.G¿ie aja a ign p rate deteciaaisvidà^poiv que tiEVe mais entradaySc que o eniédldo porq: teve m m o sd ita jefte jaaafep u la ira ! Q u e nam

à'ignoran«iatei aiventurade viversc pena^ftnao tanibeio-aide parecer que vive fem culpa! C^jefeja-lem btadaporque he entreme­tida, & q om ereeim entd feít-pultCj porque fe aÉáftalgrandeinjufti^a dos tem poslgradefenv- la ía o -d o m anda.

Eftesrailagres iázem aien ib ran ^ aj& m aiso cfquecim étOj a lembran^a refufcita os mortoSj o efqueciniento enterraos v iv o 3.S e o efquecv- m etxto.enterrara os vivos q eraóindignos de viver y.8c a Icbran^arefufcitárao& niortos que n ao deviap m ica acabar^be eftivera eucóeft-es milagres,n>a$ q fe troqué as fortes, p o rq fe tro- caram as ditas.Q ue fe enterre o ^ fe^ veao mí\-

do

. 5 3dod€ 0rnat0)& qfeÜ escterre o q ferve ao miii d o de efcandalolô que efcandalofos milagres. i

N in gu em com o o n o flo PrincepCjSc Sere- niffitno R e y D . M an o cl de gloriofa m emoria fe z eftcs enterros5& eftas refu rrck ocs c ô ta to iicerto.L eafe a fu aC h rom caj & apontefe nella a quem dcu o ca rg o ,4 Ihe faltafle o mereGiiné- fo .D igaom e quem h o u v e n o fe u tem po cô par­tes conhecidas,^ aschoraiTefepultadas. N o - Aneéme ^ valia acabou aigu hora c â cfte fobé- rano Princepe,que fepukafle o-v a lo r,ou Idr néceflieoude algîia valia para co c fte gran­de M onarcha. Jufto he logo que hü' Princepe emjcuja m emoria v iveo fcm pre o m creciaiéto, que nam acabe nunca o iëii mereciiiíento m

noíTa memoria^ para que ainda quando o ch o­ramos vnortO', nos poifa d izer que eiìlàviva: T^srt rmrUr fed iW n t.

N a m e id e acabar,mas eide viver.'Mùnmùrur fedvivam.Eik^s duSiS palavras parece que te hüa fuperfkia. Senam ve jaa: quem nao m on e , v ivt : hepF opofîçâo eviden te.Para que nos d iz logoo noffo Princepeqneliáfem pre d o w\vcr:Sed-ví- Va : depois que nos certifica qtie nam há ixinca de acabar r Nííí momr fe com dizcrnos que nam avia de niorrer nos dr^ia tu d o , fe com as i'¿ea* çoens datfflorte nos (egurava as perpetuidades ,da vidajjpará que he neceffario explicarnos que

s. nam

liaò avia de acabar à vlc!a,depois de nos ter per fu a d id o ,q o nam avìad eacab aram o rre > R cf- pondo: OS Princepes tem duas vidas,por iffo faz em fi menfaó d e duas vidas o d o ÌTo Princepe: 'Non moriar fe d ììm m , T e m hua v id a c o que vivé ao tem po,tem ODcra vida com q u e vivé ao o ffi­c io . E tendo duas vidas os R eys, muitos hà que nam vivem com nenhiia. N am vivem ao tSpo, porque nam vivem com o tnortaes,efte fo i Nar buco:nam vivem ao officiojporqu e naó vivem co m o Heys^efte fo i Saul.

O li R e y D .M a n o e lg lo r io fo lO h R e y D .M a - noel infignclSò vòs pcrpetuaftcs as duas vidafi que vos deu a naturcza^Sc a fucctiTaó. Perpe- tuau o noiTo Princepe a vida c5 q v iv e c ao te­p o,p or^ v iveo aju ftad o com ìts obriga^oés de m ortai jperperuou a vida com que vi veo ao o f­fic io ,porque viveo ajuftado có as obriga^ocns de R cy por iffo a pezar da m orte vive ainda lioje nafaina. Q u a l imaginais q h e o Princepe quc mais vivc ^dcixemos a vida d o tem po que f<ìò hojc ÍIS obriga^oens iru itas, & h e o tem po lim itado.)Q u a l imaginais q u e h e o Princepe^ mais vive no throno?Por ventura fera aquelle ^ mais durafNam por certo, he aquelle q m elhcr cbra. Se o Pnncepe nao faz aq uillo pera que tom ou o ft cp tro , he a fua vida hù fingim ento, he a fua exiftcncia hw en g an o .T ornemos a dar

outra

. 5 5oUtra volta aquella vifao d o Apocñlipít*, q ir x

ouviftcs ponderar depois. J,à me ouviftes dizer depois que aquelle animai das dcz pontas.que vio Si Joaó na llh a d c Patmos eráo o sR eys d<i /potai. P e rfil,de Rom a,da G re c ia , Se da A flìfia q ha viaó florecido té 0 feu tempo: adUanms

um^orafloruemnt. T o rn o agora a perguntar..,Se eflesR eys aviaójà flo recid o ,c o m o d iz o A n jo a S .Joao que ainda nam florecéraóiZ^^ffw Reges

fu n e , Regmm nondum ¿tcceferunt. T inh ao c ftcs R eys jà florecido^diz C aietan o )p o rq u e na re­alidade ;à tinháo im pugnado o fcep tro jn io ti­nháo florecid o ainda, porqueaviaó faltado ás obriga^ocs de feu cargo i & os Rcys^que nam procedem com o devem ainda que cheguem ao throno com om ortaes , nam chegáoao throno com o Reys: h e a fu a dura^áo hñ fingim éto,he a fuá vida ha engano: Regnumnondum ¡tcceperme,

A naturezado R e y cm quanto R e y he o íe u of­fic io ,& co m o o fc u o flic io h e a fu a n a tu rc z a , o mefmo ferá no R ey o nam obrar, q o nam. fer.L á explicou hum hora S a in jo á o aos Judeos o que era pello q u c h z h i E g o vox cUm m ns m defer- Joan.c.i.' to . Pois fe o Bdptifta íendo so hum miniftro cntendeoque o feuferera a fuaobrigafañ , co­m o pód em d izer que fam , com o póJcm dizer que vivem os Pr ineepes que nam fazem aquillo quedevetu .R eys fo r lo 03 R eysd cP ríia, os da

A ffir ia

. . .AffiriajCsd:íGrccia,& os de Roma^mas nojui-*z o d e lui A n io ,o mei'mo foi faltaré â fua obi t- £;açao,c]ue faltarllie â fua exìfìen cia: p o rìlìd cxp licain io ao Evangelifta aqticHes fegred oi unio ncftcs Princcpes a sex ecu ço ésd afu a vin- da, com as cfperariças da fua chegada j aviào chegado corno mortacs,mas nam aviam chega- d o com o Reys: D e c m Reges frnt^qutregnfmnonJ^

accepermu C o m o fe différa o A n jo , chegàram , & namchcgàram cftes R eys, chegàram,porque na realidade jàtiverani om ando \ nam chega- ram ,porque affi ìe ouveram no governo,corno fe OS nam governàra a razam.

Graçae a vós Scnhor,qucfó dos R eys que dais a Portugal podem os dizer que fam R eys, & quefam eternos; fam R eys,porqiie vivem a- juftados à fua obrigaçam , fam eternos,porque ainda que os roube a m orte aos noffos oHios, ficam ftrmpre iias noffas lem branças.M as entre todososPveys paffadosde Portugal,a ncnhum conv^m m ellior a verdadc dcfta propofiçam , que ao lìoffo Scfcniffim o R e y D .M an o el,cu ja m emoria nam poderà acabar nunca nem o ver­d ugo dos annos,né o filencio dos feculos.C ho- recm boraaR om a,chore a Perfia,chorea Affi^ ria., & ch orcm finalmente os m aisR eyn o sd o m undo ofaltarem aos fe u s Princepes a v id ad c R cys, Qiu Re^num 395» acc£p€rmt (\\xQ. P o rtu galtey

ve

v e n o noíl'o fo b eran o 'P rin cip e hü M onarcha tam fuperior a toda a g ran d eza, que náohou- ve hora eni que nam v iv ^ e com a vida d e Rcy^porqucnam h ou ve hora em que náoíbP- fe perfeito Monarcha^

T eftem u n heo a fama, que ella s ò , & nao fei íe aínda a fama pódefalar emfuasac^oés. T e í- tem unheo o zelo da F è com que fe« dilatar o E van gelh o pellos mais rem otos climas. T e fte - Biunhco aquella reforma^aó de cóñum es era q u e p o z a o fe u R eyn O j& nam sò a o ièu , ícnam^^j^.^ aosdftranhos. A o Papa A lexandre, queentam governavaa Igre)a, a v íz cu p o ríe u s Em baixa- dores, com hu valor íem igual, d o defcuido co que fe vivía em R om a, que e lle o u v io ,& em6- a o u . Teftem unheo aquella igualdade d e ju fti- f a que fez guardar nos tribunaes,affiftíndo p c f foalmente ásreíblu^oensdem aíorp© rte. T e f* tem unheo aquella afFabilidade de Pay có que tritava os vaíTallos : aquelle a m o r, & aquelle refpeito í{ teve as R elig íoen s, & áslgre;as,ízc-^ tandoas a todas de tributos,& enriquecendoas com donativos.Teftem unheo fobre tudo a fua vida, os jejuns con tin uos, as penitencias afpe- riifìm as,que mais parectaó d e h u m C a rtu x o , ^ de hum R e y , ac^oens todas que Ihe perpetuá- ráo ,& hao de perpetuar na fama,aín a vida que Hie dcu a natureza> com o a que Hie deu afuc-

D ceiíao,

c c f f a ó ,ambas diirao ainda hojc, porque ambas v iv e m j& h a ó d e viver na nofl'a m emoria : "Nen mtn^ur fed wvrfw,.

Nam acabou tamhem o noíTó Princepe i dura^áo dos tempos , porque na fuá morte fi-

'ou vivü na pofteridade dos filhos,&: vive a ia d ah o je n^fücceffaó glbriofa dos defcendércs. Nam fei R e y de Portugal a que devaraos mais fucceífores que ao noíTo Sereniffimo R ey D a M anocL T r e z e filhos teve, que cada hum del- Ics por fililo de tal pay podéra governar hum m undo. D a Rainha D .lz^ bél que fo t a íba.pri- m eiraefpofa viuva infelicimence do Princepe D om AfFonfo, tcve o Princepe D o m Miguel^ flo r que n oscortou a tyrania da m orte ñas pri- meiras auroras da vid a.D a Rainha D .M ^ria fi- Iha dos R eys C a th o íico s, teve o Princepe D ó J o áo que Ihefu cccdeo na C o ro a jig u a la o pay Ho vaIor,na fortuna, & nosinerccinKntos. A P rin ceza D J za b e l mulher q foi depois doEni- peradorCíurlos V^cuja íorte íead o tao grande foLainda nienorque a vircude- A Infante D on a B titesm ulherde Garlos tcrceiroD u qu e de Sa- boyiem -ijuem foi^a ferinafura igual ás partes, & a«.partesmaiorcs que toda ágr:andeza.O In­fante D o m Luis D u q u e de Bé;a Ptincepe d o ­tado de tantas virtudes, que foi o cinprego da adm ira^áojpniim o da.ventura,,& alifonja da

fama.

fama. O Infante D orn Fernando tam conheci^ d o pclia realeza d o anim o, com o pella fcrm o- fiirada pcfloa. O Infante ü o u i AfFonfo C ar- d ea l,& A rccbifpo de Lisboa, em quem fe uní- ráo c6 tata emlnécia a&fobcran'ias dePrincepe, cÓas obrigaçoês de Prelado, q com o ie fora hu C ura particular miniftrava pella fua mao oS Sacramentos ás filas o^^elhas. O Infante D am K enrique tambem C srd e al,& A rc e b iïp o , que fuccedeo depois no R e yn o quando Portugal nos campos de A frica entre inundaçoens de í'angue tam illuñre fepultou aseiperaças mais in felices.O Infante D o m D iiarte q u e c a fo u có a Sereniffima Senhora D - Izabel filh ad o fem- pre grande, & inclyto Princepe D om Jaym e d ig n a e fp o fad e tanto P rin cep e , tam juñifica- d o na vida, com o m oftrou depois a fua m orte. A Infante D .M a ria ,& o Infante D 5 A n tonio: m orrcráo de podeos aiinoSjque com o eráo flo res na b elleza, foráon o tam bem naduraçam , D aR ain h a D . L eo n o r teve o Infante D . Car- Jos 5 que m erecendopor filho de tal p a y viver eternam ente â fam ad u rou m uy p ou co na vi­da. A In fa iite D .M a ria , qué fendo rara n o ju i- .20,& naferm ofura m orrèo caftiffima dózella de 57.an n o sd e idade,deixandonos tantas fau- dadcs,quanta8 erao asiuas virtudes.'

O h filhos dignos d e ia lp a y ! ó paym erece- D a dor

é od or de taes filbos f C o m o £è ha de dìzer lo g o que acabou à v id a d a tem po q u em fico u tam v iv o napofteri^lade do&ftlhos, & o eA àain d a h o jen a fucceÌ& 6dosdeft:endentes,com que os im perios fe g o v e rn á o , & o mundo fe autoriz­z a .N aó chanK)U m orto o Spiritu^fantoaquelíe V a rá m q u e d eixou hum dcfcendente que o i-

Eícief.c, mk¿3va ñas parres :• M o r tm s e ñ p ú t^

wtf» £fl m m u u $ ftm tie m e n im r e b q m t f h t p $ f t f e . Pois fe a.eíie Varám infigne baftou hum dcícendcn- te que o imitaffe ñas virtudes para nam acabari dura^áO) ^uafí non e fl m o r t m s , com o avernos nos de dizer dó noíTo Princepe que acabou à dura55o,deixandotantos filh os, & te n d o ain- da hoje tantos defccndcm es que o im itáraó,&& o im itao ñas partes.Cham em em bota o so u - tros Princepes a quem falíou a pjofteridade m orte á fua vida,q«e o noffo foberano P rince­p e , porque v iveo , & vive hoje na pofteridade de (cus defcendentcs chama vida à fuam ortec ^ o n m $ r ia r fe d vham k

E quando para eternizar o noffo R e y glo*- rio fo nanvbaftaram osdeCcendentescom que o m cltio rd o m undo fe g o v e rn a , baftáraóos fei^ tosadnairaveisrde que o mundo to d o fe affom- bra. D i ^ o a terra toda deíde onde nafce té donde mor^e o dia. D efd e a L ib ia ardente até o gclado Pon$0;(adonde nam houve parte, q u e

nauii

éîlutn viffe nua a fiia cfp ad a,o u p e llo m cfio sq ac nam o u v ifle o se c co s defH asviâocia& . D ig a ô o m ar O ccea n o , G ajason d asrcfpeitâraôtanto as fiias arm adas, ou tem erofas, ou reverentes. D ig a o a A fiá donde fo geito u tantos R e ys, d o ­m ino« tantas Proviacìa»,<ScTedti2Ìo tantas al­m as,arvorando oseftan dártcs da F é fo b te os m urosdá gentiJklade. D lg a a a A m erica,cu ja grandeza fogeitott ao íeu Im perio a .p ezar dos rífeos das tormentas, & daslorrunas.^ D ig a o a A frica nos fitiosporfiadtós de A rzila y . d o n d e dcsbaratoii o R e y de-pea v in d o acom juiftala > com cento & ci ncoenta mil hom cns,deixando a m uitos fem v id a ,& a todos fem efperanças. D ig a o finalmente a E u r ^ a , a qaem tc v e Tem­pre furpenfa a fortuna de fíias- armas,o valor de iè u b ra ço ,& a fo b è ra n ia d e feu ju iz o .

E m clh o r que e u o d iíT era o h o je , fep u d c- ráo re fü fd ta r, os q u e foráo teílemunhas de viñ a .& in ílru m en to deñas Î3 çanhas»^um Vaf-. c o d a Gam a na conquida dasilhas déM óm ^ baça,de G o a ,& d e M c lin d e . N o deícobrirrie- t o d o M alavar, de C a le cu t,d e C a n a n o r , d é C ranganor, d eC o ch im , & de C oulam . Hum Joaó da N o v a que nos mares A fiaticos def- bacatou com pouca força em naval c o n fliá o as armas barbai^as^do Pérfiano , conquiftou a lib a daGoiuceiÇ'aôj^t a de Sama £ len a tam ce­

lebrada i

lebrada da fama p or iua gra n d eza , com o por fua fcrtilidade. Hum A fton fo de A lbuquer­que , cujas proezas nam cabcm em todo hum m im do.Hum A n to n io de Saldanha na expiig- na^áo d eS o co to ra , Sc d aR e p u b lica d cB ra va , que rico dexJcfpojos, & mais da fama, fvzféu r d ia r ia s aotìoÀb Princepe tantas Provincias. Hum L o p o Soares q p e co m treze baxeis pe­queños desbaratou todo o p o d e r do Samorim nos mares do C ranganor , que ainda hoje tin­tos em fangue teftcniunháo a gloria dcfte triú- pho. Em Panadrante-desfez vinte fuñasdel- R ey.d e C alecu t com perda de tantas vid as, & terror daqueJUs agoas.A Z c ila C id a d ep o p u - lofada^ E thiopiadesfczem cin zas, aíTombrou a A rab ia ,& fogeitou a C olu m bo. Hum Anto* n io C o rre a , que a favor d c lR ty de O rm íiz re- -deo a Ilha populofa de Barem, ficandolhe de- poi& por^ ppéllido illuftre efta v iS o ria admi- ravel. Hum D o m D uarte de Mene^es gloria da fam a,& a^ oure da Afia. Hum D uarte Pa­checo», m aischeiode cora^oensque de rique­zas, cujasfa^anhas.eftarám eternamente efcri- ta6«o3 anpae« da adm ira^ áo, & nos bronzes da immortálidade.

O il Varoens illuftres 1 oh Varoens ihfignes! R ayos verdadeiramente daquelle Solrefplan-

R e y Sereniffimo D om M a« oel,pa-ra

ra cu jo vnlor fot o mundo, todo, p o u co thea- tro, V offos eràò os.^ol^es, ma» feus os crium- p h o s , porque ainda que vós-obraveis as fa^a- nhas,ellém iniftrava asinflueocias. Beai póJe dizer cada h uiude vós conx efte grande Prin­cepe : l^ o n m srtftr f e d ifip4m : nam nos acabou a m o rte , porque o q u eD o so u tro sh e n a tu iczà , em nós fo i ro u b o : roubounos a v id a , nam n o la n ro u . Efta grande diiErren^a fe da entre o q u r ièleV a porjrouboy& o q u e fe leva pp r d i­v id a , que n o q u e a mim m elevaò por divida fico perdendo a poireflam ,& mais o. dòm inioi& no queanelevao p o f roubOinaó-perco o do« m inio ainda que pt^ca. a pofleiTao. Porque fe ha d ed izer logo qqepfrridéráo a .vida aquelle R e y v a k r o fo , & aqitielksCapitaens infignes, que irterecéram v iv e r por, toda a: eternidàdc f nos morreinos pordividia^ pllès m òricrao p o i roubo que Ihefcz a morDejSe p ò r iffo liào mòr^ rér¿i5, porqueaindaiquefidcaraó. p or exiften- eia ficàtao.vivQS-poc merecimentos. Efta gra- ^a tem o merccimeiato» que faz .as touias mais de quem as merece, q u c de quem as logra, Huin bem merecido. .qpd'he iuntamente logrado, namvhet.iópfoprÌ0>pQr lo grad o ,Qomo he pro­tone por m erecido. Logrcit femmenecer^nam j i c lograr : m erecer;aindaqueft;a fem poHuii') if te h e o verdadeiró logritr»

Lo^

L ograva Phalticl a M ich o l, que a violencia d e Saul tinha roubado a D a v id , todos f^bcm a hiftoria; prom eterá E l- R ey Saul a D avid pel Jainorte do P h iliileo a fua filha M ich o Ij& c o ­m o o prem io andou Tempre a fu gird o s bene­m éritos,& a bufcar os in d ign os, m erecendo a M ich o l D a v id , em odio feu a deu Saul a Phal- tie l.M o rre o o R e y , 8¿ ped io D a v id a lsb o fe t feu fìlh o arefìitui^aó de fua efpofa com eftas

* negc. pàiavras ^ fà ó mui dignas de reparo'.Xi^ii'rm m ed m ^tchol quam defpóndit miht centum prdpih

Princepe, daime a minha efpofa M i- ch o ljq u eeu m ereci com o valor dcfte bra^o, D iim e a minha efpofa M ich o l, eftranho m odo de dizer ! M ich o l naquelle tem po nam eftava cafada com Phaltiel ? N am a tinha em feu po-

X dee? nam era to d o o em prego da fuaafFci^aó? AflS Gonfia da Scriptura. Pois fe M ich ol era ef- p o fa d e Phalciel,porque Ihe chama efpofa fua D A vià ìiyx trm m fam . Sabem p o rq u ef Porque ainda que M ichol eftava em p o d e r deP halticl, aitìda que era de Phalticl lo g ra d a , era de D a ­vid m e t e c ì d z : Qff4mdejp6ndit mthi centumprdfutijs 'phd^fiimy & ach avaD avid que com mais jufto t itu lo era M ich o l fua p or m erecida,do que de phaltiel por lograda. Phaltiel te a poffe,D a v id o m erecim ento, m aso dom inio fobre M ich o l (lam o tem a poffe de Phalticl, fenam o merecí-

meneo

m ento de D avid : V xorem meam M tchoL D o n ­de fe feg n eco in evidencia que parafer nodo qualquerbem im porta pouco que o roube a dcfgraça fe oaífegura o merecimento. Pafia ifto affi em todos os bens da vida, & fe a vida entre todos he o m ayor b e m , porque fe nam entendtm tambem da vida a verdade dcfta propofiçâcî ? A quantos, a quantos poderam dizer o n o ífo R e y .g lo n o fo , & tantos Varoens ínfignes da fua vida50 que difl’e D a v id ao Prin- ccpe Isbofet da fua cfpofa: V d mtht uxorem meam:

da m h i vitam meam : dai câ eíTa vida, qne ainda que he voffa por p o fle , he minha por mereci- m ento : dai câeffa vida que m alograis,& dei^ xaya teraqu em am erece. R ou be lo g o em bo­ta a m orte o n o ffo R e y aos n o ffo so lh o s, q u eo 4 Ihe rouba a morte Ihedá o m erecimento r merecia viver a tod o hu nuido,S¿ por hña eter n id a d e ,& poriffonosaffegti'ra^ hefua a vida quádo Ihe choramos a m orterN í moriarfrd vívÍ.

Vedes ao noffo R ey in v iá o dominar os ma*- rc s ,& fenhorear o m údoypois paffai da guer­ra para a p a z ,& em ambas o vereis fempre gra­de, feii:pre infigne.Q ue terra hà no noffoR ey- n o ,que nam chote ainda hoje fuas memorias, em agradecim ento de ieus beneficios. Ponde os o lh ospor todo Portugal,Scapenasacharéis C id a d e , ou V illa dondenam ouçais os eccos£ de

de fua grandeza. O s H ofpitacs inafe opulentos,& oa templo« mais infigncs, obras foraada.fua maó liberaltiTima para os Vaffailos^ & miiteo mais para o Senhor , mais de cìncoeota faó as Igrcjas que de n o y» edificou para D eos ien nellas lo u va d o ,& engraiKtecido, D igao (diei- xando outras muicas que, nam co n to ) em T k o - mar oM agn ifico tem pio da O rd e tn d e C brif- to incfta C id ad e a d e Belem ,obras verdadeira- mente adm iraveis p e lla fabrica,¿Scinfignes pel la geandeza, C^gaa, que naelhor q u e to d a so pódedi2«r efta Santa Cafa que fundou, & en- ciqueccocom tanta liberalidade , corno tefte*- munhao asac^oes decadadiia: os d o te scócjue aífiñe àsorfdàs : o d ifp e n d io com que cu ra os eníernao«, enterra osm ortos, defende os inno­c e n te s ,r e m e d e a os neceffitados.

Pois h u R cy q afli viv« pellas obras,com o fe h a d e d izer,q na morte acabou a viia:,he pare- cearazáo jq .teve D avidfpara di2er,q nam avia de acabar: 2 ^ wmWryef/ mrrabe cf era

eu n aó e i de acabar nüca,diz D avid , porqain- da q falte à v id a , e i de viver pellas obras í\ fiz ao Senhor, Eftas obras de 4 aquifalla Dáfvid, alem de outras que foraó m ultas,& grandt'Sjfaá os férvidos que fez a D e o s fendo R^ey na pre­parad lo do feu tem plo,& na dcftrui^ aó de fe- US iaiiüigos i.chaiuaJhe obras do Senhor, por^

foraó

fo raò fcitasem virtude do fcu braco, & conia - ■gradas á grandeza de feti nom e. Pois tflà he a raza5;quetem D avid para ic prom eter na vi- <Ja pcrpetutdade« ? Eifa he a razan, h im iR ty q»e para D eos prcpara hum tem pio,& deftroeOS inimigos de D cos,ain da q u e a m o rte o ro u - be nao o acàba.Pois fe a dtfìrui^aó desinim i- go s de D c o s , a prepara^So de hum so tem­p io perpetuao a vid aa E l-R ey D a v id , porque nao pcTpetuaràm ao noffo Sereniffimo R e y D , M antjel a vida tatos inimigos de D cosdtfiru i- d o s ,& para D c o s tantos tem plos fabricados.

A ífi h e R c y Sereniffimo, & Princepeglori- ofo , nam fe pode dizer de vós<^ue morreftes, nem queacabaftes:nam m orrcftes,porque paf- faftcs para melhor R e y n o , & para m ayor def- can^o: n a m morreftes, porque ñas lembran^as da m ortefeguraftcs as perpetuidades da vida: nao n io r r c fte S jp o r < jiK ainda que faltais aos n o f los olhos,vivéis n&s noffaslémbran^^s, & vivi­réis eternamente ñas ftudAdésdcfta Santa C a­fa : nam morreftes, porque dilat<iftesa vida na pofteridade gloriofa dosdtfcédentcs illuftrcs com que o m elhor do mundo fe governa ainda ho je de preíente,& fe ha de governar pellos fe- culos futuros : nam m o r r c f t e s ,porque ainda q io s rou bou a m orte eftais vivon as fa^anhas ^ eftáo cícritas, no livro grande de hum mundo

E 2 . inteir

inteiro. ^onm orUvieJ\>ÎYm ,(^nar>^dôâpêr42)û >

jww.Nam morreftes finalmente, porque ainda hoje deba ixo deiTe tum ulo nos eftais enfìnado o c o n io avernos de v iv e r , ie riâo quiïcrm os nunca acabar.

C ad u cos Soes,mentidas grandezas, fobera- njas humanas ouvi o voffo Princepe, ou vio ^ entre aquellas trifies fonibras c í í i clamando pellas voíTas m elhoras.A cabai dedefenganar- v o s ,& aprédei dos rayos daquelle Sol amorte­c id o ,q mais cedo, oumais.tarde, aquelle h ad e fer o voíTo term o,aquelle o voffo ocpazo^ V e ­de o ^fará a m orte em vósfenáo perdoou aquel le R e y Sereniífim o, cuja vida merecia eterni-: zada no mundo com o o eftà na memoria. O s mortos morrem para fi, para o m u n d o,& para nos ; morrem para fi, porque acabaó j morrem p arao m undo,porque o deixáo; morrem para nos,porq nosenfinüo.O h aprcndam os,apren' damos d e ñ a liçao o quem áis nos im porta, jà que nos nam m ovem asperlüaçoês,m ovaônQ s as evidencias.

Poderofos,G rades, M onarchas,quefazeisf Q iie vos enganaí’ Se o valor , aly tendes o R e y mais valeroib. Se a fabiduria, aly tendes o R e y mais íábio. Se as riqu ezas, aly tendes o R e y mais opulento. Se o am or,aly tedes o R e y mais amado* Se a difcriçâo , aly tendes o R e y mais

dif-

dífcreto, T u d o defapareceo em hum inftante, tudo cortou a m orte de hum golpe! duro g o l­p e ,que por tudo corta,cruel verdugo^que ana d ap erd oa ! He a juñi^a da m orte a mais igual, mas tambem he a mais deshumana ; he a mais igual,porque a todos leva ; he a mais dcshuraa- na,porqne nadadeixa: ainda a ;ufti9a da mor- teparece mais rigurofa que a jùfti^a d e D e o s, Q uando D e o s mandou cortar aquella arvorc que fignificava o Im perio de N abuco, advcr- tio o A n jo que da paiate de.D eos a m àdou cor- tar,-que affi ie cortaffetn as ram as, que fe per- doaile ৠrsi\%Qs:Succtdtee ayiore, priXcidtte rámos n.u. tfu s , w m ^dm en germen radicum fjus m terra ¡imte.

E fta h ea jufti^a de D eos.perdoa ásraÍ2cs,quá d o corta as ramas; mas ajufti^ada m ortea na­da p erd o a , porque tudo corta. Na arvore de noiFa vida n io rem privilegio contra a m orte, ncm a fortaleza do tróco, nem aferm ofura dos ram os,ncm aprofundidade das raizcs.

Efta verdade efcreve o tem po no pó da ter­ra,de que todos fomos com poftos. A ly efcreve tambem indefpenfavelmente que os Grandes,& OS pequeños nao dao paíTo,que os nao leve a fer o que os efpata, & a abracar o quedefpre- zao .N a eftatua de N abuco eráo os metaes dif- ferentes para acom pofi^ao , mas nao o fo ra o para a ruina ; veyo a pedrada m orte,& d e rru -

bou

bou o o u ro ,& mais o barro com tao pouco rrf- p e ito , que avendo dantes tanta diíFeren^a ñas entidades, nao houve depots nenhúa diíFerc^a ñas cinzas : o o u ro ,& mais o barro,quc unidos erao tao dcfiguacs/orao o m efmodesfcitos. Se náocrerdes cfta verdade , abrime effes fepiil- chros ^ levantou a vaidade fabricados do por­fid o ) f jb r e os hombros de leoen? rompentcs, authprizados com epitaphios-magnificos,3¿: di- Zcime cm que íe diftercn^aó as cinzas do ouro que nellesfèfcpultotìjda« cin zasd o barro,que fe encerrou no adro fem cíim pa,& fcm Icüreiro. Poisfe cftes rom ostodas,quenosceg^?queno3 engana ? ó abramos os olhos para vereftas ver­dades,& para abracar eftt fidefenganos:acabe- mos de nos refolver ,.q u efao as noíí'asgrande­zas hflaícMnbra,que (lió a« noflas vaidades húa m entira,& que a noffa vida verdadeira,nao he aquella com q u e vivem os ao te m p o , fenam a- quella co m q u e avernos de vi v^r com C h rifto à etcrnidadcjcom o em prem io de merecimen-

tos tam illwftres , v iv e , & vivirá o noíTo princepe gloriofo : Now moriár

f e d

L A U S D E O .

V ir n m M 4t n j c M á 9m f . Am uH m a.

u i u : . n a v a r r a i • '’IDADES

ppf!;É ,. h::

IS" - ' *-»Á-..- ■'.■y-.- . U.j‘ir* 13i

If; i ^ - ’'‘4r;t.-i:i'5

✓ * V- ' i . ,.

,fa*ï'

... , . . ; . . v . y - i - - , i w ^!tWí»U4-*>' ’“■ ■' •.«' • ■• 1 Í SÉmatMMP BSir

' J - t '«■ ' ^ Uí

*. :,---:-':.'.íí.- -'';:' -nL ..,.

> -

-, V.

’K

‘ •‘í ‘'1 - '

i.í'í;.

■ ■ ' " 4'

i-'

;■ • í '. ;■.'. '■’' : : ,SL'í“

■' V.

ü-:, - ..*rtr i.''*. . , ■ *•■' •'• '•• '<■•■■-

;u.;- i -' •:•*■■* ¿'5"';■

■t

A

ïi/iV ' *.

' * t ■»•.■.'•« lij

-1■■Cl . ' t ' i i r J l n • wî- -sf-it '

P I

.idgiiyti..............[di'ii . •.•'■?Ât.ii’ 'V~............................

üiWhi *îV2i=\|<ô}

iï^iliîii [ fi'. Bî ' it.- .( . i; *ii ■ ■ ■ . <■ ■

i . M ‘4íü*íií

'•* '■ -WitÄHiff* ^ v m ¿ *?r<4í»iíi o tt--.tö»ti#titi' .tj. iLj..^ <

'iS' r r ’ "'V .

■i’ h l • ■ , j 'j -'.'ht*-

k'rii "-li‘-ClHie ; ^ÌÉ-

»'if--'-.-'

. ' J :- - " : -

: ' "%.■ ^ '/

fl: p>f :\ e 5

‘ r>'î »til. * -Ü

Í - V!- ; ■

>v-- ■

1» i ■-■v.

: - V -

/

r Í» • ..^;i^

i .

'.ig "■ » >

. _i <

ii'

*#«

e r m o î v

V a r i o s e n .

&{ tr■ ^

i r , • L

>*

ti

Jt' *A -'. -

• JS.r>