FACULDADE MUNICIPAL PROFESSOR FRANCO MONTORO
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
RAFAEL BEZERRA DUDA
O PERIGO DO USO DE AGROTÓXICOS PARA TRABALHADORES E MEIO AMBIENTE
MOGI-GUAÇU/SP2019
RAFAEL BEZERRA DUDA
O PERIGO DO USO DE AGROTOXICOS PARA TRABALHADORES E MEIO AMBIENTE
Projeto de Pesquisa apresentado pelo aluno Rafael Bezerra Duda, do Curso de Engenharia Ambiental da FMPFM, como exigência parcial para a realização do Trabalho de Conclusão de Curso, cuja orientação caberá ao Prof. Dr. Paulo Marcelo Caetano.
MOGI-GUAÇU/SP2019
Sumário1. INTRODUÇÃO................................................................................................4
2. PERGUNTA PROBLEMA................................................................................4
3. HIPÓTESES....................................................................................................4
4. OBJETIVOS....................................................................................................5
4.1 Objetivo Geral............................................................................................5
4.2 Objetivos Específicos.................................................................................5
5. METODOLOGIA..............................................................................................5
6. JUSTIFICATIVA..............................................................................................5
7. REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................6
7.1 Histórico dos Agrotóxicos e seus efeitos....................................................6
7.2 Doenças causadas pelos agrotóxicos aos trabalhadores........................11
7.3 Agrotóxicos e Impactos Ambientais.........................................................16
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................18
1. INTRODUÇÃOA agronegócio é um dos maiores mercados econômicos mundiais, vários
países possuem a agricultura como uma de suas principais atividades
econômicas. O agronegócio uma das principais atividades exercidas no Brasil,
da qual, fica em segundo lugar na geração do PIB (Produto Interno Bruto).
Com o advento da necessidade de produção em alta escala de
alimentos, como as commodities, é necessário que as plantações sejam sadias
e extremamente produtivas para atender o mercado. Porém, as pragas
agrícolas, são responsáveis, pelo extermínio de plantações ou até mesmo a
geração de doenças em frutas, por exemplo.
Para combater as pragas agrícolas, foram criados, os agrotóxicos,
produtos químicos capazes de eliminar os fungos, bactérias e outros
patogênicos, com o intuito, de aumentar a produtividade dos produtos agrícolas
e deixá-los mais vigorosos.
Com o decorrer dos anos, com a utilização em excesso e descarte
inadequado de embalagens de agrotóxicos, os trabalhadores rurais e
indivíduos em geral, sofreram contaminações e até envenenamentos, devido
ao consumo de alimentos e água com dejetos destes contaminantes
O Ministério da Saúde através de suas pesquisas identificou que o
contato prolongado com agrotóxicos pode acarretar doenças graves, inclusive,
câncer, desta forma, a utilização de equipamentos de segurança se faz
necessário para combater os riscos ocupacionais. Portanto, com essa
pesquisa, será possível identificar as principais causas de indivíduos
contaminados e os motivos dos impactos ambientais gerados pelos
agrotóxicos.
2. PERGUNTA PROBLEMAComo os agrotóxicos estão prejudicando a saúde ocupacional dos
trabalhadores da área rural e o meio ambiente?
3. HIPÓTESESH0 – Os agrotóxicos estão causando doenças ocupacionais e prejudicando o
meio ambiente;
H1 – Os agrotóxicos não estão causando doenças ocupacionais e prejudicando
o meio ambiente.
4. OBJETIVOS4.1 Objetivo Geral
Verificar as causas do adoecimento de trabalhadores rurais expostos ao
uso contínuo de agrotóxicos.
4.2 Objetivos Específicos Observar os poderes nocivos dos agrotóxicos para os indivíduos;
Analisar se as fazendas estão auxiliando no combate de doenças
provenientes de agrotóxicos com a utilização de equipamentos de
segurança;
Verificar os índices para o combate de doenças ocorridas pelos
agrotóxicos.
5. METODOLOGIAA metodologia utilizada para esta pesquisa é a revisão bibliográfica, ou
seja, utiliza-se de dados secundários, provenientes de livros, artigos, artigos
acadêmicos e dados de instituições de pesquisa. A abordagem é exploratória
que através dados qualitativos, busca uma resposta para pergunta problema.
6. JUSTIFICATIVAO Brasil é um dos maiores produtores de produtos agrícolas do mundo,
sendo responsável pelo abastecimento interno de commodities e também
possui um grande mercado para exportação. A busca pela produtividade em
grande escala, ou seja, em commodities, é uma das dificuldades encontradas,
pois, diversas pragas rurais podem surgir e prejudicar a plantação, por este
fato, surgiram os agrotóxicos, mas, estes como produtos químicos, acabam
prejudicando o meio ambiente e também a saúde dos trabalhadores e
indivíduos em geral, pois, contaminam o solo, água e ar.
7. REVISÃO DA LITERATURA7.1 Histórico dos Agrotóxicos e seus Efeitos
O agronegócio é um dos setores com maiores gerações de renda no
Brasil, devido a comercialização de commodities, ou seja, produção de alta
escala de alimentos naturais, como: milho, soja, arroz, entre outros. A
comercialização ocorre dentro do país como também no exterior, sendo, o
Brasil um dos maiores produtores de milho, soja e café, principalmente. O café
foi um dos primeiros produtos a serem exportados pelo país desde o século
XIX, com o decorrer dos anos, outros produtos foram comercializados em larga
escala para o exterior, tornando o Brasil como um dos maiores produtores
agrícolas do mundo e com comercialização global.
Com o decorrer dos anos os produtos in natura começaram a ser
processados e foram comercializados de forma industrializada com esse
processo, surgiram as agroindústrias, consequentemente, a necessidade de
mais produção em alta escala para poder atender as necessidades criadas nos
consumidores, como, por exemplo, suco de laranja em caixinhas, para este fim,
é preciso da agroindústria, que automaticamente, precisará de produtos
agrícolas em larga escala, porém, existem pragas agrícolas que poderão
impedir o desenvolvimento da planta e consequentemente, afetará toda a
cadeia produtiva.
Para impedir as pragas agrícolas foram criados os agrotóxicos, que são
produtos químicos para o extermínio e até mesmo melhorar o crescimento das
plantas. De acordo com Rangel, Rosa &Sarcinelli (2011, p 435) os agrotóxicos
marcaram seu início no Brasil no início da década de 1960, com o objetivo de
controle de vetores, desde então, estes produtos químicos começaram a ser
utilizados para aumentarem a produção, este episódio ficou conhecido como
revolução verde.
A revolução verde foi a busca constante para a criação de melhores
agrotóxicos para o desenvolvimento de plantas mais resistentes e que
eliminassem as pragas agrícolas com maior eficiência, porém, com o decorrer
dos anos, percebeu-se que a vegetação natural também acabou ficando
prejudicada, mortandade de animais silvestres e contaminação de rios e
também do solo, com isso, foi verificado que o uso contínuo destes produtos
químicos poderiam prejudicar a saúde das pessoas que se alimentam destes
produtos agrícolas. Rangel, Rosa & Sarcinelli (2011) citam ainda que dois
terçosdo total de agrotóxicos existentes estão voltados para uso na agricultura,
o que torna ostrabalhadores agrícolas mais susceptíveis a exposição a estes
compostos, assim sendo, os trabalhadores rurais que ficam expostos na
aplicação dos agrotóxicos, estão cada vez mais suscetíveis a doenças,
inclusive o câncer, por conter produtos perigosos em sua composição.
Rangel, Rosa & Sarcinelli (2011) destaca que além da exposição
ocupacional, ocorre também a exposição ambiental, ou seja, aquelas
provenientes do ar, rios, solo e pelo consumo do alimento, desta forma,
pessoas podem estar expostas a níveis excessivos de agrotóxicos durante o
trabalho e por meio da alimentação, contato com solos, água ou ar.
A intoxicação proveniente de agrotóxicos é muito comum,
principalmente, em regiões que as pessoas atuam e consomem as águas de
rios e lençóis freáticos contaminados. Além, do consumo de alimentos
contaminados pelo excesso de agrotóxicos. O Ministério da Saúde apresenta
os dados de intoxicação por agrotóxicos entre os anos de 2007 a 2017, da
qual, poderá ser observado no gráfico 1.
Gráfico 1: Intoxicação por agrotóxicos
Fonte: SINAN/Ministério da Saúde (2018)
Como observado no gráfico 1 26.788 casos foram registrados entre 2007
e 2017 de intoxicação provenientes de agrotóxicos, números expressivos, para
dez anos de estudos, como também, cerca de 9.646 foram expostos aos
agrotóxicos e deram entrada nos sistemas de saúde. Desta forma, verifica-se
que a utilização destes produtos químicos é severamente prejudicial à saúde
das pessoas que estão trabalhando, quanto aos indivíduos em geral, que
consomem alimentos contaminados ou consumam água impropria
contaminadas pelos agronegócios.
Rangel, Rosa & Sarcinelli (2011, p 436) afirmam que:“os riscos para a saúde humana decorrentes da exposição a agrotóxicos são, o desenvolvimento de câncer, mau formação e danos para o sistema nervoso e funcionamento do sistema endócrino”
Desta forma, é possível verificar que são diversos os riscos para a saúde
dos seres humanos quando são expostos aos agrotóxicos, inclusive, doenças
graves como câncer. O aumento das doenças provenientes dos agrotóxicos é
causado pela exposição prolongada ou a ingestão de alimentos contaminados.
Soares (2010) afirma que pelo menos um milhão de pessoas intoxicadas por
pesticidas e de 3.000 a 20.000 destas são levadas a óbito.
Conforme o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional:“O uso disseminado e intensivo de agrotóxicos não afeta apenas a saúde da população, mas o próprio meio ambiente: de acordo com o IBAMA, 88% dos venenos comercializados no Brasil em 2009 são perigosos, muito perigosos ou altamente perigosos. Apenas 12% foram considerados ‘pouco perigosos’. Os reflexos disso são evidenciados sobre culturas sensíveis ao uso de algumas substâncias químicas, e na contaminação do solo, do ar (e consequentemente da água da chuva), das nascentes e dos aquíferos”. (CONSEA, 2010)
Sendo assim, os agrotóxicos são prejudiciais não apenas a vida
humana, mas, também, poderá gerar diversos impactos ao meio ambiente.
Estes impactos ambientais, são gerados com: a degradação proveniente de
agrotóxicos que destroem muitos quilômetros de vegetação e contaminam as
águas ao seu redor. O gráfico 2 apresentará as intoxicações confirmadas por
unidades da federação de 2007 a 2017.
Gráfico 2: Intoxicação por unidades da federação de 2007 a 2017
Fonte: SINAN/Ministério da Saúde (2018)
Como observado no gráfico 2 os estados brasileiros com maiores casos
de intoxicação por agrotóxicos são os do Paraná com 4.648 e São Paulo com
3.638 entre 2007 e 2017. Quando analisado o período de 1999 a 2013, mostra
que a crescente ocorreu a partir dos anos 2003. O gráfico 3 apresentará os
casos de intoxicação de 1999 a 2003.
Gráfico 3: Casos de Intoxicação por agrotóxicos de 1999 a 2013
Fonte:SINAN/Ministério da Saúde (2013)
Como pode ser observado no gráfico 3 o número por intoxicações
aumentou, consideravelmente, a partir do ano de 2003, da qual, o ano de 2012
é o que possui maiores casos de intoxicação por agrotóxicos, da qual, neste
período foram liberados diversos novos produtos químicos. Diversos são os
sintomas por intoxicações. O quadro 1, apresentará os sintomas mais comuns.
Quadro 1: Sinais e Sintomas por intoxicações
Sinais e Sintomas Única ou por curto período Continuada por longo período
Agudos
Cefaleia, tontura, náusea, vômito, doresabdominais, fasciculação muscular,desorientação, dificuldade respiratória, coma,morte.
hemorragias, hipersensibilidade, teratogênese, morte fetal.
Crônicosparesia e paralisias reversíveis, açãoneurotóxica retardada irreversível,pancitopenia, distúrbios neuropsicológicos.
lesão cerebral irreversível, tumores malignos,atrofia testicular, esterilidade masculina,alterações neurocomportamentais, neuritesperiféricas, dermatites de contato, formaçãode catarata, astrofia do nervo óptico, lesõeshepáticas etc.
EXPOSIÇÃO
Fonte: Carneiro et. al (2012)
Conforme apresentado no quadro 1 os principais sintomas podem ser
agudos ou crônicos, da qual, estes podem ser de hemorragias até danos por
lesão cerebral irreversível, estes casos, são provenientes, de utilização
prolongado de alimentos ou até mesmo pelo ar respirado nas proximidades. Já
o quadro 2 apresenta alguns agrotóxicos que geram sérios problemas de
saúde.
Quadro 2: Agrotóxicos e Problemas de saúde
Agrotóxicos Problemas Relacionados
Abamectina Toxicidade aguda e suspeita de toxidade reprodutiva do IAe de seus metabólitos
CarbofuranoAlta toxicidade aguda, suspeita de desregulaçãoendócrina.
Cihexatina Alta toxicidade aguda, suspeita de carcinognicidade paraseres humanos, toxicidade reprodutiva e neurotoxicidade.
Endossulfan Alta toxicidade aguda, suspeita de desregulaçãoendócrina e toxicidade reprodutiva.
Glifosato
Casos de intoxicação, solicitação de revisão da ingestadiária aceitável (IDA) por parte de empresa registrante,necessidade de controle de impurezas presentes noproduto técnico e efeitos toxicológicos adversos.
Fonte: Carneiro et. al (2012)
7.2 Doenças causadas pelos Agrotóxicos aos TrabalhadoresUma das grandes dificuldades encontradas com os trabalhadores rurais,
são as doenças ocupacionais, provenientes de agrotóxicos, estes produtos são
altamente prejudiciais ao sistema imunológico e nervoso central, sem contar
com a contaminação e possíveis ingestões acidentais que levam o trabalhador
ao envenenamento.
O envenenamento é decorrente a reutilização de frascos contaminados
ou até mesmo pela inalação prolongada com a utilização contínua dos produtos
químicos. Outra situação, é a ingestão de alimentos ou água contaminados
pelos agrotóxicos, apesar, deste ser utilizados para o desenvolvimento de
plantas, quando ingerido, este poderá ocasionar diversas reações alérgicas e
em casos específicos até a morte. A figura 1 apresentará os riscos de cada
grupo de agrotóxicos.
Figura 1: Grupos de Riscos de Agrotóxicos
Fonte: Schiessl (2017)
Como observado na figura 1 os agrotóxicos são classificados em quatro
grupos de periculosidade que são denominadas de classes I, II, III e IV, da
qual, são classificados com quatro cores também, vermelho, amarelo, azul e
verde, sendo que, os mais tóxicos são também mais perigosos ao meio
ambiente, consequentemente, mais perigosos a saúde do trabalhador, que
caso, não estejam com os equipamentos de proteção adequados poderão ser
intoxicados e em casos extremos, levados a morte. Já os menos tóxicos ao
meio ambiente, também poderão ser menos tóxicos as pessoas que os
manuseiam, porém, não deixam de ser perigosos. A figura 2 apresentará as
possíveis doenças ocupacionais geradas pelos agrotóxicos.
Figura 2: Doenças causadas pelos agrotóxicos
Fonte: Talita (2011)
Como observado na figura 1 diversas são as doenças causadas pelo
uso contínuo dos agrotóxicos, aos trabalhadores e possíveis indivíduos que se
alimentarão destes produtos agrícolas. Mesmo com a lavagem adequada
destes alimentos, podem, os agrotóxicos adentrarem o interior das frutas, por
exemplo, e ficarem alojados, neste caso, também poderá ocorrer a intoxicação.
Os problemas de saúde causados ao trabalhador rural é causado muitas
vezes devido a intoxicação da água que tomam, quando estão em campo, pois,
pela vaporização, os produtos químicos, poderão entrar em contato,
principalmente, se estes tomam águas de rios e poços, além disso, as águas
consumidas pelos indivíduos das partes baixas do rio, também, poderão ser
contaminados e até mesmo envenenados. O gráfico 4 apresentará os estados
que tiveram suas águas contaminadas devido aos agrotóxicos.
Gráfico 4:Estados Brasileiros que tiveram as suas águas contaminadas
Fonte: Santiago (2019)
Como observado no gráfico 4 o Estado de São Paulo e Paraná são os
que mais tiveram problemas com contaminação das águas, sendo que mais de
27 agrotóxicos entraram em contato com as águas consumidas pela população
de diversas cidades destes estados.
Segundo FETAR-RS(2018) são necessários diversos cuidados para que
os trabalhadores não sejam contaminados em seu ambiente de trabalho, desta
forma, buscando proteção conforme será apresentado no quadro 3.
Quadro 3:Como prevenir que o agrotóxico entre em contato com você?
Proteger todo o seu corpo sempre que for manusear e trabalharcom agrotóxicos, inclusive pulsos e pescoço;
Usar sempre o Equipamento de Proteção Individual (EPI) completoe de acordo com as recomendações técnicas disponíveis;
Não permanecer com a roupa molhada após a aplicação deagrotóxicos; Não fumar, não beber e não comer, nem colocar a mãocontaminada na boca durante a aplicação e manuseio de agrotóxicos; Tomar banho logo após a aplicação;
Respeitar o tempo para retornar a lavoura após a aplicação, bemcomo o período entre o uso do agrotóxico e a colheita, chamado deperíodo de carência;
Lavar as roupas utilizadas durante a aplicação em separado dasoutras; Guardar os produtos em locais exclusivos, distante da casa, dealimentos e fora do alcance de crianças e animais; Manter crianças, mulheres grávidas e idosos afastados de qualquercontato com os agrotóxicos.
Fonte: FETAR-RS (2018)
Como pode ser observado no quadro 3, são simples as atitudes, para
prevenir uma possível contaminação com os agrotóxicos, porém, é preciso uma
mudança de atitudes no ambiente de trabalho rural, como é um local isolado
muitas vezes, estes tendem, a quebrar algumas regras que acarretará em
diversos problemas de saúde no futuro.
A não utilização de EPIs são responsáveis pela grande fatia de pessoas
contaminadas e em casos extremos que foram levadas a óbito, por não
utilizarem as máscaras corretas para o manuseio dos produtos químicos,
nestas circunstâncias, é preciso que os gestores, busquem realizar
treinamentos contínuos para conscientizar sobre a necessidade e benefícios do
uso correto de equipamentos de segurança. Segundo FETAR-RS(2018) em
caso de contato com produtos químicos, é necessário, realizar os primeiros
socorros, para salvar a vida do trabalhador contaminado, sendo assim, o
quadro 4, apresentará os procedimentos, pertinentes.
Quadro 4: Primeiros Socorros em casos de contaminação
Roupas e/ou Pele Contaminada
Tire a roupa e tome banho imediatamente.
Ingestão de Agrotóxicos
Não dê para a pessoa intoxicada nenhum produto para induziro vômito ou neutralizar o agrotóxico sem orientação médica. Oque você pode fazer é remover qualquer resto de agrotóxicoda boca de quem ingeriu. Importante! Leite ou álcool nãodevem ser utilizados.
Contaminação dos Olhos
Lave imediatamente com água corrente durante 15 minutos.Não coloque nada além de água nos olhos.
Contaminação por Respiração
Leve a vítima para local arejado, abra janelas e portas para melhorar a ventilação do ambiente. Se a vítima estiver inconsciente, a mantenha deitada, com a cabeça virada de lado e acione imediatamente o SAMU, ligando 192.
Fonte: FETAR-RS (2018)
Como apresentado no quadro 4 um dos grandes erros que as pessoas
comentem no momento em que a pessoa ingeriu acidentalmente produtos
químicos é induzi-la ao vomito, isto poderá, acarretar refluxo e
automaticamente, ser levados a órgãos vitais como os pulmões, levando ao
óbito, dependendo, da reação que o corpo poderá ter. Outro mito, é o
procedimento de dar leite para pessoa beber, certos produtos químicos em
contato com leite, poderá gerar não somente a intoxicação, mas, o
envenenamento, pois, sofrem reações em contato de leite de bovinos.
Em algumas fazendas os agrotóxicos são guardados em locais sem
ventilação, quando ocorre, um possível vazamento, poderá ser lançado no ar
partículas que poderão acarretar em asfixia, para que isto não ocorra, esses
locais deverão possuir uma boa ventilação. Segundo FETAR-RS(2018) os
indivíduos que trabalham com os produtos químicos nem sempre percebem
que estão contaminados, por isso, fez um estudo com quarenta trabalhadores
da área rural, como será apresentado na tabela 1.
Tabela 1: Percepção de Intoxicação
Fonte: Stachiw (2019)
Conforme observado na tabela 1 a maioria dos entrevistados não
percebem que conquistaram algum tipo de doenças ocupacionais relacionadas
ao sistema nervoso ou emocional, como a depressão e tristeza, que com o
passar do tempo, poderá gerar doenças patológicas em todo o corpo, por isso,
é necessário que os gestores ofereçam alternativas para prevenção aos
trabalhadores.
7.3 Agrotóxicos e Impactos AmbientaisAs organizações empresariais, inclusive, aquelas que atuam com o
agronegócio, muitas vezes não tomam o cuidado necessário com o manuseio
de agrotóxicos e acabam descartando de forma errada as embalagens,
ocasionando contaminação do solo, água e ar. Desta forma, é necessário um
controle contínuo das entidades fiscalizadoras, porém, outra dificuldade
encontrada são os registros em relatórios gerenciais que muitas vezes não são
mensurados de forma correta. (FERREIRA, 2017)
Segundo Ferreira (2017) as organizações empresariais para não ficarem
malvistas pela sociedade, buscam realizar o chamado marketing verde, que
são atividades sugeridas para mascarar os reais impactos ambientais que
foram gerados pelo descarte incorreto de embalagens de agrotóxicos.
Devido aos riscos gerados ao meio ambiente, diversas licenças de
comercialização, foram banidas, pois além de gerar problemas a saúde
humana e de animais, também geraram grandes impactos ambientais, da qual,
diversas pessoas foram contaminadas e vários animais acabaram mortos pela
sua intoxicação. O quadro 5 apresentará os agrotóxicos que tiveram as suas
licenças banidas devido a sua periculosidade. Quadro 5:Agrotóxicos banidos pela sua periculosidade
Fonte: INCA (2019)
Como pode ser observado no quadro 5 cerca de 10 agrotóxicos foram
banidos devido a sua periculosidade ao meio ambiente e também a saúde
humana. Dentre eles, alguns podem gerar doenças graves, como o câncer, por
exemplo e até mesmo a infertilidade, por estes fatos, é necessário cada vez
mais controles assíduos para banir produtos químicos de alta periculosidade.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASCARNEIRO, F. F.; PIGNATI, W; RIGOTTO, R. M.; AUGUSTO, L. G. S.; RIZOLLO, A.; MULLER, N. M.; ALEXANDRE, V. P.; FRIEDRICH, K.; MELLO, M. S. C. Dossiê ABRASCO – Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Parte 1 - Agrotóxicos, Segurança Alimentar e Nutricional e Saúde. Rio de Janeiro: ABRASCO, 2012. Disponível em <https://www.abrasco.org.br/UserFiles/File/ABRASCODIVULGA/2012/DossieAGT.pdf>. Acesso em novembro de 2019.
CONSEA - CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. A Segurança Alimentar e Nutricional e o Direito Humano à Alimentação Adequada no Brasil: indicadores e monitoramento da constituição de 1988 aos dias atuais. Brasília, DF. Novembro de 2010. 284 páginas. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/consea/publicacoes/seguranca-alimentar-e-nutricional/a-seguranca-alimentar-e-nutricional-e-o-direito-humano-a-alimentacao-adequada-no-brasil-indicadores-e-monitoramento/relatorio-consea.pdf>. Acesso em novembro de 2019.
FERREIRA, Leandro. A contabilização de impactos ambientais no setor de papel e celulose: um estudo dos relatórios de sustentabilidade ao relato integrado. 2017. 251 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Contábeis e Atuariais, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: <https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/20329#preview-link0>. Acesso em novembro de 2019.
FETAR-RS - FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES(AS) ASSALARIADOS(AS) RURAIS NO RIO GRANDE DO SUL. Agrotóxicos: Riscos e Cuidados. 2018. Disponível em: <http://www.sinditestrs.org.br/strs/legislacao/0bdbbab5fa60919c9e23c8b7514c7a4d.pdf>. Acesso em novembro de 2019.
INCA – INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Agrotóxico. 2019. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/exposicao-no-trabalho-e-no-ambiente/agrotoxicos>. Acesso em novembro de 2019.
RANGEL, C. F.; ROSA, A. C. S.; SARCINELLI, P. N. Uso de agrotóxicos e suas implicações na exposição ocupacional e contaminação ambiental. Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, 19 (4): 435-42-435. 2011. Disponível em: <http://www.iesc.ufrj.br/cadernos/images/csc/2011_4/artigos/csc_v19n4_435-442.pdf>. Acesso em novembro de 2019.
SANTIAGO, Wesley. Coquetel Tóxico. 2019. Disponível em: <https://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?id=456839¬icia=cuiaba-e-outras-29-cidades-de-mt-tem-agua-contaminada-por-coquetel-de-agrotoxicos>. Acesso em novembro de 2019.
SCHIESSL, Maikon. Classificação Toxicológica. 2017. Disponível em; <https://blog.aegro.com.br/defensivos-agricolas- curiosidades/classificac%cc%a7a%cc%83o-toxicologica/>. Acesso em novembro de 2019.
SINAN. Ministério da Saúde. Série histórica de casos confirmados de intoxicação por agrotóxicos notificados no Sinan, 1999-2013, Brasil. 2013. Disponível em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/quimica/img/0016_01.gif>. Acesso em novembro de 2019.
SINAN. Ministério da Saúde. Atendimentos por intoxicação com agrotóxicos agrícolas (2007-2017). 2018. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2018/08/06/numeros-da-intoxicacao-por-agrotoxico-no-brasil.htm>. Acesso em novembro de 2019.
SINAN. Ministério da Saúde. Intoxicações confirmadas por unidades da federação (2007-2017). 2018.Disponível em:<https://outraspalavras.net/outrasaude/26-mil-brasileiros-foram-intoxicados-por-agrotoxicos-nos-ultimos-dez-anos/>. Acesso em novembro de 2018.
SOARES, W. L. Uso dos agrotóxicos e seus impactos à saúde e ao ambiente: uma avaliação integrada entre a economia, a saúde pública, a ecologia e a agricultura. 163 f. Tese (Doutorado em Ciências na área de Saúde Pública e Meio Ambiente). Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <https://bvssp.icict.fiocruz.br/pdf/25520_tese_wagner_25_03.pdf>. Acesso em novembro de 2019.
STACHIW, R. T. S. Percepção de trabalhadores rurais quanto aos efeitos toxicológicos do uso e exposição a agrotóxicos. NatureandConservation, v.12, n.2, p.11-18, 2019. Disponível em: <http://doi.org/10.6008/CBPC2318-2881.2019.002.0002>. Acesso em novembro de 2019.
TALITA,Eulânea. Agrotóxicos. 2011. Disponível em: <http://errequimica.blogspot.com/2011/06/agrotoxicos.html>. Acesso em novembro de 2019.
Top Related