I Seminário sobre
Rotura Uterina
Mirthes Polianna
Introdução
A rotura uterina (RU) é um acidente hemorrágico de grave prognóstico materno-fetal. Ainda que,
excepcionalmente, a rotura possa ocorrer durante toda a idade gestacional, este episódio obstétrico é mais comum a partir da 28ª semana, ou durante o
trabalho de parto.
Epidemiologia
Incide com maior frequência nos países subdesenvolvidos (Rezende, 2008).
Incidência oscila desde 1/415 a 1/2500 partos (Rezende, 2008).
Mais freqüente em multíparas e mulheres com útero anteriormente cesareado (Rezende, 2008).
Raramente acomete nulíparas (Rezende, 2008).
Anatomia do Útero
Histologia do Útero
Classificação
ETIOLOGIAEspontânea ou Traumática
LOCALIZAÇÃOCorporal, Segmentária ou Segmento-Corporal
DIREÇÃO Longitudinal, Transversal e Oblíqua
EXTENSÃOCompleta ou Incompleta
COMPLICAÇÃO Bexiga, Uretra, Vagina e Reto
Rotura Uterina Complicada
Etiologia
FATORES PREDISPONENTES: Comprometimento do Miométrio Desproporção Céfalo-Pélvica Outras Condições distócicas (apresentações anômalas
e tumores prévios)
FATORES DESENCADEANTES: Hipercontratilidade Uterina Intervenções Cirúrgicas Traumatismo
Rotura Uterina durante a Gravidez
CLÍNICA
No início da gravidez resulta em quadro grave de abdome agudo com dor intensa e hemorragia interna, podendo estar associado ao choque hipovolêmico.
Após a metade da gravidez a gestante apresenta dor hipogástrica associada à metrorragia. O choque hipovolêmico se instala lentamente e pode haver infecção concomitante.
Rotura Uterina durante a Gravidez
TRATAMENTO
Laparatomia
Regularização das bordas e subseqüente sutura
Histerectomia total ou subtotal
Antibioticoterapia profilática
Hemotransfusão
Rotura Uterina no Parto
QUADRO CLÍNICO
Iminência de Rotura
Rotura Uterina Consumada
Rotura Uterina no Parto
SÍNDROME DE DISTENSÃO SEGMENTÁRIA
Caracteriza-se por contrações uterinas freqüentes, intensas, duradouras e de caráter progressivo (fenômeno de luta), distensão do segmento inferior (anel de Bandl) e dos ligamentos redondos (sinal de Frommel). Ao conjunto denomina-se Síndrome de Bandl-Frommel, que traduz sinal de eminência de rotura uterina.
Rotura Uterina no Parto
ROTURA UTERINA CONSUMADA
–Dor localizada–Paralisação do trabalho de parto–Hemorragia interna e/ou externa–Sinais de irritação peritoneal–Anemia aguda com queda do estado geral–Choque hemorrágico–Deformidades Abdominais
Rotura Uterina no Parto
TRATAMENTO
Expectante Emprego de Tocolíticos Terapêutica do Choque Intervenção Abdominal Cirúrgica (desde a sutura uterina à histerectomia) Sutura da bexiga, do ureter, ou a laqueadura das
artérias hipogástricas
Prognóstico
FETO A possibilidade de sobrevida do feto é pequena.
GESTANTE Depende da precisão do diagnóstico e conduta terapêutica.
Diagnóstico
CLÍNICO (sinais e sintomas)
Exame Físico Inspeção Palpação abdominal Toque Àusculta
ULTRASSONOGRAFIA
Diagnóstico Diferencial
Gravidez Ectópica
DPP – Deslocamento Precoce da Placenta
Profilaxia
Diagnóstico rápido e preciso da Síndrome de Distensão Segmentária
Emprego de uterolíticos
Intervenções de Enfermagem
Realizar anamnese e exame físico; Controlar sinais vitais; Monitorizar FCF; Manter acesso venoso calibroso; Observar a presença de contrações uterinas intensas e
dolorosas, deformidades abdominais, hemorragia e sinais de choque hipovolêmico;
Realizar sondagem vesical de demora e controlar debito urinário;
Encaminhar paciente imediatamente para cirurgia quando solicitado.
Intervenções de Enfermagem
ENFERMEIRO PACIENTE
Falta de Respeito Medo
Soberba
Negligência
Imperícia Ansiedade
Imprudência
Considerações Finais
A assistência de enfermagem na paciente com completa ou iminência de rotura uterina deve estar centrada desde o apoio à mulher e sua família até a
avaliação criteriosa do estado geral, materno e fetal, durante o pré-natal e trabalho de parto, de forma a detectar precocemente possíveis complicações, que possibilitem ao enfermeiro intervir em conjunto
com os demais membros da equipe, no intuito de minimizar os riscos e danos ao binômio, de forma
rápida e segura.
Reflexão
“Um poder superior me empurra para uma meta, enquanto ela não for alcançada eu sou
invulnerável, imbatível, mas, se não tiver mais metas, bastará uma mosca para derrubar-me."
Napoleão Bonaparte
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Urgências e Emergências Maternas: guia para
diagnóstico e conduta em situações de risco de morte materna. 2. ed. Brasília:
Ministério da Saúde, 2000, 119p.
CAMANO, Luis. Manual de Orientação FEBRASGO: Assistência ao Parto e
Tocurgia. São Paulo: Ponto, 2002, 324p.
FILHO, Jorge de Rezende; Montenegro, Carlos Antonio Barbosa. Rotura
Uterina. In: _____, Obstetrícia Fundamental. 11. ed. São Paulo: Guanabara
Koogan, 2008. 618p.
MEDCURSO. Rotura Uterina. Disponível em:
<http://www.depotz.net/saude/julio/med%20curso/disco%205/obstetr
%C3%ADcia/obstetr%C3%ADcia%20vol.5/rotura%20uterina.pdf>. Acesso em:
01 de out. 2008.
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