MARIO A DELLA TONIA
ANALISE DA PRESsAo ARTERIAL EM PACIENTES HIPERTENSOS
SUBMETIDOS A FISIOTERAPIA AQUATICA
Monografra apresentada como requisito
parcial a obtenyao do grau de Especialista
em Fisioterapia Cardio~Respirat6ria. Curso
de Fisioterapia do setor de Ciencias da
Salide da Universidade Tuiuti do Parana.
Olientador: Espilidiiio Elias Aquim
CURITIBA
2000
RESUMO
o emprego da fisioterapia aqUlitica, vem sendo cada vez mais indicada
para a tratamento de diversas patologias, dentre elas esta a hipertensao arterial
sistemica.
A hipertensao arterial essencial e uma doenya de evolu9BO lenta e
progress iva que S8 constitui em importante fator de risco para complic8yoes
cardiovasculares. Estatisticas mostraram, que mais de 60 milh6es de pessoas nos
Estados Unidos sofrem dessa enfermidade.
Em decorrencia do grande indics de hipertensos, a ciencia medica
passou a estudar e eJaborar tecnicas de tratamento para 0 controle da presseo
arterial, dentre elas a fisioterapia aqu8tica, promovendo e visando quaJidade de
vida a populac;ao hipertensa.
/
ABSTRACT
The use of aquatic phisioteraphy, has been more and more indicated to
many and differents pathology's treatment including the arteria! hypertension
sistemic.
The esencial hypertension arterial is a slow evolution and progressiv
desease and it is a important factor of risk in cardiovasculares complication.
Statistics show, that more than 60 millions of people United States are suffering of
this desease.
Because the big indice of hypertensers the medical science started to
studying and elaborating tecnics to treat and to have control of arterial pressurize,
among them aquatic phisioteraphy, promoving and aiming quality of life for
hypertension population.
SUMARIO
RESUMO II
ABSTRACT III
INTRODU((AO 1
1 EMBASAMENTO TEO RICO 2
2 MATERIAL E METODO 13
3INTERPRETA((AO DOS RESULTADOS 14
4 CONCLUSOES 17
ANEXOS 18
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 19
INTRODUCAO
A ocorrencia de niveis pressoricos anormais, especialmente quando
elevadas, implica a necessidade de tratamenta continuo e definitivo, objetivando areduyao da ocorrencia de eventos m6rbidos cardiovasculares. Para tanto a correta
determinac;ao da presseo arterial assume importEmcia fundamental. Assirn, enecessario uma padroniz8C;8o da metodologia da mediC;8o dos niv8is press6ricos.
Tendo em vista as agravantes relacionados as patologias cardiacas evasculares levou a fisioterapia especializada atu8r no ambito da prevem;ao e
tratamento dessas eventuais complic8c;oes.
A agua tern sido usada desde tempos imemoraveis como meio terapeutico,
en de a fisioterapia aqu2tica vern ocupando cada vez mais destaque na area da saude,
devido aos comprovados beneficios prestados ao paciente, em decorrencia das
propriedades fisicas e dos efeitos terapeuticos apresentados pela agua, bern como
pelos metodos e tecnicas especfficas utilizados no tratamento.
1 EMBASAMENTO TEO RICO
A hipertensao arterial sistemica atualmente naD pode mais ser vista apenas
como urna condiy8o cHnica em que as cifras tensionais estao aeima de urn detenninado
valor. Na verdade a hipertensao arterial existe nurn contexto sindromico, com alteraGoes
hemodinamicas, tr6ficas e metab6licas, entre as quais a propria elev8yBo dos niveis
tensionais, as dislipidemias, a resistemcia insulinica, a obesidade centripeta, a
microalbuminuria, a atividade aumentada dos fatores de coagula~o, a reduyao da
complascencia arterial e a hipertrofia com altera980 da fungao diast6lica do ventrfculo
esquerdo.
Os componentes da sindrome hipertensiva sao muitas vezes fatores de risco
cardiovascular independentes. Os esquemas terapeuticos antigos, propostos com a
intenyao unica de baixar os niveis tensionais, nao obtiveram uma reduyao da
morbidade e mortalidade como esperado, a despeito de uma reduc;:ao eficaz dos niveis
pressoricos.
Ao tratar a hipertens80 devemos ter em mente os fatores de risco associados
e 0 impacto do tratamento nestes fatores. Uma draga per vezes benefica para a
reduc;:eo da presseo arterial - PA e malefica em relayeo a outro componente da
sind rome, como p~r exemplo uma droga pode induzir hiperglicemia au dislipidemia.
Assim apesar de um conlrole satisfalorio da PA outros fatores de risco potencialmente
maiores podem se sobrepor, nao melhorando a situaC;8o clinica do paciente.
Assim 0 tratamento atual da hipertensao arterial sistemica nao deve se
resumir simples mente a reduCY80dos niveis pressoricos.
o desenvolvimento de hipertensao depende da inlera(:ijo enlre predisposi9ao
genetica e fatores ambientais, embora ainda nao seja completamente conhecide como
estas interacyoes ocorrem. Sabe-se , no entanto, que a hipertensao a acompanhada por
altera<;oes funcionais do sistema nervoso autonomo simpatico, renais, do sistema
renina angiotensina, alam de outros mecanismos humorais e disfunc;:ao endotelial.
A hipertensao resulta de varias alterayoes estruturais do sistema
cardiovascular que tanto amplificam 0 estimulo hipertensivo, quanta causam dano
cardiovascular. (WYNGAARDEN & SMITH, 1990:248)
Sistema nervoso autonomo (simpatico)
o sistema simpatico tern uma grande importancia na genese da hipertensao
arterial e contribui para a hipertensao relacionada com 0 estado hiperdinamico.
Mensura¢es das concentra95es de catecolaminas plasmaticas tern side usadas para
avaliar a atividade simpatica. Varios autores relataram concentra90es aumentadas de
noradrenalina no plasma em pacientes portadores de hipertensao essencial,
particularmente em pacientes rna is jovens. Estudos rna is recentes sobre atividade
simpatica medida diretamente sobre nervos simpaticos de musculos superficiais de
pacientes hipertensos confirmam esses achados. Tambem fo; demonstrada a alterayc30
da respasta reflexa dos baroreceptores, tanto em modelos experimentais como em
modelos clinicos. ( RUBIN, E.; FARBER, J.L., et al.:1990).
Mecanismos Renais
Mecanismos renais estao envolvidos na patogenese da hipertens8o, tanto
atraves de uma natriurese alterada, levando a reteny80 de s6dia e agua, quanto pela
libera980 alterada de fatores que aumentam a PA como a renina au de fatares
depressores da PA como prostaglandinas. ( RUBIN, E., FARBER, J.L., et al.:1990).
Sistema Renina-angiotensina
o sistema renina-angiotensina esta envolvido no controle fisiol6gico da
pressao artenal e no controle do sodio. Tern importantes implica90eS no
desenvolvimenta da hipertensao renal e deve estar envolvido na patogemese da
hipertensao arterial essencial. 0 papel do sistema renina-angiotensina-aldosterona a
nrvel cardiaco, vascular e renal e mediado pela produc;;ao ou ativa9ao de diversos
fatores de crescimento e substancias vaso-ativas, induzindo vasoconstric98o e
hipertrofia celular. (RUBIN, E.; FARBER, J.L.; et al.:1990).
Adaptaf!;ao cardiovascularA sobrecarga do sistema cardiovascular causada pelo aumento da pressao
arterial e pela ativagao de fatores de crescimento leva a altera90es estruturais de
adaptayao, com estreitamento do lumem arteriolar e aumento da relaGao entre a
espessura da media e da parede arterial. 1550 aumenta a resistencia ao fluxo e
aumenta a res posta aos estfmulos vasoconstrictores. A adaptagao vascular instala-se
rapidamenle.
AdaptaGoes estruturais cardiacas consistem na hipertrofia da parede
ventricular esquerda em resposta ao aumento na p6s-carga (hipertrofia concemtrica), e
no aumento do diametro da cavidade ventricular com aumento correspondente na
espessura da parede ventricular (hipertrofia excentrica), em resposta ao aumento da
pre-carga.
Tanto as adaptaGoes vasculares quanto as cardiacas atuam como
amplificadores das alterayoes hemodinamicas da hipertensao e como infclo de varias
das camplica,oes dela decarrenles. (RUBIN, E.; FARBER, J.L; el al.:1990).
Disfun9iio endoteliai
Novos estudos demonstraram 0 envolvimento do endotelio na conversao da
angiotensina I em angiotensina II, na inativayao de clninas e na produGao do fator
relaxante derivado do endotelio ou oxido nltrico. Alem disso, ° endotelio esta envolvido
no controle hormonal e neurogemico local do tonus vascular e dos processos
homeostaticos. Tambem e responsavel pela liberayao de agentes vasoconstrictores,
incluindo a endotelina, que esta envalvida em algumas das complicaGoes vasculares da
hipertensaa.
Na presen,a de hipertensaa ou alerosclerose, a lun9aa endaleiial esla
alterada e as respostas press6ricas aos estimulos locais e endogenos pass am a se
tomar dominantes. Ainda e multo cedo para determinar se a hipertensao de uma forma
geral esta associada a disfun9ao endotelial. Tambem ainda nao esta claro se a
disfun9ao endotelial seria secunda ria a hipertensao arterial ou se seria uma expressao
primaria de uma predisposiyao genetica.
Estudos recentes identificaram de forma mais clara varios mecanismos
fisiopatologicos envolvidos na hipertensao arterial, no entanto ainda nao esta claro
quais lalares saa iniciadares da hipertensaa e quais saa seus perpeluadores. ( RUBIN,
E.; FARBER, J.L.; el aI.:1990).
Classifica~ao da Hipertensao Arterial Sistemica
Nivel da Pressao Arterial
< 120 sist61ica e < 80 diast6lica
< 130 sistolica e < 85 diastolica
130-139 sistolica ou 86-89 diastolica
140-159 sistolica ou 90-99 diastolica Hipertensao Estagio 1
160-179 sistolica ou 100-109 diastolica Hipertensao Estagio 2
Classifica~ao
Ideal
Normal
> 110 diastolica ou > 180 sistolica Hlpertensao Estaglo 3
Estratifica~ao de Risco
Fatores de risco maiores
Fumo; Dislipidemia; Diabetes mellitus; Idade > 60 a; Saxo masculino;
Mulheres pos menopausa; Historia familiar.
Lesao de orgao-alvo
Doen,as cardiacas; Hipertensao Ventricular Esquerda -HVE; Angina I
Infarto Agudo do Miocardio - lAM previo; RevascularizaC;8o Miocardica;
Insuficiencia Cardiaca; Nefropalia; Acidenle Vascular Encefalico;
Doenya Arterial Pertferica; Retinopatia diabetica.
Grupos de RiscoA => Nenhum fator de risco8::::> Pelo menos urn fator de risco
C=> Lesiio de orgao-alvo ou presen9Bde Diabetes Mellitus08S: 0 Diabetes mellitus possui na estratifica,ao peso equivalente a lesao de orgiio-
alvo ja estabelecida.
Normas de indicacao para tratamento
farmacologico
Normal-AltaGrupoAModifica980estilo de vida
Modifica~aa estilo vida par ate 12 meses
Tratamento medicamentoso
Grupo B
Modificac;ao estilo de vida
Modificac;ao estilo vida por ate 6 meses
Tratamento medicamentoso
Grupo C
Qualquer estagio Tratamento medicamentoso
( III CONSENSO BRAILEIRO DE HIPERTENSiio ARTERIAL, 1998:137)
Eslagio 1
Estagio 2 e 3
Nonnal-Alta
Estagio 1
Estagio 2 e 3
Tratamento nao farmacologico da Hipertensao Arterial
Sao modifica~oes de estilo de vida de comprovado valor na reduyao da
presseo arterial: a redUl;:eo do peso, a reduc;:aoda ingestao de s6dio, a diminuiry80 ou
aboli~ao do alcool e a atividade ffsica. A ingestao de potassio, magnesio, calcio e entre
outros, nao possuem ate a momenta comprovado valor. A interrupc;ao do fumo na~
interfere diretamente sobre a pres sao, no entanto trata-se de importante fator de risco
cardiovascular.
As modificaryoes do estilo de vida sao aplicaveis a todos as pacientes que se
propoe a diminuiry80 do risco cardiovascular, incluindo os normotensos, e necessarias
lambem quando se imp6e a tratamento tannacologico da hipertensiio.
Sal: Os pacientes hipertensos podem ser divididos em senslveis e nao senslveis ao
sal. Apesar da res posta heterogenea a restri<;iio de sodio e recomendavel de uma
tonna geral uma ingeslao de sal menor que 6g/dia ou cerea de 2,3g de sodio.
Redu~ao do peso: Os mecanismos envolvidos na reduryao da pressao arterial
relacionados a perda de peso incluem: a reduyao da atividade adrenergica, do
colesterol plasmatico e da resistencia insuifnica. Mesma reduc;6es pequenas de peso
possuem efeito protetor sabre a risco cardiovascular.
Alcool : 0 usa excessivo de alcool esta relacionado com a aumento da pressao arterial.
No enlanlo em baixas doses 0 alcool pode se mostrar hipotensor e ale protetor de
eventos corona ria nos. Dessa forma, a melhor orientayao aos pacientes que ingerem
alcool habitualmente e que a fagam em pequenas quantidades, nao sendo necessaria a
recomenda,ao de interrup,ao, salvo nos pacientes que possuam indica90es para tal,como nos com historia de dependemcia alcoolica, nos hepatopatas enos portadores de
deficiimcias imunologicas.
Atividade Fisica: Exercfcio flsico nao isometrico tern se relacionado com reducBo da
pressao arterial, independentemente dos efeitos de aumento de sensibilidade a insulina
e redugao de peso. Ocorre ainda redugao das taxas de colesterol total e diminuigao na
taxa de mortalidade por todas as causas. 0 mecanisme direto de redu9ao da PA esta
relacionado com a diminuic;ao da atividade simpatica refletida por vasa dilatac;eo
persistente pes exercicio.
Estresse: Ativa 0 sistema nervoso simpatico, participando da patogenese da
hipertensao. Acredita-se que pacientes estressados necessitam de maior quantidade de
medica gao para controle. Nao ha nenhuma tecnica comprovada de reduc;ao de estresse
que se relacione com a reduC;ao da PA.
Potassio, Calcio e Magnesia: Estudos sao controversos quanto a reduC;ao da PA. Ha
evidencias de prote,ao para AVE e menor necessidade de medicamentos para 0
controle da PA com a ingesteo do potassio. Calcio e Magnesio nao melhoram
significativamente a PA.
Cafe e cafeina: Apesar de simpaticomimetico nao hi! relac;ao entre a ingesteo do cafe e
cafeina com 0 aumento da pressao arterial.( III CONSENSO BRASILEIRO DE
HIPERTENSAo ARTERIAL, 1998:137}.Para pacientes hipertensos e normotensos , observou-se base ado em
substanciais pesquisas corporais que a fisioterapia aquatica e potencialmente
terapeutica.o Exercicio Aquatico Terapeutico - EAT, e a uniao dos exercicios aquaticos
com a terapia frsica. E uma abordagem terapeutica abrangente que utiliza os exercicios
aquaticos para ajudar na reabilita,ao de varias patologias. Cada programa e organizado
levando-se em considera/y8o componentes especificos: aquecimento , alongamento ,
resistencia e forC;8muscular e relaxamento.
o relaxamento e rna is comumente definido como urn esforyo consciente para
eliminar tensao nos museu los . A tensao muscular pode ser produzida fisiologicamente,
como resultado de dor aguda au lesao , ou psicol6gicamente como resultado de
ansiedade ou estresse. Fatores como fadiga e "overuse" tambam contribuem para a
tensao experimentada pelo musculo. A res posta do relaxamento depende de quanta a
paciente esta confortavel na agua .
A agua aquecida de uma piscina terapeutica promove um relaxamenta
muscular, aumenta a circula<;aa , reduz espasmos e reduz efetivamente 0 nivel de dor.
muitas tecnicas de relaxamenta podem ser usadas pelo terapeuta , incluindo
combina<;6es de metodos para relaxamento loca! e geral
Indica~ao
Quando he uma hipertensao aguda ou cronica;
Quando hi! disturbios do sono;
Quando a musculatura tensa restringe a movimentayao ou funyao da
articulayao;
Quando a ansiedade e 0 estresse produzem indisposic;6es fisiol6gicas;
Apes urn acometimento causando fadiga , "overuse" ou exaustao;
Em varias condir;6es pre e p6s cirurgicas.
Objelivos
Diminuir a tenseD e faci!itar 0 relaxamento muscular;
Reduzir 0 estresse e a ansiedade;
Reconhecer tensao muscular prolong ada e inibi-Ia com exercfcios
terapeuticos;
Maximizar os efeitos terapeuticos da agua aquecida , aumentando a
circularyao , reduzindo a sensibilidade a dar e aumentando 0 relaxamento
muscular;
Quebrar 0 cicio da dor.
Quando 0 paciente entra na piscina as vasos cutaneos se constringem
momentaneamente, causando uma elevaryao na resistencia periferica e uma elevaryao
momentanea na presseo arterial. Durante a imersao as arteriolas dilatam-se,
produzindo uma redugao na resistencia periferica e por esta razao uma queda na
pressao arterial.
o exercfcio em agua aquecida e uma modalidade de tratamento para uma
grande variedade de patologias. Estudos feitos em imersao com a cabeya fora da agua
a 33°C termo-neutra , ou seja , nao traz efeito algum a temperatura central. Qualquer
desvio mlnimo na temperatura da agua pode produzir mudangas significativas no
sistema circulat6rio. Em vez de ficar nos membros , 0 sangue e redistriburdo. Esta
redistribuigao causa 0 aumento do retomo venoso e e considerada a base para todas
as modifica,oes fisiologicas associadas a imersao. ( BECKER E.B. & COLE
J.A,2000:30).
Os efeitos fisiol6gicos experimentados por urn padente imerso em agua
aquecida depende de sua postura e de qualquer elemento que possa alterar 0 estado
neutro do corpo. Os elementos que influenciam este estado incluem a temperatura da
agua , a durag80 da aula, 0 tipo e a intensidade do exercfdo , e a condig8o patol6gica
do paciente.
A temperatura da agua ira elevar a temperatura corporal apenas se estiver
mais alta do que a temperatura da pele. A magnitude do aumento da temperatura
depende da porcentagem do corpo que esta imersa. Durante a imersao com a cabega
fora da agua a calor e ganho pelas areas que estao abaixo da agua e perdido atraves
das glandulas sudorfparas nas areas expostas ao ar.
As respostas fisiol6gicas experimentadas pelo corpo durante a imersao em
agua aquecida sao similares as de aplica9ao de calor localizado , mas menos
concentradas, As propriedades fisicas da agua em conjunto com a calor sao
responsaveis por muitas das respostas fisio16gicas gerais que afetam uma variedade de
sistemas do corpo , como'
Aumento da frequencia respirat6ria;
Diminui9ao da presseo sangurnea;
Aumento do suprimento de sangue para as musculos;
Aumento do metabolismo muscular;
Aumento da circulagao periferica;
10
Aumento da freqOencia cardfaca;
Aumento da quantidade de sangue de retorno ao corayao;
Aumento da taxa metabollca;
Diminuigao de edemas das partes do corpo submersas ( devido a pressao
hidrostatica da agua );
RedugBo da sensibilidade nos terrninais nervosos;
Relaxamento muscular gera!. ( BATES & HANSON, 1998:07).
A agua exerce presseo no corpo submerso , a col una de sangue contida no
sistema arterial esta sob a presseo gerada no ventriculo esquerdo durante a contrag8o
sist61ica e a presseo sangOfnea normal no repouso e menor do que 130mmHg. 0
sangue permanece sob presseo durante a diastole, 0 periodo de relaxamento
ventricular, devido ao fechamento da valvula mitral, e as propriedades elasticas do
sistema arterial mantem a presseo entre 60-70 mmHg, em media no adulto normotenso.
A presseo diast6lica e detenninada em grande parte pelo sistema nervoso aut6nomo, a
arvore vascular periferica controlada atraves dos musculos lisos dentro das paredes
vasculares criando a resistencia pemerica.
o retorno venoso e muito senslvel as altera90es extemas de pressao,
incluindo-se a compressao dos muscules circunvizinhos, e, certamente, a pressao
extema da agua. Devido ao fata de urn indivlduo submerse na agua estar sujeito apressao extema da agua em um gradiente, que dentro de uma profundidade
re!ativamente pequena exerce pressao venosa, 0 sangue e deslocado para cima
atraves de sse sistema de mao unica, primeiro para as coxas, e, entao , para os vasos
da cavidade abdominal e, finalmente, para os maiores vasos da cavidade toracica e
para dentro do cora980. A pressao venosa came98 aumentar com a imersao ate 0
processo xif6ide e aumenta ate que 0 corpo esteja completamente submerso. Quando 0
corpo esta submerso ate 0 pescoC(o, a gradiente de pres sao transmural do atria direito
aumenta significativamente, medido em 13mmHg, indo de 2 para 15mmHg
(ARBORELIUS et al ).
o fluxo sangOineo pulmonar aumenta com 0 volume e a pres sao sangOinea
central alta. A pressao em cunha media da arteria pulmanar aumenta de 5mmHg em
11
terra para 22 mmHg durante a imersao ate a pescor;o. A maior parte do volume
sanguineo pulmonar aumentado e distribufdo nos grandes vaSGS do leito vascular
pulmonar e apenas uma pequena porcentagem (,; 5%) permanece no nivel capilar
Isso e validado pelo fata de que a capacidade de difusao dos pulmoes muda multo
pOl/co.
o volume sangOineo central aumental! em 0,71 durante a imersao ate 0
pescoc;o, i550 representa urn aumento de 60% no volume central, com urn tel"9o dessevolume sendo apanhado pelo corar;~10e 0 restante pelos grandes vases dos pulm6es.
o volume cardiaco aumenta de 27 a 30% com a imersao ate 0 pesco~o.
Porem , per a corac;ao naD ser urn receptacula estatica , hi! urn aumento da fOf<;8decontra~ao que e a resposta cardiaca ao aumento do volume (distensao) , a medida que
o miocardio distende-S8 , produz-se uma melhor relac;ao entre as filamentos de actina e
miosina ,favorecendo a eficiencia do miocardia. Dessa forma a volume sist6lico media
aumenta em media 35% com a imersao ate a pesc090. Existe tanto urn aumento no
volume diast61ico final quanto uma queda no volume sist61ico final.
A maioria das alteragoes e de pendente da temperatura , com 0 debito
cardiaco aumentando progressivamente com 0 aumento da temperatura da agua
Weston et al descobriram que 0 debito cardiaco aumentava em 30% a uma
temperatura 33°C e ate 121% a 39°C.
A medida que 0 preenchimento cardiaco e a volume sist61ico aumentam com
a progressao da profundidade de imersao I a freqOencia cardfaca diminui Essa queda
e vari8vel I sendo 0 tamanho da queda dependente da temperatura da agua A
variabilidade da reduy80 esta relacionada a diminui<;8o da resist€mcia periferica em
altas temperaturas e ao aumento dos efeitos vagais.
Durante a imersao ate 0 pesc090 I a resistEmcia vascular sistemica diminui
em 30% . A vasoconstricy8o simpatica diminuida provoca essa queda I com 0 tonus
venoso pemerico diminuindo em 30% I de 17 para 12 mmHg em temperaturas
terrnoneutras . A resistemcia periferica total diminui durante a primeira hera de imersao e
persiste por urn periodo de horas . Essa queda esta relacionada a temperatura, sendo
que temperaturas mais altas produzem uma quedas mais altas. Isso diminui as
12
press6es diastolicas finals. As pressoes venosas tambem caem durante a imersao ,
pais eonecessaria urn menor tonus muscular para sustentar 0 sistema.Muitos estud05 vern sendo feitos a respeito do etelta da imersao sabre 0
volume sangOfneo. Oescobriu-se que a imersao a prazos muito curtos (10 minutos) em
temperaturas termoneutras aumenta levemente tanto a press6es sist61ica quanta a
diast61ica, talvez como parte do processo de acomodagilo em agua lria. (BECKERE.B.
& COLE J.A,2000:30).
Em urn importante estudo para reabilitac;ao aquatica descobriu-se que uma
imersaa mais longa produzia quedas signmcantes na pres sao arterial media em
pacientes hipertensos.(CORUZZI et al).
11
2 MATERIAL E METODO
Esta pesquisa foi realizada no perf ado de 20 de Junho a 20 de Agosto de
2000, na eHnica Dr. Mario A Della Tonia, na cidade de Sao Paulo, ende foram
analisados 15 pacientes de ambos as sexos, numa media faixa etaria de 50 anos de
idade portadores de hipertensao arterial sistemic8.
Os pacientes foram escolhidos de forma aleat6ria e selecionados atraves de
uma ficha de avaliac;ao fisioterapic8, com as seguintes dados: Nome, idade, sexo, peso,
altura, habitos de vida, usa de medicamentos, patologia associada, press80 arterial. E
uma ficha de evoluc;ao fisioterapica contendo a controle diana da pressao arterial pre
sessaa fisioterapica e pas sessa a fisioterapica ( em anexo).
Os pacientes foram submetidos a sessoes de fisioterapia aquatica de 35 min.
cada sesseo, constando de: aferimento da pressao arterial pre terapia e pas terapia + 5
min. aquecimento, 25 min. de exercicios fisico, 5 min. relaxamento, numa frequencia de
3 vezes por seman a.
Foram utilizados como recurs a fisioterapeutico as seguintes materiais:
piscina terapeutica aquecida a 310 C, bOias, espaguetes, tomozeleiras e alteres.
14
31NTERPRETACAO DOS RESULTADOS
Dos 15 pacientes analisados, 53% (n=8) eram do sexo feminino e 47% (n=7)
eram do sexo masculino.
Popula9ao analisada
47%~
~53%
GRAFfeO 1 - Porcentagem da popula9§o analisada.
A media de idade encontrada em pacientes do saxe feminino fa; de 50,25 ± 5,33 anos.
A media de idade encontrada em pacientes do sexo masculino fa; de 49,71±5, 14 anos.
A media de idade da popula9ao total analisada foi de 50±5,25 anos.
Medias de idade da populayao ana!isada
MASC FEM
GRAFleo 2· Medias de idade da populayao anelisada.
15
A media do peso da populayao analisada foi de 83,8 ± 14,57 Kg de peso.
A media da allura da populayao foi de 1,71 ± 0,089 de altura.
A media da pressao arterial inicial, da populayao total no primeiro dia de
fisioterapia aquatica foi de 160/100 ± 2,95 mmHg.
A media da presseo arterial final, da popula<;ao total, no primeiro die de
fisioterapia aqUlitica foi de 140/90 ± 1,76 mmHg.
P.AsrsUlnal-
sisl.inicial- l"dial'dia
dlilSI.inicial- diasl.iinal-l'dia l'dia
Medias das pressoes arterials
200~ 160 140150·- ;,,:,," """'. 100 90--'~_~=- =-0 D=;
GRAFICD 3-Medias das press6es arteriais afendas no primeiro dia de frsioterapia aquatica \
A media da pressao arterial inicial, da populayao total, no vigesimo quarto dia
de fisioterapia aquatica foi de 140/90 ± 1,76 mmHg.
A media da pressao arterial final, da populayeo total no vigesimo quarto dia
de fisioterapia aquatica foi de 130/80 ± 1,02 mmHg.
r~Ei =-':l-~-==rDl:30:9°EP A sisl P A sis!inicial- final-24°dia24~dia----
P.A diasi. P.AInic-24"dia diast.final-
24°dia
MEDIAS DAS PRESSOES ARTERIAlS
GRAFICO 4 - Medias dos press5cs orteriais ;Jferidas no 24b dia de fisioteraplo aquatica.
A media da presseo arterial inicial do primeiro dia de frsioterapia aquatica foi
de 160/100 ± 2,95 mmHg
16
A media de pressao arterial inicial do vigesimo quarto dia de fisioterapia
aquatica foi de 140/90 ± 1,76 mmHg.
140
MEDIA DAS PRESSOES ARTERIAlSINICIAIS
200 t160150
1~~ -l:_=JJ~--,I-~-QP.A sist - P.A diast-1°dia 1Qdia
P.A sist- P.A diasl-24°dia 24"dia
GRAFrCO 2 - Medias das pressOes arteriais iniciais do primeiro e vigesimo quarto dis
de fisioterapia aquatica
Observou-se com as graficos, que individuos do sexo feminino, na faixa
etana condizente aD climaterio sao mais acometidas par hipertensao arterial sistemica.
o intuito deste trabalho, foi de analisar 0 controle da pressao arteria', em
individuDS hipertensos, submetidos a urn programa de fisioterapia aquatica.
Com a analise dos graficos, pode-se observar que a fisioterapia aquatica
associada a atividade fi5ica, foi eficaz no controle da pres sao arterial em individuos
hipertensos
17
4CONCLUSAO
A hipertensao arterial sistemica, e uma patologia que cresee
consideravelmente nos dias de hoje. 0 estresse ffsico e ps[quico que 0 individuo safre
para manter-S8 atualizado, na concorrencia com a automag8o, gera muitas vezes
disturbios vasculares e ate mesma cardiacos, sendo urn deles a hipertensao arterial
sistemica. A Fisioterapia, par sua vez, vern estudando e desenvolvendo tecnicas de
tratamento associadas a atividade ffsica, com intuito de proporcionar ao indivfduQ
melhor qualidade de vida.
A fisioterapia aquatica e uma abordagem terapeutica abrangente que utiliza
os exercicios aquaticos para ajudar na reabilita9ao de vanas patologias, quando 0
paciente entra na piscina as vasas Gutfmeos 58 constringem momentaneamente,
causando uma elev8gBo momentanea da pressao arterial, porem durante a imersao
dilatarn-se produzindo uma redUf;:ao na resistEmcia vascular periterica e p~r esta razao
urna queda na pressao artenal.
Com os dados obtidos neste estudo, pode concluir-se que a fisioterapia
aquatica foi eficaz para 0 controle da hipertensao arterial sistemica. Como afirma a
literatura, a piscina terapeutica, pode ser urn arnbiente seguro e potencial mente
terapeutico para pacientes hiper e norrnotensos.
A resistencia periferica total diminui durante a primeira hora de imersao e
persiste por urn periode de heras. Porern a queda da pressao arterial sistemica, esta
relacionada, a temperatura da agua e as atividades fisicas realizadas no programa de
exercfcios aquaticos terapeuticos para hipertensos.
18
ANEXO
Ficha de Avaliat;ao Fisioterapica
Nome: _
Idade: Sexo __ Peso, -'Altura _
Habitos de Vida _
Usa de medicamentos _
Pressao arterial, _
Patologia associada, _
EVOLU<;:iio
PA final I I I I I I I I I I IDIA
PA inicial
19
5 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
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