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informação Revista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXIX Nº 132 – Novembro-Dezembro/2006 PÁGINA CENTRAL PÁGINA CENTRAL Entrevista com Lya Luft PÁGINA 17 PÁGINA 19 Estudo revela a base química da memória PÁGINA 17 Universidade e Petrobras criam Centro de Excelência em Pesquisa PÁGINA 19 O promissor mercado da Tecnologia da Informação PÁGINAS 6 A 9 O promissor mercado da Tecnologia da Informação A procura por profissionais de informática cresce no mundo a cada ano PÁGINAS 6 A 9

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informaçãoRevista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXIXNº 132 – Novembro-Dezembro/2006

PÁGINA CENTRALPÁGINA CENTRAL

Entrevistacom Lya Luft

PÁGINA 17

PÁGINA 19

Estudo revela a base química da memóriaPÁGINA 17

Universidade e Petrobras criamCentro de Excelência em Pesquisa

PÁGINA 19

O promissor mercado daTecnologia da Informação

PÁGINAS 6 A 9

O promissor mercado daTecnologia da Informação

A procura por profissionais de informática cresce no mundo a cada anoPÁGINAS 6 A 9

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24ENTREVISTA

45EU ESTUDEINA PUCRS

O tranqüilo ofício daescritora LYA LUFT – Aautora do best seller Perdase Ganhos, ex-aluna daPUCRS, fala sobre o seuprocesso de criação literária

2 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

NESTA EDIÇÃO

Ele venceu oAprendiz 3

RevisãoJosé Renato

Schmaedecke([email protected])

CirculaçãoMirela Vieira

da Cunha Carvalho([email protected])

Relações PúblicasSandra Becker

([email protected])

DocumentaçãoLauro Dias

WebmasterRodrigo Ojeda

([email protected])Conselho Editorial

Ir. Elvo ClementeJorge Audy

Solange Medina KetzerImpressãoEpecê-Gráfica

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense Design([email protected])

PUCRS Informaçãoé editada pela Assessoriade Comunicação Social

da Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul

Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar

CEP 90619-900Porto Alegre – RS

Fone: (51) 3320-3500,ramais 4446 e 4338Fax: (51) [email protected]/revista

Tiragem: 45 mil exemplares

A PUCRS é uma Instituiçãofiliada à ABRUC

6 CAPA 13 Pelo Campus – Feira das Profissões atrai mais de 15 mil pessoas

14 Pelo Campus – Prêmio Destaque no aniversário da UNITV

15 Panorama – Uma semana para refletir sobre alimentação

10 Novidades Acadêmicas – Letras e Educação modificam currículos

11 Reitoria – Gestão estratégica valoriza a PUCRS

12 Pesquisa – Filho como fonte de satisfação

13 Pesquisa – Estudo desvenda assistência social no País

14 Pesquisa – Professores se ajudam a ensinar melhor

15 Radar – PUCRS integra Comitê de Alta Tecnologia

16 Saúde – Trabalho avalia efeito do uso de mochilas nas crianças

17 Saúde – Estudo revela a base química da memória

18 Destaque – Ciências Sociais tem qualidade comprovada

19 Ciência – PUCRS e Petrobras criam Centro de Excelência em Pesquisa

20 Tecnologia – Residência recebe energias renováveis em Florianópolis

21 Tecnologia – Microgravidade terá centro de referência

26 Gente – Sobrevivendo à monografia

27 Universidade Aberta – Robótica acessível ao Ensino Médio

28 Alunos da PUCRS

32 Lançamentos da Edipucrs

33 Mercado de Trabalho – Futuro dos profissionais de Sistemas deInformação é muito promissor

34 Bastidores – Cuidando dos recursos humanos

35 Em Foco – Fijo: 25 anos promovendo mudanças sociais

36 Cultura – Projeto busca dinamizar ensino da Literatura

37 Cultura – Lei institui Dia da Língua Portuguesa

38 Pelo Rio Grande – Hospital Veterinário se destaca no País

39 Ação Comunitária – Graduação qualifica educadores populares

40 Sinopse

44 Perfil – Harry Bellomo é rodeado de discípulos

46 Opinião – Um olhar retrospectivo sobre os últimos dois anos –Joaquim Clotet, Reitor da PUCRS

Editora ExecutivaMagda Achutti

([email protected])Repórteres

Ana Paula Acauan([email protected])

Bianca Garrido([email protected])

Carine Simas([email protected])

Eduardo Borba([email protected])

ReitorJoaquim Clotet

Vice-ReitorEvilázio Teixeira

Diretor-EditorLuiz Antônio Nikão Duarte

([email protected])

Tecnologia daInformaçãotem 30 mil

vagas em aberto

Tecnologia daInformaçãotem 30 mil

vagas em aberto

22 AMBIENTE

Ponte da João Pessoarevela segredos

Ponte da João Pessoarevela segredos

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Greice Beckenkamp([email protected])

Mariana Vicili([email protected])

EstagiáriosLetícia BernardinoJuliano Rodrigues

Mariana Assis BrasilArquivo Fotográfico

Cléo Belicio([email protected])

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PELO CAMPUS

Por Greice Beckenkamp*

A dolescentes nafaixa etária de 15a 18 anos costu-

mam ter dúvidas em rela-ção ao futuro. Vivem umafase de descobertas e es-colhas. Entre as mais im-portantes, está definir a pro-fissão. Afinidades com de-terminadas áreas, mercadode trabalho e remuneraçãosão algumas das incertezasque permeiam a difícil opção por um curso.Para auxiliar os jovens nessa fase decisiva,a PUCRS promoveu, em setembro, a segun-da edição da Feira das Profissões. O eventoatraiu mais de 12 mil pessoas ao Centro deEventos, no Campus Central. Num espaçode 5,6 mil metros quadrados foram apresen-tadas as 70 opções de cursos oferecidas pelaUniversidade.

A Feira envolveu 2,5 mil professores, alu-nos e funcionários que mostraram aos inte-ressados a realidade de cada profissão deforma divertida e didática, permitindo a inte-ração do público com a área profissional de-sejada. Universitários tiveram a oportunidadede mostrar o que estão aprendendo e interagircom os futuros acadêmicos. Laura Massuco,do 8º semestre de Medicina, demonstrou téc-nicas de primeiros socorros num boneco ex-posto no estande da Faculdade. “Se o vesti-bulando souber um pouco do currículo do cur-so, quando ingressar terá mais facilidadepara acompanhar”, aconselha.

A professora da Faculdade de Psicologia eintegrante da equipe de supervisão da Orien-tação Profissional, Dulce Hatzenberger, res-salta a importância de buscar o maior númerode informações para acertar na decisão. “Às

FEIRA DAS PROFISSÕESatrai mais de 12 mil pessoas

vezes o jovem sabe oque o profissionalfaz, mas não imaginao que precisa apren-der antes de atuar.Conhecendo o curso,fica mais fácil identi-ficar se existe resis-tência ou se ele estádisposto a traçaraquele caminho”, ex-plica.

Os futuros vesti-bulandos puderam

treinar seus conhecimentos no Vestibular Si-mulado da PUCRS, realizado pela primeiravez. Mais de 2 mil pessoas responderam a 45questões inéditas. Além das atrações de cadacurso de graduação, foram oferecidas atra-ções artísticas e de lazer, como experimentosdo Museu de Ciências e Tecnologia, aulas deginástica coordenadas pelo Parque Esportivoe apresentações das bandas Claus e Vanessae Papas da Língua.

A estudante de Ensino Médio Natália Ma-chado da Silva tem 15 anos e a certeza deque será médica veterinária. “Desde pequenagosto de bichos, nunca pensei em trabalharcom outra coisa”. Natália realizou pela pri-meira vez uma prova de vestibular e conver-sou com professores e alunos do curso de Ve-

Bolsa integralaos primeirosCada primeiro colocado nos cursos

oferecidos pela PUCRS no próximo ves-tibular terá direito a uma bolsa integralde estudos. A iniciativa pretende reco-nhecer e valorizar o esforço dos alunosque se preparam para a vida profissio-nal. A PUCRS realiza nos próximos dias9 e 10 de dezembro o processo seletivode Verão 2007.

A Bolsa Mérito PUCRS decorre dedecisão homologada pelo Conselho deCuradores da Universidade, órgão su-perior em assuntos econômico-finan-ceiro-patrimoniais e é válida para todoo período do curso de graduação. O alu-no precisa ser aprovado em todas asdisciplinas, manter a opção original ecumprir as normas estatutárias e regi-mentais da Universidade.

terinária do Campus Uruguaiana. A mãe, Re-jane Machado da Silva, apóia a decisão da fi-lha. “Eu a incentivo a buscar informações so-bre a profissão e o mercado de trabalho”, diz.

O clima familiar predominou no evento.Pais e mães acompanharam os futuros vesti-bulandos. Helenice Ferreira da Silva visitou aFeira com o filho Artur, de 16 anos, que farávestibular para Medicina em 2007. “Eu e meumarido adoramos a estrutura da PUCRS.Cada um de nós fez duas graduações aqui.Seria ótimo se nosso filho estudasse no mes-mo lugar”, comenta Helenice. Artur gostou doestande da Medicina. “Vou me esforçar aomáximo para conseguir a Bolsa Mérito, ofere-cida aos primeiros colocados em cada cursono vestibular. A concorrência é grande, exigiráde mim muita dedicação, mas há anos queroser médico e vou persistir na idéia”, afirma oestudante do Ensino Médio.

Joice Silva da Silva, 19 anos, visitou a Fei-ra para descobrir um pouco mais sobre os doiscursos que a deixam em dúvida: Psicologia ePedagogia. “Terminei o Ensino Médio e come-cei a trabalhar, então não tive tempo de pensarem fazer vestibular. Mas agora quero entrar naFaculdade”, admite. Joice ficou empolgadacom os estandes dos dois cursos e diz que seesforçará para conseguir a Bolsa Mérito.

* Colaboraram Bianca Garrido e Carine Simas

Clima familiar: Helenice e Artur

Nos estandes: dúvidas esclarecidas

Vestibular Simulado:2 mil candidatos

Vestibular Simulado:2 mil candidatos

Joice quer conquistara Bolsa Mérito

Joice quer conquistara Bolsa Mérito

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PELO CAMPUS

4 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

O DESAFIO MARISTA DE AJUDAR OS JOVENS

P reparar os jovens para um mundo in-ternacional e intercultural, fortalecen-do a fé e a educação, é um dos desa-

fios dos maristas e de suas instituições. Aavaliação é do Superior-Geral do Instituto Ma-rista no mundo, Ir. Seán Sammon, que esteveno Rio Grande do Sul de 17 de setembro a 1ºde outubro. “Os sonhos dos jovens de todo omundo são iguais: igualdade, compartilha-mento, oportunidades. Eles querem mudar omundo para melhor e, como fazer isso, é umdesafio para o qual os maristas podem contri-buir”, observou o Superior-Geral.

Os avanços necessários na educação ain-da são muitos. Sammon lembrou que 200

milhões de crianças não têm acesso à edu-cação básica e 800 milhões de adultos sãoanalfabetos. “É importante perguntar-se qualé o futuro que queremos. A fé tem a ver comações, e não com questões subjetivas”,afirmou.

O Irmão dedicou à PUCRS um dia de suaestada em solo gaúcho. Em 27 de setembro,recebeu as boas-vindas do Reitor, JoaquimClotet; do Vice-Reitor, Evilázio Teixeira; de pró-reitores; diretores das Faculdades; coordena-dores de Institutos e de assessorias da Insti-tuição, numa solenidade no prédio 40. Reu-niu-se também com representantes do Hospi-tal São Lucas, visitou unidades e participou

do lançamentodo Projeto So-cial MaristaShow de Bola.Para o Supe-rior-Geral, “aUniversidadedeve ensinaras pessoas asonhar”, pois oensino técnicopromove a eficiência, mas não as mudançasnecessárias. “Temos que formar pessoas quesejam capazes de pensar, mudar a realidadee sonhar.”

Ir. Seán visitou a PUCRS

Prêmio Destaque noANIVERSÁRIO DA UNITV

ODestaque UNITV – 2006foi o ponto alto das come-morações do oitavo ani-

versário do canal universitário dePorto Alegre, em setembro. O prêmiofoi entregue durante jantar, realizadono restaurante Panorama, no Cam-pus Central da PUCRS, evento quereuniu 300 pessoas e contou com apresença de autoridades estaduais edos reitores das instituições queparticipam da emissora: PUCRS,UFRGS, UniRitter e FFFCMPA.

Distinguindo expressivos proje-tos sociais, culturais e científicos, bem comoa atuação marcante de pessoas e organiza-ções, o Prêmio Destaque UNITV teve o apoiocultural do Banrisul.

Na oportunidade, o Tribunal de Justiça doRS, representado pelo seu presidente, desem-bargador Marco Antônio Barbosa Leal, e o Tri-bunal Regional Eleitoral, por intermédio do juizThiago Sarmento Leite, prestaram homena-gem à UNITV, agradecendo seu trabalho nadivulgação de informações e orientações deinteresse público.

O presidente do Conselho Gestor, profes-sor Carlos Alberto Carvalho, disse que “aUNITV, cumprindo o seu compromisso socialde difundir a cultura, a ciência e a educação,desenvolve importantes projetos de produçãoe veicula programas de alta qualidade editori-al e técnica, com a participação de professo-

res, alunos e funcionários”. Lembrando al-guns desafios da emissora, citou a prepara-ção para o uso de novas tecnologias, especi-almente a TV digital. Enfatizou também que,entre as ações previstas para o próximo ano,estão as de estimular o telespectador a de-

PREMIADOS DE 2006Projeto ATENDIMENTO DERMATOLÓGICO(FFFCMPA)Projeto SAJUIR – Canoas (UNIRITTER)Núcleo de Esportes de Base – ESEF(UFRGS)Projeto Social VILA FÁTIMA (PUCRS)CÉSAR PEREIRA LIMA (FFFCMPA)JOAQUIM DA FONSECA (UNIRITTER)Projeto UNIMÚSICA (UFRGS)Projeto ACERVOS LITERÁRIOS ELINGÜÍSTICOS (PUCRS)CLÁUDIA RAMOS RHODEN (FFFCMPA)LUIZ VIDAL DE NEGREIROS GOMES(UNIRITTER)LABORATÓRIO TECNOLOGIA.COM.CIÊNCIA(UFRGS)LABORATÓRIO DE GEOPROCESSAMENTO(PUCRS)Programa VIDA URGENTE(Fundação Thiago de Moraes Gonzaga)GRÊMIO NÁUTICO UNIÃO (100 anos)LER É TUDO (EJCJ )FATO LITERÁRIO (RBS)HOSPITAL SÃO LUCAS (PUCRS)ELLEN GRACIE NORTHFLEET(Presidente do STF)

sempenhar um papel mais ativo na produçãoe difusão de conteúdos, sugerindo, por exem-plo, temas, pautas e convidados para progra-mas. “Buscamos uma audiência de TV cadavez mais qualificada e exigente”, acentuouCarvalho.

Régis Lahm (Lab. de Geoprocessamento)e Roberto Pereira (Proc.-Geral de Justiça)

Reitor Clotet, Carvalho e Barbosa Leal

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PANORAMA

Uma semana pararefletir sobre

ALIMENTAÇÃOM ais de 13 milhões

de crianças me-nores de cinco

anos morrem por ano no mun-do por desnutrição, salientou odiretor do Centro de Pastoral eSolidariedade da PUCRS, Edi-son Hüttner, na abertura daSemana da Alimentação/RS2006. O evento ocorreu emoutubro na Universidade. Hüt-tner lembrou que a Semana éum momento para as pessoasrefletirem sobre os problemasda falta de segurança alimen-tar e proporem soluções.

As atividades tiveramcomo tema Investir na agricul-tura para garantir a seguran-ça alimentar, uma proposta daOrganização das Nações Uni-das para a Agricultura e a Ali-mentação (FAO) destacando aimportância da produção dealimentos no Dia Mundial daAlimentação 2006. A data écelebrada em 16 de outubro,marcando a criação, em 1945,da FAO. No Brasil, as celebrações são esten-didas por uma semana e o Rio Grande do Suladere ao movimento promovendo a Semanada Alimentação/RS.

O presidente do Conselho Nacional de Se-gurança Alimentar e Nutricional no Estado(Consea/RS), Miguel Montaña, lembrou queos gaúchos também têm problemas de segu-rança alimentar. Segundo dados do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),24,8% da população do Rio Grande do Sul, ouquase 2,5 milhões de pessoas, sofrem com aescassez ou com o mau uso dos alimentos.

Na PUCRS foram realizadas feiras, pales-tras, oficinas e outras atividades abertas aopúblico – como minicursos com noções sobrealimentos, compra de produtos frigorificados,confecção de sabonetes, preservação e limpe-za de caixa d’água domiciliar, além de infor-mática – com participação gratuita ou median-te a doação de 1kg de alimento não-perecível.

No Parque Farroupilha, profissionais e es-tudantes de Nutrição, Enfermagem e Fisiote-rapia participaram da Feira da Saúde, Nutri-ção e Aleitamento Materno. Nesse espaço, acomunidade teve acesso a ações na buscade uma melhor qualidade de vida. Foram rea-lizadas medição de pressão arterial, avalia-ções nutricional e postural, visando a detec-tar condições de risco de saúde como a obe-sidade e a hipertensão arterial. A importân-cia do aleitamento materno também foi des-tacada na Feira, a partir da distribuição defolhetos e de orientações individuais aos vi-si tantes.

A Semana da Alimentação/RS 2006 foiuma promoção da PUCRS, Conselho de Segu-rança Alimentar e Nutricional Sustentável doEstado (Consea/RS), Ação da Cidadania –Comitê Gaúcho e governo do Estado do RioGrande do Sul, com o apoio de entidades go-vernamentais e não-governamentais.

PUCRS é sededo pólo gaúcho

da SBGC

ASociedade Brasileira de Ges-tão do Conhecimento (SBGC)inaugura, neste ano, seu pólo

no Rio Grande do Sul. A sede será noprédio 50 da PUCRS, junto à Faculda-de de Administração, Contabilidade eEconomia (Face). Mirian Oliveira,professora da Face, assumirá a presi-dência do escritório regional da enti-dade e permanecerá no cargo até aeleição para o novo biênio, que iniciaem abril de 2007.

O objetivo da SBGC é motivar e in-tegrar profissionais que atuam na áreade gestão e “levar o conhecimento atodos os níveis da sociedade, come-çando por melhorar a competitividadedas organizações”, manifesta o presi-dente Heitor Pereira. O Pólo Gaúcho é o10º a ser criado entre as unidades dafederação, e servirá para aproximarpesquisadores e empresários, visandoà aplicação do conhecimento acadêmi-co do mundo corporativo e a identifica-ção de novas oportunidades de pesqui-sa sobre o tema.

Para Mirian Oliveira, que orientaalunos de mestrado nesse assuntodesde 2003, “os maiores beneficiárioscom a SBGC no RS serão os estudantesdos cursos de Administração, Economiae Sistemas da Informação (informática)e as organizações.” Embora sediado naPUCRS, a entidade tem a diretoria com-posta por profissionais de diferentesáreas, representando instituições deensino superior, associações de classe,empresas e poder público.

SAIBA MAISA Sociedade Brasileira de Gestão

do Conhecimento foi criada em maio de2002, em São Paulo. Congrega 30 asso-ciados jurídicos, um Conselho Científicocom 23 professores-doutores, dez pólosregionais – abrangendo as cinco regiõesdo País – e 6.400 usuários cadastradosem seus veículos de comunicação. Suamissão é “contribuir para o comparti-lhamento de conceitos, métodos e téc-nicas que promovam a socialização doconhecimento, visando o aumento daefetividade das organizações, a compe-titividade do País e a qualidade de vidadas pessoas”.

Os contatos com o Pólo Rio Grandedo Sul da SBGC podem ser feitos pelotelefone (51) 3320-3524 e pelo endere-ço eletrônico [email protected].

Universidade promoveu cursos gratuitos

Feira da Saúde: estudantes participaram

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CAPA

Tecnologia da Informação tPor Eduardo Borba

C om o índice de 100% de colocação dosestudantes formados, a Tecnologia daInformação (TI) é hoje um dos mais

promissores campos de atuação no Brasil.“Nesta área quem está desempregado é poropção”, afirma o diretor da Faculdade de Infor-mática (Facin), Avelino Zorzo. Levantamento daAssociação das Empresas Brasileiras de Tec-nologia da Informação, Software e Internet –Regional RS (Assespro-RS) mostra que faltam30 mil profissionais especializados no País.Mas, se sobram vagas, onde estariam os can-didatos?

O presidente nacional da Assespro, Ricar-do Kurtz, credita o pouco interesse dos jovensdo Ensino Médio em serem informatas ao es-tereótipo do “micreiro que vive em frente aocomputador”. Kurtz defende que, para essacarreira, o profissional deve “saber trabalharem grupo, conhecer assuntos do dia-a-dia dasempresas, operações comerciais e rotinas ad-ministrativas”. Tudo somado à fluência na lín-gua inglesa, predominante entre as empresasque lideram o setor.

Para o diretor da Facin, o mito dos “mi-creiros” ou “nerds”, reflete em parte a desin-formação do público em geral sobre TI. “Osprofissionais de informática precisam dasmesmas características de outras especiali-dades, como criatividade, atitude, espírito deequipe e respeito”, avalia Zorzo. Mas o princi-pal diferencial está “antes de tudo, no racio-cínio lógico e cognitivo”, sentencia o presi-dente da Assespro.

Profissional deve saber liderar, ser dinâmico e ter fluência em inglês

Esse perfilcompleto, po-rém, não é umarealidade nasempresas. Agrande deman-da por pessoalnão tem permiti-do aos empre-gadores encon-trar gente aptaaos cargos. “Al-guns concedembolsas integraisno Ensino Supe-rior para qualifi-car e fidelizarseus contrata-dos”, revela odiretor da Facin, Faculdade queterá seu prédio exclusivo com oitoandares – em construção – e 180vagas no vestibular de 2007.

A corrida por especialistas emTI no Brasil teve ênfase a partir de2003. No RS, a chegada das multi-nacionais Dell, HP e Microsoft aoParque Científico e Tecnológico daPUCRS (Tecnopuc), atraiu outrosfortes nomes que buscavam am-pliar as linhas de pesquisa aproxi-mando-se de universidades parase abastecer de conhecimento emão-de-obra qualificada.

Uma pesquisa da consultoria A.T.Kearney,encomendada pelo governo federal e pela As-

A história da TI no BrasilA informática surgiu no cenário brasilei-

ro nos anos 1920, quando cartões perfura-dos ajudaram a apurar dados do censo de-mográfico. Quatro décadas depois, o Paísteve seus primeiros computadores eletrôni-cos comerciais instalados em São Paulo e,em 1968, na PUC-RIO, onde uma parceriacom a empresa IBM deu início ao intercâm-bio para formação de mestres e doutoresem Computação.

O impulso do mercado de TI ocorreu nofinal dos anos 70, com a reserva de merca-do garantindo às empresas nacionais fabri-car e comercializar computadores de peque-no porte no País. Isso levou ao desenvolvi-mento dos primeiros grandes empreendi-mentos da área, entre eles a gaúcha Edisa.

O mercado internacional era dominado pelaIBM. Conforme o Pró-Reitor de PesquisaPós-Graduação, Jorge Audy, essas duasempresas foram grandes parceiras na áreade ensino e pesquisa da PUCRS desde a dé-cada de 70 até o início dos anos 90.

O desenvolvimento e a popularizaçãodos microcomputadores nos anos 80 culmi-nou com o fim da reserva de mercado nadécada seguinte. Desde então, informaAudy, “a área de TI no País tem apresentadoaltos índices de crescimento, junto a paísescomo Índia, Rússia e China. O RS sempreteve destaque envolvendo as universidades,com importante atuação nos anos 80 e 90da UFRGS e, mais recentemente, da PUCRS,com projetos como o Tecnopuc”.

sociação Brasileira das Empresas de Softwa-re e Serviços para Exportação (Brasscom),mostra que o setor de TI movimentará US$1,2 trilhão no mundo em 2006. O outsoucing– equivalente à terceirização, detém a meta-de desse valor e, o Brasil, um dos dez desti-nos mais atraentes para TI, absorve apenasUS$ 7,7 bilhões do montante, além de girarmais US$ 12 bilhões no mercado interno.

“Precisaremos formar 100 mil pessoasaté 2010 proficientes em inglês e com altonível técnico para absorver mais US$ 5 bi-lhões em TI”, afirmou Antônio Carlos Gil, pre-sidente da Brasscom, num seminário sobreexportação de software, em Porto Alegre. En-tre os pontos que despertam o olhar estran-geiro para o País, ele aponta a informatiza-ção do sistema bancário e o governo eletrô-nico, destacando o imposto de renda via in-ternet e as eleições.

Faculdade terá prédio exclusivo e 180 vagas

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tem 30 mil vagas em abertoA chance de escolher onde trabalhar

Escolher onde trabalhar, li-derar equipes e ter seu talentoreconhecido não são privilégiosapenas de profissionais experi-entes. Nos anos 2000, gente jo-vem tem desfrutado dessasprerrogativas, graças à TI.

A formação em PedagogiaMultimeios e Informática Edu-cativa foi a escolha de DaianeGrassi. “O curso me chamouatenção pela característica di-nâmica e atual ao aliar as tec-nologias às relações humanas”,lembra. Sua entrada no merca-do foi facilitada pelo perfil em-preendedor, fazendo estágios, monitorias,pesquisas e programas de inclusão social.

Agora, aos 23 anos, Daiane assumiu acoordenação pedagógica do ensino a dis-tância para cursos de formação inicial econtinuada no Serviço Nacional de Apren-dizagem Comercial do RS (Senac-RS).“Todo o embasamento teórico da Faculda-de foi indispensável para que meu traba-lho atual tenha fundamento científico”,avalia.

uma bolsa de iniciaçãocientífica. “O trabalho de-senvolvido rendeu conta-tos, prêmios e um mestra-do na Unicamp”, lembra.Na conclusão do mestra-do, participou de um pro-cesso de seleção da Mi-crosoft, conquistando umavaga no exterior.

Em solo norte-ameri-cano registrou quatro pa-tentes, gerenciou um pro-jeto com 35 pessoas e umorçamento de US$ 10 mi-lhões anuais e, atualmen-

te, é co-responsável na arquitetura de umnovo produto da empresa criada por Bill Ga-tes. A experiência lhe permite avaliar o mer-cado. “Existe uma carência grande de pro-fissionais qualificados nos EUA, Austrália eÁsia, e as empresas estão atrás dos 5%mais competentes do mundo”, informa.Santa Maria reforça que “ter domínio da lín-gua inglesa é essencial, mas não suficiente”para trabalhar nessa multinacional que em-prega 300 brasileiros somente em Redmond.

Talento reconhecido: Daiane, em Porto Alegre, e Santa Maria, nos EUA

Ivan Santa Maria Filho, 32 anos, começoua vida acadêmica na informática, em 1994. Acuriosidade por arquitetura, desenho industrial,lingüística e filosofia casaram bem com a flexi-bilidade da TI, o que lhe valeu a chance, desdeo ano 2000, de trabalhar na sede da Microsoft,em Redmond, estado de Washington, nos EUA.

Egresso de Ciência da Computação pelaPUCRS, sua ascensão foi gradativa. Enquantoaluno, prestou consultorias, treinamentos e im-plantou redes para pagar os estudos, até obter

Fotos: Arquivo Pessoal

Estudar e estagiar é realidade desde o inícioÉ indispensável avaliar bem o investi-

mento na formação numa instituição parti-cular. Mas quando o assunto é TI, em que80% dos alunos da Facin têm rápida colo-cação no mercado, a preocupação dá lugaràs perspectivas de retorno.

Rafael Glanzner e Rodrigo Tolledo in-gressaram aos 17 anos no curso de Ciênciada Computação e, desde o primeiro semes-tre, contam com bolsa-auxílio nos estágiosque conciliam com a graduação. O valor querecebem é capaz de custear mensalidades egastos pessoais.

Glanzner começou ministrando aulas deinformática para uma ONG por intermédiodo Centro de Inovação Microsoft, no Tecno-puc. “Com esse estágio consegui minha in-dependência financeira e meu espaço nomercado de trabalho”, ressalta. Hoje, com19 anos, traça planos para manter a empre-gabilidade. “Pretendo acabar a graduação etrabalhar no exterior, para ganhar experiên-

cia profissional e pessoal. Depois, queroretornar para o mestrado. Faço questãode estudar perto do Tecnopuc”.

Há dois anos em um projeto da HP,outra empresa do mesmo Parque Cien-tífico e Tecnológico, Rodrigo Tolledotambém tem suas fórmulas para obtersucesso. “É importante estar informadosobre o que acontece lá fora e ir alémdo que a Faculdade propõe”, recomen-da. Freqüentar palestras e eventos decapacitação são outros itens de sua lis-ta de prioridades.

O discurso amadurecido dos jovens estáem sintonia com as lideranças de TI em nívelnacional e internacional. Mas não tem sido as-similado por outros de sua faixa etária, que en-frentam dúvidas na hora de optar por uma car-reira com claras possibilidades de emprego eremuneração qualificada.

Na opinião de Glanzner, muitos pensamque para ingressar num curso de informática

deve-se saber programar e entender mui-to de computação. “É lenda. A Faculdadeensina tudo e o estágio solidifica este co-nhecimento”, avisa. Sobre o estereótipodos “nerds”, esclarece que “existemáreas dentro da TI que exploram muitomais as funções interpessoais, como ge-rentes de projetos e analistas de siste-mas”.

Glanzner e Tolledo: estágios cobrem custos

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CAPA

Nem só de bons em-pregos se faz a TI. Bonsexemplos de empreen-dedorismo estão abriga-dos na incubadora deempresas da PUCRS, aRaiar. As educadorasCreice Barth e DirceleneEvaldt, que se conhece-ram durante a gradua-ção em Pedagogia Multi-meios e InformáticaEducativa, optaram porser empresárias nesseramo, abrindo o próprionegócio.

Da idéia de editar vídeos educacionais paraum processo pedagógico diferenciado, nasceua Ícone Soluções Digitais (www.icone.pro.br).“Nunca quis dar aulas, mas sempre adoreitrabalhar com recursos visuais educativos”,confessa Creice, que também é publicitária,mas atuava como informata. Com uma estru-tura montada no ambiente residencial, as só-cias desenvolveram os primeiros produtos eserviços, unindo informática e comunicaçãosocial para transmitir conhecimento. Criaramo conceito de personal teacher, dando suportea professores em projetos educacionais, e pro-curam sempre inserir temas voltados aos por-tadores de necessida-des especiais. “A filo-sofia primordial da em-presa é a inclusão so-cial”, defende Dirce-lene.

A iniciativa dasprofessoras empreen-dedoras rendeu bonsclientes, como o Minis-tério da Educação e oCentro Federal de Edu-cação Tecnológica deBento Gonçalves (RS).Instaladas na Raiar doCampus Viamão, elasmiram o futuro Com-plexo Cinematográficodo RS, a ser abrigadono local. “A localizaçãoé estratégica paranós”, enfatiza Creice.

Empreendedorismo em TIvai da educação às festas

Creice e Dircelene: educadoras empresárias

Atentos ao efervescente e rentável mercadodo entretenimento, os amigos Gustavo Maciel eCarlos Basso perceberam a dificuldade de en-contrar opções de diversão rapidamente emPorto Alegre, o que fazia as pessoas circularempor vários locais antes de escolher aonde ir.Eles se perguntavam: “Por que sair de casapara saber como estão as festas com toda atecnologia disponível atualmente”?

Numa viagem de estudos à Suécia, ondeviram a disseminação dos telefones celularescom câmera fotográfica, acharam a resposta.Na volta ao Brasil, em 2005, criaram a empre-sa eKompis com o novo sócio Victor Gomes,

Maciel registra o que há de melhor na noite

8 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

Onde estudar TI na PUCRSFACULDADE CURSO Nº SEMESTRES TURNOS VAGASFaculdade de Informática Ciência da Computação 8 Tarde/Noite 60

Sistemas de Informação 8 Noite 60Faculdade de Engenharia Engenharia da Computação 10 Manhã/Noite 60Faculdade de Administração, Administração – Gestão de 8 Noite 60Contabilidade e Economia Tecnologias de InformaçãoCAMPUS URUGUAIANAFaculdade de Administração, Sistemas de Informação 8 Noite 60Contabilidade e InformáticaPÓS-GRADUAÇÃOFaculdade de Administração, Especialização em Governança e 3 Manhã/Noite 20Contabilidade e Economia Estratégia em Tecnologia da InformaçãoFaculdade de Educação Utilização dos Multimeios na Pedagogia

– Em estudoFaculdade de Informática Mestrado em Ciência da Computação 4 Manhã 42

Doutorado em Ciência da Computação 8 Manhã 19

estruturaram-na junto à Raiar e, em setem-bro de 2006, lançaram o portal Vainessa.com. O website é abastecido diariamentecom fotos em tempo real de bares e festas,registradas e enviadas através de aparelhoscelulares e publicadas minutos depois.

A boa aceitação do trabalho pelo públicoe empresários rende planos como abrir filiaisem São Francisco (EUA) e em São Paulo.“Trabalhamos dez horas por dia para atingir osonho de revolucionar a cultura de comuni-cação e da informação das pessoas, melho-rando suas vidas”, conta com entusiasmoGustavo Maciel.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 9

“É preciso conhecero mercado de jogos”

Trabalhar em algo que é a diversão de outros e ouvir comentáriosdo tipo “poxa, que legal, tu és pago para jogar”, fazem parte do cotidi-ano de Omar Buede, 23 anos, estudante do quarto semestre de Ciênciada Computação. Embora a brincadeira seja inevitável, ele traz o profis-sionalismo em primeiro lugar. “Para mim, diversão é coisa séria”. Masassume o prazer pelo que faz: “Sou fã de jogos eletrônicos”.

Buede, que teve seu primeiro video-game Atari aos sete anos, hojelidera a área de pesquisa e desenvolvimento para testes em jogos ele-trônicos da empresa Zero-Defect. Em 2005, apresentou artigos acadê-micos sobre uso e conteúdo dos games e, este ano, integra uma açãomultidisciplinar, envolvendo alunos das Faculdades de Informática (Fa-cin), de Psicologia (Fapsi) e de Comunicação Social (Famecos), anali-sando os principais aspectos de um jogo: o software – linguagem decomputador, o visual – ou design, e o jogador.

“Queremos provar cientificamente, pelos conhecimentos da infor-mática, do design e da psicologia, que um jogo deve ser avaliado paragarantir a diversão. Buscamos saber o que ele pode ensinar e que con-seqüência pode trazer à vida do jogador”, explica.

Para a aluna da Fapsi, Karen Daldon, integrante do trabalho, “for-mular um sistema de avaliação de jogos eletrônicos torna-se necessá-rio nesse mercado em expansão, e é coerente que se possa entender ojogador como um indivíduo composto de múltiplas dimensões”.

As estimativas da Associação Brasileira das Desenvolvedoras deJogos Eletrônicos (Abragames) mostram que esse mercado movimen-tou R$ 215 milhões no País em 2005. Os principais eixos, no entanto,estão entre os EUA e o continente asiático. Os resultados norte-ameri-canos chegaram a US$ 7 bilhões no ano passado, conforme a Enter-tainment Software Association.

De olho nessa realidade, a Zero-Defect, nascida no Tecnopuc,entrou na arena dos games em 2004 ao conhecer a Hoplon, desen-volvedora de games on-line, e passou a testar o Taikodom, primeirojogo nacional disponibilizado na internet com acesso simultâneo pormilhares de usuários. O trabalho bem-sucedido, somado a outrosclientes, rendeu a condição de certificadora de qualidade indicadapela Abragames para todo o Brasil, colocando à prova as funcionali-dades, os instrumentos e a qualidade da interação do jogador com oproduto final.

Omar Buede: diversão levada a sério

Jogos eletrônicosdivertem e empregam

André Penha, da Abragames

Ava l ia rcustos deprodução ,conhecer arealidade domercado ese manteratual izadosão requisi-tos básicospara quemdeseja tra-balhar nocampo dosjogos eletrô-nicos e des-frutar dos bons salários dessa área. O lado da diversão que é le-vado a sério faz parte do cotidiano do vice-presidente de Comu-nicação da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de JogosEletrônicos (Abragames), André Penha, que nesta entrevista dádicas sobre como tornar-se um bom profissional nessa área.

QUAL O NÚMERO APROXIMADO DE PESSOAS ENVOLVIDAS EMTRABALHOS COM GAMES NO BRASIL?Segundo pesquisa da Abragames, quase mil profissionais atuamhoje no setor de jogos, sendo a maioria programadores. As produ-toras do País, em média, empregam 15 pessoas por empresa. Sãodesenvolvedores, artistas com familiaridade com desenhos 2D e3D; game designers (espécie de “roteiristas” dos jogos), profis-sionais de som e gerentes de projeto.

QUAIS OS PRÉ-REQUISITOS PARA ATUAR E SER COMPETITIVONESSA ÁREA?O profissional pode buscar especialização através de cursos,mas principalmente atuar no setor. O principal é conhecer omercado de jogos e ter uma ótima noção de custos e de proces-sos. “A idéia mais legal” normalmente é um equívoco – é precisoter juízo, porque o dinheiro é sempre finito. Aquele que quer setornar um profissional de jogos eletrônicos deve ler sites espe-cializados, conhecer os principais títulos, saber como começa-ram as empresas que hoje são grandes e como trabalham aspequenas e médias.

QUAIS OS PRINCIPAIS ENTRAVES EM TRABALHAR COM JOGOSELETRÔNICOS?Difícil mesmo é concentrar-se na sua área de negócio pensandoexatamente na demanda. Como esse mercado é muito novo, boaparte dos profissionais que iniciam sua carreira quer fazer de seuprimeiro jogo o melhor do mundo. É preciso saber focar e dar umpasso de cada vez.

QUAL A REMUNERAÇÃO MÉDIA PARA QUEM ATUA NESSA ÁREA?Os salários iniciais variam de R$ 1 mil a R$ 5 mil, dependendoda área de atuação e nível de profissionalização. No entanto, umprofissional de jogos eletrônicos experiente pode ganhar de R$10 mil a R$ 15 mil. Tudo depende da venda dos jogos.

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NOVIDADES ACADÊMICAS

Cursos da Zona Norteno Campus Central

APUCRS vai concentrar, a partir de 2007,na sua sede da Avenida Ipiranga,as atividades atualmente desenvol-

vidas na Zona Norte de Porto Alegre. A decisãodecorre da necessidade permanente de inves-timentos para atualização da infra-estruturaexistente, combinada com o interesse cres-cente dos vestibulandos pelo Campus Central.

Os alunos dos cursos de Administração ede Direito da Zona Norte serão acolhidos naFaculdade de Administração, Contabilidade eEconomia e na Faculdade de Direito, no Cam-pus Central, usufruindo de instalações moder-nas, como o Laboratório de Mercado de Capi-

tais, além da Biblioteca Central com 800 militens. A PUCRS está conduzindo o processo,atenta a todos os aspectos envolvidos nessadecisão.

Os cursos de Administração e Direito vi-nham sendo oferecidos pela PUCRS na ZonaNorte da Capital desde 1999, utilizando-sedas instalações do Instituto Educacional SãoFrancisco, onde também funcionava uma re-presentação do Serviço de Assistência JurídicaGratuita (Sajug) da Universidade, que conti-nuará disponível na região, junto ao Centro So-cial Marista, na Estrada Antônio Severino,1493, bairro Mario Quintana.

LETRAS E EDUCAÇÃOmodificam currículos

Os cursos de graduação das Facul-dades de Letras e Educação terãonovos currículos em 2007, ade-

quando-se, assim, às Diretrizes Curricularese às atuais demandas do mundo do trabalho.

Na Faculdade de Letras, as aulas passa-rão a ser realizadas no turno da noite. Os cur-sos oferecidos serão licenciatura simples emPortuguês e dupla em Português/Inglês e Por-tuguês/Espanhol.

O currículo da licenciatura simples emPortuguês é inovador por incluir dois módu-los – Escrita Criativa e Assessoria Lingüísti-ca –, que passarão a integrar a formaçãoprofissional dos licenciados em Letras pelaPUCRS. Cada módulo também será oferecidocomo curso seqüencial de complementaçãode estudos em nível superior para diploma-dos interessados. Ao fim do módulo de Es-

crita Criativa está prevista a realização deuma Oficina Literária.

Os alunos que optarem pelas licenciatu-ras duplas em Português/Inglês ou Português/Espanhol poderão fazer um teste de nivela-mento no início do curso, para ingressaremnas disciplinas de língua estrangeira de acor-

A Faculdade de Educação Física eCiências do Desporto iniciou emsetembro o curso de extensão

em futebol feminino, para maiores de 18anos, com mais de 30 alunas inscritas.

As aulas do Jogando na PUCRS ocor-rem aos sábados à tarde no campo degrama sintética do Parque Esportivo. Sãotrabalhados aspectos técnicos e táticosdo futebol. Com o sucesso dessa primeiraedição, planeja-se uma segunda para o início de 2007. Informações na Pró-Reitoria deExtensão (sala 201 do prédio 40), ou pelo telefone (51) 3320-3680.

Curso ensina futebol feminino

Nova disciplinaaborda propriedade

intelectual

N o segundo semestre de 2006teve início na Faculdade deDireito a disciplina eletiva

Propriedade Intelectual e Sociedade daInformação. A disciplina foi escolhidapor alunos por meio de uma votação.

Voltada para estudantes a partir do8º semestre, tem como objetivo propi-ciar aos alunos a visão teórica e práticadesse ramo do Direito que estuda aproteção das criações intelectuais den-tro do contexto digital e tecnológico.

Dentre os temas que o curso abor-da estão domínio público, transferênciade tecnologia, programas de computa-dor, direito de propriedade industrial,formas de proteção de tecnologias não-patenteáveis e marcas, entre outros.

A professora responsável e criadorada disciplina, Helenara Avancini, évice-presidente da Comissão Especialde Propriedade Intelectual da OAB/RS,da qual um dos objetivos é disseminarnos cursos de Direito a discussão eaprendizagem do direito de propriedadeintelectual. Segundo ela, essa área en-volve questões do dia-a-dia das pes-soas, já que quase tudo o que se utilizaatualmente está patenteado.

Pedagogia: Educação Infantil e Anos Iniciais

Carlos Gustavo Curado/stock.XCHNG

Aulas são aos sábados à tarde

do com o seu nível de proficiência. Para essesalunos e para os já graduados em Letras e emoutros cursos, será oferecida a possibilidadede complementar seus estudos, também emnível superior, com cursos seqüenciais de lín-guas estrangeiras com ênfase em Tradução.

Na Faculdade de Educação, a novidade éa realização de um único curso de Pedagogia,que formará professores para atuar na Edu-cação Infantil e nos Anos Iniciais.

O curso manterá a duração de oito se-mestres, com carga horária ampliada para3.240 horas-aula e realização de práticas aolongo do curso. O estágio passará do oitavopara o sétimo semestre. O pedagogo formadoa partir desse novo currículo também terá co-nhecimentos de gestão educacional e estaráapto para atuar em espaços escolares e não-escolares.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 11

REITORIA

GESTÃOESTRATÉGICA

valoriza a PUCRSPor Magda Achutti

Amudança de cenários sociais e eco-nômicos no País é uma constante.Assim como governos e empresas,

o setor educacional também se ajusta paraoferecer propostas que se adaptem às neces-sidades dos alunos. Desde 2001, a PUCRSconta com um Plano Estratégico que norteiasua gestão até 2010. Objetivos, estratégias eações oferecem uma direção segura. A Asses-soria de Planejamento e Marketing (Asplam)da Universidade finaliza agora o novo Plano2006-2015, que será lançado em dezembro ese integrará às linhas mestras de gestão:qualidade, empreendedorismo, integraçãoensino-pesquisa-extensão e relacionamentocom a sociedade.

Assim como o primeiro documento, estegera expectativas sobre como será o futuro daUniversidade. A partir do Planejamento ante-rior, foi feita uma revisão fortemente baseadanum processo de inteligência competitiva. “Oobjetivo maior é tornar a PUCRS a número umna região Sul, concentrando aqui os melhoresprofessores, pesquisadores, laboratórios einstalações do Sul do Brasil”, revela o profes-sor Alziro Rodrigues, coordenador da Asplam.

Grande parte das opções de orientaçãoestratégica adotadas há cinco anos hoje estátraduzida em ações palpáveis e resultadosespecíficos. O grau de interação entre a co-munidade e a PUCRS cresce a cada dia, defi-

nindo a Instituição como um local deprodução, geração e difusão de co-nhecimento em benefício da socieda-de. O projeto Bolsa Mérito – no qual oprimeiro colocado em cada curso noconcurso vestibular 2007/1 terá direi-to à bolsa integral de estudos – é umexemplo que valoriza o acesso dosalunos à Universidade.

Outro projeto é a Bolsa Diploma-dos, importante iniciativa da PUCRS destina-da não só a reforçar o seu relacionamentocom a sociedade, mas especialmente comseus ex-alunos. Iniciativas como essas sãofruto de decisões integradas de marketing daUniversidade, assegurando-lhe ainda maisdestaque no cenário das instituições de ensi-no superior nacionais.

Deve-se ressaltar também a Graduaçãoque, além de ter um qualificado corpo docente– 80% são mestres e doutores –, está numpermanente processo de avaliação de disci-plinas pelos professores e alunos. Em novem-bro, a Reitoria prepara o lançamento do novoProjeto Pedagógico Institucional. Entre os des-taques desse projeto educativo estão a inter-disciplinaridade, a linguagem, a interação e oconhecimento, a inclusão social, a iniciação àpesquisa, a flexibilidade curricular e a capaci-dade de fazer frente aos múltiplos desafios dofuturo, revelando três grandes constituintesda ação pedagógica: ensino, aprendizagem eavaliação.

Novo Plano 2006-2015 será lançado em dezembro

Universidade é eleita a melhor das particulares do SulA PUCRS foi eleita a melhor instituição

privada de ensino superior da região Sul. OPrêmio Melhores Universidades Guia doEstudante e Banco Real foi entregue emoutubro, em São Paulo. A escolha dos fina-listas e vencedores das 23 categorias ba-seou-se num universo de 2.280 cursos de335 universidades que receberam de três(bom) a cinco (excelente) estrelas, deacordo com critérios dos mais de 1.400avaliadores entrevistados pela Editora

Abril. A lista completa pode ser encontrada noencarte que acompanha o especial Guia doEstudante – Melhores Universidades.

A PUCRS também foi a vencedora do prê-mio especial de Inovação e Sustentabilidadepelo desenvolvimento de uma planta piloto demódulos fotovoltaicos com tecnologia nacio-nal. Essa categoria, na qual concorreram 173projetos universitários, abrangeu ações de-senvolvidas entre 2001 e 2006 que produzi-ram ou ainda produzem benefícios para a co-

munidade ou omeio ambientee que têm suav i a b i l i d a d ee c o n ô m i c acomprovada,assim como aparticipaçãodos corpos do-cente e dis-cente.

Trofeú foi entregueem São Paulo

Na Pós-Graduação, a meta é trabalhar oconceito e a imagem dos cursos de especiali-zação, mestrado e doutorado, além de mantere ampliar a qualidade. Um manual de proce-dimentos criado pela Pró-Reitoria de Pesquisae Pós-Graduação começou a dar unidade naatuação de toda a área de pesquisa e pós-graduação. Destaque para a criação dos es-critórios de Ética na Pesquisa e Transferênciade Tecnologia. Incentivo e captação de novosprojetos também crescem. O Parque Científicoe Tecnológico, reconhecido dentro e fora doBrasil, nos meios acadêmico e corporativo, éuma referência desde o prêmio de ParqueTecnológico do Ano, concedido pela Anprotec/Finep/CNPq em 2004.

Como meta principal da Extensão está aaproximação com o mundo empresarial emaior integração com unidades acadêmicas.Atua como um grande braço de relacionamen-to com a sociedade, reforçando vínculos comempresas e organizações. Seu papel é levar omundo PUCRS para fora dos campi.

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PESQUISA

12 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

Estudo realizado pelo Grupo de Pes-quisa Dinâmica das Relações Fami-liares, do Programa de Pós-Gradua-

ção em Psicologia, concluiu que mulheresdivorciadas com filhos sob sua guarda es-tão abaixo dos níveis de satisfação espera-do nas áreas profissional, psicológica, afeti-vo-sexual, parental e de apoio social. Ape-nas no seu relacionamento com os filhosapresentam contentamento – 98,1% do to-tal. A maioria não se sente mais exigida nocuidado com eles (58,4%) nem sobrecarre-gada (70,6%). “Os aspectos de satisfaçãoque envolvem terceiros se mostram com-prometidos. A mulher precisa buscar gratifi-cações maiores em outros âmbitos da vidae fora de casa”, avalia Luciana Grzybowski,que realizou mestrado sobre o tema e é dou-toranda da PUCRS.

O trabalho traz pouca gratificação a es-sas mulheres e não fornece a tranqüilidadenecessária para o sustento familiar. Mas, di-ferentemente do que apontam outras pesqui-sas, a situação financeira pós-divórcio nãofoi a mais prejudicada, mas a área afetivo-sexual. Os dados evidenciam uma escassezde relacionamentos com o sexo oposto. Elasnão se permitem arriscar em relações incer-tas. “Ao contrário do senso comum, essasmulheres se mostraram conservadoras, de-monstrando que valorizam o casamento”,destaca Luciana. Segundo a pesquisadora, arevolução feminina é apontada como um dos

FILHO como fontede satisfação

fatores influentes na crise familiar, mas osresultados desse estudo mostram que essaconclusão reducionista pode ser culpabilizan-te, preconceituosa e até pejorativa. “Essasmulheres não têm muito de revolucionárias.Seus valores estão alicerçados na estruturade uma família tradicional. Preferiam casarde novo e ficar no lar.”

Ao mesmo tempo, as investigadas dizemque a qualidade de vida melhorou depois dofim do casamento. A satisfação psicológicaapontada no estudo se associou à condiçãofinanceira do filho. Quando ele contribui como orçamento doméstico, a mãe se sente maisaliviada. O apoio dos amigos é bastante co-mum, mas algumas apontaram isolamentosocial.

Foram investigadas 51 porto-alegrensesde classe média que moram com os filhos,com idade média de 43 anos e há sete di-vorciadas. O estudo demonstrou que a rup-tura no ciclo evolutivo da família traz con-seqüências difíceis de serem superadas. Es-tima-se que o número de divórcios seja de200 mil por ano no Brasil, um em cada qua-tro casamentos, segundo o Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (2000). O grupoda PUCRS buscou identificar como essasmulheres, que tiveram conquistas sociaissignificativas, lidam com o fato de se torna-rem chefes de família. Segundo o censo doIBGE de 2000, a grande maioria dos filhos(87,51%) fica com as mães.

30% da população feminina ocupa-da sustentam o domicílio43,6% dos domicílios da RegiãoMetropolitana de Porto Alegre sãosustentados por mulheresNa Capital gaúcha, 43,1% têm fi-lhos, mas não cônjuges; 35,6% vi-vem com o cônjuge; e 16,8% sãosozinhas. No País, 50,6% moramsem o companheiro e com filhos;24,4% com o companheiro; e17,5%, sozinhas.

* Levantamento do IBGE divulgadoem outubro/2006 nas regiões metro-politanas (Porto Alegre, São Paulo,Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recifee Salvador)

CHEFES DE FAMÍLIA*

Luciana, que é orientada pela professoraAdriana Wagner, continua o estudo, agora nodoutorado, investigando o envolvimento pa-rental e a co-parentalidade após a separa-ção. Na análise preliminar observou que oshomens divorciados participam mais da edu-cação de filhos ou têm o desejo de se envol-verem. Se a separação foi conflituosa, ficadifícil que se acertem na hora de decidir so-bre a criança. “Os pais pedem espaço parainterferirem, pois em geral não moram comos filhos.” Eles justificam que as mulheresdificultam o acesso e apontam falta de tem-po. Luciana comentou que quem tem um sa-lário maior se acha no direito de dar a últimapalavra em relação aos filhos, sem consensoentre os cônjuges.

Um instrumento foi aplicado em 234 ho-mens e mulheres separados com filhos entreseis e 12 anos. As perguntas se referiam àparticipação no dia-a-dia dos pequenos e àspráticas educativas. Depois, alguns integra-ram grupos focais que discutiram o tema.Resultados preliminares evidenciam que aspráticas educativas exercidas após o divórciose relacionam com a idade do filho e suasnecessidades específicas em cada faixa etá-ria. A forma de agir está vinculada ao tempode separação dos pais e à presença ou au-sência de conflitos conjugais. “Mesmo emconfigurações familiares não-tradicionais,ainda existem práticas educativas que sãoatribuídas ao pai ou à mãe”, avalia a douto-randa.

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A Faculdade de Serviço Social partici-pa do Programa de CooperaçãoAcadêmica (Procad) com a PUC de

São Paulo e a Universidade Federal do Mara-nhão para avaliar a implantação do SistemaÚnico de Assistência Social (SUAS) em todo oBrasil. Outro foco da parceria é dar continui-dade ao levantamento e à análise do impactodos programas de transferência de renda noPaís. As universidades procuram verificar sea política de assistência social tem chegadoà população como um direito constitucional.Para a coordenadora do projeto pela PUCRS,Berenice Couto, o intercâmbio entre os pro-gramas permitirá o estudo de um tema quese constitui num grande desafio: analisarcomo a população empobrecida está sendoatendida no campo das políticas sociais equal a possibilidade de romper com a lógicada exclusão de grande parte da sociedade.

Conclusões preliminares apontam que émais comum o clientelismo e não a garantiade direitos e do respeito à população comocidadã. Berenice destaca que um dos progra-mas mais conhecidos atualmente, o BolsaFamília, por exemplo, ajuda efetivamente aaumentar a renda da população mais caren-te, o que tem sido divulgado pelos institutosde pesquisa. “Porém, a luta é para que seconfigure como um direito e não um progra-ma restrito a um governo.”

O projeto parte do amplo estudo realizadona Universidade Federal do Maranhão, bus-cando subsídios para a implantação da unifi-cação dos diversos programas de transferên-cia de renda num só, o Bolsa Família. Segun-do o Ministério do Desenvolvimento Social eCombate à Fome, hoje cerca de 11 milhõesde famílias têm acesso ao programa.

O SUAS está sendo implantado nos muni-cípios por meio do Centro de Referência daAssistência Social (Cras) a partir de pactoentre as prefeituras e o governo federal. APUCRS ficará responsável pelo diagnósticodos Cras do Sul do País. Será feito um levan-tamento via internet sobre a realidade dasprefeituras. Depois haverá a pesquisa decampo nos municípios, abrangendo os de pe-queno, médio e grande porte. O SUAS foi pen-sado como o Sistema Único de Saúde (SUS).Cada município deverá implantar pelo menos

um Cras. As metrópoles terão um em cadaregião. Preliminarmente, os dados da pesqui-sa apontam que há 2 mil Cras instalados noBrasil, cumprindo o caráter de territorialidadee de extensão do serviço ao local de moradiada população.

O Procad, financiado pela Coordenaçãode Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Su-perior (Capes), inclui a realização de missõesde estudo (seminários e bancas), com repre-sentantes das três universidades. O últimoencontro deste ano ocorrerá na PUCRS emnovembro. O próximo será em março no Ma-ranhão. O Programa prevê ainda bolsas paradoutorandos estudarem seis meses numadas duas universidades parceiras.

O estudo, que começou em 2005, terá aduração de quatro anos. Como resultado,além dos relatórios direcionados aos gover-nos com sugestões de atuação, haverá apublicação de artigos e livros e a apresen-tação de trabalhos em eventos, como será ocaso do Encontro Nacional de Pesquisado-res em Serviço Social, no Recife, de 4 a 7 dedezembro. Outro ganho, ressalta a profes-sora Berenice, é a capacitação das equipesque trabalham com a população no momen-to da pesquisa de campo. “A Universidadecumpre seu papel de fornecer os elementosde análise ao mesmo tempo que capacita

Estudo desvendaASSISTÊNCIA SOCIAL no País

O desafio é analisar como a população empobrecida está sendo atendida

recursos humanos para atuar no campo daspolíticas sociais.” Da PUCRS, participamquatro doutorandos, quatro mestrandos etrês professoras (Berenice, Jane Prates e Jus-sara Mendes).

A Política Nacional de AssistênciaSocial foi aprovada em setembro de2004 pelo Conselho Nacional de Assis-tência Social. A implantação ocorrerávia Sistema Único de Assistência Soci-al (SUAS). O SUAS organizará a assis-tência social considerando onde aspessoas vivem e de que tipo de prote-ção precisam. As situações de riscoenvolvem desde a sobrevivência até anecessidade de fortalecer as relaçõescomunitárias e familiares. Esse atendi-mento será prestado pelo Centro deReferência da Assistência Social(Cras). A equipe básica de cada Crasserá formada por assistentes sociais epsicólogos. Cada Cras ficará responsá-vel pela proteção básica de mil famí-lias por ano num território de 5 mil fa-mílias.

Fontes: Ministério do Desenvolvimen-to Social e Combate à Fome e Conse-lho Nacional de Assistência Social

COMO FUNCIONA O SUAS

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PESQUISA

Até mesmo os professoresde Matemática admitemque a disciplina tem con-

teúdos abstratos e difíceis de seremassimilados. Planejar e aplicar situa-ções de ensino que façam os alunosinteragirem, construírem o seu pró-prio conhecimento e contextualizaremcom outros assuntos são as propos-tas dos integrantes do Grupo de Pes-quisa: Matemática na Educação, ins-crito no Conselho Nacional de Desen-volvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A troca de experiências entre professo-ras da Faculdade de Matemática e alunase ex-alunas do curso de Licenciatura emMatemática e do Mestrado em Educaçãoem Ciências e Matemática beneficia direta-mente as turmas de ensinos fundamental,médio e superior com as quais trabalham.Também é uma forma de a Universidadecumprir o seu compromisso social com amelhoria da qualidade na educação formal.

O grupo de pesquisa, que começou asatividades em maio de 2005, teve sua ori-gem no curso de mestrado. Os estudos rea-lizados se referem a duas linhas de pesqui-sa: Ensino e aprendizagem da Matemáticae Formação continuada de professores. Aprimeira envolve a revisão da bibliografia

sobre Educação Matemática, considerandopesquisas recentes sobre dinâmicas em-pregadas e o desenvolvimento de habilida-des e competências. A segunda linha depesquisa propicia a criação de estratégiasde trabalho colaborativo entre professoresdo grupo de pesquisa e professores da redede ensino. “Buscamos estabelecer cone-xões entre a Matemática do ensino superiore a Matemática necessária para a forma-ção inicial dos alunos”, destaca a coorde-nadora do grupo, Ruth Portanova. A profes-sora da Faculdade de Matemática MarileneMüller, integrante da equipe, diz que asdiscussões fazem com que os docentes daUniversidade interajam com a realidadedas escolas e trabalhem pela melhoria doensino.

Professores se ajudam aENSINAR MELHOR

Algumas professoras vêm do in-terior do Estado semanalmente paraas reuniões. Neuza Maia, ex-aluna docurso de licenciatura e professora doColégio Santa Cecília, da Capital, co-menta que estava sentindo-se afas-tada do meio acadêmico e sentia ne-cessidade de se atualizar para atuarde forma mais eficiente. Não tinhacom quem trocar idéias, pois é a úni-ca professora de Matemática do En-sino Médio da escola. “Os alunos só

têm a ganhar com essa atitude.”Além dos benefícios para os estudan-

tes, integrantes do grupo auxiliam profes-sores. No Colégio Maria Auxiliadora, de Ca-noas, ocorrem encontros periódicos entreos professores da escola e integrantes dogrupo que pretendem aprimorar a práticapedagógica. Um dos docentes dessa escolaveio à PUCRS com seus alunos apresentarsua experiência para licenciandos de Mate-mática durante a Semana Nacional de Ci-ência e Tecnologia. A programação, de 16 a20 de outubro, incluiu oficinas, comunica-ções e apresentações de pôsteres.

Agora os pesquisadores pretendem sededicar mais às publicações e conseguirampliar o número de bolsistas – há uma deiniciação científica.

Grupo de Pesquisa: Matemática na Educação

Fotos: Divulgação

Experiências chegam à sala de aulaO grupo envolvido no projeto Alter-

nativas para a Melhoria do Ensino eAprendizagem da Matemática no Ensi-no Médio deu início ao trabalho de pes-quisa com o tema análise combinatóriano Colégio Santa Cecília, de Porto Ale-gre, e no Instituto Estadual de EducaçãoVasconcelos Jardim, de General Câma-

ra. Em ambas as escolas as professoras ti-veram o apoio de colegas que foram obser-var o trabalho.

Em General Câmara, sempre que aprofessora Clarissa Trojack, integrante dogrupo, ex-aluna do mestrado, introduzia aanálise combinatória, notava as dificulda-des de aprendizagem. Durante a nova ex-

periência foi observado o envolvimen-to dos alunos na resolução dos pro-blemas usando o material confeccio-nado pelo grupo de pesquisa quecontinha frutas em papel. No final,eles foram solicitados a comentarempor escrito e avaliaram muito bem aatividade conforme algumas de suasfalas: “As atividades são boas, por-que a gente tem que pensar”, “Foiuma experiência muito legal, até por-que o grau de dificuldade conformeSucesso em análise combinatória

Em 1640 o matemático fran-cês Pierre de Fermat estabeleceas bases da análise combinatóriana teoria dos quadrados mágicos(quadros quadrados nos quaiscada casa encerra um número di-ferente e tais que a soma dos nú-meros de uma linha, coluna oudiagonal são iguais a um númerodado). Hoje a análise combinató-ria é estudada e aplicada em di-versos campos do conhecimentocomo probabilidade, estatística,economia e biologia.

ANÁLISE COMBINATÓRIA

as tarefas ia aumentando, e isso faziacom que aumentasse o interesse”.

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RADAR

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 15

PUCRS integra COMITÊDE ALTA TECNOLOGIA

O governador Germano Ri-gotto assinou, em outubro,no Palácio Piratini, o decre-

to que instituiu o Comitê Gestor dosArranjos Produtivos de Alta Tecnologiae Inovação do Rio Grande do Sul, doqual a PUCRS e outras universidadesgaúchas, além de Secretarias de Es-tado e o segmento empresarial, pas-sam a fazer parte para promover aexpansão competitiva das diferentesáreas que integram a alta tecnologiano RS.

No mesmo evento, a Universida-de, representada pelo Reitor JoaquimClotet, assinou com a agência de fo-mento CaixaRS o convênio para o re-passe de cerca de R$ 25 milhões paraa construção das torres do Centro dePesquisa e Desenvolvimento (P&D) da

UNIVERSIDADE FORMALIZA SUA TRANSPARÊNCIA

Adualidade entre os conceitos de cer-to e errado muitas vezes passa porlimites tênues e avaliações subjeti-

vas. Para preservar a transparência nas açõesdo corpo funcional e nas decisões de seusgestores, bem como nas relações comerciaisenvolvendo a Universidade, foram criados oCódigo de Conduta para Gestores Administra-tivos da PUCRS e a Resolução de Conflitos deInteresses – Considerações Éticas.

Os documentos se tornaram resoluçõesda Reitoria e fazem da PUCRS uma das insti-tuições de ensino superior pioneiras no Paísquanto à adoção de padrões éticos na admi-

nistração. Eles foram elaborados a partir depesquisas do Comitê para DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico (Cedecit), órgão vin-culado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Gra-duação. Conforme Ricardo Timm, coordenadordo Cedecit, “o Código de Conduta não é uminstrumento punitivo, mas sim, educativo, fa-vorecendo a licitude dos atos e estando emconsonância com os anseios da sociedade”.

Sobre a questão de conflito de interessesem pesquisa científica e acadêmica, foramcriadas propostas com o objetivo de preservara Universidade, por exemplo, de situaçõescomo pressões de ordem econômica na rela-

ção com outras instituições, sendo a soluçãopara esses casos baseada na documentaçãooficial da PUCRS.

O Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Gradua-ção, Jorge Audy, destaca o avanço na profis-sionalização da administração dos temas ci-entíficos e tecnológicos, “reforçando a visão daReitoria na direção de uma gestão cada vezmais transparente. Serão encaminhadas reso-luções relativas à criação do Comitê de Éticano Uso de Animais, à nova regulamentação doComitê de Ética na Pesquisa, bem como aostrabalhos acadêmicos, abordando aspectos deconsistência acadêmica e correção ética”.

Centro de modelosbiológicos amplia

pesquisas em saúdeA liberação de R$ 3 milhões em recursos do BNDES

em outubro, visando à construção do Centro de Mode-los Biológicos Experimentais (CeMBE) da PUCRS, mar-ca o primeiro passo para a Universidade se tornar refe-rência na produção e fornecimento de animais de pe-queno porte para pesquisas voltadas à saúde humana.

Num prédio de 1.200 m² a ser construído no Tecno-puc, serão criados cinco mil ratos e 4.500 camundongospor ano, atendendo às necessidades de laboratóriosdas indústrias farmacêuticas e de biotecnologia nacio-nais e internacionais, além das atividades acadêmicas.

Conforme o diretor da Faculdade de Biociências,Emílio Jeckel, “serão criados animais com alta qualida-de genética e sanitária, com certificação internacionaladequada a diferentes países”.

Embora o uso de animais na pesquisa biomédicaseja indispensável para a descoberta de novos trata-mentos e medicamentos, essas pesquisasainda encontram algumas resistências na sociedade,fato para o qual a médica veterinária Luisa MacedoBraga, coordenadora Técnica do CeMBE, está atenta.“Trabalhamos na qualificação dos pesquisadores esempre procuramos reduzir o número de modelos,aproveitando ao máximo cada um” informa. O professorJeckel reforça que toda atividade do Centroserá avaliada pelo Comitê de Ética no Uso de Animaisda Universidade.

PUCRS, com 18,3 mil m², e do Centrode Modelos Biológicos Experimentais(CeMBE), ambos no Tecnopuc.

Os recursos para a obra, que qua-se duplica a atual área construída doParque Científico e Tecnológico, sãode uma nova linha de financiamentodentro do Fundo Tecnológico (Funtec)do Banco Nacional para o Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES),na qual a PUCRS foi a primeira bene-ficiada no Brasil.

“Com este novo investimento oTecnopuc reforça sua posição como omais importante Parque Científico eTecnológico em operação no País, en-volvendo ampla articulação com osgovernos municipal, estadual e fede-ral”, enfatiza o Pró-Reitor de Pesquisae Pós-Graduação, Jorge Audy.

Dois novos Centros funcionarão no Tecnopuc

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SAÚDE

O número de crianças com proble-mas na coluna vertebral tem au-mentado consideravelmente nos

últimos anos. Dentre as complicações maisfreqüentes está a escoliose, flexão lateral dacoluna. Por sua estrutura corporal ainda estarem desenvolvimento, deve haver um cuidadocom o manuseio de cargas, como mochilas,por exemplo, que muitas vezes ultrapassam opeso adequado.

Pensando nisso, o agora ex-aluno FelipeLima Flores, recém-graduado pela Faculdadede Educação Física e Ciências do Desporto,abordou no seu trabalho de conclusão de cur-so o efeito do uso da mochila na marcha (ca-minhada) de crianças. Participaram do expe-rimento quatro estudantes da 3ª série, todoscom nove anos de idade. Flores contou com oapoio do Núcleo de Pesquisa em BiomecânicaEspacial (Nuba), localizado no Laboratório deMicrogravidade do Instituto de Pesquisas Ci-entíficas e Tecnológicas, sob a orientação doprofessor Jonas Gurgel.

Primeiramente foi feita uma visita à esco-la para verificar a média de peso que os alu-nos carregavam nas mochilas, cerca de 3,03kg. Depois verificaram a caminhada delescom o material e sem ele.

Foram avaliados a variação angular do jo-elho direito, o tempo dos passos e passadas ea velocidade das passadas. Os instrumentosutilizados foram construídos no próprio labo-ratório, como o eletrogoniômetro, utilizadopara medir a variação angular do joelho, efootswitchs, utilizados para verificar o tempode contato dos pés com o chão.

Segundo Flores, foi verificado que, emgeral, não há mudança significativa na mar-cha das crianças. Apenas um menino teveum pouco de dificuldade para caminhar nor-

16 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

Trabalho avalia efeito do usode MOCHILAS nas crianças

MEDICINA FAZ PARCERIA COM UNIVERSIDADE DE MOÇAMBIQUE

A PUCRS e a Universidade EduardoMondlane (UEM), de Moçambique,assinaram convênio de intercâmbio

entre suas Faculdades de Medicina, com amediação da embaixadora do Brasil em Ma-puto, Leda Lúcia Martins Camargo.

Em processo de reformulação do seucurrículo, a universidade africana está inte-ressada em conteúdos sobre casos clínicosacompanhados de discussões de situaçõesem medicina interna. A motivação de am-bas as Faculdades é o processo de educa-

ção continuada, que inclui a aproximaçãoda teoria com a prática médica.

Assinado pelos reitores Joaquim Clotet eBrazão Mazula, o convênio também prevê atroca de experiências entre alunos e profes-sores. Segundo a vice-diretora da Faculdadede Medicina da PUCRS, professora Maria He-lena Itaqui Lopes, o intercâmbio proposto seinsere no espírito de formar o médico “comoaquele que agrega conhecimentos e habili-dades, capaz de dominar a tecnologia e tam-bém de se desenvolver como ser humano”.

Como parte do acordo entre as Universi-dades, foram enviados à UEM CDs CasosClínicos, com discussões de situações im-portantes e atuais de medicina interna eexemplares do livro O estudante de medici-na e o paciente: uma aproximação à práticamédica, publicado pela Edipucrs. A obra foiadotada no primeiro ano do curso de Medici-na em sua reforma curricular.

A Universidade Eduardo Mondlane foi fun-dada em 1962, sendo a mais antiga e, pormuito tempo, a única em Moçambique.

malmente, pois sua mochila pesava 17% desua massa corporal (quando o recomendadoé, no máximo, 9,7%). “A sobrecarga podeser, a longo prazo, um fator complicador, aju-dando a provocar desvios posturais, comohipercifose e hiperlordose, por exemplo”, afir-ma. O professor Gurgel ainda observa que,em casos mais raros, a sobrecarga pode re-fletir na estatura da pessoa. “Os pais e ascrianças devem ser conscientizados de quese deve levar na mochila apenas o necessá-rio. Muitas levam brinquedos e outros mate-riais que não precisariam. A falta de armá-rios nas escolas também é um problema”,constata o professor, afirmando que o próxi-mo passo é avaliar o uso das mochilas derodinhas, que não seriam tão seguras comose imagina.

Mochilas devem pesar 9,7% da massa corporal

Excesso de peso prejudica a coluna

Bianca de Blok/stock.XCHNG Ginger Garvey/stock.XCHNG

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Estudo revela a basequímica da MEMÓRIAUm grupo de pesquisadores do Centro

de Memória do Instituto de PesquisasBiomédicas da PUCRS comprovou a li-

gação entre a formação de memórias e o reforçode conexões entre os neurônios. Os resultadosforam resumidos num artigo na edição de se-tembro da revista Trends in Neurosciences, pu-blicação internacional de grande renome naárea.

A hipótese de que memórias duradouras se-riam sustentadas quando algumas conexões en-tre células nervosas (sinapses) são fortalecidaspor longo tempo, por meio do processo chamadode potenciação de longa duração (LTP) no hipo-campo foi alegada muitas vezes como base damemória. Esse processo foi descoberto em 1973.Seu verdadeiro papel, pelo menos para algunscomponentes da memória, foi provado só agora,por meio de estudos com ratos.

Os processos moleculares que dão base àpotenciação de longa duração incluem 40 pas-sos. Cada um deles foi verificado com experi-mentos nos roedores, utilizando-se no total mais

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 17

Pró-Saúdeinicia

atividades

F oi lançado em outubro naPUCRS o Programa Nacio-nal de Reorientação da For-

mação Profissional em Saúde(Pró-Saúde), do qual o curso deEnfermagem participa como únicorepresentante da área no RioGrande do Sul. Esteve presente ocoordenador nacional do progra-ma, Geraldo Cury, do Ministérioda Saúde.

O Pró-Saúde será desenvolvi-do pelo curso em parceria com aSecretaria Municipal de Saúde daCapital, com a idéia de incentivarmudanças no processo de forma-ção de profissionais, na geraçãode conhecimentos e na prestaçãode serviços à população.

Será destinado à PUCRS cer-ca de R$ 1 milhão, repassado aolongo de três anos, por meio decarta acordo com a OrganizaçãoPan-Americana de Saúde (OPAS)e Organização Mundial de Saúde(OMS). Os recursos serão aloca-dos em 13 subprojetos destina-dos à capacitação de profissio-nais dos serviços de saúde, do-centes e alunos, aquisição deequipamentos e materiais didáti-cos-pedagógicos para aprimorarcampos de estágios e práticasassistenciais. Também serão ofe-recidas bolsas para estudantesda área.

De acordo com a diretora daFaculdade de Enfermagem, Nu-trição e Fisioterapia, Beatriz Oje-da, o foco é a integração do en-sino e da assistência na rede mu-nicipal de saúde de Porto Alegre.“Como instituição de ensino va-mos contribuir para a formaçãode profissionais, planejamento ecriação de ações de atenção àsaúde, a partir do perfil epidemio-lógico da população. A idéia ébuscar a eficiência e eficácia nasações educativas e assisten-ciais”, aponta.

de 200 drogas que afetam a memória para verifi-car então a importância de cada um dos passos.

A coordenação do grupo é do neurocientistaIván Izquierdo. O artigo completo pode ser vistono site www.trends.com/tins.

Outro artigo recentemente publicado pelogrupo poderá auxiliar no tratamento de distúrbiosda memória. Em parceria com a equipe de VâniaPrado, da Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG), descobriram a importância de um neu-rotransmissor chamado acetilcolina.

Utilizando camundongos, verificaram que afalta de uma proteína que transporta esse neuro-transmissor causa uma síndrome de amnésiaespecífica para memórias de reconhecimentonos roedores, semelhante ao que se observa nadoença de Alzheimer. Os animais, modificadosgeneticamente para apresentarem essa deficiên-cia, tiveram dificuldades para identificar indiví-duos e objetos.

Acredita-se que a partir desse estudo serápossível buscar medicamentos que possam esti-mular e melhorar a memória.

COMO UMA INFORMAÇÃO É GRAVADAA estrutura do cérebro que está ligada à memória e

ao aprendizado é o hipocampo. É nele que são asso-ciadas as informações de uma memória. Segundo oprofessor Iván Izquierdo, as memórias são basicamenteassociações. Quando nos lembramos de um eventoimportante, conectamos o que sentimos, vimos e ouvi-mos no momento para que a lembrança seja fortaleci-da. Uma informação isolada dificilmente fica gravadaem nossa memória.

SAIBA MAIS Neurônios: células do siste-

ma nervoso especializadas nacaptura e transmissão de impul-sos nervosos (corrente elétricade baixa voltagem). Esses im-pulsos podem passar de umacélula para outra, criando umacadeia de informação.

Sinapses: conexões entre umneurônio e outro. São elas quepermitem que os neurônios for-mem circuitos interconectadosfundamentais para o controle desistemas do corpo. Quanto maioro número de sinapses, maior acapacidade de realizar uma ta-refa. O número de sinapses re-duz-se no ser humano com opassar dos anos.

Neurotransmissores: peque-nos pedaços de proteínas que car-regam informações específicas.São liberados pelas células ner-vosas quando há um estímulo.

Para que um eventoseja guardado namemória, váriasinformações são

associadas, comosons, imagens e

sentimentos

Para que um eventoseja guardado namemória, váriasinformações são

associadas, comosons, imagens e

sentimentos

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DESTAQUE

18 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

CIÊNCIAS SOCIAIStem qualidade comprovada

N o último Exame Nacionalde Desempenho de Estu-dantes (Enade), que inte-

gra o Sistema Nacional de Avaliaçãoda Educação Superior, os estudan-tes dos cursos de bacharelado e li-cenciatura em Ciências Sociais al-cançaram o conceito máximo, 5.Tanto os alunos que concluíam ocurso como os iniciantes tiveramum bom desempenho.

O coordenador do curso, pro-fessor Roque Dal Ross, comemorao resultado e o atribui principalmente ao em-penho dos acadêmicos. “Essa nota 5 repre-senta o esforço dos estudantes, o envolvi-mento deles com o curso é muito grande.Além disso, destaca a qualidade do nossoquadro de professores, quase todos douto-res. Mostra que o curso prepara não só parao mercado de trabalho, mas também para avida”, observa.

O curso de Ciências Sociais da PUCRS,que completa 65 anos em 2007, está apoiadoem três tradições do estudo das ciências hu-manas: a sociologia, a antropologia social e aciência política. Com duração de oito semes-tres em aulas noturnas, pode ser feito como

bacharelado ou licenciatura. Boa parte dosalunos se forma nas duas modalidades.

Como o cientista social tem uma forma-ção abrangente e diversificada, pode atuarem diversas áreas, como na docência, lecio-nando no Ensino Médio, no setor público ouem organizações não-governamentais, no se-tor privado, análises institucionais, organiza-ções culturais, pesquisa, assessoria a organi-zações que lidam diretamente com grupossociais diferenciados, entre outras.

A maior parte dos alunos chega direto doEnsino Médio, mas há uma parcela que fezoutros cursos, principalmente graduados emDireito.

Sociologia e Filosofia serãoobrigatórias no Ensino Médio

A partir de 2007, por decisão do Con-selho Nacional de Educação, as discipli-nas de Sociologia e Filosofia serão obri-gatórias em escolas de Ensino Médio, pú-blicas e particulares. O professor Dal Rosslembra que algumas instituições privadascontam com essas matérias no currículo,mas que a decisão beneficia muito o en-sino público e os profissionais da área.“Esse momento é importante para nós,ótimo para o nosso mercado de trabalho.Muitos alunos nossos, quando formados,vão se colocar bem nessas escolas parasuprir a demanda da disciplina de Socio-logia”, prevê.

Para os alunos dos colégios, Dal Rossacredita que a medida auxiliará na suaformação crítica, aquisição de conheci-

mento e análise mais aprofundada da rea-lidade, podendo ajudar também no concur-so vestibular. “Indiretamente, os conteú-dos abordados pela Sociologia são cobra-dos no vestibular, inseridos nas disciplinasde Geografia e História, por exemplo.”

Para o professor Luciano Marques deJesus, coordenador do curso de Filosofia, oensino da Filosofia nas escolas represen-tará a presença de um saber mais reflexi-vo. “Há muitos anos lutávamos por isso.Nosso currículo está adaptado para atuarcom a licenciatura. Esperamos um revigo-ramento do curso com essa obrigatorieda-de, pois boa parte de quem procura a Filo-sofia cursou outra Faculdade. Aos nossosalunos certamente representará uma am-pliação no campo de trabalho”, afirma.

Alunos empenharam-se para obter nota 5

Foto: Afonso Lima/stock.XCHNG

O que estudamas Ciências

Sociais?O curso engloba três áreas vistas

juntas, nas quais os alunos podem seaprofundar de acordo com suas prefe-rências:

SOCIOLOGIAEstudo dos diferentes fenômenos

da sociedade moderna, ou seja, o con-vívio do homem em sociedade, a soli-dariedade e o conflito social, os dife-rentes grupos e classes sociais, a vio-lência urbana e no campo, a exclusãosocial, o fenômeno das drogas, os mo-vimentos sociais, o impacto da ciênciae da tecnologia na sociedade, entre ou-tros aspectos.

ANTROPOLOGIA SOCIALEstudo da produção cultural dos di-

versos grupos humanos, em espaçose tempos distintos de desenvolvimen-to, buscando conhecer detalhadamen-te a cultura em diferentes sociedades.

CIÊNCIA POLÍTICAPreocupa-se em compreender as

diferentes formas de governo, regimespolíticos e como as sociedades se or-ganizam politicamente, isto é, comoocorrem as relações entre a sociedadecivil e o Estado nas suas diferentesformas e momentos de interação.

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CIÊNCIA

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 19

FARMÁCIA AUXILIA NO DESENVOLVIMENTO DA FARMACOPÉIA

P ara estabelecer os requisitos de qua-lidade que os medicamentos devemobedecer no País, o Brasil conta com

a Farmacopéia Brasileira, um código elabo-rado por uma comissão especial, nomeadapela Agência Nacional de Vigilância Sanitá-ria (Anvisa). Esses requisitos incluem todosos componentes empregados na fabricaçãodos medicamentos, como os excipientes(substâncias não farmacologicamente ativas,adicionadas com a função de retardar, ace-

lerar ou regular a liberação dos componen-tes farmacológicos).

As especificações dos excipientes farma-cêuticos são feitas por monografias elabora-das e revisadas constantemente. A Faculda-de de Farmácia da PUCRS, desde 2004, man-tém um contrato de cooperação com a Far-macopéia para o desenvolvimento e/ou re-visão dessas monografias. Participam bol-sistas da Faculdade, supervisionados peloprofessor José Aparício Funck. “Eles estu-

dam, fazem análises químicas, avaliações.Além de receberem um certificado, assumemposição de profissionais”, observa o profes-sor.

A diretora da Faculdade, professora FlaviaThiesen, destaca a importância da participa-ção dos estudantes. “Tais atividades condu-zem os alunos ao engajamento nas questõespúblicas de saúde, contribuindo para disponi-bilizar produtos de qualidade, segurança eeficácia à população”.

PUCRS e Petrobras criam Centrode EXCELÊNCIA EM PESQUISA

Por Mariana Vicili

AAgência Nacional do Petróleo au-torizou a Petrobras a criar naPUCRS, por meio da Rede Tecno-

lógica de Mudanças Climáticas, o Centro deExcelência em Pesquisa sobre Armazena-mento de Carbono para a Indústria do Pe-tróleo, primeiro do gênero no País. Os obje-tivos principais, segundo o futuro coordena-dor do centro, professor João Marcelo Ket-zer, do curso de Geografia, é promover pes-quisa e desenvolvimento na área de se-qüestro (armazenamento) de carbono, bus-cando amenizar o efeito estufa, e formarrecursos humanos especializados para tra-balhar na área. O Brasil é um dos maioresemissores de gás carbônico no mundo,principalmente devido às queimadas e atécnicas agrícolas.

A previsão é de que no início do segun-do semestre de 2007 o prédio do Centroesteja pronto, construído no Parque Cientí-fico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). Asunidades envolvidas serão o Instituto doMeio Ambiente da Universidade e as Facul-dades de Química e Filosofia e CiênciasHumanas (curso de Geografia).

Serão criados os laboratórios de Mode-lagem Geoquímica, para simular a intera-ção do gás carbônico (CO2) com a rocha pormilhares de anos; Petrologia de Reservató-rios e de Carvão, onde serão estudados osimpactos ambientais do armazenamento doCO2 em camadas de carvão e campos depetróleo, e o laboratório de Carbonatação,para transformar o gás para a forma sólida.

Ketzer também acredita que a iniciativavai ajudar a gerar empregos, bolsas de estu-do para mestrado, doutorado e graduação, eatrair outros projetos na área, além da opor-tunidade de desenvolver no Estado impor-tante tecnologia na área que o Brasil poderáusar para esse tipo de armazenamento.

O Pró-Reitor de Pesquisa e Graduação,Jorge Audy, ressalta a importância do Cen-tro para a Universidade e para o Rio Grandedo Sul. “A PUCRS tem orientado sua atua-ção na área de pesquisa visando a atrair ereter importantes parceiros para o desen-volvimento científico e tecnológico de formaarticulada com as políticas públicas e asdemandas da sociedade. A construção des-se Centro permitirá à Universidade e aoEstado ampliar as parcerias existentes, emárea de ponta na pesquisa no ramo de pe-tróleo, abrindo um novo conjunto de possi-bilidades de projetos de pesquisa envolven-do diversas Unidades.”

Reservatóriosde gás natural

Além de projetos na área de seqüestro decarbono, o Instituto do Meio Ambiente e o De-partamento de Exploração e Produção da Pe-trobras iniciaram, em setembro, estudos dosreservatórios gigantes de gás natural na Ba-cia de Santos. A bacia localiza-se numa áreade cerca de 352 mil km2, e estende-se pelolitoral Sul do Rio de Janeiro, passando tam-bém pela costa dos estados de São Paulo,Paraná e Norte de Santa Catarina.

O principal objetivo é criar modelos deprevisão de qualidade de reservatórios naBacia para a exploração de gás natural. Den-tre as informações que serão investigadas es-tão as relacionadas à porosidade e à permea-bilidade da rocha existente no local.

A duração do projeto é de um ano. Asamostras geológicas coletadas serão analisa-das na PUCRS, com equipamentos especial-mente adquiridos nessa parceria, e em labo-ratórios no exterior. Fazem parte da equipe osprofessores João Marcelo Ketzer e Jorge Alber-to Villwock além daaluna bolsista de ini-ciação científica Ga-briela Rockett, do cur-so de Geografia. O te-ma da exploração depetróleo é pioneiro naUniversidade e apontacomo uma nova áreade atuação da PUCRS.

Queimadas emitem gás carbônico

Foto: Matthew Tran-Adams/stock.XCHNG

Bacia de Santos

Foto: Bruno Veiga/Petrobras

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TECNOLOGIA

20 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

Residência recebe ENERGIASRENOVÁVEIS em FlorianópolisA distância de 1.800 metros

do ponto final de atendi-mento das Centrais Elétri-

cas de Santa Catarina (Celesc), aoSul da Ilha de Florianópolis, não im-pediu que uma família de quatropessoas contasse com alguns itensde conforto proporcionados pelaenergia elétrica. Isso porque cincoalunos da Faculdade de Engenharia,por meio do Núcleo Tecnológico deEnergia e Meio Ambiente (Nutema),do Departamento de EngenhariaMecânica e Mecatrônica, orientadospelo professor Jorge Villar Alé, esco-lheram a residência do pedreiroQuirino Borges para instalar uma turbina deenergia eólica de pequeno porte e um módulofotovoltaico.

A transformaçãodos ventos e da luzsolar em 1098KWh anuaisde energia elé-trica permite à fa-mília, desde abril, ligaruma TV de 14 polegadas,três pontos de luz e um liqui-dificador, que tem servido paraatender turistas e visitantes na pe-quena cabana ligada à casa, acessívelapenas por mar ou por uma trilha. A opçãopelas energias renováveis atingiu três objeti-vos: a preservação ambiental, a chegada deenergia a um ponto inacessível e a comprova-ção de utilidade da pesquisa, que despertou ointeresse da Eletrosul, estatal que investe emprojetos sustentáveis.

“Os dados são coletados a cada 45 diase servem para iniciar o processo de buscade parceiros para ampliarmos o trabalho”,informa o professor Alé. Projetos como essepermitiram ao Nutema a integrar a Rede deTecnologia Eólica (RTE), criada para trocarconhecimentos entre universidades, empre-sas e institutos sobre diferentes formas deincentivo ao desenvolvimento de máquinasgeradoras de energia de pequeno e médioportes no Brasil.

O passo mais importante desse trabalhoserá concretizado no início de 2007, quando o

Núcleo será transformado em Centro de Exce-lência em Energia Eólica (CE-Eólica). Numaconstrução que está com a parte externa con-cluída no prédio 30 do Campus Central, entra-rá em operação o túnel de vento, com os La-boratórios de Testes de Aerogeradores deBancada, de Testes de Turbinas Eólicas emTúneis de Vento e de Anemometria (medidoresde vento). “O processo de criação do Centroestá sendo formalizado e por meio de projetocom a Eletrobrás já contamos com mais de90% dos equipamentos necessários para ofuncionamento dos laboratórios. As obrastambém estão parcialmente concluídas e de-vemos iniciar os trabalhos no novo prédio emdezembro”, informa o pesquisador. Espera-seque até março de 2007 o CE-Eólica estejaatuando com toda sua capacidade.

Ijuí é campo deestudos sobreenergia eólica

Um estudo de viabilidade técnica eeconômica está levantando as possibi-lidades do município de Ijuí, na regiãoNoroeste do RS, em produzir energiaeólica. O convênio envolvendo o Nute-ma, a Secretaria de Energia, Minas eComunicações e o Departamento Muni-cipal de Energia de Ijuí, foi assinado emagosto, quando iniciaram os trabalhos.A meta da Faculdade de Engenharia,conforme o diretor Edgar Bortolini, é es-tender a atividade para as demais re-giões do Estado.

O interesse do município de Ijuí emsediar uma usina para produção e utili-zação de energia a partir dos ventosnasceu de pesquisas preliminares queapontaram o potencial da região. Sualocalização no planalto, sobre a pedrade basalto vulcânica, conta com coli-nas de centenas de metros, cujo pontomais alto chega a 409m acima do níveldo mar e o mais baixo a 205m (médiade 384m). A pesquisa tem conclusãoprevista para abril de 2007.

Nutema abertoà comunidade

O Núcleo Tecnológico de Energia eMeio Ambiente (Nutema), laboratórioque integra a Faculdade de Engenhariada PUCRS, está iniciando as atividadesde assessoria à comunidade em geral,oferecendo apoio técnico para quemdeseja produzir sua própria energia elé-trica ou utilizar soluções alternativaspara redução de consumo a partir defontes renováveis, como vento, sol eágua. Pessoas e empresas interessa-das, tanto no meio urbano quanto norural, podem entrar em contato com oNutema no prédio 30, bloco F, sala 272,do Campus Central, nas quintas-feiraspela manhã, das 9h às 12h, ou pelo te-lefone (51) 3320-3500, ramal 4438.

Túnel de ventocomeça a

operarem 2007

Fotos: Divulgação

A casa agoratem luz e TV

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 21

CONVÊNIO AMPLIA OPORTUNIDADES COM PORTUGAL

O s professores Paulo Renato Perezdos Santos, da Faculdade de Enge-nharia (Feng) da PUCRS, e José

Abel Ferreira de Andrade, do Instituto Superiorde Engenharia (Isep), ligado ao Instituto Poli-técnico do Porto (IPP), atuam juntos há 20anos apesar das distâncias que separam oBrasil e Portugal. A parceria rendeu publica-ções, organização de eventos e pesquisasaplicadas. Com o trabalho consolidado entrepesquisadores, agora se busca ampliar as re-lações institucionais a partir da assinatura deconvênio entre a PUCRS e o IPP.

Um dos projetos ambiciosos é uma especia-lização inédita na área de refrigeração, ar con-dicionado e conforto ambiental que ocorreriaem três países simultaneamente (Brasil, Por-tugal e Espanha) e contaria, além da PUCRS eIPP, também com a Universidade de La Coru-ña. O planejamento começa a ser feito, comprevisão de início das aulas em 2008 ou 2009.

Andrade esteve na PUCRS durante trêsmeses como professor visitante e realizou es-

MICROGRAVIDADEterá centro de referência

tudos de pós-doutorado. Aproveitou para atroca de experiências em projetos cooperados.Num dos casos estudados, uma empresa lo-calizada no RS deverá ter entre 30% e 42% deeconomia em relação ao gasto atual com o sis-tema de água gelada utilizado em processosindustriais. A proposta de otimização energéti-ca está em fase de execução. O professor por-tuguês resume os motivos do sucesso do tra-balho conjunto: “Os ritmos se complementam.Nós, europeus, somos mais metódicos. Os bra-sileiros se caracterizam pela ação imediata”.

Coordenador do Laboratório de Pesquisaem Termofluidodinâmica e Estruturas, Santostem sob sua responsabilidade o cumprimentode 12 convênios com empresas e instituições.As indústrias buscam soluções em relação àeficiência energética, com a redução de cus-tos e a melhoria do desempenho de sistemas.As parcerias resultam em bolsas para os alu-nos e equipamentos. No momento o Laborató-rio passa por reformas que deverão ampliá-lo,totalizando cerca de 300m².

O convênio entre a Universidade e o IPPresultou na realização da 1ª Jornada Luso-Brasileira de Ensino e Tecnologia em Enge-nharia. A segunda edição ocorrerá em Portu-gal de 16 a 19 de fevereiro de 2009. Emjaneiro de 2007 três técnicos, quatro alunosde pós-graduação e dois professores daPUCRS vão para a Europa realizar estágiospor 20 dias. Dois dos alunos ficarão no Portopara atuar num projeto conjunto entre o IPPe a PUCRS.

O Laboratório de Microgravidade(MicroG), ligado à Faculdade deEngenharia, será transformado em

centro de referência no primeiro semestre de2007. Com diversas pesquisas em andamen-to, conta com a participação de alunos e pro-fessores de dez unidades acadêmicas daPUCRS. Também atua em cooperação cominstituições internacionais de ciência espaci-al. Organizações como a Federal Aviation Ad-ministration, entidade governamental dos EUAresponsável pela área de aviação civil, conta-taram com o Laboratório para o estabeleci-mento de acordo. “Nosso crescimento temsido exponencial. Imagino que, como centro,será ainda maior”, destaca a coordenadoraThaís Russomano, que no momento realizaestágio de pós-doutorado no King’s CollegeLondon (Inglaterra), em Fisiologia Espacial.

Neste ano, até setembro, a equipe teve 13artigos publicados em periódicos nacionais e25 internacionais. Em 2005 foram 27 em re-vistas científicas do Brasil e 22 fora do País.O MicroG conta com recursos da Financiadorade Estudos e Projetos, Fundação de Apoio à

Pesquisa do RS e ConselhoNacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico. Sãobuscadas parcerias com em-presas nacionais para finan-ciamento de projetos ou pro-dutos desenvolvidos no Mi-croG, como o coletor de san-gue arterial do lóbulo da ore-lha (avalia aspectos fisiológi-cos e clínicos do astronautapor meio da coleta do sanguearterializado, e não-arterial,sem contaminar o ambienteespacial) e o aparelho pararealização da manobra deValsalva, que serve para estudar a integrida-de dos reflexos cardiovasculares de controleda pressão arterial. As parcerias internacio-nais também auxiliam na obtenção de verba eno auxílio a programas de intercâmbio. Há co-operação com o King’s College London, Insti-tuto de Medicina Aeroespacial da Alemanha,Sociedade Grega de Medicina Aeroespacial eAgência Espacial Européia.

O MicroG funciona na sala 238 do blocoF do prédio 30. Tem dois funcionários, doisestagiários e dois bolsistas e a participaçãode 12 professores das Faculdades de Enge-nharia (Elétrica e Mecânica), Farmácia, Me-dicina, Biociências, Educação Física e Ciên-cias do Desporto, Filosofia e Ciências Huma-nas (Sociologia e História), Física e CiênciasAeronáuticas.

Andrade (esq.) e Santos: parceria há 20 anos

Pesquisas de ponta são realizadas no local

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AMBIENTE

22 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

Por Ana Paula Acauan

A ponte da Avenida João Pessoa com aIpiranga – talvez a primeira do mun-do com árvores plantadas em sua

estrutura – revela segredos acerca do passadode Porto Alegre e traz reflexão sobre o que aCapital tem feito de suas belezas naturais. Oassunto foi investigado por Angela Maria Tava-res, formada em Turismo pela PUCRS nesteano, para a realização de monografia de con-clusão do curso, orientada pelo professor Antô-nio Carlos Castrogiovanni.

Angela identificou as razões para que olocal no entorno do Arroio Dilúvio seja melhorexplorado turisticamente. “A Ponte da João Pes-soa com suas palmeiras sexagenárias consti-tui uma obra de arte enriquecida de contextoshistóricos e sociais.” As palmeiras-da-Cali-fórnia foram parar na ponte por descuido defuncionários da Prefeitura. Por ocasião do bi-centenário da cidade, estavam plantando vá-rias árvores e não se deram conta do inusita-do. Era 1940, quando se considerava a fun-dação da Capital em 1740. Até que foi aceitoo argumento do historiador Francisco Riopar-dense de Macedo de comemoração da dataem 26 de março de 1772, remontando à cria-

ção da Freguesia de São Francisco do Portodos Casais, desvinculada de Viamão.

A ponte é obra do arquiteto catarinenseChristiano de La Paix Gelbert. Originárias do Sulda Califórnia (EUA), as palmeiras não têm araiz principal, por isso não causam danos a

calçamentos. As escadarias projetadas aolado da ponte descem até a margem do canale serviriam de embarcadouro e local de ven-da de frutas e verduras, quando o riacho eranavegável. Simbolizam uma outra época, emque o local era considerado de lazer. Até o fi-

PONTE DA JOÃO PESSOAPONTE DA JOÃO PESSOArevela segredos

1940: Arroio Dilúvio passa pela Ponte de Pedra, hoje no Largo dos Açorianos

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 23

Projeto propõerecuperação das

margens do DilúvioUm novo projeto do Núcleo de Estudos sobre o Ar-

roio Dilúvio vai abordar a questão urbanística e a re-cuperação das margens do arroio. Na primeira fase,em andamento, está sendo feito um levantamento pla-nialtimétrico das margens entre as avenidas SalvadorFrança e Christiano Fischer, que abrange o local ondeestá a PUCRS. Esse estudo descreve o terreno comexatidão e nele são anotadas as medidas planas, ân-gulos e diferenças de nível, bem como a indicação daspontes, postes e vegetação existentes na área.

Na segunda fase do projeto, alunos da Faculdadede Biociências irão identificar as espécies de vegeta-ção encontradas, suas características gerais, determi-nando se são nativas ou não. Por fim, estudantes daFaculdade de Arquitetura e Urbanismo farão um proje-to urbanístico dessa região. As atividades dos acadê-micos são acompanhadas por professores.

Com esse projeto, espera-se detectar quais as pro-blemáticas apresentadas, como poluição, rede elétrica,pessoas que transitam pelas margens, tubulação degás e esgoto, entre outras. Para que um tipo de vegeta-ção seja utilizado, por exemplo, será preciso determinarnormas de altura, devido aos fios de alta tensão pre-sentes; verificar o tipo de raiz, para que não interfira natubulação, e a vegetação não poderá atrapalhar os tra-balhos periódicos necessários, como o de dragagem.

O coordenador do núcleo, professor ClaudioFrankenberg, observa que o objetivo não é adotar otrecho estudado do Dilúvio, mas sugerir soluções quepossam ser utilizadas pela Prefeitura Municipal emtodo o arroio. O núcleo está vinculado ao Instituto doMeio Ambiente da PUCRS. Informações pelo telefone(51) 3320-3640 ou e-mail [email protected].

por Mariana Vicili

Estudo descreverá o terreno com exatidão

nal da década de 50 as águas límpidasdo Dilúvio corriam entre chácaras deleite, plantações ou nos fundos das ca-sas, rodeadas de farta vegetação.

A foz do Dilúvio se situa no limitede Porto Alegre com Viamão e o riachodesemboca no Guaíba. Seu curso temuma extensão de 17 quilômetros. Origi-nalmente corria do atual Bairro MeninoDeus até o Parque Farroupilha, passan-do inclusive pela ponte de pedra, hojejunto ao Largo dos Açorianos. Para es-coar melhor as águas, o intendenteJosé Montaury, em 1905, abriu um ca-nal em linha reta eliminando a grandevolta do arroio, na Zona Ilhota, entãoparte pobre da Cidade Baixa. O prefeitoLoureiro da Silva começou a execuçãodo projeto de canalização em 1941, anoda grande enchente. Houve a retifica-ção direta da Ponte da João Pessoa aoGuaíba, criando a Avenida Ipiranga. Em1962 começou o processo de desapro-priação das casas das famílias da Ilho-ta para o atual Bairro Restinga. Angeladestaca que a Ilhota foi o berço dosamba na Capital e onde nasceu ocompositor Lupicínio Rodrigues.

A monografia também aponta a ori-gem do Bairro Azenha. O açoriano Fran-cisco Antonio da Silveira, que se insta-lou nas proximidades do atual hospitalErnesto Dornelles, construiu em 1760uma máquina de moer trigo (azenha).Passou a ser conhecido como Chico daAzenha e batizou a área. Um parente deChico, Laurentino Antonio da Silva,hospedou, em 1835, os rebeldes far-roupilhas. Em 19 de setembro, eles

cruzaram o Dilúvio para atacar PortoAlegre. Na Ponte da Azenha e em seusarredores foi travado o primeiro comba-te da revolução. Os farrapos, lideradospor Gomes Jardim e Onofre Pires, derro-taram os imperiais.

A autora enfoca ainda a vocação daCapital na área ambiental. Foi a primei-ra cidade brasileira a criar a SecretariaMunicipal do Meio Ambiente, em 1976.Em 1996 havia 13,35 metros quadra-dos de área verde por habitante. Em1954 uma lei exigia que os loteamentosreservassem 10% do terreno para ar-borização. Em 1966, o percentual subiupara 15%.

Para a monografia, Angela ouviu oprofessor Cláudio Frankenberg, da Fa-culdade de Engenharia e do Instituto doMeio Ambiente da PUCRS, que questio-na se a margem do Dilúvio não pode-ria ser utilizada como área de lazer,com ciclovia, pista para caminhada ecorridas. “Teria um custo acessível epoderia constranger aqueles que jogamlixo no local”, destaca o professor. Oprojeto de despoluição do Dilúvio envol-ve vários órgãos da prefeitura e buscaa recuperação das nascentes, remoçãode resíduos e ações de educação am-biental.

Formada também em História pelaPUCRS, Angela é programadora decomputador aposentada. Apresentará amonografia à Prefeitura de Porto Alegrecom a intenção de servir como basepara ações. Tem como metas trabalharnas áreas de planejamento turístico,elaboração de roteiros e projetos.

Vista da ponte da Azenha em data desconhecida

Fotos: Museu Municipal Joaquim José Felizardo

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24 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

ENTREVISTA

O tranqüilo ofício daescritora LYA LUFT

Por Mariana Vicili

A Semana de Letras, promovi-da pela Faculdade de Letras, esteano teve como convidada espe-

cial uma ex-aluna ilustre, cujo best-seller,Perdas e Ganhos, vendeu mais de 500 milcópias. Lya Luft, formada em Letras Anglo-Germânicas e Pedagogia pela PUCRS, ondetambém se tornou mestre em LingüísticaAplicada, veio à Universidade comentarsuas leituras sobre as obras de um grandeamigo, Mario Quintana. Lya publicou seuprimeiro romance, As Parceiras, aos 41anos, e, desde lá, não parou. Atualmentetem uma coluna quinzenal na revista Veja,trabalha em futuras obras, mas o que con-fessa gostar mais é ficar quieta no seu can-to, no seu apartamento, onde deixa nasce-rem aos poucos seus personagens dentrode si. Um dia antes da palestra na PUCRSLya concedeu esta entrevista à PUCRS In-formação.

A SENHORA RESERVA ALGUM DIA ESPE-CIAL PARA SI, PARA SUA FAMÍLIA?

Não, todos os dias são meus. O queacontece é que um dia tenho uma entrevistaaqui, outro dia ali. Todos os dias são muitomeus, eu curto muito o meu tempo. Não te-nho isso de estar tão ocupada que precisoter um dia especial para mim. As minhas ne-tinhas vêm, almoçam comigo, às vezes eubusco elas na escola. Tem dia em que o meufilho traz o neto pequeninho e tenho dois ne-tos também que moram no Mato Grosso comos quais eu converso sempre pela internet.

QUAL É A DIFERENÇA, PARA A SENHORA,ENTRE O PROCESSO CRIATIVO DE UMACOLUNA DE UMA REVISTA SEMANAL E OFAZER LITERÁRIO?

Eu acho que a coluna é uma obrigação.Eu tenho que ter, a cada 15 dias, uma colu-na. Eventualmente tenho uma carta na man-ga, caso eu não consiga escrever por algummotivo. A coluna é uma obrigação que euaceitei, que me diverte, me dá prazer e muitoretorno. Isso eu acho que é um trabalho maisintelectual. Literatura é uma coisa muitomais minha, de dentro, da minha psique, daalma. Lógico que, tanto na coluna da Vejaquanto qualquer coisa, eu sou supercuida-dosa, sou apaixonada pela linguagem. Então,eu não escrevo com menos cuidado a colunado que eu escrevo um poema, um conto, umapágina de romance. Só que o livro tem essavantagem de você poder ficar retocando.Nesse sentido, eu acho que a questão daarte fica para os ensaios, poesias e ficção.

COSTUMA MOSTRAR SEUS TEXTOS ANTESPARA ALGUÉM?

Não. Nunca mostro nada para ninguém.Eventualmente a coluna da Veja, quando elatem algum comentário ligado à política oueconomia, que não é a minha especialidade,eu mostro para o meu companheiro atual,em cuja opinião eu confio, para evitar algu-ma gafe ou engano que eu fosse cometer comrelação a esses assuntos, mas é só. Eu soumuito ciosa, talvez até por insegurança, en-tão acho melhor não mostrar. Eu jamais fariaisso de escritores que se reúnem, lêem seus

A SENHORA PASSOU POR GRANDES MU-DANÇAS NA CARREIRA DEPOIS DOS 60ANOS, SENDO AUTORA DE BEST-SELLERS ECOM UMA COLUNA EM VEJA. O QUE ISSOREPRESENTA?

Eu acho que foi o caminho normal da mi-nha vida. Deu-me um pouco de segurança fi-nanceira, aumentou muito o meu público etambém me tirou bastante do meu recolhi-mento. Eu sou uma pessoa muito quieta, gos-to de ficar em casa e, na verdade, eu sou umapessoa mais para tímida do que para expan-siva. Na minha vida pessoal sou sempre amesma, mudando como muda normalmenteuma pessoa no curso do tempo. Acho que naplena maturidade, quase começando a enve-lhecer, internamente as coisas foram melho-rando. Fiquei mais tranqüila e, inclusive, curtomais as coisas. Aos 68 você não tem aquelaloucura da juventude quando tem filhos pe-quenos, pouca grana, muito trabalho e tendoque mostrar serviço. Então, com o amadureci-mento, a passagem do tempo, o que muda éque eu me sinto melhor.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 25

textos uns para os outros e comentam. Euacho muito legal, mas para mim não funciona.

A SENHORA SE AVENTUROU RECENTE-MENTE PELA LITERATURA INFANTIL COMO LIVRO HISTÓRIAS DA BRUXA BOA. AL-GUMA CHANCE DE ISSO ACONTECER NO-VAMENTE?

Na verdade eu não pensei em escreverum livro para crianças. Fui contando essashistórias para a mais velha das minhas trêsnetinhas que estava com pouco menos dequatro anos, na época esperando irmãzi-nhas gêmeas. Quando nasceram as meni-nas eu me dei conta de que me esqueceriaquando as pequenas chegassem nessa ida-de. Comecei a passar para o computador epercebi que tinha um livro. Na verdade, aíhouve um processo interessante porque euvi, em algumas sessões de autógrafos, quevinham muitos adultos. Uns traziam trêsexemplares e diziam: “Este é para o meunetinho de quatro anos, este é para o meufilho de 25, e este é para mim”. Então eupensei, por que tanto aluno está lendo e sedivertindo com a bruxa? Hoje eu acho que éuma fábula sobre a família, então acabeiescrevendo A volta da bruxa boa, que devesair no ano que vem.

COMO É A SUA ROTINA PARA ESCREVER?Eu sou completamente tranqüila para

escrever porque sempre trabalhei numacasa com criança. Primeiro os meus filhos,depois minhas netinhas que moravam co-migo. Eu detesto essa pose de escritora“vamos caminhar na ponta dos pés, ma-mãe está escrevendo”. Eu acho que, se nomomento tem muito barulho, muita agita-ção, e eu não posso escrever, quando eu es-tou sozinha eu escrevo. Aqui, a não ser nosdias em que as netas vêm, e eu torço paraque sejam muitos, tenho muita tranqüilida-de. Normalmente escrevo no meu escritório,uma salinha bem pequena, quase semprecom música, que pode ser Mozart, ChicoBuarque, Elis Regina, enfim, depende doque eu estou escrevendo.

A SENHORA TEM CONTATO COM OS SEUSLEITORES?

Da Veja, sim. O meu e-mail não é públi-co, se não eu não faço mais nada. Quandoele se torna público, eu troco. Peço para aVeja não me mandar todos os e-mails, por-que senão seria uma coisa sem fim e eu fi-caria aflita porque ia querer responder. Mui-

to raramente vejo os que ela publica. Por prin-cípio eu não respondo. Não tem sentido, por-que não vai ser uma relação pessoal.

FALANDO SOBRE OS LEITORES ENTÃO.HOJE, NO BRASIL, LÊ-SE, EM MÉDIA, ME-NOS DE DOIS LIVROS POR ANO. O QUE ASENHORA ACHA QUE FALTA AO LEITOR BRA-SILEIRO?

Falta ao Brasil que, em vez de dar dinhei-ro miseravelmente para os miseráveis – umacoisa assistencialista, que eu acho detestável– deveria dar emprego e educação. Ao cres-cer, como ser humano, a pessoa, ao natural,vai ler. Essas cifras pra mim não são muitoválidas, porque a coisa não é só ler livro, vocêtambém tem que ler jornal. A meninada gastaem duas visitas a uma rede de fast food, maisdo que pagaria por um livro legal. Nós temosum presidente que diz que ele é uma prova deque não precisa ler, não precisa estudar paraser presidente do Brasil. Eu não tenho nadapessoalmente contra o Lula, mas eu acho issouma coisa mais para chorar do que para rir.

RECENTEMENTE SUA FAMÍLIA ENTREGOU OACERVO DE CELSO LUFT, SEU FALECIDOMARIDO, AOS CUIDADOS DA PUCRS. COMOFOI ESSA DECISÃO?

Há algum tempo eu andava pensando nis-so, mas muito vagamente, porque a bibliotecaespecializada do Celso era grande, a minhatambém, então a minha casa era lotada de li-vros. Às vezes alguém me ligava pedindo paraconsultar alguma obra do Celso. Quando re-

solvi me mudar, conversei com os meus filhos.O Vicente disse que gostaria de ficar com acoleção, mas que não tinha lugar no seu apar-tamento. Aí eu disse, “Vicente, na minha casa,na sua, ou em qualquer outra, é uma lápidefunerária. Se dermos como acervo para umauniversidade, o pai de vocês vai voltar a fazeraquilo que ele mais gostava, que era ensinar”.Eu acredito nisso. A PUCRS foi maravilhosa eimediatamente vieram buscar, fizeram aquelasala que foi inaugurada, depois parece que vaiter uma sala na Biblioteca. Está bem cuidado,então eu fiquei muito feliz.

PARA QUEM QUER SEGUIR A CARREIRA LI-TERÁRIA, ALGUMA DICA?

Leia muito. Quem não escreve bem comfacilidade, com naturalidade, não tem voca-ção pra escritor. Hoje em dia tem coisas la-mentáveis, mal escritas, as editoras fazemum enorme trabalho de revisão. Todo mundoquer ser escritor famoso aos 24 anos. Eusempre digo, Castro Alves ficou famoso aos20 anos, morreu com 24, não tenha pressa.Você tem que ler muito, escrever muito, nemque seja para rasgar e jogar fora, porque éassim que se aprende, não é na gramática. Agramática, com o dicionário, é um suportepara você conhecer teoricamente. Em segun-do lugar, não tenha pressa. As pessoas têmque ter mais experiência, maturidade, conhe-cer um pouco do mundo, que hoje em dia estána sua casa pela internet, você não precisanem pagar passagem de avião. Você tem queter o mínimo de cultura.

PLANOS PARA OS PRÓXIMOS ANOS?Bom, vai sair a continuação do Bruxas em

2007. Está saindo agora o Em outras pala-vras, reunindo boa parte das colunas da Veja,e estou começando a escrever contos, coisaque eu nunca fiz muito, mas a ficção sempreme seduz. Comecei um ensaio sobre o silên-cio, um pouco na linha do Perdas e Ganhos.Tem, mais remoto também, um romance parao qual eu encontrei um título, que é O Silênciodos Amantes, mas ele ainda está se fazendoaqui dentro, deixa quieto.

“LITERATURA É UMA COISA MUITOMAIS MINHA, DE DENTRO, DA MI-NHA PSIQUE, DA ALMA. EU NÃOESCREVO COM MENOS CUIDADO ACOLUNA DA VEJA DO QUE ESCREVOUM POEMA, UM CONTO, UMA PÁ-GINA DE ROMANCE. SÓ QUE O LI-VRO TEM ESSA VANTAGEM DEVOCÊ PODER FICAR RETOCANDO.NESSE SENTIDO, EU ACHO QUE AQUESTÃO DA ARTE FICA PARA OSENSAIOS, POESIAS E FICÇÃO.”

Ouça trechos inéditos da en-trevista na edição on-line da

revista (www.pucrs.br/revista)sobre como Lya Luft busca inspiraçãopara os seus personagens, sua amiza-de com Mario Quintana e sobre seus li-vros favoritos.

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26 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

GENTE

F azer o trabalho de conclusão docurso de graduação (TCC) éuma fonte de aflição para al-

guns estudantes, quando poderia seruma oportunidade para refletirem epesquisarem sobre um assunto do seuinteresse e da sua futura profissão.

Para quem vai passar por isso,vale salientar: não é um “bicho desete cabeças”. Os estudantes contamcom apoios muito importantes nessemomento, como as disciplinas volta-das para a aprendizagem do métodode pesquisa e trabalho científico, os professo-res orientadores, serviços oferecidos pelas bi-bliotecas da Universidade dentre outros.

O primeiro passo é a escolha do tema edo orientador. A professora Jane Caetano, daFaculdade de Letras, observa que o temadeve ser escolhido de acordo com o seu inte-resse ou preferência, observando a relevânciae viabilidade. Sugere que seja feito um crono-grama de atividades, para delimitar o tempo àexecução de cada etapa; a elaboração de su-mário provisório do trabalho e que o orienta-dor seja seguido disciplinadamente.

Visitas às bibliotecas da PUCRS são ine-vitáveis. Além de terem inúmeras fontes depesquisa, contam com profissionais prepara-dos para ajudar os estudantes e esclarecerdúvidas. Na Biblioteca Central, no Setor deReferência (2º andar), os bibliotecários ofere-cem treinamentos aos estudantes, solicitados

Sobrevivendo à MONOGRAFIA

pelas Faculdades. Atendem individualmenteno local, por telefone ou e-mail, em especialsobre aplicação das normas da ABNT; dispo-nibilizam no site um guia para a apresentaçãode trabalhos acadêmicos, teses e disserta-ções, modelos de referências, entre outrosserviços especiais.

Os estudantes que apresentam dificul-dade para organizar e redigir as suas mono-grafias podem procurar a ajuda do Núcleode Atendimento e Estudos Pedagógicos, vin-culado ao curso de Psicopedagogia. Segundoa professora Maria Beatriz Ramos, coorde-nadora do curso, os problemas mais freqüen-tes são a dificuldade para colocar idéias nopapel e de organização do tempo para ativi-dades da Faculdade. O atendimento é gra-tuito, feito por estagiários do curso, monito-rados por professores. Informações: (51)3320-3500, ramal 4351.

Banca, aí vou eu!O trabalho está pronto, mas a tarefa

ainda não chegou ao fim. Para que ele se-ja aprovado, deve passar pela banca, for-mada por professores convidados e o pro-fessor orientador. Para muitos alunos, de-fender sua monografia perante esse pú-blico seleto e qualificado acaba sendo aparte mais difícil, fonte de muita ansiedade.

Sabendo disso, as professoras Edi-mara Mezzomo Luciano e Ionara Rech, docurso de Administração de Empresas, cria-ram o evento Banca, aí vou eu!, que ocor-re a cada semestre desde junho de 2003.

Num primeiro momento, ex-alunoscontam suas experiências e dão dicas aosestudantes. Em seguida, dois alunos sor-teados participam de uma banca simula-da. Os professores fazem observações edão sugestões quanto à postura, domíniodo assunto, entonação de voz, utilizaçãodo tempo e apresentação dos eslaides.

A professora Edimara observa que aatividade agora faz parte da cultura docurso, com uma grande procura. “É umaoportunidade para os alunos conheceremos professores e diminuírem o medo quetêm da banca. Temos notado uma grandemelhoria nas apresentações depois doinício desse projeto”, comemora.

Auxílio criativono TCC

Um livro recen-temente lançadopela Edipucrs podeajudar na elabora-ção do trabalho deconclusão. IntituladoOpus Academicus,utiliza a metáfora,ao mesmo temposéria e divertida,descrevendo as preo-cupações de um aluno de Administraçãoda PUCRS frente às dificuldades com seuTCC. Quem auxilia o personagem Glaucus,envolvido com sua monografia, é nadamenos que o filósofo Platão, que lhe ensi-na, de forma fácil e compreensível, os de-talhes da realização de uma monografia.O autor da obra é o professor Nelson Fos-satti, do curso de Administração.

Tomando a dianteiraEnquanto alguns deixam tudo para a

última hora e correm contra o relógio paraterminar a monografia, outros preferemtrabalhar com mais calma. Foi o caso daestudante do último semestre de DireitoBruna Roitman. Ela apresentou seu TCCsobre recuperação de empresas com umsemestre de antecedência e conquistou anota máxima.

Durante as férias, em janeiro e feverei-ro de 2006, a estudante aproveitou paraadiantar o trabalho, mas confessa que nãodeixou de aproveitar o verão, entre uma lei-tura e outra. “Sabia que teria outras preo-cupações no fim do curso, queria me dedi-car mais ao estágio e estudar para o exameda OAB. Achei melhor assim”, conta.

Dentre asdicas que deixapara os cole-gas, estão es-colher um temade uma área deque goste, relertodo o trabalhoantes de entre-gar para verpossíveis er-ros e não fazeruma monogra-fia muito exten-sa. “Não precisa ser grande para ter quali-dade. Ela tem que ser esclarecedora, demaneira objetiva”, sugere.

Bruna fez antes

Pesquisas na Biblioteca são fundamentais

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UNIVERSIDADE ABERTA

A dolescentes que fi-cam horas em frenteao computador e não

deixam sequer um dia de jogarsão candidatos a realizarem ati-vidades no Laboratório de Robó-tica Educacional da Faculdadede Engenharia (Feng) da PUCRS.A idéia da Universidade é captartalentos para o local e descobrirperfis adequados aos cursos deEngenharia Mecânica e de Con-trole e Automação (Mecatrôni-ca). “Desde cedo a gente notaquem se destaca. Depois é umorgulho ver os ex-alunos bemcolocados no mercado de traba-lho”, destaca o professor NilsonValega Fernandes, um dos idea-lizadores do Laboratório, com osprofessores Isaac Newton daSilva e Vinicius Licks e o enge-nheiro Tiago Broilo.

De setembro a dezembro,18 alunos do Colégio Rainha doBrasil, de Porto Alegre, na faixade dez a 15 anos, participamsemanalmente de atividadesextraclasse na Feng, ministra-das por estagiários e professo-res. O grupo foi escolhido conforme o interes-se pela robótica. A Universidade cobra umataxa para cobrir os custos. Os kits utilizadosnos encontros são adquiridos pela escola eficam com ela quando terminar o projeto. Se-gundo Valega, os estudantes do Rainha doBrasil estão entusiasmados com as novasdescobertas.

O professor diz que o Laboratório primei-ramente será voltado a colégios maristas e

ROBÓTICA acessívelao Ensino Médio

depois para a rede pública municipal e esta-dual. A Feng agora busca uma parceria com oMuseu de Ciências e Tecnologia da PUCRSpara criar um centro de formação de profes-sores na área e oferecer oficinas a um núme-ro maior de alunos. Valega destaca que a ro-bótica pode ajudar a tornar mais interessantee fácil o ensino de outras disciplinas.

As obras do Laboratório estão em anda-mento. A infra-estrutura incluirá 11 computa-dores, dez mesas de trabalho e as ferramen-tas necessárias para as atividades. Por en-quanto os alunos são recebidos no Laborató-rio de Manufatura Integrada por Computador(CIM).

A Feng atua no Colégio Marista Champag-nat, dando apoio ao trabalho na área de robó-tica voltado a alunos dos Ensinos Fundamen-tal e Médio. Em 2004, com o Rosário e a Fa-culdade de Comunicação Social, foi criado orobô PAX (Periquito Automatizado X), símboloda escola, em comemoração ao seu centená-

Habilidades lógico-matemáticasHabilidades psicomotorasRelacionamento interpessoalCriatividade, senso estético e paciênciaGosto pelo trabalho em detalhesConhecimentos de física aplicadaSenso crítico na aplicação de tecnologias

O QUE O PROJETOBUSCA DESENVOLVER

Universidadeterá kit didático

Um dos projetos de pesquisa do La-boratório de Robótica Educacional é arealização de um kit de baixo custo ecom nível técnico mais elevado do que osencontrados no mercado. A aplicação sedará na introdução dos conceitos de con-trole e automação em cursos de gradua-ção e no Ensino Médio. O kit terá com-ponentes mecânicos e eletrônicos pa-drões e intercambiáveis para a constru-ção de um robô ou máquina, além de umsoftware para a programação do siste-ma. Apóiam o desenvolvimento a Funda-ção de Amparo à Pesquisa do RS, o Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cien-tífico e Tecnológico e a própria PUCRS.

Objetivo: interesse por novas tecnologias

rio. O robô, cujo nome em grego significa paz,expressou o estreitamento das relações entreas organizações maristas. Os estudantes doRosário colaboraram em todas as etapas, dodesenho até a programação do periquito.

O estímulo ao desenvolvimento de habili-dades por meio da robótica começou naPUCRS em 1999 com a promoção do 1º e 2ºDesafio de Robôs e do 4º Campeonato Nacio-nal de Futebol de Robôs. Este último com aparticipação de equipes de São Paulo e MinasGerais. Em 2003, grupos do Ensino Médiopassaram a integrar o Desafio de Robôs, quechegou à oitava edição em 2006.

O Laboratório busca também despertar ointeresse para o aprendizado de novas tecno-logias e contribuir para a introdução de for-mas de aprender e ensinar. Valega afirma queesses benefícios serão estendidos para osalunos da PUCRS que farão uso da infra-es-trutura. Haverá aulas no local das disciplinasde Introdução à Engenharia de Controle e Au-tomação (Mecatrônica) e Introdução à Enge-nharia Mecânica.

PUCRS quer captar novos talentos em Engenharia

Extraclasse: alunos do Rainha do Brasil

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ALUNOS DA PUCRS

ENGENHARIA desenvolveplano para integrar calouros

O s cursos de Engenharia Mecânica ede Controle e Automação desenvol-vem plano de treinamento para

alunos calouros. O projeto foi idealizado peloprofessor Nilson Fernandes e tem como obje-tivo integrar os estudantes com o curso queescolheram e com a Engenharia de um modogeral. Os acadêmicos podem participar dedois laboratórios e devem cumprir um total de180 horas durante o primeiro semestre docurso, que serão consideradas 20 horas deatividades complementares. Depois de termi-nar o treinamento, os alunos poderão inte-grar-se como bolsistas ou estagiários, confor-me oportunidade e interesse.

Alunarecebe TopSer Humano

R ENATA BIDONE DEAZEVEDO E SOUZA,doutoranda da Faculda-

de de Comunicação Social, re-cebeu o prêmio Top Ser Humano– categoria Estudante, concedi-do pela ABRH-RS, pelo caseAnálise das estratégias de co-municação adotadas no progra-ma de capacitação ‘O CaminhoGR de Bom a Melhor’, programacoordenado pela estudante, queatua como gerente de desenvol-vimento humano e organizacio-nal da GRSA, empresa da áreade serviços de alimentação. Otrabalho foi desenvolvido combase em sua tese As estratégiascomunicacionais e suas impli-cações no treinamento para de-senvolvimento organizacional:um estudo de caso, orientadapela professora Cleusa Scrofer-neker. Renata é graduada emPsicologia e mestre em Comuni-cação pela PUCRS.

“O plano oportuniza ao calouro conheceras atividades da Engenharia, suas áreas téc-nicas e projetos, além de conviver com outros

28 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

colegas e professores”, explica Fernandes. “Osresultados até agora foram satisfatórios emuitos estudantes continuarão vinculados aoslaboratórios”. A procura por vagas para a se-gunda edição do plano é grande e os organiza-dores decidiram oferecê-las mediante sorteio.

A aluna NATHÁLIA MUNIZ, ligada ao la-boratório Computer Integrated Manufacturing(CIM), gostou da experiência. “Aprendi umpouco de cada área da Engenharia Mecatrôni-ca”, resume. MARCELO SCHMTZ, também noCIM, e KARINA ALVES, vinculada à Rede Me-tropolitana de Porto Alegre, ficaram satisfeitoscom o projeto e devem permanecer trabalhan-do e pesquisando nos laboratórios.

Fernandes e os alunos no CIM

Doutorados no exterior enriquecem aprendizado

O s alunos MARIANAKOLBERG e EDSONMORENO, da primeira

turma de doutorado do Progra-ma de Pós-Graduação em Ciên-cias da Computação, foram con-templados com bolsas de douto-ramento no exterior concedidaspela Coordenação de Aperfeiço-amento de Pessoal de Nível Su-perior (Capes).

Mariana está na Alemanhaonde ficará durante 12 mesesno Institut für Angewandte undNumerische Mathematik, emKarlsruhe, grande referência naárea de computação verificada ecom o qual a Faculdade de Infor-mática manteve projetos nos úl-timos anos. Ela atua na área dematemática computacional soborientação do professor DalcídioClaudio.

Para aumentar as chancesde ter a bolsa aprovada, Maria-na considera importante ter con-tato com um professor no exteri-or. “No meu caso, isso não foidifícil, já que mantemos coope-ração há anos com os pesquisa-dores de Karlsruhe”, comenta. “É uma experiên-cia enriquecedora como pessoa e profissional”.

Moreno, que desenvolve estudos sobre micro-eletrônica, orientado pelo professor Ney Calazans,

ficará um ano em Grenoble nolaboratório Techniques of Infor-matics and Microelectronics forComputer Architecture. A bolsaconcedida ao doutorando fazparte de uma parceria entre osgovernos brasileiro e francês,que possibilita a criação de pro-jetos de pesquisa cooperativosentre universidades do Brasil eda França. “Tenho grande ex-pectativa de aprender novastécnicas de pesquisa, além deter mais possibilidades de estu-dos”, afirma. Também valoriza apossibilidade de ter contato compessoas de diferentes naciona-lidades e culturas, o que poderáproporcionar oportunidades detrabalho e pesquisa.

FABIO CASTRO, ex-aluno deDireito e Filosofia e do mestradode Filosofia, conquistou umabolsa de estudos da Capes paracursar doutorado pleno em Filo-sofia na Bélgica. Ele está estu-dando na Universitè de Liège,referência em pesquisas sobrefenomenologia. Castro comentaque ter contato prévio com pro-

fessores da universidade e conhecer a língua dopaís são fundamentais para conseguir bolsas. Elepretende continuar suas pesquisas e começar alecionar quando voltar ao Brasil.

França: Edson Moreno

Alemanha: Mariana Kolberg

Bélgica: Fabio Castro

Fotos: Arquivo Pessoal

Foto: Divulgação

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Criatividade eempreendedorismo

na NUTRIÇÃONovos alimentos

são produzidospelos estudan-

tes do curso de Nutrição.Com ênfase no empreen-dedorismo, a disciplina deMétodos de Investigaçãoem Nutrição busca auxiliaro aluno a desenvolver téc-nicas para o exercício daprofissão criando novosprodutos alimentares com a elaboração de rótulos eestratégias de marketing. Orientados pelas profes-soras Martine Hagen, Alessandra Pizzato e LucianaOliveira, os estudantes têm a tarefa de desenvolverum produto inédito. Faz parte dessa atividade, criara embalagem, o rótulo,o custo e a justificati-va: o que levou o grupoa desenvolvê-lo, cienti-ficamente embasada.

“A disciplina ofere-ce ao estudante umaforma de ampliar suas

Manual aborda temas relacionados à MÍDIA

E studantes da disciplina de Projeto Ex-perimental em Jornal do curso de Jor-nalismo desenvolveram um manual

para auxiliar professores de Ensino Funda-mental em discussões com seus alunos sobrea mídia e suas influências. Exemplares dapublicação Educando para a mídia foram en-tregues para a secretária de Educação do Es-tado, Nelsi Müller, pelos professores VitorNecchi e Cristiane Finger e alunos que partici-param de sua elaboração. Nelsi irá definirquais escolas receberão o material.

A cada semestre os alunos dessa discipli-na criam uma publicação de20 páginas e cabe a eles deci-dir o tema. “Desta vez, a pro-posta foi fazer uma provoca-ção a professores de EnsinoFundamental de escolas públi-cas quanto a temas relaciona-dos à mídia e ao impacto dosprodutos midiáticos na socie-

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 29

dade e na mentalidade das crianças”, explicaNecchi. “Muitos assuntos são tratados demaneira equivocada e os alunos pensaramem indicar a forma como deveriam ser discu-tidos”, comenta o professor, orientador doprojeto. Para Necchi, o manual expressa aqualidade e a maturidade que os alunos al-cançam ao final do curso.

A aluna DENISE POLIDORI, responsávelpelo projeto gráfico, afirma que o grupo mos-trou empenho desde o início, resultando nummaterial de qualidade. “Defendi bastante oassunto porque queria trabalhar num projeto

acadêmico que realmenteolhasse para o futuro, de-monstrando uma preocupaçãocom o resultado do nosso tra-balho”, comenta.

Segundo a acadêmica ELI-SA VIALI, a realização do ma-nual ajudou a refletir sobre amensagem que os futuros jor-

nalistas estarão transmitindo para a popula-ção. “É preciso que as crianças comecem aconstruir uma visão crítica dos meios de co-municação desde cedo e a publicação podedar grande suporte para isso”.

O estudante FRANCISCO CADAVAL consi-derou a experiência bastante satisfatória, poisescreveu sobre um tema de seu interesse: oespetáculo da violência na mídia. Cadavalparticipou da elaboração textual e escreveusua monografia relacionada ao assunto queabordou no manual.

capacidades criativaspara ser um empreende-dor”, define Martine.Alessandra destaca que,expandindo sua imagina-ção, os acadêmicos po-dem ter muitos ganhos nofuturo. O aluno tambémconhece tipos de pesquisaem saúde e pode ter no-ções de como seria a co-

mercialização de seus produtos.Entre os alimentos criados, estão muffins de

frutas, pizzas multicereais e requeijão sem lactose(à base de soja), pizza sem glúten, bolo sem feni-lalanina (à base de farinha de banana verde), en-

tre outros. As estudantesESTHER BRAZ, JUSSA-RA GIACOBO, MARIAMENDEL, KARINE ME-LLO, SILVIA CANTÃO EFLÁVIA BÊNIA, desen-volveram o Fernuggets,um nugget de fígado.

PRÊMIOS

MARIANA CLÉLIA FORMI-GA, aluna do 6º semestre de Ci-ências Biológicas, conquistou oprêmio de melhor trabalho deiniciação científica da área demutagênese no 52º CongressoBrasileiro de Genética, realiza-do em Foz do Iguaçu. Apresen-tado na forma de pôster, o estu-do foi avaliado por membros daSociedade Brasileira de Genéti-ca de diferentes centros de pes-quisa do País. Mariana faz es-tágio voluntário no Departa-mento de Biodiversidade e Eco-logia da Faculdade de Biociên-cias sob orientação da profes-sora Renata Medina da Silva

O aluno EDUARDO PACHE-CO RICO, do Programa de Edu-cação Continuada da Faculdadede Biociências, recebeu men-ção honrosa da Federação dasSociedades de Biologia Experi-mental com o estudo intituladoEfeito agudo do metanol sobrea atividade e padrão de expres-são da acetilcolinesterase emcérebro de zebrafish (Danio re-rio), realizado sob a orientaçãodos professores Maurício Bogoe Carla Bonan.

Secretária (dir.) recebeu o material

Muffin de frutasNuggets de fígado

Estudantes criam novos alimentos

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ALUNOS DA PUCRS

30 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

PET-LETRAS ofereceaulas de reforço

OPrograma de Educação Tu-torial (PET) da Faculdadede Letras oferece cursos de

reforço para alunos com dificuldadesem acompanhar o andamento dasdisciplinas. Com orientação dos pro-fessores, os próprios bolsistas do PETdesenvolvem os conteúdos e minis-tram as aulas.

Maria Tasca, coordenadora doscursos, observa que alguns alunos in-gressam na Faculdade com dificulda-des em certas matérias. Para auxiliá-los a melhorarem seu desempenho esentirem-se incluídos social, cultural e aca-demicamente, surgiu a idéia de criar os cur-sos. “Com as aulas, os acadêmicos ficammais seguros para encarar as disciplinas econseguem melhores notas”, constata Maria.“Para os bolsistas também é importante. Elespodem praticar o exercício de sua futura pro-fissão e aprender a preparar as aulas”.

As bolsistas LETÍCIA PRESOTTO, do 4ºsemestre, e MARTHA ARSEGO, do 3º, minis-tram o curso Conversação em Inglês e afir-mam que está sendo uma experiência válidapara sua formação. As acadêmicas elabo-

ram os conteúdos e têm a oportunidade deconhecer novos autores e pesquisadores naárea. “As aulas são dinâmicas e proveito-sas”, diz a aluna LETÍCIA SILVA, que integraa turma. “Estou satisfeita com os conheci-mentos que estou adquirindo. Ter maior con-vivência com a língua permite me expressarmelhor”, afirma.

Outros cursos oferecidos são Reforço emLíngua Inglesa, em Leitura Compreensiva eem Fonética e Fonologia. Os grupos são de12 alunos, que assistem às aulas gratuita-mente.

CURRÍCULO ON-LINE édesenvolvido por futuros jornalistas

O s alunos da disciplina deProjeto Experimental On-line do curso de Jornalis-

mo desenvolvem uma nova forma demanter o currículo atualizado. Os fu-turos jornalistas trabalham num port-fólio on-line permanente, expondomateriais realizados durante a Facul-dade e, mesmo depois de formados,terão a oportunidade de conservar umvínculo com a Universidade.

“Os estudantes criam sua própria‘identidade visual’, aprimorando acriatividade na área on-line”, explica AndréiaMallmann, orientadora das turmas da manhã.Os trabalhos são elaborados em duplas ecada aluno fica responsável pela criação dosite do colega.

GUSTAVO GOSSEN conta que aprendeurecursos do programa Photoshop que desco-

nhecia. Achou interessante selecionar os ma-teriais e organizá-los numa página de inter-net. O estudante FELIPE TRUDA pretendeconquistar novos empregos a partir da apre-sentação de seu currículo on-line. “Esperoque o portfólio se torne uma ‘vitrine’ de meustrabalhos”, comenta.

Bolsistas ministram cursos para colegas

Identidade visual é trabalhada em aula

Portal reúnebandasgaúchas

C analizar os grupos musicaisgaúchos num único lugar. Estafoi a proposta de RICARDO

NOSCHANG, acadêmico de Publicidadee Propaganda e seu ex-colega RenatoLaurino ao criarem, em novembro de2005, o site Portal Bandas Gaúchas.Com mais de 25 mil visitações men-sais, conta com cerca de 1.200 ban-das, aproximadamente, e oferece aosmúsicos e seus fãs um local para reu-nir e expor seus trabalhos.

Noschang sempre conviveu com amúsica e com as bandas do Rio Grandedo Sul. O aprendizado que o curso dePublicidade e Propaganda proporcionouajudou-o a pesquisar o mercado de in-ternet na época de lançamento e plane-jar, estrategicamente, as maneiras efi-cazes de atingir o público-alvo. “Tenhocomo grande referencial o professorRaul Miranda, com quem conversei arespeito da elaboração de nosso proje-to”, comenta.

O site, que mantém um sistema decomunicação semelhante ao Orkut, per-mite às bandas e aos fãs cadastraremseus dados pessoais, fotos, grupos desua preferência, entre outros, tudo deforma gratuita. Por lidar diariamentecom jovens, Noschang optou por apoiaro projeto Vida Urgente da FundaçãoThiago de Moraes Gonzaga, conscienti-zando o seu público dos perigos de diri-gir alcoolizado. O Portal também realizacoberturas de eventos musicais.

Ricardo, Rafael Malenotti e Renato

Foto: Divulgação

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 31

Começa a segunda etapa doPROJETO RONDON

Os 18 integrantes do Projeto Ron-don Brasil – Canadá receberamcertificado de participação na

primeira etapa das atividades de 2006.Estavam presentes o presidente do ProjetoRondon/RS, Tide Martins, o Pró-Reitor deExtensão, João Dornelles, o coordenador deExtensão Comunitária, Edgar Erdmann, e acoordenadora da Assessoria para AssuntosInternacionais e Interinstitucionais, SilvanaSilveira.

Os estudantes, nove do Brasil (alunosda PUCRS) e nove do Canadá, permane-ceram durante três meses na cidade gaúchade Camaquã realizando ações voluntárias.Com o período de experiência, além de ajuda-rem o próximo, integraram-se com o grupo e acomunidade, um dos objetivos do projeto des-tacados por Dornelles.

Na próxima etapa, iniciada em final desetembro, os participantes realizarão ativida-des semelhantes na cidade de Cranbrook, no

Canadá. Silvana comentou o conhe-cimento proporcionado a partir da re-lação entre povos e culturas diferen-tes e desejou sorte e coragem nanova etapa do Projeto Rondon. Mar-tins relembrou a história do projeto,salientando sua relevância para asociedade e para a vida de quemparticipa como voluntário.

Aluno estuda em MUSEUSNORTE-AMERICANOS

V INICIUS BER-TACO, aluno dodoutorado em

Zoologia da Faculdadede Biociências, visitouquatro museus norte-americanos graças aapoio financeiro ofere-cido pelas instituições.Durante dois meses,estudou espécies depeixes localizadas noAcademy of Natural Sciences, da Filadélfia,California Academy of Sciences, de São Fran-cisco, Field Museum of Natural History, de Chi-cago, e National Museum of Natural History, deWashington D.C.Também trocou informaçõescientíficas com outros pesquisadores, além deconhecer os trabalhos desenvolvidos por eles.

Os recursos oferecidos pelos museus,ainda pouco divulgados, foram fundamentaispara Bertaco viajar, concluir seu projeto depesquisa e aprofundar estudos. “Recomendoaos estudantes de pós-graduação de Biologiaa buscarem informações e aproveitarem essa

oportunidade única”,aconselha. Depois defazer contato com oscuradores das coleçõesnorte-americanas ecom as pessoas res-ponsáveis pelos recur-sos, o doutorando en-caminhou uma cartapara a comissão ava-liadora dos pedidos deauxílio e cumpriu todos

os trâmites burocráticos solicitados.Sob a orientação do professor Luiz Mala-

barba, ele trabalha no projeto Revisão e Filo-genia do Gênero Hemibrycon (Characiformes:Characidae). Para desenvolvê-lo, é precisoestudar os materiais-tipos, exemplares usa-dos na descrição das espécies, que estão, emsua maioria, localizados em acervos de mu-seus de História Natural dos EUA. Uma pe-quena parte desse material foi emprestada aoLaboratório de Ictiologia do Museu de Ciên-cias e Tecnologia (MCT) da PUCRS, onde Ber-taco realiza seu projeto.

Bertaco faz pesquisa no MCT

PRÊMIO

Alunos do curso de Publicidade e Pro-paganda da Faculdade de ComunicaçãoSocial conquistaram todos os prêmios nacategoria estudantil do Prêmio Central deOutdoor – Seccional RS. O vencedor doOuro foi CAIO NOGUEIRA PEREZ, com acampanha Rosas. A prata foi para LAURAMARQUES TORRES pela campanha Foi orosto dela que fez e o bronze ficou comCLARISSA CACERES ASTIGARRAGA dacampanha Conte um Segredo. A Centralde Outdoor congrega as empresas queveiculam este tipo de peça publicitária.Os vencedores dos primeiro lugar, em di-ferentes categorias, vão participar deuma segunda fase nacional.

Alunos receberam certificados

SAIBA MAIS

O Projeto Rondon, em parceria com a organi-zação não-governamental Jeunesse Canadá Mon-de, ocorre na PUCRS desde 2000, totalizando atéagora a participação de mais de 80 estudantes.As equipes atuaram nos municípios gaúchos deGramado, Rosário do Sul, Caçapava do Sul, Uru-guaiana, Osório, Cambará do Sul e Camaquã e, noCanadá, nas cidades de Buckingham, Power Ri-ver, Sunshine Coast, Rouyn-Noranda, Val DOR,Rouyn-Noranda, Sainte Marie de Bouce e Lachute.

Na PUCRS, a iniciativa está sob a responsa-bilidade do Programa de Ações Comunitárias deExtensão da Pró-Reitoria de Extensão, coordena-do pelo professor Edgar Erdmann. Para a Institui-ção, participar significa oferecer aos alunos apossibilidade de vivenciar uma realidade diferen-te da sua, aprender outra língua, estimular umcrescimento pessoal dos participantes e benefici-ar comunidades carentes.

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LANÇAMENTOS DA EDIPUCRS

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BIOÉTICA – UMA APROXIMAÇÃOJoaquim Clotet – 246p. – 2ª ediçãoReunindo cerca de duas dezenas detrabalhos do autor, previamente ofe-recidos ao público em publicaçõesisoladas, o livro proporciona ao leitoramplo e agradável encontro com aBioética, passando por suas razõesde ser, até as mais específicas apli-cações práticas, sem perder de vistaa importância da compreensão demodelos filosóficos que fundamen-tam esse saber.

TV, FAMÍLIA E IDENTIDADE:PORTO ALEGRE “FIM DE SÉCULO”

Nilda Jacks e Sérgio Capparelli (coords.)

258p. – Coleção Comunicação 35

Resultado de um longo trabalho, o estudo

aborda o comportamento das audiências na

cidade de Porto Alegre (RS), a partir da intro-

dução da TV por assinatura no Brasil. A origi-

nalidade da investigação concentra-se na ar-

ticulação dos níveis mais amplos das ques-

tões de comunicação a uma análise das pro-

fundas alterações ocorridas com a introdução

da televisão a cabo no País, na vida cotidiana

e na constituição das identidades.

O RASTRO DA BRUXAHISTÓRIA DA AVIAÇÃO COMERCIAL

BRASILEIRA NO SÉCULO XX ATRAVÉSDE SEUS ACIDENTES – 1928-1996

Comandante Carlos Ari CesarGermano da Silva – 369p. – Coleção

Ciências Aeronáuticas 1O livro aborda, em ordem cronológica, 74acidentes aéreos ocorridos entre os anos de1927 e 2000, quando a aviação comercialbrasileira atingiu seu desenvolvimento econsolidação. Tem seu conteúdo baseadoem relatórios emitidos pela autoridade ae-ronáutica brasileira, em resumos publicados pela organização de Aviação Civil Inter-nacional (OACI), órgão vinculado à ONU, em arquivos de jornais e revistas das dife-rentes épocas e em depoimentos informais de pilotos veteranos.

INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO NA

UNIVERSIDADE – INNOVATION AND

ENTREPRENEURIALISM IN THE UNIVERSITYJorge Luis Nicolas Audy

e Marília Costa Morosini (orgs.) – 461p.

A obra, bilíngüe, reúne artigos de especialistas

brasileiros e estrangeiros sobre o caráter inova-

dor e empreendedor que a universidade passa a

assumir nos dias atuais. Sem abdicar de seus

princípios fundacionais, nem da sua missão his-

tórica e social, a universidade do século 21 se

mostra aberta às constantes transformações

sofridas pela sociedade contemporânea.

SOCIEDADE, MÍDIA E VIOLÊNCIAMuniz Sodré – 110p. – Coleção

Comunicação 22 (2ª edição)O aumento exponencial da violência,em todas as suas formas, na maiorparte dos grandes centros urbanos daAmérica Latina e do resto do mundo,assim como o primado avassaladordos meios de comunicação sobre asformas de acesso de jovens e adultosàs regras de relacionamento inter-subjetivo no espaço social, colocacontinuamente a mídia - senão, o tipode organização social afim à mídia -no centro das interrogações sobre ofenômeno da violência.

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MERCADO DE TRABALHO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 33

Futuro dos profissionais deSISTEMAS DE INFORMAÇÃO

é muito promissorC ada vez mais empresas necessi-

tam de mão-de-obra qualificada,com capacidade para racionalizar

o trabalho e diminuir esforços. O curso deSistemas de Informação da Faculdade deInformática forma, em oito semestres, pro-fissionais da área da informática aptospara atuar em avaliação, pesquisa, de-senvolvimento, gestão e utilização de tec-nologias de informação, que poderão seraplicadas às áreas administrativas e in-dustriais de organizações públicas e pri-vadas. Os egressos são capazes de de-sempenhar funções como analistas de sis-temas, administradores de banco de da-dos, gerentes de desenvolvimento de sis-temas de informação, gerentes de redesde computadores, entre outros.

No Parque Científico e Tecnológico (Tec-nopuc), empresas líderes na área de tec-nologia da informação e comunicação de-senvolvem pesquisas integradas à Univer-sidade, oportunizando aos estudantes aparticipação em projetos, estágios e em-pregos, além de bolsas de mestrado e dou-torado em instituições como Dell, HP, Mi-crosoft, Siemens, Tlantic e DBServer.

Aos acadêmicos são disponibilizadosmuitos recursos, como laboratórios de usogeral para a graduação, equipados comcerca de 150 computadores modernos econstantemente atualizados; todos comdual boot, ou seja, mais de um sistemaoperacional instalado, e acesso rápido àinternet, além de notebooks e projetorespara uso nas salas de aula, providos depontos de rede para acesso à internet.Também podem usufruirde ampla plataforma desoftware, além de par-cerias com empresascomo IBM, Microsoft eOracle, sendo que algu-mas permitem que o alu-no leve para casa cópi-as legalizadas de sof-tware para uso pessoal.Laboratórios temáticos

de redes de computadores, organização decomputadores, realidade virtual e enge-nharia de software podem ser sempre uti-lizados.

A Faculdade de Informática ofereceprograma de pós-graduação. As linhas depesquisa são na área de Bioinformática eModelagem Computacional, InteligênciaComputacional, Processamento Paralelo eDistribuído, Sistemas Embarcados e Siste-mas Digitais, Sistemas Interativos de Visu-alização e Sistemas de Informação. Esteúltimo aborda tópicos relacionados especi-ficamente ao curso de bacharelado em Sis-temas de Informação. Os estudantes po-dem ainda obter bolsas de iniciação cientí-fica para atuar nos projetos.

Segundo o coordenador do curso deSistemas de Informação, professor Mar-celo Yamaguti, atualmente o mercado detrabalho tem uma carência de profissio-nais com boa formação nas áreas de com-putação e informática. “Todos os alunos,ao se formarem, estão empregados e, mes-mo durante o curso, há demanda de esta-giários em várias empresas”, explica Ya-maguti. No exterior, também existem boasoportunidades para os profissionais destaárea.

Os acadêmicos devem ter domínio dastecnologias de informação, mantendo-seatualizados com relação às novidades. “Oprofissional precisa ser pró-ativo e capazde trabalhar em equipes”, enfatiza o pro-fessor. Ter conhecimento da língua inglesaé sempre importante.

Apesar de haver projetos em andamen-to no governo, as profis-sões na área de Com-putação e Informáticanão são regulamentadase, portanto, não há pisosalarial definido. As re-munerações dependemdas empresas e do car-go assumido, variandoentre R$ 1.500 (início decarreira) e R$ 7.500.

Ex-aluno écontratadopela Tlantic

Fábio Machado, graduado em2005 em Sistemas de Informação,foi contratado pela Tlantic no mes-mo ano, depois de ter participadocomo bolsista na elaboração de umprojeto da empresa, que desenvolveos produtos de informática do grupoSonae. “Todos os colegas que se for-maram comigo hoje estão emprega-dos”, comenta, comprovando comoé grande a procura por profissionaisda área.

O interesse de Machado pelocampo da informática surgiu depoisde ter realizado cursos técnicos. Nofuturo pretende especializar-se emgerenciamento de projetos ou Admi-nistração de Empresas. Ele traba-lha como auditor de softwares, res-ponsável por verificar se o processode desenvolvimento dos softwaresestá sendo seguido pela equipe, erecebe um salário de R$ 2.300.

ONDE CURSAR

Faculdade de InformáticaCampus CentralAv. Ipiranga, 6681Prédio 30Informações:(51) 3558-4617www.pucrs.br/[email protected]

Machado é auditor de softwares

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BASTIDORES

34 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

Cuidando dosRECURSOS HUMANOS

C uidar de tudo o que diz respeito aosfuncionários e professores da PUCRSé a missão principal da Gerência de

Recursos Humanos, uma área essencial, quemantém relacionamento próximo com todasas unidades acadêmicas.

No setor, atuam 35 profissionais de for-mações variadas, como administração deempresas, psicologia, relações públicas, se-gurança do trabalho, medicina, educação físi-ca e enfermagem do trabalho. Eles estão es-truturados em três núcleos: Administração dePessoal, Desenvolvimento e Serviço Especia-lizado em Segurança e Medicina do Trabalho(Sesmt). O núcleo de Administração de Pes-soal é responsável por atividades como folhade pagamento, registro, encargos sociais, be-nefícios, contratos, rescisões, ou seja, admi-nistra toda a parte legal dos funcionários, ini-ciando o trabalho desde a recepção.

O de Desenvolvimento, como diz o próprionome, é responsável pelo recrutamento e se-leção de pessoal, cursos de aperfeiçoamentoprofissional e comunicação interna (com pla-no de endomarketing em andamento), entreoutras atividades.

Manter a integridade física de professo-res, funcionários, alunos e visitantes é a fun-ção do Serviço Especializado em Segurançae Medicina do Trabalho (Sesmt). Fica a car-go do setor o gerenciamento de resíduos ge-rados pela Universidade, que chegam a cer-ca de quatro toneladas por semestre. Tam-bém são promovidos treinamentos, como aformação dos membros da Comissão Internade Previsão de Acidentes (Cipa) do CampusCentral, Divisão de Obras e Gráfica Epecê;

fiscalização de obras e reformas rea-lizadas nos campi; gerenciamento dossistemas de prevenção e combate aincêndios na Universidade e atendi-mento emergencial no Campus Cen-tral, com o auxílio de uma UTI móvel,entre outras.

A Gerência também desenvolveprojetos e atividades especiais. O Pro-grama de Ginástica Laboral Ergono-Mico é um deles. Todas as terças equintas-feiras, em horários diferen-ciados, funcionários e professores po-dem usar alguns minutos para me-lhorar sua qualidade de vida, com alonga-mentos, orientações sobre atividades da vidadiária, entre outras atividades. As ações sãoconduzidas por alunos da Faculdade de Edu-cação Física e Ciências do Desporto, sob su-pervisão da professora Sônia Gomes. O nomeErgonoMico surgiu do fato de muitos consi-derarem um “mico” fazer ginástica laboral.

Há também o acompanhamento da saúdedos colaboradores, programa de capacitaçãode lideranças, atividade de integração com osnovos funcionários, onde têm contato com acultura e estrutura da Universidade, entre ou-tras.

Recentemente foi lançado o Programa So-mar – Sensibilizar é oportunizar e Manter-seAberto às Realidades –, como parte do Pro-grama de Inclusão de pessoas com deficiên-cias da PUCRS. O objetivo é informar e sensi-bilizar a comunidade acadêmica para a inclu-são de pessoas com deficiências no meio uni-versitário, além de captar e preparar portado-res de deficiência para o trabalho.

Eduardo Feijó, que coordena aparte de Desenvolvimento, destacaque uma das vantagens de se traba-lhar na Gerência é conhecer novasrealidades, já que estão sempre emcontato com pessoas de diferentesunidades acadêmicas. A colega Sima-ra Rezende da Rosa, responsável pelaAdministração de Pessoal, concorda,ressaltando que quem atua no setortem de gostar de trabalhar com gente,e saber que todo dia verá situaçõesnovas, novos problemas com soluçõesdiferentes. “Temos que ouvir as pes-soas e saber tratá-las bem, tanto

quando são efetivadas como quando saem daUniversidade”, observa.

Dentre os projetos futuros está aplicaruma pesquisa de clima organizacional, pro-mover mais treinamentos, mas um dos prin-cipais é o projeto de intranet (rede de compu-tadores interna). Por meio dela, os colabora-dores poderão encontrar todos os serviços einformações que dizem respeito à Gerência.Será possível também o recadastramento dosfuncionários, para a atualização de dados,como escolaridade, entre outros.

O gerente de Recursos Humanos, JúlioCésar de Bem, há um ano no cargo, observaque o grande desafio no qual trabalham ébuscar que colaboradores e professores seidentifiquem com a Universidade. “Queremoscada vez mais ajudar a PUCRS a crescer,buscar um melhor desempenho, melhor qua-lidade de vida e relação entre as pessoas,além de fazer com que o modelo de gestãose adapte à Universidade e ao plano estra-tégico”.

No setor atuam 35 profissionais

Foco da Gerência de RH: trabalhar com gente Atendimento de emergência com UTI Móvel

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EM FOCO

FIJO: 25 anospromovendo

mudanças sociais

Tecendo novasoportunidades

Numa conversa no ônibus, a cami-nho de casa, Neiva Castro, 50, desco-briu como ampliar os ganhos mensais.Trabalhando com serviços gerais das 7hàs 12h, ela tem ocupado suas tardescom cursos de crochê, tricô e ponto-cruz. “Com as vendas, ajudo a pagar osestudos da minha neta e consigo refor-mar a casa”, conta. Sua colega Maria daGraça Borges, 48, aproveita os novosconhecimentos para confeccionar rou-pas para a filha e vender peças a ami-gas e vizinhas. Neiva, Maria e mais 38alunas se reúnem duas vezes por sema-na para receber novas lições no projetoComplementação de Renda – Fazendoe Ganhando, criado há três anos, e quedesde 2003 beneficiou 144 pessoas.

Música ereforço escolar

O Coral Cantando na Infância é ou-tra iniciativa de integração da Fijo. Vol-tado a crianças e jovens de sete a 14anos, inclui aulas de canto, flauta, refor-ço pedagógico e educação artística. Aotodo, beneficiaram-se 185 meninos emeninas, muitos vindos da Vila São Ju-das Tadeu, a 500 metros da PUCRS.Conforme a coordenadora pedagógica,Marilise Ketzer, responsável pela manu-tenção dos projetos sociais, “o principalé que estamos criando novos valores,que as crianças levam para sua casa ecomunidade. O trabalho feito aqui épara ser potencializado lá”, afirma.

Projetos integrame valorizam as pessoas

O projeto Sempre é Tempo deAprender atende 35 adultos e idososque buscam mais espaço na sociedadepor meio da leitura e da escrita. Comaulas de Língua Portuguesa e Matemá-tica, pessoas como os aposentadosMaria Acosta de Carvalho, 75 anos, eUbirajara Oliveira, 59, têm almejadonovas conquistas.

Maria não conseguiu estudar quan-do criança por morar no campo e peloscastigos severos impostos pelas professo-ras quando ela não compreendia as lições.Agora, sente-se mais encorajada. “Eu gos-to muito daqui, porque a professora tempaciência para ensinar”, revela.

Ubirajara estuda para obter a primeira

habilitação como motorista. As dificulda-des durante as aulas teóricas o levaram abuscar ajuda na Fijo. “Foi como se Deusabrisse uma porta para mim. Aqui vou tirara carteira, aprender a ler e a escrever. Nãoquero parar”, conta com entusiasmo.

Por Eduardo Borba

Uma ligação é feita para Washington,nos EUA, sondando a chance de umintegrante da ONU participar da sex-

ta edição do Encontro Internacional do Tercei-ro Setor. No mesmo prédio, um grupo de mu-lheres aprende a tecer peças em tricô e cro-chê como forma de obter renda extra e, logoao lado, uma professora ajuda adultos a me-morizarem operações matemáticas e a formaras palavras que garantirão um espaço maisdigno na sociedade.

Esse cenário faz parte do cotidiano daFundação Irmão José Otão (Fijo), que comple-tou o 25º ano de atividades em 29 de outubro,atendendo desde necessidades primárias,como auxiliar pessoas a ler e a criar novasoportunidades de remuneração, até articulargrandes eventos, com lideranças de diferen-tes partes do mundo, para promover mudan-ças na forma de pensar e agir das entidadessociais.

Responsável por unir esses mundos apa-rentemente distantes, a presidente Maria Ce-cilia Kother defende o conceito de EconomiaSocial, nome alternativo ao Terceiro Setor,como a maneira mais adequada à realidade eà abrangência das atividades que envolvem ocampo social.

“Nossos projetos sociais estão voltadospara atividades com crianças, mulheres, paci-entes com câncer e ajuda àqueles que nãoconseguem chegar à universidade”, esclarece.Mas, além disso, ela destaca o trabalho em par-ceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, iniciado em 1998, e que atual-mente dispõe de dez opções de especialização.“Lançamos o curso Profissionais para o Tercei-ro Setor, inédito no Brasil, capacitando genteque atua em todo o País”, afirma. O curso, hojedenominado Gestão em Economia Social, for-mou 110, dos 387 profissionais que fizeramespecializações até 2006 pela Fundação.

Entre as novidades reservadas para o 25ºano, a Fijo prepara sua estréia na UNITV, nocanal 15 da NET. Um programa enfocandoentrevistas e reportagens sobre o Terceiro Se-tor e a responsabilidade social das fundaçõesestá em fase de estudos, podendo entrar noar este ano.

Outra atração, marcada para julho de2007, é o 6º Encontro Internacional do Tercei-ro Setor – Economia Social, no Campus daPUCRS. Com o tema Economia Social: RealVertente do Desenvolvimento, o evento pre-tende discutir o papel e os compromissos dogoverno (Primeiro Setor), da iniciativa privada(Segundo Setor), e das organizações sociais,fundações e congêneres.

Oliveira e Maria: novas conquistas

Maria da Graça e Neiva: mais renda

Coral reúne crianças e jovens

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CULTURA

Projeto busca dinamizarENSINO DA LITERATURA

H oje os jovens estãomais expostos a opçõesculturais e parecem

distantes da produção literária.Quando solicitados a lerem osclássicos, resistem às propostasdos professores. Certas práticaspedagógicas, em vez de aproxi-má-los dos livros, resultam noefeito contrário. A Faculdade deLetras desenvolve um projetopara estimular a renovação do ensino, consi-derando a complexidade do mundo contem-porâneo, que é plural e multicultural. O pro-fessor pode integrar à literatura os novosmeios que fazem parte da vida dos estudan-tes, como internet, músicas e fotografias.

“Exigir que jovens submersos na era daimagem, da informação rápida, superficial e,muitas vezes, caótica, realizem tais leituras,sem o mínimo preparo, ou com fins práticos,por exemplo, o ingresso no vestibular, não seconstitui como o melhor procedimento paraformar leitores”, destaca a coordenadora doProjeto Multiculturalismo e Ensino da Litera-tura, professora Maria Tereza Amodeo. A ini-

PUCRS AMPLIA PROGRAMAÇÃO NA FEIRA DO LIVRO

A lém dos tradicionais lançamentosda Edipucrs, a Universidade marcoupresença na 52ª Feira do Livro de

Porto Alegre com a realização de eventos e aparticipação do Instituto de Cultura Musical,incluindo recitais diários e concerto de encer-ramento. Na programação, houve mesa-re-donda sobre o tema Literatura Sul-Rio-Gran-dense: O Rio Grande Além das Fronteiras e o1º Ciclo de Jornalismo RBS/PUCRS, abordan-do jornalismo literário, blog, crônica, jornalis-mo investigativo e crítica.

A Editora, no estande 41 da Praça da Al-fândega, ofereceu descontos de até 60% paraalunos, professores e funcionários que apre-sentaram documento comprovando o vínculocom a Universidade. Os visitantes em geralpagaram por todos os títulos 50% do valor.

A PUCRS também manteve estande insti-tucional, junto ao Monumento do General Osó-rio, ao lado do espaço marista. No local houvedivulgações sobre iniciativas da Universidadee alunos da Faculdade de Comunicação So-

cial fizeram a cobertura do evento. Tambémforam exibidos vídeos sobre a obra de MarioQuintana, feitos em colaboração pelas Facul-dades de Letras e de Comunicação Social eveiculados na UNITV.

O patrono da Feira, Alcy Cheuiche, é umdos autores convidados do Curso de Extensãoem Literatura Gaúcha da Universidade. A dire-tora da Faculdade de Letras, Maria Eunice Mo-reira, lembra que três dos antecessores recen-tes de Cheuiche como patronos da Feira do Li-vro são vinculados à PUCRS: Luiz Antônio de As-sis Brasil, Donaldo Schüler e Walter Galvani.

ciativa resultará na publicação de um livro, deautoria de Maria Tereza e sua equipe, que ser-virá como apoio metodológico para quem le-ciona no Ensino Básico.

A professora, com o auxílio do bolsistaCaetano Manenti, da mestranda Daniela Bor-tolon e da graduanda em Letras Cristiani Fer-nandes, voluntária do projeto, realiza levanta-mento bibliográfico de Teoria da Literatura,Estudos Culturais e Teorias da Aprendizagem.Quando o livro estiver pronto, em 2007, serãooferecidos eventos para docentes dos EnsinosFundamental e Médio. “Primeiro, o professorde Literatura deve perceber-se como leitor.Depois, se bem orientado teoricamente, pode

encontrar as estratégias e materiaisadequados para formar leitores, consi-derando-se o contexto cultural contem-porâneo, em que os alunos, em muitoscasos, só têm acesso a livros pela inter-venção da escola”, afirma Maria Tereza.

Para testar a proposta metodológi-ca, ocorrem os encontros Relendo a Li-teratura, no Centro de Referência para oDesenvolvimento da Linguagem (Celin),de setembro a dezembro, com a partici-

pação de 80 alunos do Ensino Médio. Foramescolhidos os contos O Alienista, Um homemcélebre, Noite de almirante, Uns braços eConto de Escola, de Machado de Assis; e osromances Iracema, de José de Alencar; Os ra-tos, de Dyonélio Machado; e São Bernardo, deGraciliano Ramos. Este último será trabalha-do no dia 6 de dezembro. Os encontros têm aparticipação das doutorandas Daniela da Sil-va, Jaqueline da Cunha e Marina de Oliveira edo Grupo de Contação de Histórias da Letras.Os estudantes do Ensino Médio também res-ponderam a um questionário que faz parte dapesquisa do projeto, enfocando como é o en-sino da Literatura.

Alunos do Ensino Médio participam dos encontros

Os descontos chegaram a 60%

LANÇAMENTOS DA EDIPUCRSO rastro da bruxa: história da aviação comercial brasileira, de Carlos Ari César Germano da SilvaArquitetura & Urbanismo: posturas, tendências e reflexões, de Maria Beatriz Medeiros Kother, Mario Fer-reira e Paulo Bregatto (orgs.)Gerontologia social para leigos, de Nara Costa Rodrigues e Newton Luiz TerraTV, família e identidade: Porto Alegre “fim de século”, de Nilda Jacks e Sérgio Capparelli (orgs.)Manual dos Documentos Médicos: modelos e legislação, de Leonardo FabbroErnest Laclau e Niklas Luhmann: O pós-fundacionismo, abordagem sistêmica e as organizações sociais,de Léo Peixoto Rodrigues e Daniel Mendonça (orgs.)Quando o luto adoece o coração, de Patrícia RuschelTiranos, tremei!, de Marco Antônio VillalobosOs indícios de Deus no homem, de Jorge Antônio Machado da SilvaCélulas-tronco e Bioética, de Wilmar Luiz BarthÉtica e Éticas Aplicadas: a reconfiguração do âmbito moral, de Jovino Pizzi

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Em 5 de novembro,a partir deste ano,os brasileiros terão

mais uma oportunidade devalorizar e preservar o seumaior patrimônio e um im-portante laço da unidadedo País: o idioma. A lei nº11.310, de 12 de junho de2006, instituiu o Dia Na-cional da Língua Portugue-sa. Para comemorar a da-ta, a PUCRS realizou a pa-lestra Ensino de Língua Por-tuguesa: a Volta ao Básico,com o professor e escritorCláudio Moreno, doutor emLetras pela Universidade.

No projeto de lei, o se-nador pelo Amapá Papa-léo Paes destaca que omovimento de defesa epreservação da Língua Portuguesa transpôsfronteiras e preocupa todas as nações quefalam o idioma. Em março de 1998 foi insti-tuída a Comunidade dos Países de Língua

Lei institui DIA DALÍNGUA PORTUGUESA

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 37

Day By Dayna PUCRS

M ais de 1,5 mil pessoas as-sistiram e se emocionaramcom a ópera rock Day By

Day, apresentada na PUCRS. O espetá-culo é uma adaptação livre do musicalgodspell, de Stephen Schwartz, que fezsucesso na Broadway nos anos 70.

Com uma banda, coral e atores/dançarinos, recontou a vida de JesusCristo de uma maneira inovadora, mo-derna e bem-humorada. Montado pelaprimeira vez em 1985 pelo grupo ama-dor gaúcho Cantar a Esperança, temsido atualizado e reapresentado a cadadois anos, sempre com a participaçãode novos voluntários.

Dentre os artistas dessa edição es-tavam alguns ex-alunos da PUCRS eum estudante do mestrado em Teologia,Silvio de Almeida Júnior, que também éagente de pastoral. “Acreditamos quetrazer esse tipo de espetáculo para aUniversidade é uma maneira de promo-ver a cultura, a espiritualidade e umaexperiência de arte muito válida para onosso público, pois mistura música,teatro e dança”, observa Silvio, que fezo papel de Jesus.

O musical havia sido apresentadoem 1998 na Universidade, mas destavez foi produzido pelo Centro de Pasto-ral e Solidariedade e pelo Instituto deCultura Musical. A renda foi destinadapara projetos sociais.

Um show de música, teatro e dança

Língua é sangue do espírito

Portuguesa, integrada porBrasil, Portugal, Angola,Guiné-Bissau, Moçambi-que, São Tomé e Príncipe,Cabo Verde e Timor Loro-sae. O senador cita o pro-fessor Carlos Reis, daUniversidade de Coimbra,para quem o Brasil é, nogrupo, o que tem maisforça e peso político, de-vido à sua importânciageoestratégica. “O futuroda Língua Portuguesaserá o que o Brasil qui-ser”, alerta o pesquisa-dor Reis.

A instituição da datacomemorativa visa a ins-tigar os governos a imple-mentar ou reforçar açõesna área de proteção do

idioma. O 5 de novembro marca o nasci-mento do jornalista, jurista, diplomata, en-saísta e orador Rui Barbosa, um dos maio-res defensores da Língua Portuguesa.

Ir. Elvo Clemente *

A data de 5 de novembro desde muitotempo era o Dia da Cultura, no Brasil, mo-tivado pelo nascimento do eminente RuiBarbosa em 1849. A partir de 2006, alémda celebração tradicional, por lei federalvai cultuar a Língua Portuguesa. A línguaneolatina que se desenvolveu no territóriolusitano se transplantou à África, à Améri-ca, desde a aurora de 1500. O que signifi-ca Dia Nacional da Língua Portuguesa? Éuma pausa em nosso frenesi cotidianopara uma reflexão sobre a língua, instru-mento fundamental de comunicação, depessoa para pessoa. Não se concebe umasociedade sem a sua língua articulada. Oser humano é um ser de relação. Como se-ria o relacionamento sem a linguagem?Não damos o valor que a língua possuiporque não imaginamos como seria o con-vívio de duas pessoas, de um grupo de

pessoas sem a linguagem. É muito profun-da a expressão do grande humanista Mi-guel de Unamuno: “La lengua es la sangrede mì espíritu!”.

Sangue é vida, sangue é tudo para umorganismo vivo. O amor, a prática clara ecorreta da língua é a base de toda a cultu-ra, de uma civilização que floresce emsuas artes, em sua ciência e tecnologia.

Fernando Pessoa, poeta maior da lín-gua lusitana, tem a expressão que revelasua vida e seu agir: “Minha Pátria é a Lín-gua Portuguesa”.

Desde os primeiros balbucios até aoderradeiro suspiro a língua é a expressãomais lídima do ser humano. Cultivemos ecultuemos a “última flor do Lácio” que vi-ceja e cresce em nossos lábios e se trans-forma em luz e vida em nossas ações.

* Presidente da AcademiaRio-Grandense de Letras

Rui Barbosa é o homenageado

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PELO RIO GRANDE

HOSPITAL VETERINÁRIOse destaca no País

OHospital Veterinário da PUCRS, noCampus Uruguaiana, é um dosmaiores e mais bem estruturados

do País. Com 1,7 mil metros quadrados deárea construída, há amplo espaço para aten-dimentos a grandes e pequenos animais.Destaca-se em clínica e cirurgia de cães egatos e eqüinos, com grande procura de pro-prietários.

Os blocos cirúrgicos têm aparelhos deanestesia inalatória. Segundo o diretor doHospital, Saulo Pinto Filho, somente a PUCRSconta com esses equipamentos em Uruguaia-na, também utilizados na medicina humana,que tornam as cirurgias mais seguras. Outroinstrumento é o oxímetro de pulso usado paramonitorar batimentos cardíacos e saturaçãode oxigênio no sangue. São feitas cirurgiasabdominais, torácicas, oftalmológicas, orto-pédicas e profilaxia odontológica. Na regiãoda Fronteira Oeste, os procedimentos ortopé-dicos ocorrem apenas na Universidade. OHospital se destaca ainda na área de repro-dução bovina, realizando exames andrológi-cos (relativos às doenças dos órgãos sexuaisdos machos) e inseminação artificial.

A infra-estrutura inclui ambulató-rios, blocos cirúrgicos, internação e iso-lamento para pacientes com doençasinfecto-contagiosas. Os laboratórios deapoio são nas áreas de análises clíni-cas, microbiologia, biotecnologia da re-produção, anemia infecciosa eqüina epatologia. No Centro de Diagnóstico porImagem, a equipe realiza radiografiassimples e contrastadas em pequenos egrandes animais, além de ultra-sono-grafia geral em pequenos animais.

O Hospital recebe também animaisde rua e aqueles cujos proprietáriosnão têm condições financeiras de arcarcom os custos das taxas de realizaçãodos serviços. Nesse caso, somente pa-gam o material utilizado.

Todas as aulas práticas das disci-plinas profissionalizantes do curso deMedicina Veterinária são realizadas noHospital. “O espaço oportuniza melhorqualidade de aprendizado dos futuros médi-cos veterinários”, destaca Pinto Filho.

O local é utilizado para a realização de al-guns projetos de pesquisa envolvendo os cur-

38 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

CAMPUS É PREMIADO NA 70ª EXPOFEIRA

O Campus Uruguaiana teve grandeparticipação na 70ª Feira Agrope-cuária (Expofeira), realizada em

outubro na Associação Rural de Uruguaiana.Em parceria com a Cabanha Touro Passo, aPUCRS recebeu o título de Reservado GrandeCampeão na raça Hereford. A Universidadetambém apresentou animais das raças ovi-nas, obtendo os títulos de Campeão Trio Île de

France Rústica e Campeão Corriedale, cate-goria ovelha com cria.

Acadêmicos dos cursos de Zootecnia eVeterinária atuaram na admissão das raçasHereford, Braford, Angus, cavalos crioulos eovinos. Os alunos de Veterinária também fize-ram plantão e auxiliaram no julgamento doscavalos crioulos. Professores e acadêmicosde Pedagogia e Educação Física participaramda Expofeira com o entretenimento das crian-ças, teatros e jogos.

O curso de Agronomia apresentou o painelTudo sobre Arroz voltado a alunos de EnsinoFundamental. Durante os cinco dias de expo-sição os pequenos foram orientados, por aca-dêmicos da PUCRS, sobre produção, indus-trialização, produtos e subprodutos da culturado arroz. O trabalho foi coordenado pela pro-fessora Luciana Kopp, com participação dosprofessores Roselaine Bonow, Carlos Fernan-do Toescher, Alarico Moraes e Celso Lemos. Opainel foi patrocinado pela Associação Co-

sos de Medicina Veterinária e Biologia. Há le-vantamentos e relatos de caso, gerando tra-balhos que são levados a congressos e even-tos de iniciação científica.

Local de aprendizado e pesquisa

Cirurgias de grandes e pequenos animais

O campeão na raça Hereford

Corriedale: ovelha com cria

Fotos: Divulgação

mercial e In-dustrial deUruguaiana epelas empre-sas PileccoNobre, Urba-no Agroin-dustrial, Ce-ratti Agrone-gócios, ZaeliAlimentos eCeolin & Cia,que contribuíram com brindes para a realiza-ção de brincadeiras com as crianças.

Durante as apresentações foi servido arrozcom leite para degustação. A exposição apre-sentou plantas nas diversas fases de desen-volvimento, grãos de diferentes classificaçõese produtos feitos com arroz. O estande rece-beu a visita de produtores que elogiaram a ini-ciativa envolvendo a cultura que é a base desustentação econômica de Uruguaiana.

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AÇÃO COMUNITÁRIA

Por Ana Paula Acauan

A prender é o sonho mais alto e comele vêm outros ganhos: relacionar-se, ajudar, partilhar. O acesso ao

ensino superior está contribuindo para que os126 alunos da Licenciatura em Pedagogia –ênfase em Educação Popular da PUCRS quali-fiquem o trabalho feito com uma populaçãotambém em busca de conhecimento e inclusãosocial. Esses alunos são professores que cur-saram o Ensino Médio, habilitação Magistério,e atuam em creches comunitárias, educaçãode jovens e adultos, atividades extra-escola-res ou serviços educativos na área da saúde,voltados a crianças em situação de risco.

A diretora da Faculdade de Educação (Fa-ced), Maria Helena Menna Barreto Abrahão,ressalta que essa é a primeira e única gradua-ção do País voltada especificamente a educa-dores populares, expressando seu ineditismo,bem como sua relevância social. Esclareceque a PUCRS usa a filantropia para financiarvalores integrais das mensalidades. Essa uti-lização foi possibilitada via parecer do Conse-lho Nacional de Assistência Social.

A graduação foi uma reivindicação dosprofessores que atuam em educação popular,Associação de Educadores Populares de PortoAlegre (Aeppa), Conselho Municipal de Educa-ção, Conselho Municipal dos Direitos da Cri-ança e do Adolescente (CMDCA) e Comissãode Educação da Câmara de Porto Alegre.

Sem deixar de contemplar os fundamen-tos e práticas necessários a qualquer forma-ção de professores, o currículo foi especial-mente feito para atender às necessidadesdesse público. A elaboração coube a uma co-missão especial integrada por docentes da

Graduação qualificaEDUCADORES POPULARES

Faced e representantes das instituições quereivindicaram a licenciatura. O mesmo grupoacompanha o desenvolvimento do curso.

A presidente da Aeppa, Tamar Gomes deOliveira, registra que nesses primeiros oitomeses de estudo se nota significativo ganhoteórico-metodológico e aplicação prática con-sistente nos espaços em que atuam: “Os alu-nos apresentam outra postura e segurança”.A aluna Leila Salete dos Santos diz que, como curso, passou a ter um olhar mais atento euma escuta mais apurada quanto aos com-portamentos das crianças entre zero e doisanos e nove meses da Escola Municipal deEducação Infantil Jardim Camaquã.

Segundo a coordenadora do curso, Jussa-ra Loch, o currículo busca facilitar a relaçãoentre a teoria e a prática. Toda a produção fei-ta na Universidade em princípio deve ser apli-cada. Há disciplinas inéditas como EconomiaPopular e Solidária e Comunicação Comunitá-ria. A professora destaca a realização de pes-quisa e produção textual em educação desdeo primeiro semestre.

O curso tem a duração de oito semestrese oferece duas habilitações: Educação In-fantil e Magistério dos Anos Iniciais do Ensi-no Fundamental. As exigências para inscri-ção incluem: comprovação da conclusão doEnsino Médio, modalidade Normal; boletimindividual de desempenho no Enem; e atua-ção nos últimos dois anos em entidades comregistro no CMDCA, Conselho Municipal deAssistência Social, Fórum de Entidades doConselho Municipal dos Direitos da Criançae do Adolescente ou Aeppa. Para ter direito àbolsa integral de estudos, o candidato deviacomprovar renda familiar mensal per capitanão excedente ao valor de até um salário

mínimo e meio.Apesar da bolsa, os alunos têm

dificuldades para arcar com custos dexerox, transporte e alimentação. Mes-mo assim a permanência deles é de100%. A PUCRS tem procurado mini-mizar essa situação, provendo a bi-blioteca e doando, por meio da Edipu-crs, números da Revista Educação. Osprofessores disponibilizam pela inter-net material didático para todos teremacesso, em especial nos dois labora-tórios de informática da Faced.

O significadode aprender

O aluno do curso de Pedagogia –ênfase em Educação Popular Mário Lu-ciano Vieira trabalha com integrantesdo Grupo das Vós do Morro da Cruzque não tiveram acesso ao ensino for-mal. Mas a idade não impede que rea-lizem o sonho.

Para Maria da Paz, voltar à sala deaula não é fácil. Na infância, ao receberagressão da professora, nunca maisretornou. Agora, aos 74 anos, reconhe-ce as primeiras letras e enfatiza:

– Faz falta. Faz falta. Faz falta parapegar o ônibus. Só conheço o SantaMaria.

Carmelinda da Conceição, 53, teve15 motivos para não se alfabetizar.Agora que dez deles casaram e o me-nor, adotivo, está com dez anos, podeconcretizar o sonho. Havia sido deixa-do de lado pela menina que precisavaajudar na lavoura e nas tarefas do-mésticas.

Monitor do Núcleo de Educação deJovens e Adultos da PUCRS, Vieiraacredita na profissão como transforma-dora: “A idéia é queelas possam ele-var a escolaridademais adiante e,acima de tudo, te-nham um avançopessoal”. As aulasocorrem duas ve-zes por semana naBiblioteca Ilê Ará,mantida pelo Insti-tuto Leonardo Mu-rialdo.

Foto

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lgaçã

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Laboratório de aprendizagem: Leila e as crianças

Grupo das Vós do Morro da Cruz

Maria e Vieira

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40 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

SINOPSE

DANÇAO curso de es-

pecialização emDança, em parceriacom a Faculdade deEducação Física eCiências do Despor-to e o Instituto Goe-the realizaram umworkshop de dançacontemporânea comLutz Förster, inte-grante do WuppertalTanztheater – PinaBausch, desde 1975,

e professor de dança contemporâneada Folkwang Hochschule-Essen (Ale-manha), uma das mais renomadas es-colas européias para a formação naárea das artes. A aula de Förster, es-truturada de forma clássica, é com-posta por exercícios de barra e varia-ções no centro, com influências davasta trajetória do bailarino como in-térprete dos trabalhos de Pina Bausche de coreógrafos como José Limón,com quem dançou em Nova Iorque.

MESTRADO EDOUTORADO

Estão abertas até 30 de novembro asinscrições para os cursos de Mestrado eDoutorado com início em 2007, seguindo oseditais de cada Programa de Pós-Graduação.A partir do próximo ano, as seleções ocorre-rão por semestres. Os exames de proficiênciaem língua estrangeira ocorrem em 11 de no-vembro. As demais atividades previstas nosProgramas para 2006 permanecem inaltera-das. Informações com a secretaria de pós-graduação de seu interesse ou no www.pucrs.br/pos. No site também há informa-ções sobre cursos de especialização que re-cebem inscrições.

INOVAPUCFoi lançada em setembro, durante o Se-

minário Inovação e Empreendedorismo naUniversidade, a Rede INOVAPUC. A iniciativada Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduaçãotem por objetivo articular as unidades da co-munidade acadêmica envolvidas no processode inovação e empreendedorismo dentro daPUCRS. A Rede instalará um fórum com reu-niões trimestrais entre dois blocos: o NúcleoAcadêmico, composto pelas Unidades Acadê-micas e os Institutos de Pesquisa do MeioAmbiente, de Geriatria e Gerontologia e de To-xicologia, bem como a área de pesquisa doMuseu de Ciências e Tecnologia; e UnidadesPeriféricas, de maior interação com o públicoexterno, formadas pela Agência de GestãoTecnológica, o Parque Científico e Tecnológico(Tecnopuc), a Incubadora Raiar, o Escritório deTransferência de Tecnologia e o Instituto dePesquisas Científicas e Tecnológicas. A coor-denação da INOVAPUC é feita pela professoraGabriela Ferreira, do Mestrado em Admi-nistração, da Faculdade de Administração,Contabilidade e Economia. Contatos: (51)3320-3524 ou e-mail [email protected].

PRÊMIOO diretor do Instituto de Pesqui-

sas Biomédicas, Jaderson Costa daCosta, foi o vencedor do Prêmio PauloPinto Pupo com o trabalho Padrõesde descarga neuronal na região deCA1 de hipocampo de pacientescom epilepsia do lobo temporal. Apremiação, que visa a apoiar e esti-mular a pesquisa clínica, terapêuticae experimental, no campo da epilep-tologia, foi entregue durante o 22ºCongresso Brasileiro de Neurologia,realizado em Recife (PE).

AVALIAÇÃO DEDISCIPLINAS

A Pró-Reitoria de Graduação e a Comis-são Própria de Avaliação realizaram a avalia-ção das Disciplinas dos Cursos de Graduaçãoda PUCRS. Os alunos e professores de todosos campi participaram respondendo a ques-tões via internet. O objetivo é promover a re-flexão buscando a melhoria da qualidade deensino e da aprendizagem. Os estudantesresponderam a um questionário para cadadisciplina que estão cursando neste semes-tre. A avaliação envolve os itens organizaçãoda disciplina, ação de ensino do professor eação de aprendizagem dos alunos. Os profes-sores analisaram as disciplinas sob sua res-ponsabilidade no momento, incluindo os as-pectos condições de ensino, ação de aprendi-zagem dos alunos e processo de ensino eaprendizagem.

Foto: Divulgação

POSSEA PUCRS será sede, em dezembro,

da diplomação do governador, do vice-governador, do senador e dos deputadosfederais e estaduais eleitos pelo Rio Gran-de do Sul em 2006. A solenidade aconte-cerá no Salão de Atos, no dia 19. A esco-lha foi feita pelo presidente do TribunalRegional Eleitoral, desembargador LeoLima, em visita ao Reitor Joaquim Clotet.

PRÊMIO MÉRITOO diretor da

Faculdade deAdministração,Contabilidade eEconomia, Sér-gio Gusmão, re-cebeu o PrêmioMérito em Admi-nistração, nacategoria SetorEnsino. A distinção, concedida pelo Con-selho Regional de Administração do RioGrande do Sul, destaca e premia os pro-fissionais que contribuem para o desen-volvimento da Administração no Estado.

VESTIBULARA PUCRS recebe inscrições para o

Concurso Vestibular de Verão 2007 até 29de novembro. São oferecidas 58 opçõesde cursos e 3.938 vagas nos campi Cen-tral e Viamão, e 14 opções de cursos e 865vagas no Campus Uruguaiana. Para oscursos oferecidos no Campus Central eno Campus Viamão, as provas de Reda-ção e dez questões objetivas para cadadisciplina serão realizadas dias 9 e 10 dedezembro (sábado e domingo), das 16hàs 20h. Para os cursos oferecidos no Cam-pus Uruguaiana será em 10 de dezembro(domingo), das 16h às 20h30min, comprovas de Redação e dez questões objeti-vas nas provas de Língua Portuguesa ede Matemática, e cinco questões objeti-vas nas demais disciplinas. Mais infor-mações: www.pucrs.br, ou pelos telefo-nes (51) 3320-3557 (Campus Central)ou (55) 3413- 6464 (Campus Uruguaia-na). As inscrições podem ser feitas pelowww.pucrs.br, 24h por dia em qualquerponto, ou nos seguintes locais e horários:

Campus Central – saguão do prédio 11(Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), das8h às 21h;Campus Viamão – Av. Senador SalgadoFilho, 7000 – Viamão, das 8h às 21h;Campus Uruguaiana – BR 472, Km 7 –Uruguaiana, das 8h às 11h30min e das14h às 21h45min.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 41

TECNOPUCO estudo Mecanismos de Inovação e

Competitividade, realizado pelo MovimentoBrasil Competitivo, apontou o Parque Cientí-fico e Tecnológico (Tecnopuc) como o ambi-ente de inovação melhor estruturado paracriar e receber empresas de base tecnológi-ca na área de ciências da vida (biológicas eda saúde). A pesquisa, que obteve apoio daUniversidade de Brasília e patrocínio da in-dústria Merck Sharp & Dome, foi feita noprimeiro semestre de 2006 junto a gestorese especialistas do ramo. O Tecnopuc, únicorepresentante da região Sul e mais novo en-tre os cinco pesquisados, obteve 88% deaproveitamento no quesito sistema infra-es-trutura.

MICROSOFTA Microsoft, em parceria com a PUCRS,

realiza até o final de novembro programa decapacitação na área de computação, voltadoaos universitários, alunos do Ensino Médio eegressos de cursos de áreas afins à tecnolo-gia da informação. O objetivo é treinar osparticipantes para atender a demanda dasempresas por novos profissionais em desen-volvimento de software. O projeto ocorre si-multaneamente em Brasília, Curitiba, PortoAlegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Atingiu,nacionalmente, 12.070 inscritos, superandoas expectativas dos organizadores. O Centrode Inovação da empresa instalado na PUCRSatraiu a atenção de 1.137 inscritos, 95%provenientes da Grande Porto Alegre. Ao todoforam selecionadas 250 pessoas.

RADIOAMADORISMOA Faculdade de Engenharia e os Labora-

tórios Especializados em Eletroeletrônica,Calibração e Ensaios (Labelo) pretendem es-timular o desenvolvimento de atividades ci-entíficas por meio do radioamadorismo. Den-tre elas, experimentos com antenas, estudosde radiopropagação, técnicas de modulaçãoe codificação, comunicações via satélite debaixa órbita (LOS) e reflexão lunar. Alunos,professores e funcionários, prefixados comoradioamadores ou não, podem participar dedebates sobre esses temas e analisar a pos-sibilidade de ativar uma estação de radioa-madorismo experimental, prefixo PY3PUC, li-berada pela Anatel. Informações: [email protected].

Em comemoração ao centenário doprimeiro vôo do 14-Bis, o Museu de Ci-ências e Tecnologia, em parceria com aFaculdade de Ciências Aeronáuticas, pro-moveu a exposição Centenário do 14-Bis:Cem anos que passaram voando. Fica-ram expostos uma réplica do aeroplano,em escala 1:2 e 32 painéis alusivos àvida e à obra de Santos Dumont, além de65 plastimodelos de aviões comerciais ede guerra. Durante o evento, tambémocorreu o pré-lançamento da obra O Rastro da Bruxa: história da aviação comercialbrasileira no século 20 através de seus acidentes: 1928-1996, do comandanteCarlos Germano da Silva, que explica como e por que 74 vôos de empresas aéreasbrasileiras terminaram em desastre de 1927 a 2000.

14-BIS

Em setembro ocorreu o 1º Fórum Uni-versitário da PUCRS, promovido pelo Cen-tro de Pastoral e Solidariedade e Pró-Rei-toria de Graduação, em parceria com ou-tros setores da Universidade. O Fórumdiscutiu assuntos relacionados à vida uni-versitária, com ênfase no mercado de tra-balho. Durante o dia foram realizados doispainéis sobre os temas O que você pre-cisa para ingressar no mercado de tra-balho e A sala de aula te prepara para oquê?. Também houve oficinas com sub-temas como Colocando em prática as boas idéias, Ingressando num novo mundodo trabalho e Relações interpessoais, entre outras.

FÓRUM UNIVERSITÁRIO

PRÊMIO FINEPA Financiadora de Estudos e Proje-

tos (Finep) e a Editora Expressão reali-zaram a entrega do Prêmio Finep e doTroféu Expressão de Excelência aos ven-cedores da região Sul do País. A Inpar,empresa incubada na Raiar da PUCRS,especializada no desenvolvimento de so-luções para imagens médicas, foi agra-ciada com o Troféu Expressão de Exce-lência na categoria produto. O Inpacss,software que permite o armazenamentoe transmissão das imagens para laudodigital e telerradiologia de forma ágil eeficiente, foi um dos produtos agracia-dos com o troféu.

OBESIDADEA clínica que integra o Centro de Obesidade

Mórbida (COM) do Hospital São Lucas recebeuo Prêmio Top of Mind Brasil de ConsagraçãoPública Brasileira, concedido pelo Instituto Bra-sileiro de Pesquisa de Opinião Pública. O servi-ço foi o mais lembrado pelos gaúchos, receben-do a pontuação de 98% em reconhecimento damarca ou empresa, 72% em atendimento, 68%em estrutura e 91% em qualidade. A pesquisaouviu 9.044 pessoas, em 2004, e 2.812, em2005. O COM está em atividade desde marçode 2000. Todos os candidatos à cirurgia (parti-culares, convênios e SUS) passam por avalia-ção clínica/endocrinológica, nutricional, psiquiá-trica e cardiológica.

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SINOPSE

42 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

SOBREMESAMUSICAL

Todas as quartas-feiras, das 13h às13h30min, a comunidade acadêmica podeprestigiar o projeto Sobremesa Musical, ini-ciativa da Pró-Reitoria de Extensão. A cadasemana se apresentará, no átrio da Faculda-de de Arquitetura (prédio 9), um dos gruposda Orquestra da PUCRS (cordas, metais,trombones e percussão, entre outros), comum repertório variado e contemporâneo. Seutérmino está previsto para dezembro e a en-trada é franca.

HISTÓRIADurante a 26ª Reunião Anual da

Sociedade Brasileira de Pesquisa His-tórica, realizada no Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro (IHGB), no Rio,tomou posse a nova diretoria da Socie-dade, composta pelos professores doPrograma de Pós-Graduação em Histó-ria: Arno Kern (presidente), CharlesMonteiro (secretário), Helder Gordimda Silveira (tesoureiro). Kern foi em-possado como membro correspondentedo IHGB.

RELAÇÕES PÚBLICASO professor Roberto Simões, da Faculda-

de de Comunicação Social, conquistou o pri-meiro lugar no prêmio Relações Públicas doBrasil, na categoria professor pesquisador. Apremiação faz parte da campanha nacionalde valorização e promoção do profissional deRRPP, promovida pelo portal www.campanha.rp-bahia.com.br, com votação pela internetpor júri popular. Simões recebeu 552 votos. Aprofessora Cláudia Moura ficou entre os dezfinalistas na mesma categoria. O prêmio foientregue durante o 29º Intercom, em Brasília.

CIÊNCIA ETECNOLOGIA

Ricardo Bastos, diretor da Agência deGestão Tecnológica, tomou posse como con-selheiro do Conselho Municipal de Ciência eTecnologia. A cerimônia ocorreu no auditóriodo Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc).Bastos também integra a mesa diretora comosegundo secretário.

LIDERANÇAUNIVERSITÁRIA

Dirigentes de universidades do exteriorparticiparam na PUCRS da etapa de estágiodo Curso de Especialização em Gestão e Li-derança Universitária. A promoção foi da Or-ganização Universitária Interamericana, Ins-tituto de Gestão e Liderança Universitária ePUCRS. Além de palestras sobre setores daUniversidade, também foram oportunizadasvisitas à AGT, Tecnopuc e Museu de Ciênciase Tecnologia.

1º TORNEIOEMPRESARIALO Núcleo Empreendedor da Facul-

dade de Administração, Contabilidadee Economia promoveu o 1º Torneio Em-presarial. As equipes inscritas compe-tiram entre si, usando softwares espe-cíficos nos quais os participantes vi-venciaram a simulação de uma em-presa real. O torneio teve como objeti-vo contribuir com a aprendizagem detomada de decisões empresariais. Oresponsável pelo evento foi o professorRogério Villela, da disciplina Jogos deEmpresas do curso de Empreendedo-rismo e Sucessão.

A Faculdade de Comunicação Socialpromoveu uma Oficina de Rádio FM. Vol-tada para estudantes de Comunicação edemais interessados, foi ministrada pelaradialista Kátia Suman. Analisar e discutiro segmento rádio FM, com ênfase no qua-dro da capital gaúcha; exercitar a lingua-gem radiofônica, por meio da leitura/locu-ção de textos, entrevistas e comentários;trabalhar a expressão oral, a clareza, aconcisão e a argumentação e fornecer no-ções básicas de programação musical,foram os objetivos do curso.

RÁDIO FM

COMUNITÁRIASA PUCRS passou a integrar o Con-

sórcio das Universidades ComunitáriasGaúchas (Comung), que conta com ou-tras 11 instituições de ensino superiordo RS (Unijuí, UPF, UCPel, Urcamp,UCS, Unicruz, Unisc, URI, Feevale, Uni-vates e Unisinos). O reitor da Unijuí,Gilmar Bedin, foi escolhido novamentepara presidir a entidade. O próximo en-contro do Comung ocorrerá na primeiraquinzena de novembro, na PUCRS,quando será debatida a necessidadede formação de um plano de comuni-cação para divulgar o papel das uni-versidades comunitárias.

ODONTOLOGIAA Faculdade de Odontologia participou

com 53 pesquisas realizadas por alunos degraduação, pós-graduação e professores na23ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira dePesquisas Odontológicas, em Atibaia (SP). Otrabalho Desenvolvimento de um instrumen-to para medir in vivo a força de descolagemde bráquetes ortodônticos, apresentado pelaprofessora Ana Maria Spohr, foi premiadodurante o evento.

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FÓRUM DOSPRÓ-REITORESO Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-

Graduação, Jorge Audy, assumiu a pre-sidência do Fórum dos Pró-Reitores dePesquisa e Pós-Graduação para a Re-gião Sul (Foprop- Sul). A eleição ocor-reu durante o Encontro Nacional dePró-Reitores de Pesquisa e Pós-Gra-duação (Enprop), realizado no Rio deJaneiro. O mandato tem duração de umano. A próxima edição do Enprop seráno Rio Grande do Sul, em outubro de2007.

ARTIGOS DA FACEA Facul-

dade de Ad-ministração,Contabilidadee Economiapromoveu oseu primeiroconcurso deartigos. O alu-no LeandroPedroso (fo-to), do cursode especiali-zação em Mar-keting Estra-tégico, foi o 1ºcolocado como trabalhoDesenvolvi-mento do Rio Grande do Sul – 75 anos demudanças no cenário de gestão. JeffersonTerra, do curso de Administração com ênfaseem Análise de Sistemas de Informação, ficouem 2º lugar com o artigo Convivendo com asmudanças: algumas alterações de funções eatividades nos últimos 75 anos. A premia-ção, além de incentivar a pesquisa, tevecomo finalidade comemorar os 75 anos daFaculdade. Pedroso recebeu R$ 2 mil e TerraR$ 1 mil.

CIBERCULTURAO coordenador do Programa de Pós-Gra-

duação em Comunicação, Juremir Machadoda Silva, foi um dos fundadores da Associa-ção Brasileira de Pesquisadores em Cibercul-tura. A criação da organização foi decidida no1º Simpósio Nacional de Pesquisadores emComunicação e Cibercultura, realizado naPUC-SP. O objetivo é organizar, fomentar econsolidar, em âmbito nacional, o campo ci-entífico específico.

MÉRITOUNIVERSITÁRIO

O diretor do Museu de Ciências eTecnologia, Jeter Bertoletti, recebeu aMedalha do Mérito Universitário, con-cedida pela Universidade Federal deSanta Maria (UFSM). A entrega da dis-tinção foi feita pelo reitor da UFSM,professor Clovis Silva Lima.

DIA DAS CRIANÇASFilhos de professores e funcionários da

Universidade participaram de atividades es-peciais, em comemoração ao Dia das Crian-ças. Na atividade Brincando com Ciência eArte, alunos do grupo PET da Faculdade deLetras apresentaram a peça de teatro Pluft, oFantasminha (foto). Depois foi feita uma visi-ta ao Museu de Ciências e Tecnologia. As ati-vidades destinaram-se a crianças de até dezanos com acompanhante.

REDE POOLEm outubro foi lançada a Rede Pool

– Associação de Operadores de Ali-mentação na PUCRS. Os associados –que juntos somam 350 empregos, emPorto Alegre, Novo Hamburgo e Cacho-eirinha – recebem consultoria da Uni-versidade e apoio da Secretaria Es-tadual do Desenvolvimento e AssuntosInternacionais. As empresas têm mar-cas conhecidas, mas todas locais eprecisam de força para concorrer comas grandes redes, principalmente defast food.

EDUCAÇÃO FÍSICAEm outubro foi realizado na PUCRS

o 2º Congresso Internacional de Edu-cação Física (Conief). As atividadesvoltaram-se a profissionais de educa-ção física, fisioterapia, medicina doesporte, pedagogia, marketing esporti-vo, surf e demais interessados. A pa-lestra de abertura foi sobre O Esporteno Brasil, após os Jogos Pan-America-nos Rio-2007, com Celso Schvartzer,responsável pelo planejamento demarketing do PAN 2007.

ENERGIA ELÉTRICAA Companhia Estadual de Energia Elétri-

ca (CEEE) divulgou o resultado do seu pro-cesso de escolha de projetos de pesquisa edesenvolvimento para o próximo ciclo. Fo-ram selecionados 31 projetos, dos quais 11são de autoria de pesquisadores da PUCRS.Nove deles são oriundos do Departamentode Engenharia Elétrica e dois da Faculdadede Física.

FUTEBOLA equipe de futebol da PUCRS foi a

vencedora da Copa Unisinos, realizadaem outubro, na Unisinos. Na partida fi-nal, o time da Universidade ganhou de3x2 da UNISC. O professor Daniel Kru-se, da Faculdade de Educação Física eCiências do Desporto, treinou o grupo.A equipe campeã também foi finalista,no primeiro semestre, dos Jogos Uni-versitários do Rio Grande do Sul.

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 43

Foto: Divulgação

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PERFIL

44 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

HARRY BELLOMOé rodeado de discípulos

Por Ana Paula Acauan

N a PUCRS há 40 anos e professorpor meio século, Harry RodriguesBellomo é rodeado de seguidores

que admiram a sua trajetória profissional ea vontade de compartilhar conhecimento.Apesar de suas pesquisas em geral ocorre-rem em cemitérios – e nos finais de semana–, angaria seguidores e continua com elesaté depois de formados e com o título dedoutorado. Os cemiteriais, como são cha-mados, formam um grupo que busca dadosvaliosos sobre origens das populações esuas crenças a respeito da morte expressosem lápides e mausoléus. Bellomo foi pionei-ro nessas pesquisas no Estado – começouem 1984 – e responsável pela expansão degrupos dedicados ao assunto.

O que mais marca os estudantes, foraa amizade e o bom humor do professor, é areflexão sobre a morte. “A escala de valo-res dos que trabalham no projeto se alteracompletamente”, comenta Bellomo, 71anos, o professor mais antigo do curso deHistória. Diz que passam a dar menos im-portância a assuntos insignificantes. “Écomum ver túmulos abandonados, em ruí-nas, sem uma flor sequer, de personalida-des influentes de uma época. Do que adi-antou o poder se mergulharam no esqueci-mento?”, questiona.

Os pesquisadores são tachados de es-quisitos por alguns, que imaginam a equipeabrindo sepulturas e examinando cadáve-res. Algumas comunidades ficam curiosase espiam o trabalho às escondidas. Histó-rias para contar há aos montes, talvez me-nos aterrorizantes do que se supõe. Mas jáocorreu de não conseguirem trabalhar numlocal devido ao inexplicável mal-estar ge-neralizado. Um dos casos engraçados foi acorrida entre túmulos para fugir de vespas.Outra vez, pesquisavam no cemitério deMontenegro abaixo de temporal quandoBellomo segurou o guarda-chuva e come-çou a cantar e dançar Singing in the rain.

O professor entrou em contato com otema na década de 1970, quando fazia aespecialização em História da Cultura Bra-sileira, na PUCRS, por meio do livro Arte e

sociedade nos cemitérios brasileiros, deClarival Valladares, pioneiro dos estudos noPaís. O exemplar foi doado por Valladaresao amigo e então Reitor, Ir. José Otão. Be-llomo cursou também a graduação e omestrado na Universidade.

O mais antigo entre os cemiteriais quecontinua no grupo, Fábio Augusto Steyer,doutor em Literatura Brasileira, atua aolado de Bellomo desde 1994, quando in-gressou no curso de História da PUCRS.Comenta que o professor é uma unanimi-dade e consegue dar aulas divertidas e aomesmo tempo com seriedade e competên-cia. “Incentiva a pesquisa dos alunos degraduação mesmo nos primeiros semes-tres”, elogia Steyer.

Na disciplina de História do Brasil, do 4ºsemestre, o professor estimula os alunos aescreverem artigos que poderão ser usadosquando forem lecionar. A coletânea é publi-cada em livro pela Palier Artes Gráficas.“Não adianta apenas pesquisarem e deixa-rem guardado num armário. Devem prepa-rar-se para produzirem conhecimento.”

A admiração por livros é evidente. Ogabinete, localizado no prédio 3, tem cercade 2 mil exemplares. Em casa a bibliotecafoi se alastrando, ocupando salas, o quartoda filha (que se mudou para a residênciados fundos do pátio) e o corredor. Parte dos20 mil livros está em armários na cozinhae no banheiro. Apesar das doações cons-tantes de obras que não usa mais, conti-

nua comprando lançamentos. Também co-leciona lanças, revólveres, estátuas, gravu-ras e pinturas originais e reproduções.

Para encontrar Bellomo, percorra o pré-dio 5 ou vá ao prédio 3. Não usa telefonecelular porque “não teria descanso com agrande procura de alunos”. Recusa-se ain-da a dialogar com uma “máquina”, referin-do-se ao computador. A filha e a esposapesquisam na internet por ele.

Nascido em Bento Gonçalves, mora naCapital desde os cinco anos. O nome Harryveio de um ator que fazia filmes de faroestee era admirado pelo pai. Estudou no Colé-gio Marista Rosário, onde se despertou pelaHistória. No final do primeiro ano de Facul-dade, em 1956, foi dar aula em cursinhopré-vestibular da UFRGS. Descobriu suapaixão. Com problemas de saúde, pensaem diminuir o ritmo. Mas não vai largar apesquisa.

Neste ano recebeu a comenda Dante deLaytano da Comissão Gaúcha de Folclore,destinada a cinco personalidades que sedestacaram na preservação do folclore. Fi-cou muito emocionado como ex-aluno e de-pois colega de Dante de Laytano na PUCRS.

Analista de símbolos e frases sobre amorte, o professor do curso de Históriasabe o que gostaria de ter no próprio túmu-lo: “Professor para sempre” ou “Combati obom combate e não perdi a fé”. A contarpelos seus seguidores, ficarão essas lem-branças de Bellomo.

O professor escolheria como lápide: “Combati o bom combate e não perdi a fé”

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EU ESTUDEI NA PUCRS

Por Mariana Vicili

N a noite de 26 de setembro, milhõesde telespectadores aguardavam an-siosos para saber quem seria o

grande vencedor da terceira edição brasileirado programa O Aprendiz, transmitido pelaRede Record e pelo canal People and Arts. Afamosa frase “Você está contratado” foi ditapelo apresentador, o publicitário Roberto Jus-tus, ao porto-alegrense Anselmo Martini, 37anos, ex-aluno de Direito da PUCRS.

O prêmio conquistado por Anselmo foi umemprego na Wunderman, agência de marke-ting direto sediada em Nova Iorque, com salá-rio anual de R$ 500 mil (mais de R$ 40 milpor mês). O Aprendiz é baseado na produçãonorte-americana idealizada por DonaldTrump. Representa uma entrevista de empre-go no qual um grupo de candidatos é subme-tido a testes durante semanas até que sedescubra quem está mais capacitado paraser contratado.

Na versão brasileira de 2006, a cada pro-grama os grupos cumpriam uma nova tarefa,e eram avaliados pela liderança, capacidadede organização e o tempo destinado para ob-ter o resultado de forma mais produtiva. Aotodo foram 24 mil inscritos interessados. De-pois de um árduo e exigente processo de sele-

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 45

ção, restaram apenas 16 candidatos que fo-ram sendo eliminados semanalmente. Forma-do em Direito em 1992, o vencedor atuavacomo advogado em Los Angeles (EUA) e eraempresário na área de licenciamento de mar-cas. A previsão é de que se torne oficialmentefuncionário da Wunderman em novembro,após acompanhar Roberto Justus numa reu-nião mundial da empresa.

Em entrevista por telefone, falou à revistaPUCRS Informação sobre sua experiência naPUCRS e no programa.

COMO FOI SUA PASSAGEM PELA PUCRS?MANTÉM CONTATO COM ANTIGOS COLEGASOU PROFESSORES?

Só tenho boas lembranças da PUCRS,onde estudei de 87 a 92. Foi um momentomuito feliz, de muito estudo, onde tive umaboa oportunidade de crescimento. Algumasnotas baixas também, mas isso faz parte.Ainda mantenho contato com alguns colegas,como o Luiz Paulo Germano, grande amigomeu, que hoje é professor da Faculdade deDireito. Estudamos juntos no Colégio Sévigné,depois fizemos Direito na PUCRS. Fiquei sa-bendo que a Universidade cresceu muito nes-ses últimos anos, parece até que existe umprédio novo para o meu curso. Fico muito or-gulhoso com isso.

SAIBA UM POUCO MAISSOBRE ANSELMO MARTINI

Data de nascimento: 26/4/1969Estado civil: SolteiroFormação: Colégio Sévigné (PortoAlegre), graduação em Direito naPUCRS (1992) e pós-graduação emDireito na Pace University (Nova Ior-que, EUA, 2001)Hobby: Jogar tênis, correr, pilotar,velejar e jogar squashDefine-se como: Humilde, extre-mamente profissional, disposto aquebrar limites para ir cada vezmais longe na carreira, sem medode correr todos os riscos neces-sários.

O DIREITO FOI SUA PRIMEIRA OPÇÃO?Eu tinha pensado em fazer Jornalismo,

porque sempre gostei de comunicação, rádio,TV, jornal, mas no fim resolvi estudar Direito.Na Faculdade eu já pensava em morar no ex-terior, trabalhar, e foi o que acabei fazendo.De 1995 a 2002 morei em Nova Iorque, de-pois até 2004 fiquei em São Paulo e agoramorava em Los Angeles.

COMO FOI ESSA DECISÃO DE TROCAR O DI-REITO PELO MARKETING?

Não estou abandonando o Direito, vouusar o que aprendi como ferramenta. Nos Es-tados Unidos é muito comum os advogadostrabalharem com outras áreas ao mesmotempo, mas aqui no Brasil ainda causa estra-nheza.

E A PARTICIPAÇÃO NO PROGRAMA, ERA OQUE VOCÊ ESPERAVA, COMO FOI A EXPERI-ÊNCIA?

Foi uma experiência louvável, um grandeteste que não tem preço. Acredito que é agorauma grande oportunidade de entrar nessenovo mercado de trabalho pela porta da fren-te. Segui os meus sentimentos.

QUAL CONSELHO VOCÊ DARIA AOS ESTU-DANTES DA UNIVERSIDADE?

Eu diria que conseguimos sucesso fazen-do o que gostamos. Muitos fazem vestibularpara um curso, depois percebem que não erao que gostaria de fazer. Não tenham medo demudar, de tentar de novo. O melhor caminhonunca é o mais curto.

Ele venceu oAPRENDIZ 3

Anselmo Martini(esq.), quereceberá R$ 500mil por ano, eRoberto Justus

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OPINIÃO

46 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006

Um olhar retrospectivo sO desafio de recuperar os dois anos

na função de Reitor da PUCRS tal-vez exija um exercício mental tão

complexo quanto o vivenciado no quotidianodesse período. Neste sentido, o mês de de-zembro é propício para realizar um balanço,quer dizer, uma olhada retrospectiva e pros-pectiva sobre o nosso percurso organiza-cional.

Nos últimos anos, as grandes mudançasevidenciadas no cenário internacional e nacio-nal, principalmente provocadas pelos avançosdas modernas tecnologias da informação, tra-zem impactos sobre a economia, a política, acultura e a sociedade como um todo. A Univer-sidade não fica imune a essas questões. Aocontrário, deve acompanhá-las, sem perder aforça de sua identidade como instituição: abusca da verdade. Some-se a todos esses fa-tores a identidade católica e marista que seagrega à nossa missão formadora. Isso signifi-ca dizer que administrar uma universidade doporte da PUCRS, no contexto contemporâneo,constitui tarefa complexa que exige planeja-mento, gestão colegiada, acompanhamentodos processos e das rotinas, reconhecimentodo rumo institucional assumido por todosaqueles que idealizaram e ajudaram a cons-truir a Instituição em memoráveis anos passa-dos, bem como adesão da comunidade. Nestesentido, professores, alunos e funcionáriostécnico-administrativos têm-se esforçado comintrepidez, persistência e harmonia para fazerfrente aos compromissos e desafios experien-ciados nesse período, que não foram poucos.

Considerando a complexidade do cenário,projetado para o horizonte 2005-2008, foramdefinidos quatro eixos estratégicos, já conhe-cidos de nossa comunidade: qualidade; em-preendedorismo; integração ensino-pesquisa-extensão e relacionamento com a sociedade.No momento de recuperar os dois anos degestão, não cabe discorrer sobre o significadode cada um deles, mas destacar ações rele-vantes projetadas, alinhadas e executadascom tais propósitos.

No que se refere à qualidade, promove-ram-se iniciativas de capacitação de profes-sores, incluindo seminários, oficinas, pales-tras, encontros que viabilizaram a reflexãosobre o fazer docente. Aos funcionários técni-co-administrativos também foram oferecidosespaços de capacitação e treinamento com

vistas à melhor qualificação dos serviços ofe-recidos em todos os setores. A criação doCentro de Atenção Psicossocial, inauguradoem março de 2006, passa a aprimorar o aten-dimento ao nosso aluno no que se refere a fa-tores que interferem na vida acadêmica.

A revisão dos projetos pedagógicos doscursos, visando à atualização diante das no-vas demandas e ao alinhamento com as Dire-trizes Curriculares Nacionais, bem como aatualização do nosso Projeto Pedagógico Insti-tucional expressam, nos documentos oficiais,as grandes referências para o nosso fazeracadêmico. Para melhor acompanhamento equalificação dos processos, aceitamos o de-safio lançado pelo Ministério da Educação(MEC), em 2005, e mobilizamos a comunida-de para realizar a Auto-Avaliação Institucio-nal, operacionalizada pela Comissão Própriade Avaliação, pela Comissão Técnica de Ava-liação, com o apoio das Comissões Setoriaisde Avaliação.

A estrutura física de laboratórios depesquisa e de ensino das Faculdades e dosInstitutos, pelo esforço da Pró-Reitoria deAdministração e Finanças na relação qua-lidade/sustentabilidade, também recebeusignificativas melhorias. Destaque para oLaboratório de Pesquisa em DocumentosDigitais (PUCRS e HP), inaugurado em abrilde 2006. Outros indicadores de qualidadepodem ser exemplificados por premiaçõesrecebidas, como é o caso do Hospital SãoLucas que, em maio de 2006, recebeu oPrêmio Destaque do Ano, outorgado peloJornal do Comércio e a certificação do Pro-grama Alimentos Seguros (PAS), conferido,em julho de 2006, a nove restaurantes queatuam na PUCRS, concedida pela Embra-pa, Senar, Sesi, Senac, Sebrae e Anvisa.Mais recentemente, para orgulho de toda acomunidade, a Editora Abril destacou aPUCRS como a melhor instituição privadada Região Sul do Brasil.

JOAQUIM CLOTETReitor da PUCRS

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 132 – NOV-DEZ/2006 47

sobre os últimos dois anosA linha relativa

ao empreendedo-rismo, com ênfasena inovação, pro-vocou inúmeroseventos, envolven-do pesquisadores,docentes e pesso-al técnico, comvistas à criação deidéias criativaspara atravessar asdificuldades pró-prias do cenário,tendo em vista aresponsabilidadeda Universidadenas questões rela-cionadas ao de-senvolvimento re-gional e nacional.O principal delesfoi o Seminário In-ternacional Sobre Universidade Empreende-dora, realizado de 21 a 22 de setembro des-te ano, reunindo grandes nomes dessa área.Como principais ações decorrentes desta-cam-se a assinatura do Termo de Coope-ração entre o Laboratório Americano de Far-macoterapia S.A. (Farmasa) e a empresa4G, para construção de um Centro de Pes-quisa no Parque Tecnológico da PUCRS; ainauguração do Laboratório de Mercado deCapitais (Labmec), na Faculdade de Admi-nistração, Contabilidade e Economia, am-bos em maio de 2006. Também vale serdestacada a recente criação do Centro deExcelência em Pesquisa sobre Armazena-mento de Carbono para a Indústria do Pe-tróleo (primeiro do gênero no Brasil). A par-ceria envolve a Petrobras e a PUCRS e foiautorizada pela Agência Nacional do Petró-leo, Gás Natural e Biocombustíveis. NoCampus Viamão, foi inaugurada, tambémem 2006, a primeira incubadora de empre-sas, projeto que deverá sofrer forte expan-são nos próximos meses.

Um dos grandes desafios a serem en-frentados pela PUCRS diz respeito ao incre-mento à integração ensino, pesquisa, exten-são. Funções essenciais a toda a universi-dade, sua articulação vem se constituindomatéria de relevância em uma série de pro-

gramas. O principaldeles, o Inova PUCRS,busca uma concep-ção diferenciadadessa integração,unindo esforços dasPró-Reitorias dePesquisa e Pós-Gra-duação, Extensão eGraduação no senti-do de abrir as portasdo ambiente cientí-fico e tecnológicocriado no contextodo Tecnopuc paraexperiências e am-bientação dos alu-nos dos cursos degraduação e de pós-graduação. Atual-mente, um significa-tivo número de bol-sistas, nos dois pa-

tamares de ensino, vivenciam situações quese configuram para além da sala de aula, oque se confirma nas edições anuais do Salãode Iniciação Científica.

A aproximação com diferentes públicostem dinamizado a linha do relacionamentocom a sociedade, expressando nosso com-promisso com o desenvolvimento regional enacional. Cada vez mais a Universidade pro-cura estreitar víncu-los que promovam aintervenção em co-munidades e em es-paços sociais, divul-gando os saberesnela produzidos pelainvestigação e pelosresultados de pes-quisa. Cabe salientaratividades desenvol-vidas pelo Museu deCiências e Tecnologiapara a formaçãocontinuada de pro-fessores do EnsinoFundamental e doEnsino Médio. Ação afirmativa, consolidadaem março de 2006 e com importante impac-to social, foi a criação do curso de gradua-ção em Pedagogia, com ênfase para educa-

dores populares, em parceria com o MEC.Com tal iniciativa, 120 professores queatuam em creches populares têm a oportu-nidade de realizar um curso superior comisenção de pagamento das mensalidades. OParque Esportivo tem desenvolvido ativida-des voltadas para portadores de deficiênciasfísicas, com o apoio de especialistas na área.O Centro de Cultura Musical também temaberto as portas para a comunidade, organi-zando apresentações com a orquestra daPUCRS e com o coral, oferecendo cultura elazer em projetos semanais ou em datas es-pecíficas. É cada vez mais estreita, também,a presença da comunidade em instâncias re-presentativas da Universidade, como é o casode Paulo Tigre, presidente da FIERGS, que,em maio de 2006, passou a integrar o Con-selho Universitário. A concessão de títulos ehonrarias inclui-se no tema. Como exemplo,em maio, Regina Weinberg foi indicada parareceber o Diploma Mérito Cultural e NélidaPiñon foi agraciada com o título de DoutorHonoris Causa, ambos chancelados pelo Con-selho Universitário. Setembro foi marcadopela realização da Feira das Profissões, queoportunizou a exposição do acervo da Insti-tuição em cursos e serviços, registrando, emdois dias, a presença de 12.212 participan-tes. O evento, que incluiu a realização doVestibular Simulado, possibilitou a toda a co-munidade externa a experiência com provas

inusitadas de umConcurso Vestibular.

Assim, o Reitorda PUCRS, orienta-do pelos princípiosque referenciam aInstituição por maisde meio século deexistência, orgulha-se por poder recupe-rar os dois anos degestão, conscientede que o cumpri-mento da missão sóé possível porquelastreado em umpassado sólido e em

um presente construído com a vontade depessoas que acreditam, apostam e se esfor-çam para vencer os grandes desafios que sedescortinam em relação ao futuro.

A aproximaçãocom diferentes públicostem dinamizado a linha

do relacionamento com asociedade, expressandonosso compromisso com

o desenvolvimentoregional e nacional.

Cada vez mais a PUCRSprocura estreitar vínculos

que promovam aintervenção em

comunidades e emespaços sociais,

divulgando os saberesnela produzidos pelainvestigação e pelos

resultados de pesquisa.

O cumprimento damissão só é possível

porque lastreadoem um passado sólido

e em um presenteconstruído com a

vontade de pessoasque acreditam, apostam ese esforçam para venceros grandes desafios que

se descortinam emrelação ao futuro.

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