Notas, glosas y apostillas

Sergio García Oriol

D e a l g u n a m a n e r a todos somos consc ien tes d e los p r o b l e m a s q u e se p l a n t e a n al i n t e n t a r a c l a r a r a los d e m á s los p u n t o s o b s c u r o s d e u n tex to .

Q u i e r o de t a l l a r , a t í tu lo de m i n ú s c u l o e jemplo pe r sona l , las cav i lac iones , lectu­r a s y c o m p r o b a c i o n e s c o n s a g r a d a s a u n o s pocos versos d e Alonso d e L e d e s m a , p a d r e , o u n o d e los p a d r e s , de l c o n c e p t i s m o . Son u n a s r edond i l l a s d e d i c a d a s «a la M a g e s t a d d e Fe l ipo s e g u n d o , v in i endo a conua l ece r d e la go ta al M o n a s t e r i o del E s c u r i a l . E n m e t á f o r a d e u n a ga le ra con t o r m e n t a » , y d icen así:

R E D O N D I L L A S

Las aguas en la Escriptura Símbolo de penas son, Y por cada possession Corre su caz de amargura.

5 Es la vida una jornada, Mar el mundo, norte el cielo, Cada qual un nauichuelo Que sobre sus aguas nada. Nace el hombre, busca puerto

10 Entre penas fluctuando Que todo es viuir remando Hasta dar en el mar muerto. Aquí se puede temer Hondo mar y corto río

15 Que para hundirse un nauío Poco viento es menester. Hoy la galera mayor Que trae España en su armada Verás (con ir tan fletada)

20 Hazer agua de dolor. Es mar que si se alborota Sorberse una a rmada sabe, Y vese, pues tan gran nanue Nos la anegará una gota 2 .

25 Pero ya con gran acierto Los tres Pilotos 3 que tiene Le sacarán libre y viene Al Escurial, que es su puerto. Es de los más reforcados

30 Este presidio Real, A quien guarda el Cardenal

Versos 25-48

1 Felipe II

2 Mal de gota

3 Médicos de cámara

BOLETÍN AEPE Nº 26. Sergio GARCÍA ORIOL. Notas, glosas y apostillas

Con cien valientes soldados 4 . En cuyo escuadrón christiano No faltará centinela:

35 Porque él, qual grulla les vela Con una piedra en la mano. Y porque el presidio amigo Tenga un Scevola famoso Al Español 5 valeroso

40 Tiene abrasado consigo. Y vos galera artillada Con las armas de la Fe, Por quien España se ve Rica, segura y guardada

45 Gozad de tranquilidad Vos y vuestras ñaues bellas Pues arribastes con ellas Al puerto de la verdad.

V o y a e x a m i n a r dos d e es tas r edond i l l a s , las d e los versos 29-36: U n a apos t i l l a del p r o p i o L e d e s m a prec i sa q u e los «cien va l ien tes s o l d a d o s » son

los frailes d e S a n J e r ó n i m o . D e es te m o d o , el Escor ia l se p r e s e n t a c o m o u n a for ta leza con su g u a r n i c i ó n

m o n a c a l , al m a n d o d e c ier to C a r d e n a l . L o p r i m e r o q u e se p u e d e a c l a r a r es q u e la g ru l la , r e p r e s e n t a d a con u n pie en el

sue lo y el o t r o , en pos ic ión ho r i zon t a l , con u n a p i e d r a l l a m a d a v ig i lanc ia en la g a r r a , es u n t r a n s p a r e n t e s ímbo lo he rá ld i co . D e este m o d o , la i m a g e n del C a r d e n a l c e n t i n e l a q u e es tá v e l a n d o cua l g ru l la h e r á l d i c a q u e d a c la ra y jus t i f i cada .

P e r o ¿qu ién es este C a r d e n a l ? El P a d r e J o s é d e S igüenza , p r i m e r b ib l io teca r io de l Escor i a l y tes t igo d e su cons t rucc ión , en su H i s t o r i a d e la O r d e n d e S a n J e r ó n i ­m o , t a n c o n o c i d a , c o n s a g r a t oda u n a p a r t e d e la o b r a a la fundac ión de l Rea l M o n a s t e r i o . E n ella e n c o n t r a m o s el n o m b r e d e los t res M é d i c o s d e C á m a r a d e Fe l ipe I I (los t res Pi lotos d e las r edond i l l a s ) , se m e n c i o n a n d ive rsas e s t anc i a s del rey en el Escor ia l , se h a b l a d e sus do lenc ias y se p rec i sa la exac t i t ud del n ú m e r o d e c ien « s o l d a d o s » , en con t r ad i cc ión con el uso q u e l i m i t a b a a m e d i o c e n t e n a r los frailes d e los c o n v e n t o s o r d i n a r i o s d e la o r d e n . Fe l ipe I I q u i s o d a r u n lus t re p a r t i c u ­l a r al M o n a s t e r i o d e S a n L o r e n z o d o b l a n d o el n ú m e r o d e sus m o r a d o r e s . Pe ro la l e c t u r a d e la o b r a de l P a d r e S igüenza m u e s t r a q u e n i n g ú n C a r d e n a l t e r res t re tuvo la m e n o r i n t e r v e n c i ó n en la cons t rucc ión del Escor ia l ni ejerció p a t r o n a t o a l g u n o en el M o n a s t e r i o .

A h o r a b ien , el c a r d e n a l a t o es u n a ins t i tuc ión eclesiás t ica q u e n o se .esboza h a s t a el siglo V I I y sólo en el siglo V I I I a p a r e c e el t í tu lo y la d i g n i d a d d e C a r d e n a l .

P a r a mí , el C a r d e n a l , fo rzosamen te celeste , v ig i lan te c a p i t á n d e los cien va l ien­tes s o l d a d o s m o n á s t i c o s , b ien p u d i e r a ser el p r o p i o San J e r ó n i m o , p a d r e y d o c t o r d e la Ig les ia d e los m á s pres t ig iosos . P e r o c o m o vivió m á s d e t resc ientos a ñ o s a n t e s d e la i n s t i t uc ión de l c a r d e n a l a t o , m a l p o d í a o s t e n t a r es ta d i g n i d a d y l levar d i c h o t í tu lo . M i s d u d a s n o se d i s i p a r o n h a s t a el m o m e n t o en q u e p a s a n d o revis ta a la i conogra ­fía de l s a n t o , p u d e c o m p r o b a r q u e en la t r ad ic ión p ic tó r ica San J e r ó n i m o se r e p r e ­s e n t a f r e c u e n t e m e n t e ba jo el a spec to d e u n a n a c o r e t a d e m a c r a d o y s e m i d e s n u d o , q u e se mor t i f ica en u n a cueva g o l p e á n d o s e el p e c h o con u n a p i e d r a q u e l leva en la m a n o c o m o la g ru l l a v ig i lan te . E n esos c u a d r o s se ha l l a u n m a n t o d e p ú r p u r a y sob re t o d o , b i en a la v is ta , u n cape lo ca rdena l i c io . San J e r ó n i m o no fue c a r d e n a l , n o p u d o ser lo , p e r o la t r ad ic ión lo cons ide ra c o m o tal y c o m o tal lo r e p r e s e n t a .

4 Frailes de San Jerónimo

5 S. Laurencio

BOLETÍN AEPE Nº 26. Sergio GARCÍA ORIOL. Notas, glosas y apostillas

T o d o es to v e n í a a d i s i p a r la o s c u r i d a d d e las r edond i l l a s , p e r o p a r a ello se h a b í a n e c e s i t a d o t i e m p o y t r aba jo . Y es to e r a lo q u e q u e r í a p o n e r d e rea lce con m i p e q u e ­ñ o e j e m p l o .

H i s p a n i s t a d e los d e a p ie , d e los d e la ba se , c u e n t o con la e rud i c ión d e los d e m á s c u a n d o se t r a t a d e l ec tu ras d e difícil c o m p r e n s i ó n i n m e d i a t a . M e g u s t a en­c o n t r a r n o t a s n u m e r o s a s y p e r t i n e n t e s al p ie d e los textos q u e a lgu ien se h a t o m a d o el t r a b a j o d e p r e s e n t a r . Y p o r ello m e s ien to p r o f u n d a m e n t e d e f r a u d a d o t a n t o c u a n ­d o d i c h a s n o t a s son i nexac t a s c o m o c u a n d o se q u e d a r o n en el t i n t e ro de l p r e s e n t a ­d o r . V a l g a n a l g u n o s casos t ípicos q u e se m e o c u r r e n d e i n m e d i a t o .

M u c h o s profesores f ranceses d e s e g u n d a e n s e ñ a n z a h a n m a n e j a d o u n m a n u a l en q u e h a y u n a p á g i n a d e El camino d e M i g u e l Del ibes . Se h a b l a en ella d e las a n d a n ­z a s y t r a v e s u r a s d e u n a p a n d i l l a d e chicos del c a m p o . U n o d e ellos, G e r m á n el T i n o s o , espec ia l i s ta en pá ja ros y n idos , d ice a sus amigos :

—Vamos . Sé donde hay un nido de curas.

N o h a y en el l ib ro n o t a a l g u n a . N i n g ú n d i cc iona r io u s u a l ind ica q u é volá t i les p u e d a n ser los q u e m e n c i o n a Del ibes con esa d e n o m i n a c i ó n cler ical . El profesor c o m p r e n d e q u e el v o c a b l o se rá u n p rov inc i a l i smo c a m p e s i n o o c inegét ico y q u e esos ec les iás t icos n id i f icadores d e b e n el n o m b r e a la n e g r u r a d e sus p l u m a s , q u e d e b e n d e ser vence jos , cue rvos , mir los o a lgo p o r el est i lo. Pe ro n o le q u e d a m á s r e m e d i o q u e confesar su i g n o r a n c i a y confesar la a los a l u m n o s y q u e d a r en s i tuac ión desa i ­r a d a . R e c u e r d o q u e en edic iones pos te r io res se resolvió el p r o b l e m a . S u p r i m i é n d o l o . E n el las se h a b l a d e « u n n ido» m o n d o y l i rondo , sin o t r a prec is ión . El ed i to r se h a l l a b a sin d u d a en la m i s m a i g n o r a n c i a q u e los u s u a r i o s .

E n o t r o m a n u a l rec ien te se r e p r o d u c e u n a p á g i n a del Recurso del método, d e Alejo C a r p e n t i e r . Es t e a t r i b u y e a la p r e n s a e s t a d o u n i d e n s e u n a s a m a r g a s v e r d a d e s sobre los pa í s e s e u r o p e o s d u r a n t e la g u e r r a d e 1914 y escr ibe :

Sin el general Pershing, Francia estaba perdida. Inglaterra había peleado blan­damente y sin convicción: los tommies eran cosa de folklore, Marble Arch y té servido en las trincheras, entre turbantes cipayos y gaitas escocesas.

El e d i t o r p rec i sa al m a r g e n q u e p e l e a d o es s i n ó n i m o d e l u c h a d o y q u e ga i t a , en f rancés , se d ice c o r n e m u s e . N a d a sobre t o m m i e s y c ipayos , p e r o es to el profesor lo p u e d e exp l ica r , y sob re t odo , n a d a sobre M a r b l e A r c h . D e j a n d o d e l a d o el conoc ido m o n u m e n t o l o n d i n e n s e ¿qué p u e d e ser ese M a r b l e A r c h ? U n a r á p i d a e n c u e s t a en­t re los c o m p a ñ e r o s profesores d e inglés , m e dejó en la i n c e r t i d u m b r e inicial : t a m p o ­co ellos s a b í a n d e q u é se t r a t a b a . Al c o m e n t a r la cosa con mis a l u m n o s , dije q u e a m i m o d o d e ver , M a r b l e A r c h d e b í a d e ser u n a m a r c a comerc i a l conoc ida d e a l g ú n p r o d u c t o a soc i ab l e con el té b r i t án i co , ga l l e tas , m e r m e l a d a o a lgo así .

U n o s meses d e s p u é s e n c o n t r é la solución en E s p a ñ a , a l final d e u n a r á p i d a vis i ta . D e s e o s o d e l l eva rme u n a s bote l las d e J e r e z a F r a n c i a , e n t r é en u n b ien su r t i ­d o c o l m a d o d e G e r o n a , d o n d e m e inv i t a ron a p a s a r a la t r a s t i e n d a p a r a escoger a mis a n c h a s en los a n a q u e l e s a b a r r o t a d o s d e t o d a clase d e b e b i d a s nac iona l e s y exó t i cas . Y allí , al fondo d e la p ieza , a la i zqu i e rda , va r i a s d e c e n a s d e bote l las c u a d r a d a s d e v id r io b l a n c o , con u n a e t i q u e t a a p r o p i a d a : « M a r b l e A r c h . F i n e O í d D r y . L o n d o n G i n . » All í e s t a b a la n o t a q u e fa l t aba al l ibro . T o d a v í a t engo en m i d e s p a c h o , s i e m p r e i n t a c t a a pe sa r d e los c u a t r o o c inco a ñ o s t r a n s c u r r i d o s a q u e l l a bo te l l a d e g i n e b r a inglesa q u e m e cos tó m á s del d o b l e q u e c u a l q u i e r g i n e b r a e l abo ­r a d a en E s p a ñ a y q u e n o t iene o t ro c a r á c t e r q u e el d e d o c u m e n t o bibl iográf ico y p e d a g ó g i c o .

E n opos ic ión con las no t a s q u e fal tan e s t án las q u e s o b r a n , no po r inút i les s ino

BOLETÍN AEPE Nº 26. Sergio GARCÍA ORIOL. Notas, glosas y apostillas

p o r p i n t o r e s c a m e n t e i nexac t a s . V a l g a n tres e jemplos d e la m i s m a c a n t e r a , los m a ­n u a l e s p a r a e s t u d i a n t e s d e e n s e ñ a n z a m e d i a .

U n o d e ellos con t i ene u n f r agmen to de Las afueras, d e Luis Goyt i so lo . El hé roe , u n a n c i a n o j u b i l a d o , p a s a la t a r d e en el café con sus amigos : «a veces j u g a b a n al d o m i n ó o al s u b a s t a d o » d ice el t ex to . U n a n o t a p rec i sa el s en t ido de « s u b a s t a d o » , u n «jeu d e dés» . El profesor, a u n q u e poco al co r r i en te d e j u e g o , p i ensa q u e d a d o s y s u b a s t a s se h e r m a n a n m u y poco; en c a m b i o no ignora q u e el b r i dge es u n j u e g o d e s u b a s t a s , c o m o la «man i l l e a u x enchè res» francesa y se d ice q u e el d i choso s u b a s t a ­d o es p r o b a b l e m e n t e un j u e g o d e na ipes . Así lo expl ica a los a l u m n o s , q u e no a c a b a n d e e n t e n d e r q u e el profesor e n m i e n d e la p l a n a al l ibro , n i m b a d o con la a u t o r i d a d d e la cosa i m p r e s a .

E n o t r o m a n u a l , G a r c í a P a v ó n usa el vocab lo de su invenc ión « u n a t r e m e n d o -n a » p a r a d e s i g n a r a u n a d e esas d a m a s q u e i m a g i n a m o s vis tosas y t u r g e n t e s , g lor io­s a m e n t e o p u l e n t a s y p r o v o c a n t e s , rec ién d e s c e n d i d a s de a l g ú n p a r a í s o d e v o l u p ­t u o s i d a d . U n a n o t a ind ica a los chicos q u e « u n a t r e m e n d o n a » es « u n e jo l ie fille», u n a l i nda m u c h a c h a , c o m o las q u e p u e d e n ver s e n t a d a s a su l ado en clase , ap l i cad i -t a s , d e l g a d i t a s , bon i t a s y m o d o s a s . T r e m e n d a n o t a , t r e m e n d o er ror , fuente pos ib le d e t r e m e n d o s m a l e n t e n d i d o s en E s p a ñ a p a r a los a l u m n o s a p r o v e c h a d o s y ga l an t e s .

El e j emp lo q u e s igue figura en u n a an to log ía d e novel i s tas e spaño les d e hoy , e n t r e los q u e se ha l l a C a m i l o J o s é C e l a . En u n a p á g i n a d e La Colmena a s i s t imos a la t e r tu l i a d e u n a s señoras m a y o r e s en u n a lecher ía d e la calle F u e n c a r r a l . U n a d e el las lee la c a r t a q u e a c a b a d e rec ib i r d e su hija, q u e d ice así:

La esposa de mi novio ha fallecido de sus anemias perniciosas... Y mi novio me dice que ya no usemos nada y que si quedo en estado pues él se casa.

U n a l l a m a d a d e s p u é s d e «si q u e d o en e s t ado» nos p e r m i t e leer a l p ie d e la

p a g i n a . £ n e s t a c j o : a m a r ¡ e r ( c f l'expression: poner a uno en estado: marier quelqu'un; tomar estado: se marier).

Y n a d a m á s . Bien e n t e r a d o q u e d a el e s t u d i a n t e si t en ía a l g u n a d u d a . ¡Cuan p u d o r o s o s son a lgunos ! ¡Y q u é cas tos! A lo mejor , la lecc ionci ta q u e

d i e r o n a S ó c r a t e s , c o r r u p t o r d e la j u v e n t u d , la h a n e n t e n d i d o y q u i e r e n ev i t a r o e v i t a r n o s t oda inges t ión forzosa d e c icu ta .

Y p a r a t e r m i n a r u n e jemplo q u e n o se s i túa a nivel d e m e r o s a l u m n o s y es tu­d i a n t e s y q u e nos ace rca u n a t a n t o a los t e m a s de n u e s t r o co loqu io de S a l a m a n c a , p u e s t o q u e se e n m a r c a en es ta c i u d a d y se refiere al Lazarillo, d e q u i e n se nos p r o p o n e u n a n u e v a l ec tu ra . P r e c i s a m e n t e , al leer estos d ías el Lazarillo fue c u a n d o d i c h o e j emp lo m e sa l tó a la v is ta . T e n í a e n t r e m a n o s u n e j empla r d e la colección d e C lás i cos C a s t e l l a n o s , t an conoc ida . A d e m á s del t e m a del co loquio , se m e h a b í a v e n i d o a las m i e n t e s la figura del m o z o d e caba l los , el neg ro p a d r a s t r o d e L á z a r o , y m e e s t a b a p r e g u n t a n d o cuá l p o d í a ser la cond ic ión y las c i r cu n s t an c i a s d e ex is ten­cia d e u n n e g r o s a l m a n t i n o del siglo XVI.

El Lazarillo d e Clás icos C a s t e l l a n o s es tá e d i t a d o , p r o l o g a d o y c o m e n t a d o po r J u l i o C c j a d o r y F r a u c a , e r u d i t o a r a g o n é s y j e s u í t a n a c i d o en 1864 y m u e r t o en 1927, c i t a d o n u e v e veces po r B a l b u e n a y P r a t en su H i s to r i a d e la L i t e r a t u r a E s p a ­ño l a y cal i f icado p o r éste d e « te rco , injusto, tosco, p e r o h o n d o » . A u t o r d e u n a ed ic ión d e La Celestina y o t r a de El Criticón de G r a c i á n , en t r e o t ros t r aba jos d e e r u d i c i ó n h i s p a n a , es lo b a s t a n t e conoc ido y no to r io p a r a q u e se p u e d a dec i r « c o m o a f i rma C e j a d o r » , « según C e j a d o r » sin m á s prec is iones .

P u e s b ien , en la p á g i n a 73 d e la c i t ada edic ión del Lazar i l lo , d o n d e se lee «Al p o b r e d e mi p a d r a s t r o a c o t a r o n y p r i n g a r o n . . . » se e n c u e n t r a u n a n o t a q u e dice así :

BOLETÍN AEPE Nº 26. Sergio GARCÍA ORIOL. Notas, glosas y apostillas

Pringaron o pingaron, colgaron, ahorcaron. Después de citar a Tirso y a Qui­ñones de Benavente, sigue así: «Pingar por ahorcar, colgar, se usa en León, Mara-gatería, Palencia, Segovia, de pen(di)car(e), penderé.

E s t a n o t a c o r r o b o r a lo q u e se lee en el p ró logo (p. 17). H a b l a n d o d e L á z a r o , C e j a d o r esc r ibe : « D e n i ñ o tuvo q u e vivir con su m a d r e , v i u d a y a b a r r a g a n a d a con u n n e g r o l a d r ó n y q u e a c a b ó en la ho rca .»

Si a c e p t a m o s la n o t a d e Ce j ado r , p e n s a m o s q u e el p o b r e n e g r o fue a z o t a d o y m u r i ó en la h o r c a . Pe ro si s egu imos l eyendo el Lazarillo, nos e n t e r a m o s d e q u e «a m i m a d r e p u s i e r o n p e n a po r jus t i c ia . . . q u e en casa del s o b r e d i c h o C o m e n d a d o r (el a m o de l neg ro ) n o e n t r a s e ni al l a s t i m a d o Z a y d c en la s u y a acogiesse» . Es dec i r q u e se le p r o h i b i ó v is i ta r al a h o r c a d o o rec ib i r sus vis i tas en su casa , lo q u e nos l leva a p e n s a r q u e los a h o r c a d o s d e a n t a ñ o t en ían t a n t a s v idas c o m o los ga to s , p u e s t o q u e p o d í a n rec ib i r las vis i tas d e sus a m i g a s y f recuen ta r la casa d e sus a m a n t e s . Los a h o r c a d o s d e hoy son m á s formales . Y p e r d ó n e s e m e la s in ies t ra i ndecenc ia d e la b r o m a .

Sea lo q u e fuere, n o h e e n c o n t r a d o el vocab lo « p i n g a r » en n i n g u n a p a r t e , tal vez p o r q u e n o m e he o b s t i n a d o en b u s c a r m u c h o .

Lo q u e se a c e r c a b a s t a n t e y sí he e n c o n t r a d o , en el Tesoro d e las dos l enguas E s p a ñ o l a y F r a n c e s a , d e C é s a r O u d i n , i n t é rp re t e del Rey d e F r a n c i a , d e 1675, es el v o c a b l o «p in j a r» .

Pinjar, pendre, mot Catalán.

y t a m b i é n

Pinjado m. Pendu, con el proverbio «O rico o pinjado».

P r i n g a r , en c a m b i o , se e n c u e n t r a en t odas p a r t e s , t a n t o en el d i c h o Tesoro c o m o en el Diccionario de Autoridades, en el d e la R A o en c u a l q u i e r d i cc iona r io co r r i en t e y u s u a l . E n el d e Autoridades se define así: «. . .Significa t a m b i é n cas t iga r o m a l t r a t a r a u n o e c h á n d o l e l a r d o o p r i n g u e h i rv i endo» . O u d i n es m á s expl íc i to . D e s p u é s d e p r e c i s a r los sen t idos cu l ina r ios del t é r m i n o , a ñ a d e : « O n en use auss i p o u r p u n i r les ma l f a i c t eu r s , en leur d e g o u t t a n t d e la gra isse c h a u d e su r les épau le s a p r é s l eur avo i r d o n n é le fouet .»

Q u e d a p a t e n t e q u e el cas t igo del neg ro Z a y d e , a z o t a d o y p r i n g a d o , consis t ió en q u e d e s p u é s d e los azo tes , le e c h a r o n g r a sa h i rv ien te sob re los golpes a t í tu lo d e c rue l c o m p l e m e n t o , p e r o a u n q u e m a l t r e c h o , s iguió con v i d a y n o h u b o la m e n o r t e n t a t i v a d e e jecución cap i ta l en h o r c a a l g u n a .

El cé l eb re j e s u í t a a r a g o n é s d e b í a de a n d a r m u y d i s t r a í d o y o b c e c a d o c u a n d o leyó a q u e l l a p á g i n a y r e d a c t ó la n o t a d e m a r r a s .

M e p a r e c e casi obv io e x p o n e r las conc lus iones , b reves y ev iden tes , q u e se p u e ­d e n s a c a r d e lo q u e llevo d i cho . L a s n o t a s , g losas y apos t i l l as nos son necesa r i a s a t odos , sab ios y legos, en n ú m e r o suficiente p a r a ev i ta r t o d a o s c u r i d a d en la l ec tu ra d e u n t ex to . L o q u e n a d i e neces i ta es q u e se le exp l ique lo q u e todos s a b e n . Pe ro p o r e n c i m a d e t o d o lo q u e todos e s p e r a m o s es q u e d i c h a s n o t a s se basen en u n a reflexión ser ia y en un t r aba jo de in fo rmac ión prec iso y c o h e r e n t e .

BOLETÍN AEPE Nº 26. Sergio GARCÍA ORIOL. Notas, glosas y apostillas

BOLETÍN AEPE Nº 26. Sergio GARCÍA ORIOL. Notas, glosas y apostillas