Geografia 1

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CHG Geografia _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHG Geografia 45 *MÓDULO 1* Geopolítica Ordem mundial E o mundo nunca mais foi o mesmo 6 de junho de 1944. Nessa data, conhecida como Dia D, tropas aliadas invadiram a Normandia, na França ocupada pelos nazistas alemães. Tradicionalmente, é celebrado como o início da vitória aliada contra a Alemanha hitlerista. Mas isso de acordo com a visão predominante nos países ocidentais. Hoje, acredita-se que o regime de Hitler já estava condenado desde o ano anterior, quando as tropas alemãs foram derrotadas pelo Exército soviético na Batalha de StaIingrado. Depois desse revés, os alemães foram sendo cada vez mais acuados pela contraofensiva dos soviéticos, que avançaram em direção a Berlim. Depois do Dia D, a futura divisão da Europa foi combinada durante a Conferência de Yalta, de 4 a 11 de fevereiro de 1945, com a participação do líder soviético, Josef Stalin, do primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, e do presidente norte-americano, Franklin Delano Roosevelt. Quando os nazistas foram finalmente derrotados, em 30 de abril de 1945, a Alemanha e a Europa foram divididas em duas áreas de influência. A partir da Alemanha Oriental, seguindo pela Tchecoslováquia, Hungria e Romênia, os países do Leste Europeu se alinharam com a União Soviética, adotando governos comunistas e economia planificada. A Iugoslávia também se tornou comunista, mas manteve certa independência em relação à União Soviética. Os demais países europeus, com exceção das ditaduras fascistas de Portugal e Espanha (que adotaram uma posição neutra), tornaram-se democracias liberais capitalistas. O Japão, que se rendeu aos Estados Unidos em 2 de setembro de 1945, após os ataques nucleares de Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto), tornou-se também um aliado dos países capitalistas ocidentais. A nova divisão foi oficializada com a criação, em 4 de abril de 1949, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), e, em 14 de maio de 1955, do Pacto de Varsóvia a primeira reunindo os países capitalistas e o segundo, os comunistas. O fim da Segunda Guerra marcou o início do período da Guerra Fria, que duraria até a dissolução da União Soviética, em 1991. Em maio de 1949, a União Soviética demonstrou ter armas nucleares. Por medo da destruição mútua, os Estados Unidos e a União Soviética, as duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra, evitaram um confronto aberto. Mas adotaram posições antagônicas em conflitos travados em países periféricos, como nas guerras da Coreia (1950-1953), Vietnã (1955- 1975) e Afeganistão (1979-1989). Os resultados da Segunda Guerra são vistos até hoje. A Alemanha é o país mais rico da Europa e o Japão, o mais rico da Ásia, mas ambos são política e militarmente fracos. Países do antigo bloco comunista, como a Polônia e a Romênia, enviam migrantes para países ocidentais. A Iugoslávia, ao fim do regime comunista, fragmentou-se após guerra civil. A atual Rússia capitalista mantém pretensões imperiais sobre os antigos territórios soviéticos. Milícias afegãs armadas pelos Estados Unidos contra os russos formaram a AI Qaeda. Na América Latina, ressentimento com o apoio norte- -americano a regimes anticomunistas ainda é foco de tensão política. O continente redesenhado O mapa político da Europa em três momentos 1938 1955 2009 INFOGRÁFICOS EDITORA MOL

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SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHG Geografia 45

*MÓDULO 1*

Geopolítica – Ordem mundial

E o mundo nunca mais foi o mesmo

6 de junho de 1944. Nessa data, conhecida como Dia

D, tropas aliadas invadiram a Normandia, na França

ocupada pelos nazistas alemães. Tradicionalmente, é

celebrado como o início da vitória aliada contra a

Alemanha hitlerista. Mas isso de acordo com a visão

predominante nos países ocidentais. Hoje, acredita-se

que o regime de Hitler já estava condenado desde o ano

anterior, quando as tropas alemãs foram derrotadas pelo

Exército soviético na Batalha de StaIingrado. Depois

desse revés, os alemães foram sendo cada vez mais

acuados pela contraofensiva dos soviéticos, que

avançaram em direção a Berlim.

Depois do Dia D, a futura divisão da Europa foi

combinada durante a Conferência de Yalta, de 4 a 11 de

fevereiro de 1945, com a participação do líder soviético,

Josef Stalin, do primeiro-ministro britânico, Winston

Churchill, e do presidente norte-americano, Franklin

Delano Roosevelt. Quando os nazistas foram finalmente

derrotados, em 30 de abril de 1945, a Alemanha e a

Europa foram divididas em duas áreas de influência. A

partir da Alemanha Oriental, seguindo pela

Tchecoslováquia, Hungria e Romênia, os países do Leste

Europeu se alinharam com a União Soviética, adotando

governos comunistas e economia planificada. A

Iugoslávia também se tornou comunista, mas manteve

certa independência em relação à União Soviética. Os

demais países europeus, com exceção das ditaduras

fascistas de Portugal e Espanha (que adotaram uma

posição neutra), tornaram-se democracias liberais

capitalistas.

O Japão, que se rendeu aos Estados Unidos em 2 de

setembro de 1945, após os ataques nucleares de

Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto),

tornou-se também um aliado dos países capitalistas

ocidentais. A nova divisão foi oficializada com a criação,

em 4 de abril de 1949, da Organização do Tratado do

Atlântico Norte (OTAN), e, em 14 de maio de 1955, do

Pacto de Varsóvia — a primeira reunindo os países

capitalistas e o segundo, os comunistas.

O fim da Segunda Guerra marcou o início do período

da Guerra Fria, que duraria até a dissolução da União

Soviética, em 1991. Em maio de 1949, a União Soviética

demonstrou ter armas nucleares. Por medo da destruição

mútua, os Estados Unidos e a União Soviética, as duas

superpotências que emergiram da Segunda Guerra,

evitaram um confronto aberto. Mas adotaram posições

antagônicas em conflitos travados em países periféricos,

como nas guerras da Coreia (1950-1953), Vietnã (1955-

1975) e Afeganistão (1979-1989).

Os resultados da Segunda Guerra são vistos até hoje.

A Alemanha é o país mais rico da Europa e o Japão, o

mais rico da Ásia, mas ambos são política e militarmente

fracos. Países do antigo bloco comunista, como a

Polônia e a Romênia, enviam migrantes para países

ocidentais. A Iugoslávia, ao fim do regime comunista,

fragmentou-se após guerra civil. A atual Rússia

capitalista mantém pretensões imperiais sobre os antigos

territórios soviéticos. Milícias afegãs armadas pelos

Estados Unidos contra os russos formaram a AI Qaeda.

Na América Latina, ressentimento com o apoio norte-

-americano a regimes anticomunistas ainda é foco de

tensão política.

O continente redesenhado

O mapa político da Europa em três momentos

1938

1955

2009

INFOGRÁFICOS EDITORA MOL

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A Segunda Guerra Mundial redefiniu fronteiras, tem

forte presença na cultura popular e marca o debate

ideológico ainda hoje.

Após a Segunda Guerra, a Europa foi repartida entre

a União Soviética e os Estados Unidos, França e

Inglaterra. Os países capitalistas se organizaram

militarmente na OTAN, enquanto os comunistas

criaram o Pacto de Varsóvia.

A OTAN continua ativa, mas o Pacto de Varsóvia

dissolveu-se com o fim da União Soviética. Outros

órgãos criados com o objetivo de reconstruir o

mundo no pós-guerra e manter a paz permanecem: a

ONU e organismos financeiros como o FMI e o

Banco Mundial.

O FMI concede empréstimos a países arrasados

pela guerra ou pobres, mas, em troca, exige a

adoção de políticas consideradas por alguns como

conservadoras.

O fim do regime soviético, em 1991, significou

redemocratização e liberdade de expressão, mas

também instabilidade para alguns países do bloco. A

Iugoslávia esfacelou-se após guerra civil. A Polônia

tornou-se adversária da Rússia, o mesmo ocorrendo

com a Ucrânia e a Geórgia. A própria Rússia passou

por um período conturbado, que culminou com a

eleição do presidente Vladimir Putin, ex-diretor da

KGB, em 1999. Seu governo autoritário (2000-2008)

foi marcado por forte repressão aos rebeldes da

República da Chechênia.

A economia de mercado ganhou força, mesmo em

países do antigo bloco comunista. Ao sair de cena o

regime marxista puro, os conflitos passaram a ser

menos político-ideológicos e mais ligados a religião

ou nacionalismo.

O mundo conta atualmente com uma única

superpotência: os Estados Unidos, que em 2003

atacaram o Iraque, ignorando unilateralmente uma

decisão da ONU que rejeitava a ação militar.

Acredita-se que o desenvolvimento da China, e

também do Brasil, da Rússia e da Índia (que formam

um grupo de países emergentes conhecidos como

BRICs), possa criar no futuro um mundo multipolar,

em que os Estados Unidos não serão mais a única

superpotência.

*ATENÇÃO, ESTUDANTE!*

Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO.

*********** ATIVIDADES ***********

Texto para as questões de 1 a 4.

A guerra pop

A Segunda Guerra Mundial não sai da cabeça das pessoas, 65 anos depois do seu fim

Em abril de

2010, a produtora

alemã Constantin

Films pediu ao site

YouTube que

tirasse do ar todas

as paródias de

seu filme A

Queda, por

considerar que

seus direitos

autorais estavam

sendo violados. O

filme narra os

últimos dias de

Adolf Hitler, em

1945, com base

nos relatos de

Traudl Junge, ex-

-secretária do líder nazista, e nas investigações do

jornalista alemão Joachim Fest. A cena das paródias,

invariavelmente, mostrava Hitler tendo um ataque de

fúria ao ser informado de que o Exército Vermelho estava

às portas de Berlim. A brincadeira consistiu em colocar

legendas engraçadas para “traduzir” a fala de Hitler em

alemão, fazendo o ditador surtar com assunto qualquer,

como por causa de uma banda musical ruim ou um

professor chato. A piada foi repetida em diversas línguas,

inclusive em português. Os vídeos foram removidos, mas

outros acabaram sendo postados depois no YouTube.

A Liga Antidifamação, ONG norte-americana dedicada

a combater o antissemitismo, queixou-se de que esse

tipo de vídeo contribui para banalizar a figura de Hitler,

tornando-a cômica e inofensiva. Mas brincadeira como

essa não é fácil de controlar. Afinal, a Segunda Guerra

Mundial é pop e continua rendendo boas histórias e

discussões. Existe até mesmo a “Lei de Godwin”,

formulada pelo advogado norte-americano Michael

Godwin em 1990. Segundo ele, se uma discussão se

prolonga por muito tempo, a probabilidade de surgir

alguma comparação com os nazistas ou com Hitler se

aproxima de 100%.

Filmes sobre a Segunda Guerra já foram mais

comuns nos anos 50 e 60, mas continuam a ser

produzidos em bom número. Além de A Queda (2004),

tivemos nos últimos anos O Pianista (2002), Cartas de

Iwo Jima (2006) e Bastardos Inglórios (2009), para citar

RIA NOVOSTI / AFP

Brad Pitt em cena de Bastardos Inglórios, dirigido por Quentin

Tarantino: a Segunda Guerra Mundial continua rendendo boas

histórias a Hollywood

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alguns campeões de bilheteria. Mesmo filmes que

exploram temas sem relação com a Segunda Guerra

podem se inspirar nela de algum modo, como os

uniformes “nazistas” dos oficiais do Império na série

Guerra nas Estrelas.

A música também costuma inspirar-se na Segunda

Guerra. Em 1973, o poema A Rosa de Hiroshima, de

Vinicius de Moraes, foi musicado pela banda Secos e

Molhados, de Ney Matogrosso. Lá fora, a guerra foi

abordada por grupos como Rolling Stones (Sympathy for

the Devil), Iron Maiden (Aces High) e Pink Floyd (The

Wall). Mas foi o movimento punk que a tornou um tema

constante. Em 1977, os Sex Pistols lançaram Belsen

Was a Gas, polêmica canção sobre o campo de

concentração na Alemanha onde morreu Anne Frank,

garota alemã de origem judaica. A banda inglesa Joy

Division (1977-1980) tirou seu nome de uma “divisão” de

prostitutas que atendia a soldados nazistas.

Na área de videogames, todos os anos são lançados

novos títulos sobre o tema. Em 2009, por exemplo,

vieram Wolfenstein, Company of Heroes – Tales of Valor

e Battlefield 1943. Na internet, uma pesquisa rápida no

Google revela 26 milhões de ocorrências para “World

War II” (Segunda Guerra Mundial), contra 6 milhões para

“Vietnam War” (Guerra do Vietnã) e 5,5 milhões para

“Iraq War” (Guerra do Iraque). Como se vê, 65 anos

depois de seu fim, a Segunda Guerra está longe de sair

do imaginário popular.

Superinteressante, jul. 2010.

.1. (AED-SP)

A produtora alemã Constantin Films pediu ao YouTube

que removesse seus vídeos. Ela conseguiu seu objetivo?

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.2. (AED-SP)

Por que a divulgação de vídeos no YouTube satirizando

Adolf Hitler foi considerada uma forma de banalização da

figura do ditador nazista?

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.3. (AED-SP)

Além do cinema, o texto cita outras formas de

manifestação artística que costumam se inspirar na

Segunda Guerra Mundial. Dê um exemplo.

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.4. (AED-SP)

“A Segunda Guerra Mundial é pop.” Assinale o que for

fiel ao significado da frase:

I. O conflito entrou para o imaginário popular de

forma nem sempre adequada.

II. A guerra foi incorporada de diversas formas, em

especial na música e no cinema.

III. As conquistas militares do Exército alemão

ganharam simpatia popular no mundo todo.

É correto o que se afirma em

(A) I, apenas.

(B) I e II, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

.5. (INEP-MEC)

A Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas oh não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A antirrosa atômica

Sem cor sem perfume

Sem rosa sem nada.

(Vinicius de Moraes)

Sobre o poema de Vinicius de Moraes, diz-se:

I. O poeta assume uma postura humanista e

pacifista, de oposição à guerra.

II. O poema sugere que se consiga superar e

esquecer o episódio atômico para que a vida

recupere sua dimensão poética.

III. Há trechos ligados aos efeitos das bombas

atômicas: “rosa radioativa”, “rosa com cirrose”.

É correto o que se afirma em

(A) I, apenas.

(B) I e II, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

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.6. (ENEM-MEC)

A nova des-ordem geográfica mundial: uma proposta de regionalização

Fonte: LÉVY et al. (1992), atualizado.

O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um

emaranhado de zonas, redes e “aglomerados”, espaços

hegemônicos e contra-hegemônicos que se cruzam de

forma complexa na face da Terra. Fica clara, de saída, a

polêmica que envolve uma nova regionalização mundial.

Como regionalizar um espaço tão heterogêneo e, em

parte, fluido, como é o espaço mundial contemporâneo?

HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova

des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006.

O mapa procura representar a lógica espacial do

mundo contemporâneo pós-União Soviética, no contexto

de avanço da globalização e do neoliberalismo, quando a

divisão entre países socialistas e capitalistas se desfez e

as categorias de “primeiro” e “terceiro” mundo perderam

sua validade explicativa.

Considerando esse objetivo interpretativo, tal distribuição

espacial aponta para

(A) a estagnação dos Estados com forte identidade

cultural.

(B) o alcance da racionalidade anticapitalista.

(C) a influência das grandes potências econômicas.

(D) a dissolução de blocos políticos regionais.

(E) o alargamento da força econômica dos países

islâmicos.

.7. (ENEM-MEC)

A bandeira da Europa não é apenas o símbolo da

União Europeia, mas também da unidade e da identidade

da Europa em sentido mais lato. O círculo de estrelas

douradas representa a solidariedade e a harmonia entre

os povos da Europa.

Disponível em: http://europa.eu/index_pt.htm.

Acesso em: 29/4/2010 (adaptado).

A que se pode atribuir a contradição intrínseca entre o

que propõe a bandeira da Europa e o cotidiano

vivenciado pelas nações integrantes da União Europeia?

(A) Ao contexto da década de 1930, no qual a bandeira

foi forjada e em que se pretendia a fraternidade entre

os povos traumatizados pela Primeira Guerra

Mundial.

(B) Ao fato de que o ideal de equilíbrio implícito na

bandeira nem sempre se coaduna com os conflitos e

rivalidades regionais tradicionais.

(C) Ao fato de que Alemanha e Itália ainda são vistas

com desconfiança por Inglaterra e França mesmo

após décadas do final da Segunda Guerra Mundial.

(D) Ao fato de que a bandeira foi concebida por

portugueses e espanhóis, que possuem uma

convivência mais harmônica do que as demais

nações europeias.

(E) Ao fato de que a bandeira representa as aspirações

religiosas dos países de vocação católica,

contrapondo-se ao cotidiano das nações

protestantes.

.8. (ENEM-MEC)

Disponível em: www.culturabrasil.org.br. Acesso em: 28/4/2010.

A foto revela um momento da Guerra do Vietnã (1965-

1975), conflito militar cuja cobertura jornalística utilizou,

em grande escala, a fotografia e a televisão. Um dos

papéis exercidos pelos meios de comunicação na

cobertura dessa guerra, evidenciado pela foto, foi

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(A) demonstrar as diferenças culturais existentes entre

norte-americanos e vietnamitas.

(B) defender a necessidade de intervenções armadas

em países comunistas.

(C) denunciar os abusos cometidos pela intervenção

militar norte-americana.

(D) divulgar valores que questionavam as ações do

governo vietnamita.

(E) revelar a superioridade militar dos Estados Unidos da

América.

.9. (ENEM-MEC)

A América se tornara a maior força política e

financeira do mundo capitalista. Havia se transformado

de país devedor em país que emprestava dinheiro. Era

agora uma nação credora.

HUBERMAN, L. História da riqueza do homem.

Rio de Janeiro: Zahar, 1962.

Em 1948, os EUA lançavam o Plano Marshall, que

consistiu no empréstimo de 17 bilhões de dólares para

que os países europeus reconstruíssem suas economias.

Um dos resultados desse plano, para os EUA, foi

(A) o aumento dos investimentos europeus em indústrias

sediadas nos EUA.

(B) a redução da demanda dos países europeus por

produtos e insumos agrícolas.

(C) o crescimento da compra de máquinas e veículos

estadunidenses pelos europeus.

(D) o declínio dos empréstimos estadunidenses aos

países da América Latina e da Ásia.

(E) a criação de organismos que visavam regulamentar

todas as operações de crédito.

.10. (ENEM-MEC)

A lei não nasce da natureza, junto das fontes

frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das

batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das

conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a

lei nasce das cidades incendiadas, das terras

devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que

agonizam no dia que está amanhecendo.

FOUCAULT, M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In: Em defesa

da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a

política e a lei em relação ao poder e à organização

social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade

das leis na organização das sociedades modernas é

(A) combater ações violentas na guerra entre as nações.

(B) coagir e servir para refrear a agressividade humana.

(C) criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre

os indivíduos de uma mesma nação.

(D) estabelecer princípios éticos que regulamentam as

ações bélicas entre países inimigos.

(E) organizar as relações de poder na sociedade e entre

os Estados.

.11. (ENEM-MEC)

Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a

Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a

formação de alianças antagônicas de caráter militar,

como a OTAN, que aglutinava os países do bloco

ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do

bloco oriental. É importante destacar que, na formação

da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste

europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica

atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que

se refletia pela opção entre os modelos capitalista e

socialista.

Essa divisão europeia ficou conhecida como

(A) Cortina de Ferro.

(B) Muro de Berlim.

(C) União Europeia.

(D) Convenção de Ramsar.

(E) Conferência de Estocolmo.

.12. (ENEM-MEC)

Em conflitos regionais e na guerra entre nações, tem

sido observada a ocorrência de sequestros, execuções

sumárias, torturas e outras violações de direitos.

Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das

Nações Unidas adotou a Declaração Universal dos

Direitos do Homem, que, em seu artigo 5.º, afirma:

Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

Assim, entre nações que assinaram essa Declaração, é

coerente esperar que

(A) a Constituição de cada país deva se sobrepor aos

Direitos Universais do Homem, apenas enquanto

houver conflito.

(B) a soberania dos Estados esteja em conformidade

com os Direitos Universais do Homem, até mesmo

em situações de conflito.

(C) a violação dos direitos humanos por uma nação

autorize a mesma violação pela nação adversária.

(D) sejam estabelecidos limites de tolerância, para além

dos quais a violação aos direitos humanos seria

permitida.

(E) a autodefesa nacional legitime a supressão dos

Direitos Universais do Homem.

.13. (ENEM-MEC)

O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as

décadas de 1980 e 1990, gerou expectativas de que

seria instaurada uma ordem internacional marcada pela

redução de conflitos e pela multipolaridade.

O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria

apresenta

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(A) o aumento de conflitos internos associados ao

nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremismo

religioso e ao fortalecimento de ameaças como o

terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado.

(B) o fim da corrida armamentista e a redução dos

gastos militares das grandes potências, o que se

traduziu em maior estabilidade nos continentes

europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra

Fria.

(C) o desengajamento das grandes potências, pois as

intervenções militares em regiões assoladas por

conflitos passaram a ser realizadas pela

Organização das Nações Unidas (ONU), com maior

envolvimento de países emergentes.

(D) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que

afastou a possibilidade de um conflito nuclear como

ameaça global, devido à crescente consciência

política internacional acerca desse perigo.

(E) a condição dos EUA como única superpotência, mas

que se submetem às decisões da ONU no que

concerne às ações militares.

.14. (INEP-MEC)

Observe a foto e o infográfico a seguir:

estadao.com, 3/3/2010.

A foto mostra uma reunião do Conselho de Segurança da

ONU e o infográfico exibe a posição dos países-membros

em relação a uma proposta de sanções contra o Irã, por

causa de seu programa nuclear. Assinale a afirmação

incorreta.

(A) O Conselho de Segurança é formado por 15

membros.

(B) Dez países participam de forma rotativa.

(C) Somente cinco países têm o poder de veto.

(D) Há um consenso sobre a questão entre os dez

membros rotativos.

(E) É preciso que nove dos 15 países do Conselho

digam “sim” para a decisão valer.

.15. (UNESP, adaptada)

Leia com atenção os itens a seguir:

I. Em 1945, criou-se um sistema multilateral de

discussões e negociações com 50 países,

depois ampliado com o ingresso de nações que

obtiveram independência na África e na Ásia.

II. As duas superpotências que emergiram após a

Segunda Guerra.

III. Comandando Estados abrigados em suas áreas

de influência, as superpotências disputam a

hegemonia mundial.

Os itens referem-se, respectivamente, a:

(A) I. Organização das Nações Unidas (ONU);

II. Inglaterra e França; III. Doutrina Monroe.

(B) I. Organização das Nações Unidas (ONU);

II. Estados Unidos e União Soviética; III. Guerra Fria.

(C) I. Organização dos Estados Americanos (OEA);

II. Reino Unido e Japão; III. Plano Marshall.

(D) I. União Europeia; II. Canadá e EUA; III. Doutrina

Truman.

(E) I. Organização do Tratado do Atlântico Norte

(OTAN); II. Alemanha e França; III. Conferência de

Potsdam.

________________________________________________ *Anotações*

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*MÓDULO 2*

Geopolítica – Globalização

Mundo pequeno

Chamamos de globalização ao processo pelo qual

economias e sociedades locais passam a participar e se

tornar dependentes da economia e cultura internacionais.

Isso se dá por meio de fluxos de tecnologia, informações,

pessoas e capital. Por exemplo, hoje é possível comprar

no Brasil, em uma loja que emprega imigrantes

bolivianos, um aparelho de MP3 feito na China com

tecnologia norte-americana, numa empresa de

propriedade coreana.

O primeiro passo para a globalização foi o comércio

internacional mercantilista, entre os séculos XVI e XVIII.

O capital acumulado com a venda de bens

manufaturados a potências coloniais desindustrializadas

(Espanha e Portugal) permitiu uma Revolução Industrial

na Inglaterra. A globalização atual tem como causa

avanços tecnológicos que possibilitam fluxos muito mais

rápidos de produtos, pessoas e informações — como a

internet, os telefones celulares e o transporte marítimo e

aéreo intercontinental. Mas também tem causas políticas,

como a adesão ao capitalismo pelos antigos países do

bloco soviético e pela China, bem como a pressão contra

barreiras alfandegárias e o nacionalismo econômico,

liderada por países exportadores e órgãos internacionais

como o FMI e o Banco Mundial.

A globalização trouxe resultados desiguais em

diferentes regiões do mundo. Enquanto alguns países

conseguem se beneficiar das facilidades do comércio e

do fluxo de capitais, tornando-se exportadores de

tecnologia ou produtos baratos, outros acabam à

margem, incapazes de competir internacionalmente. O

Brasil tem conseguido exportar principalmente produtos

agrícolas e insumos industriais, como o aço, mas esses

produtos são commodities, isto é, são materiais de baixo

valor agregado, com preços determinados pelo mercado

internacional — diferentemente de carros, aviões ou

produtos eletrônicos, que têm seu preço determinado não

só pelo valor da concorrência, mas também pela

qualidade ou pela inovação embutida.

Como consequência da globalização, países que

anteriormente tinham um setor industrial voltado para o

mercado doméstico podem se ver desindustrializados,

incapazes de concorrer com produtos estrangeiros mais

baratos e de melhor qualidade. Isso, em parte, ocorreu

na Argentina, e um dos “vilões” foi justamente o Brasil,

que consegue exportar produtos industriais mais baratos

para o vizinho, como carros e geladeiras. O próprio Brasil

hoje importa muitos produtos que, antes da abertura

econômica dos anos 90, eram produzidos localmente,

como computadores. Mas isso tem como contrapartida

positiva o fato de o preço, em geral, cair para os

consumidores e a tecnologia ser mais atualizada,

facilitando a rápida popularização das inovações.

Outro fator importante na globalização é a migração

de trabalhadores. Em países desenvolvidos, a mão de

obra tornou-se muito cara. Por isso, várias empresas

instalam suas fábricas em países mais pobres, tirando

proveito do menor custo de produção e de legislações

trabalhistas e ambientais mais frouxas. Isso é

particularmente notável na China, que desenvolve pouca

tecnologia própria, mas é o país onde é feita grande

parte dos componentes eletrônicos atuais.

Diante da concorrência internacional, países com

melhor grau de escolaridade acabam ocupando a

posição de produtores de inovação, que é facilmente

comercializável e rende maiores benefícios que uma

indústria poluente, não criativa e dependente de mão de

obra mais barata. Sair da posição de exportador de

commodities, isto é, produtos sem valor agregado, e

tornar-se uma potência criativa é um dos maiores

desafios do Brasil nos próximos anos.

WU NIU / AFP

A China desenvolve pouca tecnologia própria, mas produz boa parte dos componentes eletrônicos atuais

Globalização é a tendência de maior integração e

interdependência econômica entre os países. Ela

tem raízes muito antigas, mas tornou-se

particularmente acentuada a partir da segunda

metade do século XX.

Globalização também significa maior fluxo de

pessoas e informações.

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SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHG Geografia 52

As origens da globalização remontam ao comércio

mercantilista da época das grandes navegações e às

três Revoluções Industriais. A Terceira Revolução

Industrial está em curso.

As novas tecnologias aceleraram imensamente a

globalização. Elas estão presentes nos meios de

transporte e nas telecomunicações, especialmente

na internet.

Alguns pontos positivos da globalização: a

disponibilidade de informações, a diminuição da

tensão política entre países com relações comerciais

importantes e o barateamento de produtos.

Um ponto negativo é que o processo não ocorre de

forma simétrica entre países. Alguns, como a China,

a Coreia e o Brasil, conseguem aproveitar a

oportunidade para enriquecer com o comércio

internacional. Outros, como quase todos os países

da África, ficam à margem dessa economia

integrada. Críticos de esquerda consideram a

globalização uma nova forma de colonialismo dos

ricos.

A indústria vem migrando para países de mão de

obra mais barata, deprimindo salários ou causando

desemprego em outros países. As nações mais ricas

continuam detendo a tecnologia de produção.

A tendência, agilizada por tecnologias que

substituem mão de obra humana, é que os empregos

migrem da indústria e da agricultura para o setor de

serviços e comércio. Como o setor terciário exige

maior qualificação, muitas pessoas acabam em

subempregos ou desempregadas. A educação passa

a ter um papel crucial na empregabilidade.

O sentimento antiglobalização nasce tanto de crises

econômicas, como as citadas acima, quanto do

temor de ter a cultura local engolida pela cultura

global, em grande parte influenciada pelos Estados

Unidos.

*ATENÇÃO, ESTUDANTE!*

Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO.

________________________________________________ *Anotações*

*********** ATIVIDADES ***********

Texto para as questões de 1 a 4.

Globalização gastronômica

As grandes navegações nos séculos XV e XVI mudaram definitivamente o cardápio da humanidade

Nos séculos XV e XVI, os aventureiros europeus

tinham um ótimo motivo para arriscar a vida no mar:

muito dinheiro. As novas rotas comerciais, abertas com

as viagens de descobrimento em direção ao Sudeste

Asiático e às Américas, garantiam fortunas com a venda

de especiarias, condimentos que melhoravam o gosto da

comida e garantiam sua preservação. O que os

exploradores e comerciantes não sabiam é que, além de

cravo, noz-moscada, pimenta e gengibre, eles

encontrariam uma série de outros sabores. Por sua vez,

os moradores dessas novas regiões não conheciam

muitas das comidas trazidas nas embarcações.

Começava assim uma verdadeira revolução

gastronômica. “Pela primeira vez, todos os povos da

Terra entravam em contato, abrindo um intercâmbio

generalizado dos gêneros de todos os continentes”,

afirma Henrique Carneiro, professor de História da USP,

no livro Comida e Sociedade — Uma História da

Alimentação.

Especiarias diversas: ao viajar ao redor do mundo, os europeus promoveram um intercâmbio entre os diversos tipos de alimento que encontraram nos locais em que estiveram

DAVID FORMAN / AFP

Vaivém de sabores

A origem e o destino de alguns dos principais alimentos

PIMENTÃO

Originário da América, foi levado para a Espanha.

Dali chegou à Hungria, onde passou a ser usado

como matéria-prima para a páprica. Também fez

sucesso na Tailândia, na Coreia, na Índia e em vários países

africanos.

BATATA

Era consumida nos Andes e na região onde hoje

ficam o Equador e o Peru. Foi plantada na Galícia,

na Península Ibérica, e na Itália. Depois se difundiu

no resto da Europa e na Ásia.

TOMATE

Assim como a mandioca, o abacaxi e o mamão, o

tomate partiu das Américas e acabou na Ásia, após

passar pela Europa. Esses alimentos faziam tanto

sucesso no Oriente que acabaram usados como moeda.

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SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHG Geografia 53

MILHO

Veio da América Central e foi cultivado em

Portugal. Logo estava nas mesas do sul da

França e do norte da Itália, onde foi usado para

fazer fubá. Depois se tornou comum na culinária oriental.

ABACATE

Ao lado do cacau e do feijão, é um alimento da

América Central que conquistou o gosto europeu.

O cacau, que entre os astecas era consumido com

pimenta, passou a ser acompanhado de açúcar.

LARANJA

Muitas frutas de sabor e aroma exóticos para o

paladar dos europeus foram descobertas na Ásia.

É o caso da laranja e da manga, que, da

Península Ibérica, acabaram introduzidas no resto do continente

e nas Américas.

UVA

Ao lado do trigo e do azeite, tinha grande valor na

região do Mediterrâneo. Tornou-se alimento

simbólico para o cristianismo e se alastrou pelo

mundo.

ESPECIARIAS

A noz-moscada, o cravo e o gengibre eram

comprados na Indonésia. A pimenta-do-reino vinha

do sul da Índia e a canela, do Ceilão, atual Sri

Lanka. Os produtos eram reunidos em Goa, de onde seguiam

para Portugal.

Viagem & Turismo, jan. 2010 (com adaptações).

.1. (AED-SP)

Levando em consideração o texto, quando começou a

globalização?

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

.2. (AED-SP)

Essa primeira globalização atingiu apenas países

ocidentais?

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___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

.3. (AED-SP)

Culturas podem integrar ingredientes estrangeiros a

ponto de parecerem seus, mas também há alimentos que

carregam consigo elementos culturais. Cite um exemplo

de cada um extraído do texto.

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

.4. (AED-SP)

No texto, a frase que melhor se associa ao fenômeno da

globalização é:

(A) “Nos séculos XV e XVI, os aventureiros europeus

tinham um ótimo motivo para arriscar a vida no mar:

muito dinheiro.”

(B) “As novas rotas comerciais, abertas com as viagens

de descobrimento em direção ao Sudeste Asiático e

às Américas,...”

(C) “O que os exploradores e comerciantes não sabiam

é que, além de cravo, noz-moscada, pimenta e

gengibre, eles encontrariam uma série de outros

sabores.”

(D) “‘Pela primeira vez, todos os povos da Terra

entravam em contato, abrindo um intercâmbio

generalizado dos gêneros de todos os

continentes’,...”

(E) “Por sua vez, os moradores dessas novas regiões

não conheciam muitas das comidas trazidas nas

embarcações. Começava assim uma verdadeira

revolução gastronômica.”

.5. (ENEM-MEC)

Cadeia agroindustrial integrada ao supermercado

SILVA, E. S. O. Circuito espacial de produção e comercialização da produção

familiar de tomate no município de São José de Ubá (RJ). In: RIBEIRO, M. A.;

MARAFON, G. J. (orgs.). A metrópole e o interior fluminense: simetrias e

assimetrias geográficas. Rio de Janeiro: Gramma, 2009 (adaptado).

O organograma apresenta os diversos atores que

integram uma cadeia agroindustrial e a intensa relação

entre os setores primário, secundário e terciário. Nesse

sentido, a disposição dos atores na cadeia agroindustrial

demonstra

(A) a autonomia do setor primário.

(B) a importância do setor financeiro.

(C) o distanciamento entre campo e cidade.

(D) a subordinação da indústria à agricultura.

(E) a horizontalidade das relações produtivas.

________________________________________________ *Anotações*

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SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHG Geografia 54

.6. (ENEM-MEC)

Estamos testemunhando o reverso da tendência

histórica da assalariação do trabalho e socialização da

produção, que foi característica predominante na era

industrial. A nova organização social e econômica

baseada nas tecnologias da informação visa à

administração descentralizadora, ao trabalho

individualizante e aos mercados personalizados. As

novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo

tempo, a descentralização das tarefas e sua

coordenação em uma rede interativa de comunicação em

tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares

de um mesmo edifício.

CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo:

Paz e Terra, 2006 (adaptado).

No contexto descrito, as sociedades vivenciam

mudanças constantes nas ferramentas de comunicação

que afetam os processos produtivos nas empresas. Na

esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado

(A) o aprofundamento dos vínculos dos operários com

as linhas de montagem sob influência dos modelos

orientais de gestão.

(B) o aumento das formas de teletrabalho como solução

de larga escala para o problema do desemprego

crônico.

(C) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como

respostas às demandas por inovação e com vistas à

mobilidade dos investimentos.

(D) a autonomização crescente das máquinas e

computadores em substituição ao trabalho dos

especialistas técnicos e gestores.

(E) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes,

executivos e clientes com a garantia de

harmonização das relações de trabalho.

.7. (ENEM-MEC)

A introdução de novas tecnologias desencadeou uma

série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e

sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a

diminuição do trabalho necessário que se traduz na

economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que,

com a presença da automação microeletrônica, começou

a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma

mudança na organização dos processos de trabalho.

Revista Eletrônica de Geografia Y Ciências Sociales.

Universidad de Barcelona. N.º 170(9), 1/8/2004.

A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras

alterações no mundo do trabalho. Essas mudanças são

observadas em um modelo de produção caracterizado

(A) pelo uso intensivo do trabalho manual para

desenvolver produtos autênticos e personalizados.

(B) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de

trabalho no setor industrial.

(C) pela participação ativa das empresas e dos próprios

trabalhadores no processo de qualificação laboral.

(D) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores

especializados em funções repetitivas.

(E) pela manutenção de estoques de larga escala em

função da alta produtividade.

.8. (ENEM-MEC)

Nova Escola, n.º 226, out. 2009.

A tirinha mostra que o ser humano, na busca de atender

suas necessidades e de se apropriar dos espaços,

(A) adotou a acomodação evolucionária como forma de

sobrevivência ao se dar conta de suas deficiências

impostas pelo meio ambiente.

(B) utilizou o conhecimento e a técnica para criar

equipamentos que lhe permitiram compensar as

suas limitações físicas.

(C) levou vantagens em relação aos seres de menor

estatura, por possuir um físico bastante

desenvolvido, que lhe permitia muita agilidade.

(D) dispensou o uso da tecnologia por ter um organismo

adaptável aos diferentes tipos de meio ambiente.

(E) sofreu desvantagens em relação a outras espécies,

por utilizar os recursos naturais como forma de se

apropriar dos diferentes espaços.

.9. (ENEM-MEC)

Os últimos séculos marcam, para a atividade agrícola,

com a humanização e a mecanização do espaço

geográfico, uma considerável mudança em termos de

produtividade: chegou-se, recentemente, à constituição

de um meio técnico-científico-informacional,

característico não apenas da vida urbana, mas também

do mundo rural, tanto nos países avançados como nas

regiões mais desenvolvidas dos países pobres.

SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à

consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).

A modernização da agricultura está associada ao

desenvolvimento científico e tecnológico do processo

produtivo em diferentes países. Ao considerar as novas

relações tecnológicas no campo, verifica-se que a

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(A) introdução de tecnologia equilibrou o

desenvolvimento econômico entre o campo e a

cidade, refletindo diretamente na humanização do

espaço geográfico nos países mais pobres.

(B) tecnificação do espaço geográfico marca o modelo

produtivo dos países ricos, uma vez que pretendem

transferir gradativamente as unidades industriais

para o espaço rural.

(C) construção de uma infraestrutura científica e

tecnológica promoveu um conjunto de relações que

geraram novas interações socioespaciais entre o

campo e a cidade.

(D) aquisição de máquinas e implementos industriais,

incorporados ao campo, proporcionou o aumento da

produtividade, libertando o campo da subordinação à

cidade.

(E) incorporação de novos elementos produtivos

oriundos da atividade rural resultou em uma relação

com a cadeia produtiva industrial, subordinando a

cidade ao campo.

.10. (ENEM-MEC)

Sozinho vai descobrindo o caminho

O rádio fez assim com seu avô

Rodovia, hidrovia, ferrovia

E agora chegando a infovia

Para alegria de todo o interior

GIL, G. Banda larga cordel. Disponível em: www.uol.vagalume.com.br.

Acesso em: 16/4/2010 (fragmento).

O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas

centrais da globalização, diretamente associada ao

processo de

(A) evolução da tecnologia da informação.

(B) expansão das empresas transnacionais.

(C) ampliação dos protecionismos alfandegários.

(D) expansão das áreas urbanas do interior.

(E) evolução dos fluxos populacionais.

.11. (ENEM-MEC)

Folha de S. Paulo, 22/11/2003.

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver

[ no Universo...

Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer

Porque sou do tamanho do que vejo

E não do tamanho da minha altura...

(Alberto Caeiro)

A tira “Hagar” e o poema de Alberto Caeiro (um dos

heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com

linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a

compreensão que temos do mundo é condicionada,

essencialmente,

(A) pelo alcance de cada cultura.

(B) pela capacidade visual do observador.

(C) pelo senso de humor de cada um.

(D) pela idade do observador.

(E) pela altura do ponto de observação.

.12. (INEP-MEC)

A China tem sido o país-símbolo da globalização e vem

ocupando enorme espaço na mídia internacional nas

últimas décadas. Sobre a realidade desse país de

grandes dimensões e história milenar, e sobre a forma

como vem criando e reforçando seus vínculos com a

rede global, é incorreto afirmar que

(A) a abertura econômica não foi acompanhada da

democratização política. O episódio do rompimento

com a empresa americana Google é um dos

melhores exemplos recentes desse fato.

(B) a China inventou o “socialismo de mercado”, um

regime que desenvolve uma economia capitalista de

mercado bastante agressiva, sem abrir mão do

controle político e social, de inspiração socialista,

instalado no país no decorrer da segunda metade do

século XX.

(C) a China aproveitou-se do baixíssimo custo de mão

de obra para se tornar uma “fábrica global”. A

princípio, ocupou espaço no mercado internacional

com produtos de baixa tecnologia. Mas,

recentemente, vem conseguindo se destacar com

produtos bem mais sofisticados tecnologicamente.

(D) é grande a dependência chinesa por matérias-primas

indispensáveis à sua indústria. Na tentativa de uma

solução para esse problema, o país procura agora

diversificar seu comércio exterior, buscando

parceiros em todo o mundo.

(E) a estratégia extremamente inovadora de cuidar

melhor do meio ambiente, ao contrário do que ocorre

com a grande maioria dos países ricos, vem

melhorando muito a imagem da China como país

exportador.

________________________________________________ *Anotações*

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SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHG Geografia 56

.13. (UERJ, adaptada)

A estrutura desse sistema internacional de circulação

alcançou tal grau de complexidade que ultrapassa a

compreensão da maioria das pessoas. As fronteiras entre

funções diferentes, como as de bancos, corretoras,

serviços financeiros, financiamento habitacional, crédito

ao consumidor etc., tornaram-se cada vez mais porosas,

ao mesmo tempo em que novas transações futuras de

mercadorias, de ações, de moedas ou de dívidas

surgiram em toda parte, introduzindo o tempo futuro no

tempo presente de maneiras estarrecedoras.

DAVID HARVEY. Condição pós-moderna. São Paulo:

Edições Loyola, 1992 (adaptado).

O texto acima faz referência a características de um dos

mais importantes aspectos do atual estágio em que se

encontra o capitalismo. Dois fatores que contribuem para

o fenômeno destacado pelo autor do fragmento estão

apontados em uma das alternativas. Indique-a:

(A) aumento da especulação financeira – maior

eficiência das redes de transportes.

(B) controle do Banco Mundial sobre o sistema

financeiro – formação da União Monetária Mundial.

(C) desregulamentação dos mercados financeiros –

disseminação das tecnologias da informação.

(D) padronização dos horários de funcionamento dos

centros financeiros – surgimento dos bancos globais.

(E) protecionismo comercial – formação de blocos

regionais.

.14. (UNESP)

Quanto mais a globalização econômica avança, mais

o mundo é marcado pela fragmentação do espaço

geográfico por meio de megablocos regionais, como

mostra a figura. Em contrapartida, quanto mais

abrangente for a integração do bloco, maior a perda de

soberania dos Estados participantes.

MEGABLOCOS REGIONAIS

Os blocos I, II, III e IV, representados na figura, são,

respectivamente:

(A) Nafta, Comunidade Econômica Europeia, Alca e

Mercosul.

(B) União Europeia, Apec, Aladi e Alca.

(C) CEI, União Europeia, Mercosul e Nafta.

(D) Pacto Andino, Comunidade Econômica Europeia,

CEI e Nafta.

(E) Nafta, Mercosul, União Europeia e CEI.

.15. (INEP-MEC)

Vivemos num mundo confuso e confusamente

percebido. Se desejamos escapar à crença de que esse

mundo assim apresentado é verdadeiro, devemos

considerar a existência de pelo menos três mundos num

só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a

globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal

como ele é: a globalização como perversidade; e o

terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra

globalização.

SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à

consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).

A imagem da “globalização como fábula” encontra seu

principal fundamento no aspecto

(A) político, com o triunfo de regimes democráticos em

continentes inteiros.

(B) socioeconômico, com a redução das desigualdades.

(C) sanitário, com êxito na prevenção das pandemias.

(D) financeiro, com a intensa circulação de capitais em

nível planetário.

(E) cultural, com a crescente unificação das crenças

religiosas.

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*Anotações*

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*MÓDULO 3*

Geopolítica – Conflitos contemporâneos

Esquerda e direita

Durante a Guerra Fria, movimentos políticos violentos

ocorreram até mesmo na Europa. Nos anos 1970, a

Facção do Exército Vermelho (também chamada Baader-

-Meinhof) cometeu vários atentados na Alemanha,

enquanto na Itália as Brigadas Vermelhas executaram o

primeiro-ministro Aldo Moro, em 1978.

Na América Latina, pobreza, racismo, incompetência

do Estado, desigualdade social e corrupção fomentam a

continuidade de conflitos ideológicos. As FARC (Forças

Armadas Revolucionárias da Colômbia) chegaram a

controlar não apenas territórios remotos, mas favelas em

grandes cidades colombianas nos anos 1980. No

entanto, o grupo recuou ante a ofensiva do governo de

Álvaro Uribe (2002-2010). O Sendero Luminoso,

oficialmente denominado Partido Comunista do Peru

(PCP), foi fundado em 1980 e segue uma linha parecida.

Ambos os movimentos são acusados de violência,

inclusive contra indígenas, e tráfico de drogas. Obtêm

apoio popular desempenhando funções típicas do

Estado, como a distribuição de alimentos e remédios,

mas também por meio de intimidação.

No México, o Exército Zapatista de Liberação

Nacional (EZLN) tem uma estratégia diferente. Surgido

em 1994, o movimento se opõe à globalização e ao

neoliberalismo e busca encarnar os anseios de

autonomia da população maia da região de Chiapas, no

sul do país. Apesar de estarem “em guerra declarada”

contra o Estado mexicano, os zapatistas utilizam meios

não violentos. Em vez de armas, usam a internet para

promover sua causa. Seu líder, o subcomandante

Marcos, transformou-se em celebridade mundial.

O Equador, a Bolívia e a Venezuela — países com

governos bolivarianos (movimento socialista iniciado pelo

venezuelano Hugo Chávez, inspirado nos ideários de

Simón Bolívar) — têm uma relação tensa com a

Colômbia, que acusa aqueles países de colaborar com

os guerrilheiros das FARC. Internamente, opositores aos

governos bolivarianos criticam o que enxergam como

populismo e manipulação política da população pobre ou

indígena.

Cuba é atualmente a única ditadura de partido único

na América Latina. O país não tem relações diplomáticas

com os Estados Unidos e sofre embargo comercial desde

1962, o que impede cidadãos norte-americanos de

comprarem produtos cubanos ou de viajarem para a ilha.

O embargo é apontado pelo governo cubano como causa

da penúria econômica da população. Ainda em 1962, a

instalação de mísseis soviéticos em Cuba quase levou o

mundo a uma nova guerra mundial, mas a situação foi

resolvida diplomaticamente entre norte-americanos e

soviéticos. Desde 1903, tropas norte-americanas ocupam

a baía de Guantánamo, onde está instalada a polêmica

prisão na qual estão encarcerados afegãos e iraquianos

acusados de terrorismo.

Na Ásia, a Coreia do Norte — que foi classificada pelo

presidente George Bush (2001-2009) como integrante do

“Eixo do Mal”, ao lado de Cuba, Líbia, Síria, Irã e Iraque

— também tem uma relação complicada com os países

vizinhos. Em 2006, a Coreia do Norte realizou um bem-

-sucedido teste de bomba nuclear, deixando alarmados

os governos do Japão e da Coreia do Sul. Desde então,

negociações de desarmamento estão em andamento.

A Rússia, por fim, não voltou aos tempos do regime

soviético, mas é considerada um país autoritário,

promovendo prisões e assassinatos de inimigos políticos,

desde a ascensão de Vladimir Putin ao poder, em 1999.

O país tem uma relação tensa com os Estados Unidos.

Uma das razões é o plano norte-americano de instalação

de um escudo antimísseis na Polônia, com o objetivo

declarado de conter um possível ataque iraniano.

Moscou entende, contudo, que tal projeto visa a

neutralizar o arsenal russo.

NOTIMEX / AFP

Subcomandante Marcos, líder do Exército Zapatista de Liberação Nacional (EZLN): tática de não violência e uso dos meios de comunicação para conquistar a opinião pública

Conflitos surgidos na época da Guerra Fria

continuam vivos na América Latina, fomentados pela

memória de regimes militares pró-americanos e por

grupos guerrilheiros fundados para agir em defesa

de preceitos pró-soviéticos.

Pobreza, desigualdade social, corrupção e

ineficiência do governo são alguns fatores que criam

oportunidade para a atuação de movimentos

radicais, que assumem papéis típicos do Estado.

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SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHG Geografia 58

Diferentemente das FARC e do Sendero Luminoso,

o movimento de Chiapas, surgido nos anos 90 no

México, é pacífico.

Cuba está sob embargo comercial americano desde

1962, e uma parte de seu território, Guantánamo,

abriga uma base militar dos Estados Unidos. Os

norte-americanos instalaram ali uma prisão, onde

mantêm encarcerados suspeitos de terrorismo.

Conflitos nacionalistas violentos ainda ocorrem na

Europa, com o IRA e o ETA como principais

entidades.

Os curdos são um povo sem país: eles vivem

espalhados pelos territórios da Turquia, do Iraque, do

Irã e da Síria, e seu desejo de independência

incomoda as autoridades desses países.

A Rússia tem enorme influência política sobre as ex-

-repúblicas soviéticas e exerce seu poder por formas

às vezes agressivas.

Conflitos religiosos graves atingem países como a

Rússia, a China e, principalmente, a Índia. Muitas

vezes, causas religiosas e nacionalistas se misturam

nos conflitos.

Nenhuma religião está a salvo de conflitos. Na Índia,

militantes hindus cometem atentados, depredações e

massacres. No Tibete e em Sri Lanka, budistas

tomaram parte na violência local.

Outros focos recentes de tensão política são a

Coreia do Norte, que desenvolve um programa

nuclear, e a Polônia, em que a proposta norte-

-americana de instalar um escudo antimísseis

desagrada à Rússia.

*ATENÇÃO, ESTUDANTE!*

Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO.

________________________________________________ *Anotações*

*********** ATIVIDADES ***********

Texto para as questões de 1 a 4.

A saga de Ingrid Betancourt

A ex-candidata à Presidência da Colômbia passou seis anos e meio como refém de guerrilheiros

Em 2 de junho de 2008, o governo colombiano tinha

um importante anúncio a fazer. Era uma boa notícia, mas

que causaria surpresa internacional. Após seis anos e

meio em cativeiro pelas Forças Armadas Revolucionárias

da Colômbia (FARC), a senadora Ingrid Betancourt

Pulecio estava livre.

JACKY NAEGELEN / AFP

Ingrid Betancourt participa de evento após ser libertada. Ela fora sequestrada em 2002, quando era candidata à Presidência da Colômbia

Ingrid havia sido sequestrada em fevereiro de 2002,

quando era candidata à Presidência do país pelo Partido

Verde Oxigênio. O governo colombiano havia

estabelecido uma zona desmilitarizada no território das

FARC, na tentativa de conduzir um acordo de paz, mas

as negociações haviam chegado a um impasse. Ingrid

queria chegar à cidade de San Vicente de Caguán, onde

ocorriam as negociações de paz. Como o governo se

recusou a levá-la num helicóptero militar, a senadora e

sua equipe tentaram ir por terra. Foram parados por

integrantes das FARC num bloqueio de estrada e

levados para o cativeiro em regiões inacessíveis.

As eleições daquele ano foram ganhas por Álvaro

Uribe, com uma plataforma de endurecimento de ações

contra os rebeldes. Após anos de negociações sem

resultados, as últimas notícias eram alarmantes. Um

vídeo obtido em novembro de 2007, após a captura de

membros da guerrilha, mostrava Ingrid muito doente e

desnutrida. No mesmo ano, o presidente da Venezuela,

Hugo Chávez, propôs ser intermediário das negociações,

ao lado do presidente francês, Nicolas Sarkozy. A

questão interessava à França porque Ingrid, filha de pai

francês, tem dupla cidadania. A proposta não foi bem

recebida pelo governo colombiano, que acusou Chávez

de colaborar com a guerrilha.

As FARC são uma guerrilha marxista fundada em

1964. Desde o regime militar pró-americano de Gustavo

Rojas, entre 1953 e 1957, formaram-se enclaves em

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regiões remotas da Colômbia, controlados por grupos

armados. Nos anos 1960, o governo civil colombiano

tentou retomar o controle dessas regiões. A partir daí,

esses grupos se reorganizaram, fundando os

movimentos FARC, ELN e, em 1970, o M-19. Além de

promoverem sequestros, assassinatos e extorsões, as

FARC são acusadas de se sustentar com o narcotráfico,

de usar crianças como soldados e de atacar populações

indígenas.

O governo Uribe perseguiu implacavelmente a

guerrilha, inclusive por meio de ações controversas. Em

março de 2008, despachou a força aérea para tomar uma

base das FARC no Equador, matando o líder Raul

Reyes. A incursão provocou uma crise diplomática: Hugo

Chávez enviou tropas à fronteira com a Colômbia, e os

dois países estiveram à beira de uma guerra.

Em 2009, Uribe, que havia conseguido aprovar uma

emenda constitucional para se reeleger presidente em

2006 — a exemplo do que Chávez fizera na Venezuela

—, tentou realizar um plebiscito para poder ser reeleito

novamente. A proposta foi barrada no Congresso, mas

Uribe conseguiu eleger um aliado: seu ex-ministro da

Defesa, Juan Manuel Santos, que ficou famoso por

liderar a operação militar de 2008.

Em julho de 2010, a crise entre a Colômbia e a

Venezuela se agravou. Chávez anunciou o rompimento

das relações diplomáticas entre os dois países, depois de

o governo de Bogotá acusar a Venezuela de abrigar

guerrilheiros colombianos em seu território.

Veja, 8/9/2010 (adaptado).

.1. (AED-SP)

Como surgiram as FARC?

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

.2. (AED-SP)

As ações do governo de Álvaro Uribe contra as FARC

causaram controvérsias. Cite uma delas.

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

.3. (AED-SP)

Álvaro Uribe é um adversário do venezuelano Hugo

Chávez, acusado de táticas pouco éticas para manter-se

no poder. No entanto, um fato político citado no texto os

torna similares. Qual?

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

.4. (AED-SP)

O conflito entre as FARC e o Estado colombiano pode

ser visto como

(A) reivindicação de uma nação sem Estado.

(B) movimento separatista.

(C) tensão político-religiosa.

(D) conflito político interno.

(E) guerra entre dois Estados nacionais.

.5. (ENEM-MEC)

No mundo árabe, países governados há décadas por

regimes políticos centralizadores contabilizam metade da

população com menos de 30 anos; desses, 56% têm

acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de

futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens

incubam vírus sedentos por modernidade e democracia.

Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos,

vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em

protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de

manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia,

o vírus libertário começa a se espalhar pelos países

vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito,

Hosni Mubarak. Sites e redes sociais — como o

Facebook e o Twitter — ajudaram a mobilizar

manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.

SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da liberdade.

IstoÉ Internacional, 2/3/2011 (adaptado).

Considerando os movimentos políticos mencionados no

texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes

(A) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.

(B) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.

(C) manter o distanciamento necessário à sua

segurança.

(D) disseminar vírus capazes de destruir programas dos

computadores.

(E) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a

população.

.6. (ENEM-MEC)

A poluição e outras ofensas ambientais ainda não

tinham esse nome, mas já eram largamente notadas no

século XIX, nas grandes cidades inglesas e continentais.

E a própria chegada ao campo das estradas de ferro

suscitou protestos. A reação antimaquinista,

protagonizada pelos diversos luddismos, antecipa a

batalha atual dos ambientalistas. Esse era, então, o

combate social contra os miasmas urbanos.

SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e

emoção. São Paulo: EdUSP, 2002 (adaptado).

O crescente desenvolvimento técnico-produtivo impõe

modificações na paisagem e nos objetos culturais

vivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto,

pode-se dizer que tais movimentos sociais emergiram e

se expressaram por meio

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(A) das ideologias conservacionistas, com milhares de

adeptos no meio urbano.

(B) das políticas governamentais de preservação dos

objetos naturais e culturais.

(C) das teorias sobre a necessidade de harmonização

entre técnica e natureza.

(D) dos boicotes aos produtos das empresas

exploradoras e poluentes.

(E) da contestação à degradação do trabalho, das

tradições e da natureza.

.7. (ENEM-MEC)

Na América do Sul, as Forças Armadas

Revolucionárias da Colômbia (FARC) lutam, há décadas,

para impor um regime de inspiração marxista no país.

Hoje, são acusadas de envolvimento com o narcotráfico,

o qual supostamente financia suas ações, que incluem

ataques diversos, assassinatos e sequestros.

Na Ásia, a Al Qaeda, criada por Osama bin Laden,

defende o fundamentalismo islâmico e vê nos Estados

Unidos da América (EUA) e em Israel inimigos

poderosos, os quais deve combater sem trégua. A mais

conhecida de suas ações terroristas ocorreu em 2001,

quando foram atingidos o Pentágono e as torres do

World Trade Center.

A partir das informações acima, conclui-se que

(A) as ações guerrilheiras e terroristas no mundo

contemporâneo usam métodos idênticos para

alcançar os mesmos propósitos.

(B) o apoio internacional recebido pelas FARC decorre

do desconhecimento, pela maioria das nações, das

práticas violentas dessa organização.

(C) os EUA, mesmo sendo a maior potência do planeta,

foram surpreendidos com ataques terroristas que

atingiram alvos de grande importância simbólica.

(D) as organizações mencionadas identificam-se quanto

aos princípios religiosos que defendem.

(E) tanto as FARC quanto a Al Qaeda restringem sua

atuação à área geográfica em que se localizam,

respectivamente, América do Sul e Ásia.

.8. (ENEM-MEC)

Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU)

aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a

criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A

recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro

conflito entre Israel e países árabes.

A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão

egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia

interesses anglo-franceses e israelenses. Vitorioso, Israel

passou a controlar a Península do Sinai. O terceiro

conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como

Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel.

Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus

comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças

egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que

revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-

-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de

outubro.

A partir do texto acima, assinale a opção correta.

(A) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada

pela ação bélica de tradicionais potências europeias

no Oriente Médio.

(B) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu

a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve

rápida vitória.

(C) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em

que, a partir de decisão da ONU, foi oficialmente

instalado o Estado de Israel.

(D) A ação dos governos de Washington e de Moscou foi

decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro

conflito árabe-israelense.

(E) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel

mantém suas dimensões territoriais tal como

estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela

ONU.

.9. (ENEM-MEC)

No dia 7 de outubro de 2001, Estados Unidos e Grã-

-Bretanha declararam guerra ao regime Talibã, no

Afeganistão.

Leia trechos das declarações do presidente dos

Estados Unidos, George W. Bush, e de Osama bin

Laden, líder muçulmano, nessa ocasião:

George W. Bush:

Um comandante-chefe envia os filhos e filhas dos

Estados Unidos à batalha em território estrangeiro

somente depois de tomar o maior cuidado e depois de

rezar muito. Pedimos-lhes que estejam preparados para

o sacrifício das próprias vidas. A partir de 11 de

setembro, uma geração inteira de jovens americanos

teve uma nova percepção do valor da liberdade, do seu

preço, do seu dever e do seu sacrifício. Que Deus

continue a abençoar os Estados Unidos.

Osama bin Laden:

Deus abençoou um grupo de vanguarda de

muçulmanos, a linha de frente do Islã, para destruir os

Estados Unidos. Um milhão de crianças foram mortas no

Iraque, e para eles isso não é uma questão clara. Mas

quando pouco mais de dez foram mortos em Nairóbi e

Dar-es-Salaam, o Afeganistão e o Iraque foram

bombardeados e a hipocrisia ficou atrás da cabeça dos

infiéis internacionais. Digo a eles que esses

acontecimentos dividiram o mundo em dois campos, o

campo dos fiéis e o campo dos infiéis. Que Deus nos

proteja deles.

O Estado de S. Paulo, 8/10/2001 (com adaptações).

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Pode-se afirmar que

(A) a justificativa das ações militares encontra sentido

apenas nos argumentos de George W. Bush.

(B) a justificativa das ações militares encontra sentido

apenas nos argumentos de Osama bin Laden.

(C) ambos apoiam-se num discurso de fundo religioso

para justificar o sacrifício e reivindicar a justiça.

(D) ambos tentam associar a noção de justiça a valores

de ordem política, dissociando-a de princípios

religiosos.

(E) ambos tentam separar a noção de justiça das

justificativas de ordem religiosa, fundamentando-a

numa estratégia militar.

.10. (ENEM-MEC)

O texto abaixo é um trecho do discurso do primeiro-

-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da

declaração de guerra ao regime Talibã:

Essa atrocidade [o atentado de 11 de setembro, em

Nova York] foi um ataque contra todos nós, contra

pessoas de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al

Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-Bretanha, e

qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo.

Foi um ataque à vida e aos meios de vida. As empresas

aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetados e a

confiança econômica sofreu, afetando empregos e

negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de

vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.

O Estado de S. Paulo, 8/10/2001 (com adaptações).

Nessa declaração, destacaram-se principalmente os

interesses de ordem

(A) moral. (D) religiosa.

(B) militar. (E) econômica.

(C) jurídica.

.11. (ENEM-MEC)

1. [...] O recurso ao terror por parte de quem já detém o

poder dentro do Estado não pode ser arrolado entre

as formas de terrorismo político, porque este se

qualifica, ao contrário, como o instrumento ao qual

recorrem determinados grupos para derrubar um

governo acusado de manter-se por meio do terror.

2. Em outros casos, os terroristas combatem contra um

Estado de que não fazem parte e não contra um

governo (o que faz com que sua ação seja conotada

como uma forma de guerra), mesmo quando por sua

vez não representam um outro Estado. Sua ação

aparece então como irregular, no sentido de que não

podem organizar um exército e não conhecem limites

territoriais, já que não provêm de um Estado.

BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. (orgs.).

Dicionário de Política. Brasília: EdUNB,1986.

De acordo com as duas afirmações, é possível comparar

e distinguir os seguintes eventos históricos:

I. Os movimentos guerrilheiros e de libertação

nacional realizados em alguns países da África e

do Sudeste Asiático entre as décadas de 1950 e

70 são exemplos do primeiro caso.

II. Os ataques ocorridos na década de 1990, como

às embaixadas de Israel, em Buenos Aires, dos

EUA, no Quênia e Tanzânia, e ao World Trade

Center em 2001, são exemplos do segundo

caso.

III. Os movimentos de libertação nacional dos anos

50 a 70 na África e Sudeste Asiático, e o

terrorismo dos anos 90 e 2001 foram ações

contra um inimigo invasor e opressor, e são

exemplos do primeiro caso.

É correto o que se afirma apenas em

(A) I.

(B) II.

(C) I e II.

(D) I e III.

(E) II e III.

.12. (FUVEST-SP)

O mundo tem vivido inúmeros conflitos regionais de

repercussão global que, por um lado, envolvem

intervenções de tropas de diferentes países e, por outro

lado, resultam em discussões na Organização das

Nações Unidas (ONU).

Considere as seguintes afirmações:

I. Povos primitivos precisam ser tutelados pela

diplomacia internacional ou reprimidos por forças

de nações desenvolvidas, para que conflitos

locais ou regionais não perturbem o equilíbrio

mundial.

II. Razões estratégicas, de localização geográfica,

de orientação política ou de concentração de

recursos naturais, fazem com que certas regiões

ou países sejam alvo de interesses,

preocupações e intervenções internacionais.

III. Diferenças étnicas, culturais, políticas ou

religiosas, com raízes históricas, têm resultado

em preconceito, desrespeito e segregação,

gerando tensões que repercutem em conflitos

existentes entre diferentes nações.

O envolvimento global em conflitos regionais é,

corretamente, explicado em

(A) I, apenas.

(B) II, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

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.13. (INEP-MEC)

Inimigos históricos na região, católicos e protestantes formarão gabinete conjunto a partir de maio de 2007.

(Folha de S. Paulo)

Os conflitos, que mataram milhares de pessoas na

Irlanda do Norte, com raízes políticas e religiosas que

remontam ao século XII e, particularmente acirrados nas

três últimas décadas do século XX, se devem

(A) a uma minoria católica da Irlanda do Norte, que é a

favor da anexação à Irlanda, com o respaldo do IRA

(Exército Republicano Irlandês).

(B) a uma maioria católica da Irlanda do Norte, que é a

favor da anexação à Irlanda, com o apoio do IRA.

(C) a uma minoria católica da Irlanda do Norte, que é a

favor de sua total independência, com o apoio do

gabinete do Reino Unido.

(D) a uma minoria protestante da Irlanda, que é a favor

da ocupação e recuperação do território da Irlanda

do Norte.

(E) a uma minoria católica do Reino Unido, que luta junto

com o IRA para a total independência da Irlanda do

Norte em relação à Irlanda.

.14. (INEP-MEC)

Conflitos de natureza política e ideológica marcaram o

século XX. Sobre eles, considere as afirmações:

I. Durante a Guerra Fria, movimentos políticos

violentos ocorreram mesmo na Europa

Ocidental, como na Itália e na Alemanha (antiga

Alemanha Ocidental).

II. As tensões entre a Coreia do Norte e a Coreia

do Sul são remanescentes do período da Guerra

Fria: a primeira, um dos regimes políticos mais

fechados do mundo, mantém o modelo

socialista, enquanto a segunda segue o modelo

capitalista e democrático ocidental.

III. No México, o Exército Zapatista de Liberação

Nacional tem uma inclinação revolucionária.

Surgido em 1994 e liderado pelo

subcomandante Marcos, o grupo estabeleceu

uma luta armada intensa, próximo à fronteira dos

EUA.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.

(B) II, apenas.

(C) I e II, apenas.

(D) I e III, apenas.

(E) I, II e III.

.15. (INEP-MEC)

Nos itens a seguir, estão enunciados quatro conflitos

geopolíticos marcantes da atualidade. Leia-os com

atenção e depois marque a alternativa com os

respectivos países a que se referem.

I. Esse país de maioria islâmica, que abriga ainda

um grande número de cristãos, budistas e

hinduístas, vem sofrendo aumento expressivo de

tensões e massacres religiosos desde o fim dos

anos 1990. O conflito pela independência do

Timor Leste (1975-2002), país católico e de

língua portuguesa, também teve um teor

religioso evidente, sem o qual a tensão seria

bem menor.

II. O governo dessa grande e muito populosa

nação asiática enfrenta os movimentos de

separatismo islâmico na província de Xinjiang,

com revoltas ocorrendo regularmente a partir de

2008.

III. De religião hinduísta, a minoria tâmil, no norte do

país, buscava independência do país budista por

meio do grupo Tigres Tâmeis, fundado em 1974

e caracterizado por suas ações terroristas de

grande impacto.

IV. O conflito religioso é gravíssimo nesse país, cuja

população é de esmagadora maioria hindu, mas

que também abriga grande variedade de cultos.

São minorias islâmicas, cristãs, budistas, sikhs e

baha’is.

Os enunciados referem-se, respectivamente, a:

(A) Índia, Chechênia, Geórgia e Paquistão.

(B) Indonésia, China, Sri Lanka e Índia.

(C) Filipinas, China, Índia e Paquistão.

(D) Índia, Rússia, China e Filipinas.

(E) Paquistão, Rússia, Filipinas e China.

________________________________________________ *Anotações*

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*MÓDULO 4*

Geopolítica – Países desenvolvidos e países emergentes

O que é um país desenvolvido?

Uma forma de determinar se um país é desenvolvido

ou não é medir seu Produto Interno Bruto (PIB) per

capita. O PIB é a soma de toda a produção econômica

de uma nação, enquanto o PIB per capita é a divisão

desse valor pela população total. Em países populosos,

como a China e a Índia, o PIB total é alto, mas o per

capita é baixo.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um

indicador que leva em conta não somente o PIB per

capita, mas também dados sobre expectativa de vida e

educação. No entanto, essas medidas têm uma

limitação: os rendimentos da economia não se distribuem

igualitariamente entre a população. Salários e

rendimentos de negócios não são iguais, afinal. Por isso,

indicadores de desigualdade social, como o índice Gini,

também fazem parte da avaliação, de forma a mostrar

como a população como um todo tem se beneficiado ou

não do aumento da renda. Quanto mais perto de 1 for

esse indicador, mais concentrada é a renda. Alguns

países desenvolvidos têm um índice Gini relativamente

alto, como os Estados Unidos (0,45); outros, bem baixo,

caso da Suécia (0,25). Ambos, porém, têm indicadores

bem menores que os do Brasil (0,56).

Os índices não avaliam, no entanto, o papel que um

país representa no mundo. Nações desenvolvidas

também se caracterizam pela forma como participam da

economia e da política mundiais. Esses países são

democracias capitalistas com cultura ocidental ou

ocidentalizada e tendem a ver como positiva a

reprodução de seu modo de vida em nações cuja cultura

pode não absorver bem essas mudanças. O exemplo são

as tentativas dos Estados Unidos em tornar o Iraque e o

Afeganistão democracias, apesar das identidades tribais

e religiosas complexas da região.

Por terem população com maior grau de escolaridade

e mais conhecimento acumulado, e por abrigarem

grandes indústrias multinacionais, os países

desenvolvidos geram inovação tecnológica e produtos

com valor agregado, isto é, produtos com trabalho

sofisticado (e caro) adicionado. Nações em

desenvolvimento importam esses produtos e exportam

commodities, produtos agrícolas ou de extrativismo,

como alimentos, minérios e petróleo, cujos preços são

determinados basicamente pela oferta e procura.

Desde a segunda metade do século XX, muitas

indústrias de países desenvolvidos passaram a se

instalar nos países em desenvolvimento, em busca de

mão de obra mais barata e também para atender ao

mercado local. A parte criativa do trabalho continua a ser

feita nas matrizes, mas agora há novas oportunidades

para nações que investem na educação de seus

habitantes — isso tem ocorrido na Índia, que tem se

tornado polo de serviços de informática.

Um fator importante dos países desenvolvidos é que

muitos deles — notavelmente Inglaterra e França —

foram sede de impérios coloniais até a segunda metade

do século XX. Sua história e seu poder econômico

desproporcional também se refletem em influência

cultural e influência política desiguais, como a

onipresença da indústria cultural americana pelo mundo.

Países ricos se dão ao luxo de subsidiar sua agricultura,

fechando as portas para os produtos de nações pobres.

Hoje, muitas políticas são movidas pelo ressentimento

político e cultural das ex-colônias na África, na Ásia e no

Oriente Médio, e também de países sob a influência dos

Estados Unidos na América Latina.

SAJJAD HUSSAIN / AFP

Empresa na Índia: graças aos investimentos na educação, o país tem se tornado um polo de informática e de prestação de serviços para países desenvolvidos

“Primeiro Mundo” e “Terceiro Mundo” são termos

ainda populares, mas defasados. É mais adequado

falar em “países em desenvolvimento” e

“desenvolvidos”.

Os países desenvolvidos também são chamados

genericamente de “mundo ocidental”. Trata-se de

expressão imprecisa, já que o grupo de países

desenvolvidos inclui nações do Oriente, como o

Japão e a Coreia do Sul.

IDH, PIB e desigualdade social são parâmetros

usados em conjunto para avaliar o grau de

desenvolvimento de um país.

Alguns países ricos têm desigualdade social

relativamente alta, como os Estados Unidos; outros,

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bem baixa, como a Suécia. Ainda assim, a

desigualdade norte-americana é bem menor que a

brasileira.

A OCDE é uma espécie de clube de países ricos. O

organismo defende políticas de livre mercado e

responsabilidade fiscal e monetária.

O G-7 reúne os sete países mais ricos do mundo

(Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido,

França, Itália e Canadá). O G-8 inclui ainda a Rússia.

A União Europeia começou como uma área de livre-

-comércio, mas se expandiu e passou a abranger a

livre circulação de pessoas, uma moeda comum e a

busca por uma Constituição única.

O NAFTA é uma área de livre-comércio entre o

Canadá, os Estados Unidos e o México.

Os países desenvolvidos enfrentam problemas como

queda de natalidade, envelhecimento da população e

aumento da imigração.

O sentimento xenofóbico e os conflitos religiosos

tornam tensas as relações entre cidadãos locais e

imigrantes em alguns países desenvolvidos.

Entre os países em desenvolvimento, os emergentes

são aqueles que estão crescendo em ritmo mais

acelerado.

Os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China)

são considerados particularmente promissores.

Outros emergentes são o Chile, o México, a África do

Sul, a Turquia e os Tigres Asiáticos (Taiwan, Hong

Kong, Cingapura e Coreia do Sul).

A nova divisão do trabalho leva a atividade industrial

para países emergentes, em busca de mão de obra

mais barata. Esse movimento cria tensões com os

trabalhadores de nações desenvolvidas.

As remessas de lucros das multinacionais e o fato de

decisões administrativas e do desenvolvimento

tecnológico ainda se concentrarem nas nações

desenvolvidas são uma contrapartida vista como

negativa para a industrialização nos países

emergentes.

Condições de trabalho desumanas são comuns na

China e incluem a ausência de direitos trabalhistas,

longas jornadas de trabalho e exploração de trabalho

infantil.

Tarifas de importação e subsídios opõem países

desenvolvidos e emergentes.

Essas políticas são defendidas por trabalhadores

nos países desenvolvidos e por movimentos

antiglobalização, como forma de manter o modo de

vida desses trabalhadores.

O meio ambiente do planeta não suportaria se todos

os países adotassem os padrões de consumo das

nações desenvolvidas, em especial dos Estados

Unidos. Daí surgiu a ideia de “desenvolvimento

sustentável”: os países devem buscar formas de

desenvolvimento menos agressivas ao meio

ambiente. A pressão de movimentos ambientalistas,

contudo, é às vezes vista como uma tentativa de

impor barreiras ao crescimento para evitar a

concorrência dos emergentes.

A independência política conquistada pelos países

emergentes graças ao desenvolvimento econômico e

militar criou um novo equilíbrio de poder, mas

provoca tensões com países desenvolvidos, em

particular envolvendo questões de direitos humanos,

trabalhistas e ambientais.

*ATENÇÃO, ESTUDANTE!*

Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO.

*********** ATIVIDADES ***********

Texto para as questões de 1 a 3.

Primeiro e Terceiro Mundos

Os termos surgiram para comparar as classes sociais da época da Revolução Francesa

DIVULGAÇÃO / EDITORA ABRIL

Torre Eiffel, em Paris, na França: um dos países do Primeiro Mundo, segundo a classificação feita pelo economista Alfred Sauvy

Desde sua origem, as expressões “Primeiro Mundo” e

“Terceiro Mundo” vieram carregadas de forte conotação

política. Foram criadas pelo economista e demógrafo

francês Alfred Sauvy, em 1952, num artigo publicado na

revista L’Observateur. Sauvy comparava o mundo da

época com as classes sociais que existiam antes da

Revolução Francesa (1789-1799): havia o “Primeiro

Estado”, que correspondia aos nobres, o “Segundo

Estado”, representado pelo clero católico, e o “Terceiro

Estado”, formado pelos plebeus, que podiam ser

artesãos, camponeses, operários ou burgueses, que

sustentavam a vida luxuosa dos outros dois Estados. Nas

palavras de Sauvy, como os plebeus da França, o

Terceiro Mundo, explorado pelos demais, “não é nada,

mas aspira a ser algo”.

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Sauvy classificou no Primeiro Mundo os países

capitalistas da OTAN, no Segundo Mundo o bloco

comunista reunido sob o Pacto de Varsóvia e no Terceiro

Mundo os demais países, todos pobres e situados na

África, Ásia, Oceania e América Latina. Quando o bloco

comunista começou a ruir, a classificação criada por

Sauvy já era considerada limitadora e ultrapassada.

Os termos ainda são populares, mas hoje há outras

classificações que refletem melhor a realidade atual.

Como não há mais “Segundo Mundo” e países do

“Terceiro Mundo” podem ter alianças políticas diversas, é

mais adequado falar em países “em desenvolvimento”

versus “desenvolvidos”. Inclui-se às vezes uma terceira

categoria, os “emergentes”, os países em

desenvolvimento com potencial para fazer parte do

primeiro grupo nas próximas décadas. Entre os

emergentes, também se fala em “países recentemente

industrializados”, economias que deixaram de ser

agrárias para se tornar industriais na segunda metade do

século XX, como Brasil, Turquia, África do Sul, Índia,

Malásia, Filipinas e China.

Outro termo comum é “mundo ocidental” para se

referir aos países desenvolvidos, já que,

caracteristicamente, eles são herdeiros da cultura

europeia, incluindo aí Austrália e Nova Zelândia. Japão e

Coreia do Sul, embora situados no Oriente, são

classificados como “ocidentais” por sua aliança política e

pela ampla adoção do capitalismo e instituições políticas

ocidentais. A América Latina ocupa um espaço

controverso, já que suas instituições políticas, religiosas

e grande parte da cultura são de origem europeia, mas aí

se encontram mescladas e, às vezes, em conflito com

tradições ameríndias e africanas, o que resultou na

criação de uma identidade própria.

Superinteressante, abr. 2010.

.1. (AED-SP)

Quem foram os inspiradores do termo “Terceiro Mundo”?

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

.2. (AED-SP)

A definição de “Primeiro Mundo” tinha natureza política

ou econômica?

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

.3. (AED-SP)

Por que o termo “Terceiro Mundo” é considerado

obsoleto?

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

.4. (ENEM-MEC)

As migrações transnacionais, intensificadas e

generalizadas nas últimas décadas do século XX,

expressam aspectos particularmente importantes da

problemática racial, visto como dilema também mundial.

Deslocam-se indivíduos, famílias e coletividades para

lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças

mais ou menos drásticas nas condições de vida e

trabalho, em padrões e valores socioculturais. Deslocam-

-se para sociedades semelhantes ou radicalmente

distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou

mesmo civilizações totalmente diversas.

IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 1996.

A mobilidade populacional da segunda metade do século

XX teve um papel importante na formação social e

econômica de diversos estados nacionais. Uma razão

para os movimentos migratórios nas últimas décadas e

uma política migratória atual dos países desenvolvidos

são

(A) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento

de barreiras contra a imigração.

(B) a necessidade de qualificação profissional e a

abertura das fronteiras para os imigrantes.

(C) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o

acautelamento dos bens dos imigrantes.

(D) a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos

imigrantes qualificados.

(E) a fuga decorrente de conflitos políticos e o

fortalecimento de políticas sociais.

.5. (ENEM-MEC)

A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se

transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira

lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa,

sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu

desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-

-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a

escravização do homem que seu poder.

DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro:

Zahar, 1979 (adaptado).

Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços

tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução

Industrial Inglesa e as características das cidades

industriais no início do século XIX?

(A) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas

transformava as cidades em espaços privilegiados

para a livre iniciativa, característica da nova

sociedade capitalista.

(B) O desenvolvimento de métodos de planejamento

urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial.

(C) A construção de núcleos urbanos integrados por

meios de transporte facilitava o deslocamento dos

trabalhadores das periferias até as fábricas.

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SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHG Geografia 66

(D) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as

fábricas revelava os avanços da engenharia e da

arquitetura do período, transformando as cidades em

locais de experimentação estética e artística.

(E) O alto nível de exploração dos trabalhadores

industriais ocasionava o surgimento de aglomerados

urbanos marcados por péssimas condições de

moradia, saúde e higiene.

.6. (ENEM-MEC)

A figura apresenta diferentes limites para a Europa, o que

significa que existem divergências com relação ao que se

considera como território europeu.

BOURGEAT, S.; BRÁS, C. (coord.). Histoire et Géographie.

Travaux dirigés. Paris: Hatier, 2008 (adaptado).

De acordo com a figura,

(A) a visão geopolítica recente é a mais restritiva, com

um número diminuto de países integrando a União

Europeia.

(B) a delimitação da Europa na visão clássica,

separando-a da Ásia, tem como referência critérios

naturais, ou seja, os Montes Urais.

(C) a visão geopolítica dos tempos da Guerra Fria sobre

os limites territoriais da Europa supõe o limite entre

civilizações desenvolvidas e subdesenvolvidas.

(D) a visão geopolítica recente incorpora elementos da

religião dos países indicados.

(E) a representação mais ampla a respeito das fronteiras

da Europa, que engloba a Rússia chegando ao

Oceano Pacífico, descaracteriza a uniformidade

cultural, econômica e ambiental encontrada na visão

clássica.

________________________________________________

*Anotações*

.7. (ENEM-MEC)

O ataque japonês a Pearl Harbor e a consequente

guerra entre americanos e japoneses no Pacífico foi

resultado de um processo de desgaste das relações

entre ambos. Depois de 1934, os japoneses passaram a

falar mais desinibidamente da “Esfera de coprosperidade

da Grande Ásia Oriental”, considerada como a “Doutrina

Monroe Japonesa”.

A expansão japonesa havia começado em 1895,

quando venceu a China, impôs-lhe o Tratado de

Shimonoseki passando a exercer tutela sobre a Coreia.

Definida sua área de projeção, o Japão passou a ter

atritos constantes com a China e a Rússia. A área de

atrito passou a incluir os Estados Unidos quando os

japoneses ocuparam a Manchúria, em 1931, e a seguir, a

China, em 1937.

REIS FILHO, D. A. (org.). O século XX, o tempo das crises.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

Sobre a expansão japonesa, infere-se que

(A) o Japão tinha uma política expansionista, na Ásia, de

natureza bélica, diferente da Doutrina Monroe.

(B) o Japão buscou promover a prosperidade da Coreia,

tutelando-a à semelhança do que os EUA faziam.

(C) o povo japonês propôs cooperação aos Estados

Unidos ao copiarem a Doutrina Monroe e proporem o

desenvolvimento da Ásia.

(D) a China aliou-se à Rússia contra o Japão, sendo que

a Doutrina Monroe previa a parceria entre os dois.

(E) a Manchúria era território norte-americano e foi

ocupado pelo Japão, originando a guerra entre os

dois países.

.8. (ENEM-MEC)

Os chineses não atrelam nenhuma condição para

efetuar investimentos nos países africanos. Outro ponto

interessante é a venda e compra de grandes somas de

áreas, posteriormente cercadas. Por se tratar de países

instáveis e com governos ainda não consolidados, teme-

-se que algumas nações da África tornem-se literalmente

protetorados.

BRANCOLI, F. China e os novos investimentos na África:

neocolonialismo ou mudanças na arquitetura global?

Disponível em: http://opiniaoenoticia.com.br.

Acesso em: 29/4/2010 (adaptado).

A presença econômica da China em vastas áreas do

globo é uma realidade do século XXI. A partir do texto,

como é possível caracterizar a relação econômica da

China com o continente africano?

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SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHG Geografia 67

(A) Pela presença de órgãos econômicos internacionais

como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o

Banco Mundial, que restringem os investimentos

chineses, uma vez que estes não se preocupam com

a preservação do meio ambiente.

(B) Pela ação de ONGs (Organizações Não

Governamentais) que limitam os investimentos

estatais chineses, uma vez que estes se mostram

desinteressados em relação aos problemas sociais

africanos.

(C) Pela aliança com os capitais e investimentos diretos

realizados pelos países ocidentais, promovendo o

crescimento econômico de algumas regiões desse

continente.

(D) Pela presença cada vez maior de investimentos

diretos, o que pode representar uma ameaça à

soberania dos países africanos ou manipulação das

ações destes governos em favor dos grandes

projetos.

(E) Pela presença de um número cada vez maior de

diplomatas, o que pode levar à formação de um

Mercado Comum Sino-Africano, ameaçando os

interesses ocidentais.

.9. (ENEM-MEC)

O G-20 é o grupo que reúne os países do G-7, os

mais industrializados do mundo (EUA, Japão, Alemanha,

França, Reino Unido, Itália e Canadá), a União Europeia

e os principais emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China,

África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Coreia

do Sul, Indonésia, México e Turquia). Esse grupo de

países vem ganhando força nos fóruns internacionais de

decisão e consulta.

ALLAN, R. Crise global. Disponível em:

http://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br.

Acesso em: 31/7/2010.

Entre os países emergentes que formam o G-20, estão

os chamados BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China),

termo criado em 2001 para referir-se aos países que

(A) apresentam características econômicas promissoras

para as próximas décadas.

(B) possuem base tecnológica mais elevada.

(C) apresentam índices de igualdade social e econômica

mais acentuados.

(D) apresentam diversidade ambiental suficiente para

impulsionar a economia global.

(E) possuem similaridades culturais capazes de

alavancar a economia mundial.

________________________________________________

*Anotações*

.10. (ENEM-MEC)

A formação dos Estados foi certamente distinta na

Europa, na América Latina, na África e na Ásia. Os

Estados atuais, em especial na América Latina — onde

as instituições das populações locais existentes à época

da conquista ou foram eliminadas, como no caso do

México e do Peru, ou eram frágeis, como no caso do

Brasil —, são o resultado, em geral, da evolução do

transplante de instituições europeias feito pelas

metrópoles para suas colônias. Na África, as colônias

tiveram fronteiras arbitrariamente traçadas, separando

etnias, idiomas e tradições, que, mais tarde,

sobreviveram ao processo de descolonização, dando

razão para conflitos que, muitas vezes, têm sua

verdadeira origem em disputas pela exploração de

recursos naturais. Na Ásia, a colonização europeia se fez

de forma mais indireta e encontrou sistemas políticos e

administrativos mais sofisticados, aos quais se superpôs.

Hoje, aquelas formas anteriores de organização, ou pelo

menos seu espírito, sobrevivem nas organizações

políticas do Estado asiático.

GUIMARÃES, S. P. Nação, nacionalismo, Estado. Estudos avançados.

São Paulo: EdUSP, v. 22, n.º 62, jan./abr. 2008 (adaptado).

Relacionando as informações ao contexto histórico e

geográfico por elas evocado, assinale a opção correta

acerca do processo de formação socioeconômica dos

continentes mencionados no texto.

(A) Devido à falta de recursos naturais a serem

explorados no Brasil, conflitos étnicos e culturais

como os ocorridos na África estiveram ausentes no

período da independência e formação do Estado

brasileiro.

(B) A maior distinção entre os processos histórico-

-formativos dos continentes citados é a que se

estabelece entre colonizador e colonizados, ou seja,

entre a Europa e os demais.

(C) À época das conquistas, a América Latina, a África e

a Ásia tinham sistemas políticos e administrativos

muito mais sofisticados que aqueles que lhes foram

impostos pelo colonizador.

(D) Comparadas ao México e ao Peru, as instituições

brasileiras, por terem sido eliminadas à época da

conquista, sofreram mais influência dos modelos

institucionais europeus.

(E) O modelo histórico da formação do Estado asiático

equipara-se ao brasileiro, pois em ambos se

manteve o espírito das formas de organização

anteriores à conquista.

________________________________________________

*Anotações*

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.11. (ENEM-MEC)

Por volta de 1880, com o progresso de uma economia

primária e de exportação, consolidou-se em quase toda a

América Latina um novo pacto colonial que substituiu

aquele imposto por Espanha e Portugal. No mesmo

momento em que se afirmou, o novo pacto colonial

começou a se modificar em sentido favorável à

metrópole. A crescente complexidade das atividades

ligadas aos transportes e às trocas comerciais multiplicou

a presença dessas economias metropolitanas em toda a

área da América Latina: as ferrovias, as instalações

frigoríficas, os silos e as usinas, em proporções diversas

conforme a região, tornaram-se ilhas econômicas

estrangeiras em zonas periféricas.

DONGHI, T. H. História da América Latina. 2.ª ed.

Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005 (adaptado).

De acordo com o texto, o pacto colonial imposto por

Espanha e Portugal a quase toda a América Latina foi

substituído em função

(A) das ilhas de desenvolvimento instaladas nas

periferias das grandes cidades.

(B) da restauração, por volta de 1880, do pacto colonial

entre a América Latina e as antigas metrópoles.

(C) do domínio, em novos termos, do capital estrangeiro

sobre a economia periférica, a América Latina.

(D) das ferrovias, frigoríficos, silos e usinas instaladas

em benefício do desenvolvimento integrado e

homogêneo da América Latina.

(E) do comércio e da implantação de redes de

transporte, que são instrumentos de fortalecimento

do capital nacional frente ao estrangeiro.

.12. (ENEM-MEC)

O intercâmbio de ideias, informações e culturas,

através dos meios de comunicação, imprimem mudanças

profundas no espaço geográfico e na construção da vida

social, na medida em que transformam os padrões

culturais e os sistemas de consumo e de produção,

podendo ser responsáveis pelo desenvolvimento de uma

região.

HAESBAERT, R. Globalização e fragmentação do mundo

contemporâneo. Rio de Janeiro: EdUFF, 1998.

Muitos meios de comunicação, frutos de experiências e

da evolução científica acumuladas, foram inventados ou

aperfeiçoados durante o século XX e provocaram

mudanças radicais nos modos de vida como, por

exemplo,

(A) a diferenciação regional da identidade social por

meio de hábitos de consumo.

(B) o maior fortalecimento de informações, hábitos e

técnicas locais.

(C) a universalização do acesso a computadores e a

internet em todos os países.

(D) a melhor distribuição de renda entre os países do sul

favorecendo o acesso a produtos originários da

Europa.

(E) a criação de novas referências culturais para a

identidade social por meio da disseminação das

redes de fast-food.

.13. (ENEM-MEC)

Entre as promessas contidas na ideologia do

processo de globalização da economia estava a

dispersão da produção do conhecimento na esfera

global, expectativa que não se vem concretizando. Nesse

cenário, os tecnopolos aparecem como um centro de

pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia que conta

com mão de obra altamente qualificada. Os impactos

desse processo na inserção dos países na economia

global deram-se de forma hierarquizada e assimétrica.

Mesmo no grupo em que se engendrou a reestruturação

produtiva, houve difusão desigual da mudança de

paradigma tecnológico e organizacional. O peso da

assimetria projetou-se mais fortemente entre os países

mais desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento.

BARROS, F. A. F. Concentração técnico-científica: uma tendência

em expansão no mundo contemporâneo? Campinas: Inovação

Uniemp, v. 3, n.º 1, jan./fev. 2007 (adaptado).

Diante das transformações ocorridas, é reconhecido que

(A) a inovação tecnológica tem alcançado a cidade e o

campo, incorporando a agricultura, a indústria e os

serviços, com maior destaque nos países

desenvolvidos.

(B) os fluxos de informações, capitais, mercadorias e

pessoas têm desacelerado, obedecendo ao novo

modelo fundamentado em capacidade tecnológica.

(C) as novas tecnologias se difundem com equidade no

espaço geográfico e entre as populações que as

incorporam em seu dia a dia.

(D) os tecnopolos, em tempos de globalização, ocupam

os antigos centros de industrialização, concentrados

em alguns países emergentes.

(E) o crescimento econômico dos países em

desenvolvimento, decorrente da dispersão da

produção do conhecimento na esfera global,

equipara-se ao dos países desenvolvidos.

________________________________________________ *Anotações*

Page 25: Geografia 1

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.14. (FGV-SP)

Observe a foto de uma manifestação de dekasseguis no

Japão em janeiro de 2009.

www.oglobo.globo.com/fotos. Acesso em: 18/1/2009.

A partir da análise da foto, dos conhecimentos sobre a

migração brasileira e da atual economia japonesa,

assinale a alternativa que apresenta a legenda mais

adequada para a situação representada.

(A) Os imigrantes brasileiros, considerados essenciais

para a economia japonesa, desenvolvem atividades

especializadas e reivindicam melhores salários.

(B) A crise econômica no Japão tem gerado um

protecionismo em relação aos trabalhadores

brasileiros, que passaram a ter a preferência em

relação aos imigrantes de outros países asiáticos.

(C) A recessão econômica enfrentada pelo Japão tem

mudado o cenário para muitos dos milhares de

brasileiros, que passaram a enfrentar a situação de

desemprego.

(D) Depois de décadas de trabalho no Japão, os

brasileiros protestam porque não aceitam ser

substituídos por trabalhadores chineses, que

recebem salários mais baixos.

(E) No Japão, os imigrantes brasileiros desempenham

atividades bem remuneradas e, por isso, têm sido

substituídos por mão de obra asiática, mais barata.

________________________________________________

*Anotações*

.15. (ENEM-MEC)

Analise o quadro acerca da distribuição da miséria no

mundo, nos anos de 1987 a 1998.

MAPA DA MISÉRIA

População que vive com menos de US$ 1 por dia (em %)

Região 1987 1990 1993 1996 1998*

Extremo Oriente e

Pacífico

26,6

27,6

25,2

14,9

15,3

Europa e Ásia Central 0,2 1,6 4,0 5,1 5,1

América Latina e

Caribe

15,3

16,8

15,3

15,6

15,6

Oriente Médio e

Norte da África

4,3

2,4

1,9

1,8

1,9

Sul da Ásia 44,9 44,0 42,4 42,3 40,0

África Subsaariana 46,6 47,7 49,7 48,5 46,3

Mundo 28,3 29,0 28,1 24,5 24,0

* Preliminar

Fonte: Banco Mundial.

Gazeta Mercantil, 17/10/2001, p. A-6 (adaptado).

A leitura dos dados apresentados permite afirmar que, no

período considerado,

(A) no Sul da Ásia e na África Subsaariana está,

proporcionalmente, a maior concentração da

população miserável.

(B) registra-se um aumento generalizado da população

pobre e miserável.

(C) na África Subsaariana, o percentual de população

pobre foi crescente.

(D) em números absolutos a situação da Europa e da

Ásia Central é a melhor dentre todas as regiões

consideradas.

(E) o Oriente Médio e o Norte da África mantiveram o

mesmo percentual de população miserável.

________________________________________________

*Anotações*