Fármacos na psiquiatria.docx
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AntidepressivosInibidores da monoamino-oxidase: quase não são mais utilizados.
TricíclicosMecanismo de ação: bloqueio das bombas de recaptação de serotonina, noradrenalina e dopamina (em menor grau).
Efeitos colaterais:
�̶ Bloqueio de receptores colinérgicos muscarínicos (músculos lisos): constipação, boca seca, visão borrada, retenção urinária.
�̶ Bloqueio de receptores histamínicos H1: ganho de peso e sonolência.�̶ Bloqueio de receptores adrenérgicos alfa-1: tontura, hipotensão e sonolência.�̶ Bloqueio de canais de sódio no coração e cérebro: arritmias e convulsões.
Principais fármacos: clomipramina, imipramina, nortriptilina, amitriptilina, maproptilina.
Inibidores seletivos da recaptação de serotoninaMecanismo de ação: inibição seletiva e potente sobre a recaptação da serotonina.
Efeitos colaterais - bloqueio menos potente dos receptores alfa-1 adrenérgicos, H1 e muscarínicos. Não bloqueiam os canais de sódio.
Estímulo de todos os receptores de serotonina também causa efeitos colaterais:�̶ Receptor 2A e 2C do córtex límbico: agitação mental aguda. �̶ Receptor 2A no sistema extrapiramidal: alterações de movimento (impede a inibição da
serotonina sobre a dopamina).�̶ Receptor 2A no tronco cerebral (ao nível do centro do sono): movimentos musculares
rápidos durante o sono.�̶ Receptor 2A na medula espinhal: inibe reflexos medulares do orgasmo e da ejaculação.�̶ Receptor T3 no hipotálamo e tronco cerebral: náuseas e vômitos.�̶ Receptor T3 no trato gastrointestinal: aumento da motilidade intestinalcólicas e diarreia.
Principais fármacos: Citalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina e sertralina.
Inibidor da recaptação de noradrenalinaMecanismo de ação: inibe a recaptação de noradrenalina e dopamina (menor grau).
Vantagem: não parece estar associado à disfunção sexual por não ter componente serotoninérgico.
Fármaco: bupropiona.
Inibidor de recaptação de serotonina e noradrenalinaMecanismo de ação: inibe a recaptação de serotonina, noradrenalina e dopamina (menor grau).
Vantagens:
�̶ Sem bloqueio de receptores H1, alfa1 e colinérgico.�̶ Dependendo da dose, apresenta graus diferentes de inibição da recaptação da serotonina (maior
potência quando em doses baixas), noradrenalina (potência moderada quando em doses elevadas) e dopamina (menor potência quando em doses mais elevadas).
Fármaco: Venlafaxina.
AntipsicóticosSuas classes diferem no perfil de efeitos colaterais, mas não perfil terapêutico. São lipofílicos, ficando armazenados no tecido adiposo com facilidade; gerando liberação lenta da droga para a corrente sanguínea. Por isso, podem ser administrados mensalmente.
TípicosMecanismo de ação: bloqueio dos receptores dopaminérgicos D2 de todo o cérebro.
Vias dopaminérgicas:
�̶ Via mesolímbica: abrange a área tegumentar ventral e as áreas límbicas terminais, como o núcleo accumbens. Está ligada às alucinações, delírios e distúrbios do pensamento.
�̶ Via mesocortical: compõe a área tegumentar ventral e o sistema límbico. É associada aos sintomas negativos (hipoatividade dos sistemas neuronais).
�̶ Via nigroestriatal: envolve a substância negra e o estriado. É a parte do sistema extrapiramidal que controla os movimentos motores.
�̶ Via tuberoinfundibular: compõe o hipotálamo e a pituitária anterior. Os neurônios inibem a produção de prolactina.
Efeito terapêutico: o bloqueio dos receptores D2 na via mesolímbica diminui os sintomas positivos.
Efeitos colaterais:
�̶ Via mesocortical: provoca ou piora os sintomas negativos.�̶ Via nigroestriatal: distúrbios do movimento. Discinesia tardia pode ocorrer por up-regulation dos
receptores D2 a longo prazo.�̶ Via tuberoinfundibular: liberação de prolactina amenorreia, galactorreia e ginecomastia.�̶ Bloqueio de receptores colinérgicos muscarínicos: boca seca, constipação, retenção urinária e visão
turva.�̶ Bloqueio de receptores adrenérgicos alfa-1: sonolência e hipotensão ortostática.�̶ Bloqueio de receptores histamínicos H1: ganho de peso.
Principais fármacos: clorpromazina, haloperidol, primozide, tioridazina, trifluoperazina.
AtípicosMecanismo de ação: antagonistas de 5HT2A e D2.
Vantagens: a serotonina inibe a liberação de dopamina nas vias dopaminérgicas. Por isso, o bloqueio de seu receptor 5HT2 estimula a liberação de dopamina, o que diminui os efeitos colaterais. Como esse receptor se distribui de maneira heterogênea pelas áreas corticais, o efeito terapêutico não é afetado.
�̶ Via nigroestriatal: o bloqueio dos receptores 5HT2A aumenta a dopamina, efeito que compete com o bloqueio de seu receptor D2. Dessa maneira, há menos síndromes extrapiramidais.
�̶ Via mesocortical: especificamente nessa via, há mais receptores 5HT2A do que D2. O bloqueio desses receptores serotoninérgicos aumentam a dopamina na região, competindo com o bloqueio de D2 e melhorando os sintomas negativos.
�̶ Via mesolímbica: há mais receptores D2 nessa área, de modo que esse efeito predomina sobre o bloqueio de 5HT2. Há diminuição da dopamina e melhora dos sintomas positivos.
�̶ Via tuberoinfundibular: a inibição dos receptores 5HT2 dificulta a liberação de prolactina, melhorando os efeitos decorrentes da hiperprolactinemia.
Efeitos colaterais:
%̶ Bloqueio dos receptores H1e 5HT2: ganho de peso%̶ Dislipidemia%̶ Diabetes%̶ Aumento do risco cardiovascular (Clozapina e Olanzapina)%̶ Síndrome metabólica
Principais fármacos: clozapina, risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona.
Estabilizadores do humor
Tipos Lítio Anticonvulsivantes
�̶ Ácido valpróico�̶ Carbamazepina�̶ Oxcarbazepina
�̶ Lamotrigina�̶ Topiramato�̶ Gabapentina
�̶ Zonisamida�̶ Levetiracetam�̶ Tiagabina
Antipsicóticos�̶ Clássicos (haloperidol)�̶ Atípicos (clozapina, risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona).
LítioEfeito tanto na mania quanto na depressão, sendo eficaz também em hipomanias. É o único estabilizador de humor com ação comprovada contra o suicídio.
Menos eficaz em estados mistos e na profilaxia de ciclagem rápida.
Toxicidade: requer monitorização periódica da litemia, função renal e tireoidiana.
Indicações: mania aguda, depressão bipolar, profilaxia no transtorno bipolar e unipolar e potencialização de antidepressivos.
Antes de iniciar:
�̶ Hemograma, eletrólitos e glicemia�̶ Função renal e tireoidiana�̶ Eletrocardiograma�̶ Teste de gravidez
Seguimento:
�̶ Função renal e tireoidiana a cada 6 meses. �̶ Litemia semanal até o ajuste da dose,
mensal (3 meses), trimestral (6 meses) e depois semestral.
Efeitos colaterais:
�̶ Tremor�̶ Poliúria (diabetes insípido
nefrogênico)�̶ Polidipsia
�̶ Náusea�̶ Diarreia�̶ Rash cutâneo�̶ Ganho de peso
�̶ Longo prazo: alterações tireoidianas e renais
�̶ Risco de intoxicação�̶ Riscos teratogênicos
BenzodiazepínicosMecanismo de ação: aumentam a sensibilidade do receptor GABA-A.
Subtipos de receptores
�̶ Subtipo ômega 1 (cérebro): alta afinidade pelos benzodiazepínicos ação ansiolítica.�̶ Subtipo ômega 2 (estriado e medula espinhal) relaxante muscular�̶ Subtipo ômega 3 (periférico) ação ansiolítica (mecanismos desconhecidos).
Efeitos terapêuticos:
�̶ Ansiolítico: sistema límbico�̶ Hipnótico: formação reticular e sistema límbico ciclo sono-vigília. Diminui a latência do sono e
aumenta sua duração.�̶ Anticonvulsivante: ação nos receptores GABA.�̶ Relaxante muscular: ação depressora sobre os reflexos supraespinais descontração da musculatura
esquelética.�̶ Coadjuvante anestésico.�̶ Efeitos cognitivos: interferem com a velocidade de desempenho em tarefas de repetição, aprendizado
e memória.
Efeitos colaterais:
�̶ Reflexos e atenção�̶ Dependência física e síndrome de abstinência�̶ Dependência psicológica�̶ Abuso e tolerância�̶ Potencialização de sedação ou ressaca associada ao álcool�̶ Depressão respiratória�̶ Ataxia�̶ Deficiência de memória�̶ Efeito paradoxal
Principais fármacos: diazepam, bromazepam, alprazolam, clonazepam, cloxazolam. Diferem nas atuações mais ou menos específicas como ansiolíticos, hipnóticos, anticonvulsivantes, relaxantes musculares e coadjuvantes anestésicos.