ESTUDO DO POTENCIAL DE INOVAÇÃO PME_Algarve... · 2019-10-16 · inovação, a saber, Inovação...
Transcript of ESTUDO DO POTENCIAL DE INOVAÇÃO PME_Algarve... · 2019-10-16 · inovação, a saber, Inovação...
ESTUDO DO POTENCIAL
DE
INOVAÇÃO
DAS PME DO ALGARVE
BIALG – BARÓMETRO DE INOVAÇÃO DO ALGARVE
MARÇO DE 2018
ii
FICHA TÉCNICA
Título: Estudo do Potencial de Inovação das PME do Algarve
Ano: 2018
Autoria: NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve e AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve
Equipa Técnica: Ana Rita Cruz, João Amaro, Sandra Godinho
Referência para Citação: NERA e AMAL (2018). Estudo do Potencial de Inovação das PME do Algarve, Faro: NERA e AMAL.
As opiniões expressas no conteúdo deste documento são da exclusiva responsabilidade da equipa técnica que o elaborou e não refletem, necessariamente, as posições das entidades promotoras do projeto BIALG – Barómetro de Inovação do Algarve.
Este documento foi submetido ao software “Lince – Conversor para a Nova Ortografia”, disponibilizado pelo ILTEC – Instituto de Linguística Teórica e Computacional, para obedecer à ortografia obrigatória (Resolução do Conselho de Ministros N.º 8/2011) estabelecida pelo Acordo Ortográfico de 1990 (Resolução da Assembleia da República N.º 26/91).
Reprodução autorizada, com indicação da fonte, exceto para fins comerciais.
iii
CONTEÚDOS
Índice de Figuras ................................................................................................ iv
Índice de Tabelas ............................................................................................... vi
1. Introdução ...................................................................................................... 7
2. Enquadramento ............................................................................................ 10
2.1. A Especialização Inteligente: Uma Nova Abordagem Para as Estratégias
de Inovação nas Regiões Europeias ............................................................ 10
2.2. A Estratégia Regional de Inovação do Algarve ...................................... 13
2.3. Dinâmicas Económicas e de Inovação na Região do Algarve ............... 18
3. Metodologia .................................................................................................. 27
3.1. Caracterização da Amostra de Empresas ............................................. 28
3.2. Auscultação de Opinion Leaders ........................................................... 37
4. Desempenho Inovador das PME do Algarve ................................................ 40
4.1. Perfil Interno para a Inovação Componente 1 ....................................... 44
4.2. Relação com o Meio Envolvente Para a Inovação Componente 2 ........ 48
4.3. Desenvolvimento de Atividades De Inovação Componente 3 ............... 51
4.4. Resultados de Inovação na Empresa, no Setor e no Mercado .............. 55
4.5. Análise posicionamento Empresas Algarvias Barómetro de Inovação .. 60
5. Fatores que Facilitam e Dificultam os Processos de Inovação das PME do
Algarve ............................................................................................................. 64
6. Análise crítica dos aspetos determinantes para a Inovação das PME do
Algarve ............................................................................................................. 71
7. Conclusões e Recomendações .................................................................... 76
Referências Bibliográficas ................................................................................ 81
Anexos ............................................................................................................. 83
Anexo A. Lista de Abreviaturas ..................................................................... 84
Anexo B. Questionário Quantitativo Realizado às Empresas do Algarve ..... 85
Anexo C. Questionário Qualitativo Realizados a Opinion Leaders ............... 90
Anexo D. Dados de Apoio à Caracterização da Amostra de Empresas ....... 92
Anexo E. Dados de Apoio ao Ponto 4. Desempenho Inovador das PME do
Algarve .......................................................................................................... 93
iv
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Evolução do PIB a Preços Correntes, 2000-2015 (UE=100) ............ 19
Figura 2. Evolução da Taxa de Desemprego, 2002-2016 ................................ 20
Figura 3. Desempenho Inovador das Regiões Europeias (2017) ..................... 21
Figura 4. Evolução do Desempenho Inovador, 2009-2017 (UE 2011=100) ..... 22
Figura 5. Desempenho em Educação e Produção de Conhecimento (2017) .. 23
Figura 6. Desempenho em Geração de Inovação (2017) ................................ 24
Figura 7. Desempenho em Impactos da Inovação (2017) ................................ 25
Figura 8. Empresas Participantes por Setor de Atividade RIS3 ....................... 29
Figura 9. Mapa das Empresas Participantes por Concelho ............................. 29
Figura 10. Empresas Participantes do Setor do Turismo por Concelho ........... 31
Figura 11. Empresas Participantes do Setor do Mar por Concelho .................. 32
Figura 12. Empresas Participantes do Setor TIC e Indústrias Culturais e
Criativas por Concelho ..................................................................................... 33
Figura 13. Empresas Participantes do Setor das Energias Renováveis por
Concelho .......................................................................................................... 34
Figura 14. Empresas Participantes do Setor da Saúde, Bem-Estar e Ciências
da Vida por Concelho ....................................................................................... 35
Figura 15. Empresas Participantes do Setor Agroalimentar por Concelho ...... 36
Figura 16. Modelo de Abordagem conceptual .................................................. 43
Figura 17. Desempenho Ambiente e Cultura Organizacional para a Inovação
por Setor – Médias ........................................................................................... 45
Figura 18. Desempenho Recursos Humanos, Físicos, Tecnológicos e
Financeiros por Setor – Médias ........................................................................ 46
Figura 19. Desempenho Competências para a Inovação por Setor – Médias . 47
v
Figura 20. Desempenho Relação com o Sistema Científico Tecnológico (SCT)
e Agentes de Inovação por Setor – Médias ..................................................... 48
Figura 21. Desempenho Relação com o Meio Envolvente Próximo (Clientes,
Fornecedores e Consultores) por Setor – Médias ............................................ 49
Figura 22. Desempenho Sistema Financeiro e de Financiamento para a
Inovação por Setor – Médias ............................................................................ 50
Figura 23. Desempenho Desenvolvimento de Atividades de Inovação por Setor
– Médias ........................................................................................................... 52
Figura 24. Desempenho Fontes de Inovação e Informação por Setor – Médias
......................................................................................................................... 53
Figura 25. Desempenho Patentes e Métodos de Proteção por Setor - Médias 54
Figura 26. Desempenho Resultado da Atividade de Inovação por Setor -
Médias .............................................................................................................. 56
Figura 27. Desempenho Resultados Económicos e Financeiros por Setor -
Médias .............................................................................................................. 58
Figura 28. Desempenho Resultados de Mercado e Sociedade por Setor -
Médias .............................................................................................................. 59
Figura 29. Modelo de Abordagem conceptual .................................................. 62
Figura 30. Resumo do Desempenho em cada Componente por Setor ............ 63
Figura 31. Fatores Determinantes para o Desenvolvimento de Atividades de
Inovação ........................................................................................................... 72
Figura 32. Fatores Determinantes para os Resultados das Atividades de
Inovação ........................................................................................................... 74
vi
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Tipos de Abordagens na Política Regional ....................................... 11
Tabela 2. Domínios da Estratégia de Especialização Inteligente do Algarve ... 16
Tabela 3. Resumo das Técnicas de Análise Usadas ....................................... 28
Tabela 4. Opinion Leaders Auscultados ........................................................... 38
Tabela 5. Fatores da Envolvente Externa Determinantes para a Prossecução
de Atividades de Inovação ............................................................................... 67
Tabela 6. Fatores da Envolvente Interna Determinantes para a Prossecução de
Atividades de Inovação .................................................................................... 69
Tabela 7. Oportunidades e Ameaças Conjunturais ao Estímulo à Inovação das
PME do Algarve ............................................................................................... 80
7
1. INTRODUÇÃO
A criação de emprego e introdução de mudanças estruturais que
potenciem a incorporação de valor nas cadeias produtivas, assentes nos
recursos endógenos de cada território, estão entre as principais prioridades da
União Europeia. A Inovação surge, no rescaldo de uma grave crise económica
que ditou a estagnação da economia do espaço económico europeu, como um
pilar transversal nos programas operacionais comunitários, mais precisamente,
no caso nacional, no Portugal 2020. No entanto, apesar de ser consensual que
a existência de um tecido empresarial inovador, cujo crescimento se alicerça
em dinâmicas de inovação, é vital para impor dinamismo e competitividade ao
mercado, promovendo o crescimento socioeconómico de todos os estados
membros, é igualmente reconhecido um profundo desconhecimento quanto às
práticas de inovação atualmente presentes nos diferentes setores de mercado.
O Barómetro para a Inovação das PME do Algarve – BIALG, desenvolvido
pelo NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve e pela AMAL –
Comunidade Intermunicipal do Algarve, no âmbito do Projeto INOVA ALGARVE
2020 - Programa de Estímulo ao Desenvolvimento de Atividades de Inovação
nas PME do Algarve, surge neste contexto com o grande objetivo de
POSSIBILITAR ÀS PME DA REGIÃO DO ALGARVE AVALIAR O SEU POTENCIAL
8
DE INOVAÇÃO E CAPACITÁ-LAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS
INOVADORES.
Acreditamos ainda que, para além desta possibilidade de autoavaliação
do nível de desempenho das PME nos seus processos de inovação, o BIALG
poderá ter um impacto mais profundo na estratégia regional. Este primeiro
barómetro das dinâmicas de inovação, a ser implementado na região do
Algarve, permite a um nível mais macro, diagnosticar a quota atual de inovação
em cada setor do mercado regional, apontar boas práticas, identificar eventuais
necessidades de intervenção e, em última instância, poderá suportar o
desenho ou o ajuste de políticas e estratégias concertadas de governança
regional.
Durante o processo de desenvolvimento e de implementação da atual
ferramenta BIALG, as questões conceptuais foram indubitavelmente um dos
nossos maiores desafios. Dado que gravitam no panorama científico diversas
definições concorrentes para definir inovação empresarial, optámos por adotar
uma definição abrangente, onde se integram quatro tipologias fundamentais de
inovação, a saber, Inovação de Produto, Inovação de Processos, Inovação de
Marketing, e Inovação Organizacional (Schumpeter, 1934). Estamos
interessados em compreender porque inovam as empresas sediadas na região
do Algarve, uma vez que a inovação empresarial integra um conjunto alargado
de atividades que possibilitam integrar novas ideias no mercado, sejam elas
consubstanciadas em produtos, processos ou outras atividades. Acreditamos
que é importante compreender também a forma como as empresas
implementam internamente as dinâmicas de inovação e perscrutar métodos
para medir essa inovação ou, melhor dizendo, essas diferentes formas de
inovação.
Convictos de que a incorporação de valor na cadeia produtiva regional
apenas poderá ser feita com base no desenvolvimento de atividades
inovadoras e de que estas atividades encontram terreno fértil num contexto de
forte ligação das PME às Associações Empresariais, aos Municípios e aos
Estabelecimentos do Ensino Superior, reitero o nosso interesse em contribuir
9
para uma crescente “centralidade” das empresas algarvias. Fazemos votos de
que este barómetro e dos dados que aqui se apresentam, se constituam como
uma ferramenta útil para enfrentarmos os grandes desafios com os quais a
nossa Região se depara. A Inovação não é verdadeiramente uma escolha, é
uma inevitabilidade. Porque o nosso caminho nunca termina, precisamos
construí-lo continuamente!
Vítor Neto – Presidente NERA
10
2. ENQUADRAMENTO
2.1. A ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE: UMA NOVA ABORDAGEM PARA AS
ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO NAS REGIÕES EUROPEIAS
Recentemente, a
Especialização Inteligente (Smart
Specialization) foi adotada na UE
como uma nova abordagem, para o
período de financiamento 2014-
2020, ao desenvolvimento regional e
ao planeamento regional estratégico
da inovação. Este modelo envolveu
a definição de Estratégias de
Especialização Inteligentes por cada
estado-membro, a nível nacional
(Estratégia Nacional de
Especialização Inteligente – ENEI) e
a nível regional (Estratégias
Regionais de Especialização
Inteligente – EREI).
É importante, quando se
aborda a especialização inteligente,
distinguir o conceito académico da
estratégia enquanto instrumento de
implementação, que é definida
nacional e regionalmente. O conceito
académico de especialização
inteligente refere-se à estrutura
socioeconómica de uma região que
alcançou uma seleção de domínios
científicos, tecnológicos e de
inovação, através dos quais se
consegue destacar das outras
regiões. Esses domínios são
aqueles considerados estratégicos
para o
11
desenvolvimento, catalisadores da
mudança estrutural na região,
estando enraizados territorialmente,
mas também inseridos em cadeias
de valor globais. Combinam,
simultaneamente, a base de
conhecimento local com as
oportunidades de mercado, sendo as
dinâmicas de transferência e
valorização de
conhecimento consideradas
essenciais à especialização
inteligente (Pinto, Nogueira,
Carrozza, & D’Emery, 2018).
Em termos estratégicos, a
especialização inteligente diferencia-
se das abordagens “tradicionais” em
termos do objetivo para o qual são
mobilizadas, da unidade territorial de
intervenção, do tipo de estratégia
adotada, dos instrumentos de
implementação usados e dos atores
envolvidos antes, durante e após a
implementação (Tabela 1).
Tabela 1. Tipos de Abordagens na Política Regional
Dimensão Abordagem “Tradicional” Abordagem da RIS3
Objetivo Compensar temporariamente as desvantagens da localização das
regiões em desenvolvimento
Aproveitar o potencial subutilizado em todas as regiões para melhorar o
desenvolvimento em todas as regiões
Unidade de Intervenção
Unidades administrativas Áreas económicas funcionais
Estratégias Perspetiva setorial Projetos integrados de
desenvolvimento
Instrumentos Subsídios e apoios estatais
Combinação de apoios ao capital “hard” (infraestruturas) e capital “soft” (apoio
empresarial, disponibilidade de crédito, sistemas de rede)
Atores Governo central
Governança multinível (diferentes níveis de governo local, regional e
nacional trabalhando em parceria com empresas, universidades e sociedade
civil)
Fonte: Adaptado de McCann & Ortega-Argilés (2016, p. 286)
A especialização inteligente
pode, eventualmente, ser alcançada
por “geração espontânea”, embora
esta possibilidade seja improvável e
pouco eficaz. Preparar e implementar
uma estratégia de especialização
inteligente (RIS3) é provavelmente
mais eficaz. Para favorecer a
especialização inteligente, uma RIS3
deve ser assumida como
12
um processo de planeamento
contínuo e inacabado para orientar a
região para uma mudança estrutural
desejável. Mesmo que esse
pressuposto esteja já presente na
lógica RIS3, na prática muitas
regiões (europeias) continuam a
adotar uma perspetiva "tradicional”-
como um documento de planeamento
estático, que é desenvolvido num
determinado momento no tempo e
fechado, concedendo o cumprimento
de uma condicionalidade ex-ante e
facilitando a seleção de projetos em
eixos temáticos a serem apoiados
por fundos públicos. A formulação e
implementação de uma RIS3 precisa
de um processo aprofundado,
contínuo e dinâmico de geração de
evidências para auxiliar na reflexão
sobre o desenho das políticas, sendo
fundamental preparar estudos e
eventos para a descoberta
empreendedora durante o processo
(Pinto et al., 2018).
Neste sentido, a especialização
inteligente, enquanto processo,
assenta em cinco princípios (Foray &
Goenaga, 2013):
1) Granularidade – as
prioridades não devem ser
identificadas a um nível macro nem
micro, mas sim através da adoção de
uma lógica granular na qual são
privilegiadas atividades (i) que
envolvam grupos de empresas e
outros parceiros; (ii) cujo objetivo é
explorar um novo domínio de
oportunidades; (iii) que possuam
capacidade de induzir mudanças
estruturais nas economias regionais.
2) Descoberta
Empreendedora – as estratégias de
especialização inteligente têm como
um dos seus principais elementos
diferenciadores o facto dos
processos de descoberta
empreendedora (PDE) serem
internalizados na definição e
implementação das próprias
estratégias. A descoberta
empreendedora remete para a
identificação de novos domínios de
atividade económica ancorados nas
capacidades existentes no território
em termos de conhecimento, de I&D
e de inovação. A descoberta
empreendedora parte do pressuposto
que os decisores políticos não
possuem todos os elementos e
informação necessária para
estruturar uma estratégia eficaz.
Deste modo, é fundamental envolver
um leque alargado de atores
estratégicos (empresas inovadoras,
líderes de investigação, instituições
de ensino superior, inventores,
13
empresários, entre outros) para,
através de abordagens participativas,
sugerirem os caminhos que a região
deve seguir de modo a promover
uma mudança estrutural da economia
que favoreça uma especialização
inteligente.
3) Caducidade das
Prioridades Emergentes – a
especialização inteligente implica
uma diversificação estratégica e
especializada. Ou seja, ao mesmo
tempo que as prioridades
emergentes, e as atividades
relacionadas beneficiarão de apoio, é
esperado que num período de três ou
quatro anos outras descobertas
sejam feitas noutros setores do
sistema regional e que estas passem
a ser alvo do apoio previsto. Havendo
assim uma renovação das
prioridades emergentes para
beneficiar sempre novas atividades e
não induzir ou favorecer processos
de dependência setorial.
4) Inclusão – A
especialização inteligente é inclusiva,
dando a cada setor a oportunidade
de estar presente na estratégia. A
inclusão implica respeitar os
diferentes ritmos de
desenvolvimento, pois identificar e
priorizar bons projetos em setores
menos dinâmicos da economia será
mais difícil e mais dispendioso do
que nos setores mais dinâmicos.
5) Natureza Experimental
e Avaliação – dada a natureza
experimental deste tipo de estratégia
(como vimos acima, baseada na
lógica do PDE) existe uma
necessidade clara de avaliação que
defina critérios de sucesso e de
insucesso, para garantir que o apoio
a determinadas atividades não seja
interrompido demasiado cedo, nem
seja desperdiçado em projetos
inviáveis.
2.2. A ESTRATÉGIA REGIONAL DE INOVAÇÃO DO ALGARVE
O processo de definição das
Estratégias Regionais de
Especialização Inteligente (EREIs) é
sempre subsequente à definição da
14
Estratégia Nacional de
Especialização Inteligente (ENEI). As
EREIs obedecem assim aos objetivos
estruturantes que são propostos na
ENEI. Estes objetivos estruturantes
possuem um caráter genérico, de
modo a não condicionar, mas sim a
balizar aquilo que é posteriormente
proposto regionalmente, para que se
encontre um objetivo comum a nível
nacional. A ENEI portuguesa define
cinco objetivos estruturantes (IAPMEI
& FCT, 2014):
Promover o potencial da
base de conhecimentos científicos
e tecnológicos;
Fomentar a cooperação
entre as instituições de I&D
públicas e privadas e entre
empresas, com o reforço da
política de aglomeração e a
promoção da transferência e
circulação do conhecimento, para
melhoria do nível de intensidade
tecnológica e de conhecimento
dos bens e serviços produzidos;
Apostar em bens e
serviços transacionáveis e com
valor acrescentado, a
internacionalização das empresas
e a diversificação de mercados;
Fomentar o
empreendedorismo, promovendo a
criação do emprego e a
qualificação de recursos
humanos;
Transitar para uma
economia de baixo teor de
carbono.
A partir destes objetivos as
regiões portuguesas iniciaram o
processo de construção das suas
EREIs.
O processo de desenvolvimento
da RIS3 do Algarve foi iniciado no
final de 2012, no contexto de
preparação da estratégia de
desenvolvimento da região e da
definição do Programa Operacional
Regional para o período 2014-2020
(CCDR Algarve, 2014b). Uma equipa
envolvendo elementos da CCDR
Algarve e da Universidade do Algarve
começou a colaborar para recolher a
base de evidência e começar a
estruturar um documento de
referência para a RIS3 Algarve,
incluindo sugestões para um modelo
de governança a adotar
regionalmente.
Deste período inicial importa
destacar, pela sua relevância no
desenrolar do processo, a sessão
que se realizou em julho de 2013,
organizada pela CCDR Algarve em
colaboração com a S3 - Plataforma
15
para a Especialização Inteligente da
Comissão Europeia, subordinada ao
tema do turismo (“Tourism as a RIS3
Priority”)1.
Em 2013, o Algarve recebeu
ainda o apoio de Philip Cooke, perito
internacional contratado pela
Comissão Europeia, para auxiliar o
processo regional de construção da
RIS3. As principais conclusões deste
perito nas suas tarefas de
acompanhamento da definição da
RIS3 do Algarve estão contidas em
vários artigos (cf. Cooke, 2016).
O envolvimento dos atores
regionais na definição de prioridades
estratégicas do Plano de Ação
Regional foi alcançado com a
realização de diversos eventos
participativos para estimular a
descoberta empreendedora. Destes
eventos surgiu uma versão
estabilizada da RIS3 ALGARVE
organizada em seis domínios (Tabela
2).
1 Para mais informação consulte: Tourism as a
RIS3 Priority
16
Tabela 2. Domínios da Estratégia de Especialização Inteligente do Algarve
Domínio Linhas de Ação Prioridades
Tu
rism
o
Qualificação e diferenciação dos produtos consolidados (sol e mar, golfe, residencial)
Diversificação e aposta em produtos complementares e em desenvolvimento (Gastronomia e vinhos, Touring/ cultura/ património, Turismo de saúde, negócios, natureza, náutico, desportivo, Sénior/Acessível e Auto Caravanismo)
Articulação da inovação ao nível do turismo (novos produtos e melhoria de processos) com as atividades de investigação e desenvolvimento de domínios científicos e tecnológicos como os do mar, agroalimentar, energia, TIC e saúde
Produtos complementares e em desenvolvimento
Produtos locais diferenciados
Animação Turística (assente em produtos locais)
Eventos internacionais com capacidade de atenuar a sazonalidade
Património natural e
culturalServiços e infraestruturas
coletivas (com destaque para os associados à inovação e à internacionalização)
Mar
Diferenciação e aposta em segmentos de alto valor acrescentado
Fomentar a I&D no domínio das Ciências do Mar, visando a criação de conhecimento, bem como a sua valorização nas atividades da economia do mar e uma melhor gestão dos recursos naturais associados ao mar
Turismo náuticoTurismo sol/mar
(criação de produtos diferenciados)
Biotecnologia azul ou marinha
Salicultura
Ag
roalim
en
tar,
Ag
rotr
an
sfo
rmação
,
Flo
resta
e B
iolo
gia
Verd
e
Continuidade e intensificação da modernização organizacional e tecnológica das produções em escala (citrinos, frutos vermelhos), com um maior controle a jusante, sobre a distribuição e comercialização
Valorização económica, através da tecnologia e de novos usos, de produções vegetais em que o Algarve apresenta qualidade (p. ex., cortiça) ou exclusividade (alfarroba)
Cruzar o agroalimentar e a floresta com oportunidades geradas pela procura turística (produtos “gourmet”, turismo de natureza, rural e industrial na Serra Algarvia
Turismo rural e de natureza
Turismo “gastronomia e vinhos”
Biotecnologia Verde
Indústria agroalimentar e Agrotransformação
17
TIC
e In
dú
str
ias C
ult
ura
is e
Cri
ati
va
s Reforçar as competências em TIC (por ex.
através de mais organização e mais recursos na interface universidade/ indústria)
Potenciar um cluster de TIC, desenvolvendo e alargando a base empresarial, apoiando o investimento empresarial e promovendo a articulação com a procura de proximidade gerada por todas as restantes prioridades temáticas
Dar mais ênfase à promoção de atividades culturais e criativas, para além do seu cruzamento com as TIC, robustecendo a oferta cultural e promovendo atividades empresariais no domínio da criatividade e dos serviços culturais
Aplicações e serviços baseados em TIC Tecnologias da produção baseadas em TIC
Aplicações e equipamentos para Smart cities e Cidades Analíticas
Indústrias criativas e multimédia
Produção de conteúdos culturais e projetos virtuais na área cultural
En
erg
ias
Ren
ováv
eis
Fomento de I&D na área da energia, visando a criação de conhecimento
Aprofundamento de competências nas energias renováveis, bem como a transferência de tecnologia para o tecido económico
Atividades de ensaio de soluções inovadoras para desenvolvimento de conceito
Apostas inovadoras no domínio da eficiência energética
Saú
de,
Bem
-Esta
r e C
iên
cia
s d
a
Vid
a
Prioridade centrada no Turismo de Saúde e Bem-estar, articulado com o reforço do sistema de saúde, privado e público, que contribua para uma região vista como destino seguro quer em termos turísticos quer em termos de cuidados de saúde
Cruzamento das tecnologias da saúde com as TIC visando responder aos desafios societais relacionados com a saúde, ao envelhecimento ativo e a monitorização, vigilância e assistência a distância.
Fomento de I&D na área da Saúde, Bem-Estar e Ciências da Vida, com focos nos subdomínios mais diretamente associados aos setores de aplicação a privilegiar
Turismo de saúde e bem-estar
Turismo sénior e vida ativa
Desporto de alto rendimento
Serviços de saúde, de cuidados continuados e de monitorização de doentes crónicos
Serviços e infraestruturas coletivas (com destaque para os associados à inovação e à internacionalização)
Outras atividades que se enquadrem na prioridade temática
Fonte: Adaptado de CCDR Algarve (2014)
Mais recentemente, a RIS3
Algarve tem vindo a ser
implementada em alinhamento com
as possibilidades de financiamento
disponibilizadas através de
diferentes programas operacionais,
em particular do programa
operacional regional.
Estão em marcha os diferentes
órgãos de governação da RIS3
Algarve, incluindo o Conselho de
Inovação Regional. Estão
igualmente a ser desenvolvidas as
Comunidades de Inovação, que vão
constituir-se como grupos temáticos
para a definição e acompanhamento
de processos de descoberta
18
empreendedora nas prioridades
estratégicas definidas na RIS3
Algarve.
2.3. DINÂMICAS ECONÓMICAS E DE INOVAÇÃO NA REGIÃO DO ALGARVE
É por demais conhecida a
especialização económica na região
do Algarve. Desde a década de 60 do
século XX, o Algarve possui uma
economia maioritariamente baseada
no setor terciário, cuja atividade
principal é o turismo, bem como as
suas atividades de suporte. Esta
situação tem contribuído para um
desempenho económico muito
satisfatório quando medido pelo
produto interno bruto (PIB), tal como
a Figura 1 demonstra.
Apesar de esta ser uma região
marcada por várias debilidades
demográficas, sendo a região
portuguesa com menos população
residente, e por uma posição
geográfica periférica no contexto
português, a atividade turística
influenciou de forma determinante a
capacidade de produção de riqueza
do Algarve, que entre os anos 2000 e
2009, como se observa na figura,
teve sempre um desempenho
económico, medido pelo PIB, acima
da média portuguesa. Entre os anos
2010 e 2013, período associado à
crise mundial financeira que abalou
seriamente as condições
socioeconómicas a nível nacional e
regional, esta tendência teve uma
quebra. Não obstante, desde 2014, o
Algarve retomou a tendência de
superar a produção de riqueza
relativamente à média nacional,
impulsionado, uma vez mais, pela
atividade turística, que registou neste
período recordes em termos de taxas
de ocupação e de número de
visitantes.
19
Figura 1. Evolução do PIB a Preços Correntes, 2000-2015 (UE=100)
Fonte: Elaboração própria com dados de Eurostat [nama_10r_2gdp]
O emprego no Algarve está
fortemente associado ao setor do
turismo e às características de mão
de obra procuradas pelas empresas
do setor, normalmente
caracterizando-se por uma mão de
obra relativamente desqualificada,
muito dependente de variações
sazonais do emprego disponível. A
evolução, no que se refere ao
desemprego, revela que o Algarve
tem acompanhado a tendência anual
nacional ao longo dos últimos
(Figura 2), tendo a taxa de
desemprego atingido um pico de
17,9% no Algarve, em 2012, durante
o período da crise financeira.
Embora esta crise tenha tido impacto
também a nível europeu, a figura
permite igualmente observar que no
caso de Portugal e no caso da
região do Algarve, o pico da crise
teve um impacto muito mais
significativo. O Algarve tem sido uma
região com valores de desemprego
relativamente mais baixos do que a
média nacional, no entanto os
efeitos da crise fizeram-se sentir de
forma mais acentuada nesta região,
assim como a recuperação em
termos de emprego foi mais
acelerada, estando em 2016 em
valores já inferiores à média
nacional.
20
Figura 2. Evolução da Taxa de Desemprego, 2002-2016
Fonte: Elaboração própria com dados de Eurostat [lfst_r_lfu3rt]
O mapa representado na Figura
3 apresenta o desempenho inovador
das regiões europeias no ano 2017
(baseado no Regional Innovation
Index – RII), com recurso a uma
escala de gradação de cores
organizadas segundo uma tipologia
de quatro perfis regionais: os líderes
inovadores (53 regiões, com um
desempenho inovador 20% acima da
média da UE), os inovadores
robustos (60 regiões, com um
desempenho inovador entre 90% e
120% da média da UE), os
inovadores moderados (85 regiões,
com um desempenho inovador entre
50% e 90% da média da UE) e os
inovadores frágeis (22 regiões, com
um desempenho inovador 50%
abaixo da média da UE). Países do
Norte da Europa (como a Suécia, a
Finlândia e a Dinamarca) a par com o
Reino Unido, a Holanda e a Suíça
são aqueles que agrupam mais
regiões que se encontram no grupo
dos líderes inovadores, possuindo os
melhores desempenhos inovadores
da Europa. Do lado dos inovadores
robustos estão maioritariamente
regiões pertencentes a países como
a Noruega, a Alemanha, a França, a
Bélgica, o Luxemburgo, a Áustria e a
Irlanda. Os inovadores moderados
são maioritariamente representados
por regiões localizadas nos países do
sul da Europa, como Portugal,
Espanha, Itália, Grécia, Chipre e
Malta. Os países do leste da Europa
são aqueles que apresentam um
desempenho inovador mais
21
deficitário, localizando-se, segundo a
tipologia adotada, nos inovadores
frágeis (é o caso de países como a
Bulgária, e a Roménia).
A região do Algarve, estando
situada no contexto Português,
apresenta igualmente um perfil
regional de inovador moderado. No
entanto, é a região portuguesa que
dentro dos inovadores moderados
apresenta um desempenho inovador
mais pobre (53,5% da média da UE).
Figura 3. Desempenho Inovador das Regiões Europeias (2017)
Fonte: Regional Innovation Scoreboard, 2017
2
2 Disponível em: http://ec.europa.eu/growth/industry/innovation/facts-figures/regional
22
A evolução do desempenho
inovador comparativa do caso do
Algarve com o caso português e o
caso europeu (Figura 4), evidencia
que a região não só se situa abaixo
da média europeia como também se
situa abaixo da média portuguesa,
embora, relativamente a esta última,
com um distanciamento menos
pronunciado. Durante o período
2015-2017 foi quando a região
registou uma descida mais
acentuada neste indicador, tendo
sido também verificada no caso
português uma tendência de descida,
ao contrário do que aconteceu no
caso europeu, onde a tendência foi
de ligeira subida. Entre o ano 2011 e
2017 a taxa de variação do
desempenho inovador do Algarve foi
de -15,2%.
Figura 4. Evolução do Desempenho Inovador, 2009-2017 (UE 2011=100)
Fonte: Elaboração própria com dados de Regional Innovation Scoreboard, 2017
A Figura 5, a Figura 6 e a
Figura 7 apresentam alguns dos
indicadores que compõem o
Regional Innovation Index (RII) e
que permitem verificar em detalhe o
desempenho da região do Algarve
em indicadores temáticos
específicos.
No caso da educação e da
produção de conhecimento,
representado pela Figura 5, verifica-
se que o Algarve se situa abaixo da
média europeia e portuguesa nos
três indicadores analisados: níveis
de população com educação
terciária (ensino superior), despesa
23
privada em investigação e
desenvolvimento e despesa privada
em investigação e desenvolvimento.
É no indicador de despesa pública
em investigação e desenvolvimento
que se verifica uma maior
aproximação à média portuguesa e
europeia.
Figura 5. Desempenho em Educação e Produção de Conhecimento (2017)
Fonte: Elaboração própria com dados de Regional Innovation Scoreboard, 2017
A Figura 6 representa um
conjunto de quatro indicadores que
compõem a geração de inovação:
inovadores de produto ou processo,
pedidos de patentes no European
Patent Office, as pequenas e médias
empresas com colaboração com
terceiros e as pequenas e médias
empresas com inovação intramuros.
É no caso do primeiro indicador,
inovadores de produto ou processo,
que o Algarve quase iguala a média
europeia. Relativamente ao caso
português mantém-se abaixo da
média, apenas porque Portugal
revela um desempenho superior à
média europeia, tanto neste
indicador como no caso das
pequenas e médias empresas com
inovação intramuros, ou seja, com
atividades de investigação e
desenvolvimento realizadas dentro
das empresas.
Do lado oposto, é no indicador
das pequenas e médias empresas
inovadoras com colaboração com
24
terceiros que a região do Algarve
mais se afasta das médias
portuguesa e europeia, revelando
um desempenho mais frágil. O que
evidencia alguma dificuldade de
colaboração das pequenas e médias
empresas da região com outras
entidades (públicas ou privadas).
Figura 6. Desempenho em Geração de Inovação (2017)
Fonte: Elaboração própria com dados de Regional Innovation Scoreboard, 2017
Figura 7Finalmente a Figura 7
representa o desempenho ao nível
da inovação também em termos
comparativos para os casos europeu,
português e algarvio, centrando-se
em três indicadores distintos:
emprego da indústria de média-alta
tecnologia e serviços intensivos em
conhecimento, venda de inovação
para a empresa ou para o mercado e
exportação da indústria de média-alta
tecnologia.
Quer Portugal, quer o Algarve
possuem nos três indicadores um
desempenho inferior à média da UE,
sendo na exportação da indústria de
média-alta tecnologia que esta
diferença é mais acentuada no caso
português e nas vendas de inovação
para a empresa ou para o mercado
no caso do Algarve. No indicador
emprego da indústria de média-alta
25
tecnologia e serviços intensivos em
conhecimento a região do Algarve
tem desempenho equivalente à
média nacional.
Esta situação revela que o
Algarve, em termos dos impactos da
inovação, é ainda uma região que
apresenta algumas fragilidades, em
particular no que se refere à
comercialização e exportação da
inovação produzida.
Figura 7. Desempenho em Impactos da Inovação (2017)
Fonte: Elaboração própria com dados de Regional Innovation Scoreboard, 2017
O enquadramento apresentado neste
ponto 2. permitiu contextualizar o
estudo dentro do tema da
especialização inteligente, enquanto
abordagem para as estratégias de
inovação nas regiões europeis, onde
o Algarve se incluí e à qual também
obedece. Permitiu igualmente
oferecer uma perspetiva
enquadradora e específica da
estratégia de especialização
inteligente que foi construída e que
está a ser implementada
concretamente na região do Algarve
e permitiu também conhecer as
dinâmicas económicas e de inovação
da região do Algarve
comparativamente ao contexto
nacional e ao contexto europeu. Esta
informação é essencial como base à
leitura dos resultados apresentados
mais à frente, neste estudo.
26
No ponto seguinte, ainda antes da
exposição da análise dos resultados,
é apresentada a metodologia do
estudo, na qual se explicita o tipo de
metodologia adotada, os métodos de
recolha de informação, as técnicas
de análise de dados e onde se
caracteriza a amostra de empresas
usada neste estudo e se explica a
auscultaçãolevada a cabo a opion
leaders.
27
3. METODOLOGIA
A metodologia adotada para a
realização deste estudo privilegia
uma abordagem integrada
(quantitativa e qualitativa) que inclui
diferentes técnicas de análise. Esta
opção permite destacar aspetos
distintos e, assim, oferecer uma
perspetiva analítica mais completa
do potencial de inovação das PME
da região do Algarve.
Para concretizar este objetivo
foram conduzidas duas
auscultações: (i) um inquérito
quantitativo (que pode ser
consultado no Anexo B),
disponibilizado para resposta online,
a empresas da região com atuação
nos seis setores da RIS3 Algarve
(Turismo, Mar, Agroalimentar
(Agroalimentar, Agrotransformação e
Floresta e Biologia Verde), TIC e
Indústrias Culturais e Criativas,
Energias Renováveis e, Saúde,
Bem-Estar e Ciências da Vida); (ii)
um inquérito qualitativo (que pode
ser consultado no Anexo C),
disponibilizado através de correio
eletrónico, realizado a opinion
leaders dos mesmos setores da
RIS3 Algarve ou a entidades da
governança.
No total foram inquiridas 151
empresas no âmbito do questionário
quantitativo do Barómetro de
Inovação do Algarve e foram
contactados 23 opinion leaders, dos
quais se obtiveram 11 respostas ao
questionário qualitativo.
28
Em termos das técnicas de
análise usadas, a Tabela 3 resume
as três técnicas selecionadas de
acordo com os objetivos
metodológicos da análise:
Tabela 3. Resumo das Técnicas de Análise Usadas
Técnica de Análise Objetivos Metodológicos
Estatística Descritiva Analisar o desempenho inovador, bem como os fatores que facilitam e dificultam os processos de inovação das PME do Algarve.
Estatística multivariada: Análise de Regressão Linear
Identificar e analisar criticamente os fatores determinantes para a Inovação das PME do Algarve.
Análise de Conteúdo Analisar os resultados do questionário qualitativo aos opinion leaders, sobre as várias dimensões de análise propostas.
Fonte: Elaboração própria
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DE EMPRESAS
Participaram no barómetro um
total de 151 empresas pertencentes,
na sua esmagadora maioria, aos seis
setores estratégicos definidos na
RIS3. A amostra, como se pode ver
pela análise da Figura 8, reuniu uma
proporção considerável de empresas
a operar nos setores do Turismo
(27,2%) e das TIC e Indústrias
Culturais e Criativas (23,2%). Estão
ainda representados, por ordem
decrescente, o setor Agroalimentar
(15,9%), Energias Renováveis
(11,3%), Saúde, Bem-Estar e
Ciências da Vida (9,9%) e o setor do
Mar (9,3%). Este último setor,
classificado como consolidado ao
nível regional, está infelizmente sub-
representado na presente amostra.
Provavelmente devido às
características estruturais do tecido
empresarial neste setor, a
recetividade ao BIALG foi
manifestamente inferior à dos
restantes setores. Não obstante,
podemos considerar que a amostra
final apresenta elevada robustez por
reunir dados relativos a um número
considerável de empresas sediadas
na região.
29
Figura 8. Empresas Participantes por Setor de Atividade RIS3
Fonte: Elaboração própria
Do ponto de vista da
distribuição geográfica, foi possível
alcançar alguma homogeneidade
regional. Apesar da maioria dos
participantes estarem sediados numa
área mais central da região,
inevitavelmente também a zona com
um tecido empresarial mais denso,
as outras áreas do Algarve estão
bem representadas. Assim, podemos
verificar através da análise da Figura
9, que ilustra a dispersão geográfica
dos participantes na presente
amostra, que estão representados
todos os 16 concelhos do Algarve.
Os concelhos com menor expressão,
correspondem, como seria
expectável, àqueles que
compreendem Territórios de Baixa
Densidade.
Figura 9. Mapa das Empresas Participantes por Concelho
Fonte: Elaboração própria
30
Ainda com o intuito de
caracterizar a amostra de empresas
participantes no barómetro BIALG,
procedeu-se à análise dos dados
recolhidos em função do setor
inquirido. Para além de fornecer
informação quanto à amostra
recolhida, esta análise segmentada
permite desenhar um primeiro
conjunto de conclusões respeitantes
à natureza das empresas em cada
setor do mercado algarvio.
Classificado como um setor
consolidado quanto à estratégia
regional, a centralidade do Turismo é
indiscutível no panorama regional,
seja de forma isolada, seja pelo seu
potencial papel como âncora dos
restantes setores. O setor do Turismo
reúne uma proporção considerável
da massa crítica na região, tanto no
que diz respeito a know-how (RH)
como a outro tipo de recursos,
materiais ou financeiros.
Ao todo integraram o BIALG 41
empresas que classificam a sua
atividade principal como pertencente
ao setor turístico. Na Figura 10
podemos analisar a distribuição
geográfica das empresas que
participaram deste setor, constatando
que a sua maioria está localizada em
Loulé, Faro, Lagos e Albufeira.
As empresas participantes têm
em média 14 anos de antiguidade no
mercado, o que sugere uma maior
recetividade a este barómetro por
parte das empresas mais jovens.
Do ponto de vista da estrutura
de recursos humanos verificamos
que a amostra recolhida é bastante
abrangente. Foram inquiridos tanto
empresários em nome individual
(empresas com um trabalhador)
como empresas com uma dimensão
considerável, i.e., 165 trabalhadores.
Quanto ao grau de
especialização, verificamos que
apenas aproximadamente 50% dos
trabalhadores na presente amostra,
têm formação ao nível superior. Este
resultado corrobora a elevada
dependência do setor de trabalho
não especializado, caracterizando-se
por uma mão de obra relativamente
desqualificada.
A diversidade da dimensão das
empresas do setor turístico
participantes no barómetro é ainda
visível nos dados relativos à
faturação anual, verificando-se que
as empresas participantes faturaram
entre 4.000,00€ a 25.000.000,00€ no
ano de 2016.
31
Figura 10. Empresas Participantes do Setor do Turismo por Concelho
Fonte: Elaboração própria
O Mar foi, tal como o Turismo,
classificado como setor consolidado
na estratégia regional para o Algarve
RIS3. Das 14 empresas que
classificaram o Mar como o seu
setor de atividade principal, a
maioria está sediada em Vila do
Bispo, Faro e Olhão (Figura 11).
Verificamos novamente que as
empresas que se dispuseram a
participar no BIALG são
relativamente recentes no mercado,
tendo uma antiguidade média de 9
anos. No que diz respeito à
dimensão, as empresas inquiridas
faturaram entre 30.000,00€ a
3.800.000,00€ e empregam entre 1
a 25 trabalhadores. Estamos perante
um setor onde a proporção de
trabalhadores com Ensino Superior
é ainda pouco expressiva (cerca de
62%), o que indicia uma baixa
especialização do setor.
32
Figura 11. Empresas Participantes do Setor do Mar por Concelho
Fonte: Elaboração própria
As empresas que classificam a
sua atividade principal como TIC e
Indústrias Culturais e Criativas
revelaram elevada recetividade ao
barómetro BIALG. Ao todo
participaram 35 empresas deste
setor, sediadas sobretudo em Faro e
Loulé. Apesar de estarmos perante
um setor emergente na economia
regional, as empresas participantes
reportaram uma antiguidade
considerável (12 anos em média). A
análise da faturação média anual
permite compreender que a amostra
recolhida comporta uma grande
variedade, existindo uma grande
maioria de empresas com uma
faturação anual inferior a
800.000,00€ e algumas empresas
com uma faturação
significativamente superior.
No que diz respeito aos
recursos humanos verificamos que
estas empresas têm quase 70% dos
seus colaboradores com Ensino
Superior, denotando uma estrutura
de recursos humanos
substancialmente diferente da
apresentada, por exemplo, pelo
setor turístico (Figura 12).
33
Figura 12. Empresas Participantes do Setor TIC e Indústrias Culturais e
Criativas por Concelho
Fonte: Elaboração própria
Participaram no barómetro 17
empresas do setor das Energias
Renováveis. Dada a menor dimensão
deste mercado na região do Algarve,
podemos considerar que adesão
destas empresas foi bastante
interessante. As empresas
participantes estão sediadas
sobretudo em Faro e no Barlavento
algarvio.
Este é o setor onde as
empresas participantes têm maior
antiguidade, com 27 anos em média
de presença no mercado. Podemos
ainda constatar que participaram no
barómetro empresas com dimensões
bastante diversas, desde 25.000,00€
a 27.800.000,00€ e com dois a mais
de 160 trabalhadores.
Surpreendentemente, existe uma
elevada parcela de colaboradores a
trabalhar nas empresas deste setor,
que não têm o ensino superior, o que
revela existir uma grande parcela de
mão de obra não especializada afeta
a esta atividade (Figura 13).
34
Figura 13. Empresas Participantes do Setor das Energias Renováveis por
Concelho
Fonte: Elaboração própria
O setor da Saúde, Bem-Estar e
Ciências da Vida foi
convenientemente representado por
15 empresas, sediadas de forma
transversal a toda a região. Como se
pode verificar pela dispersão dos
volumes de faturação reportados, foi
possível inquirir tanto empresas de
reduzida dimensão, com uma
faturação de cerca de 30.000,00€ e
pelo menos dois colaboradores, bem
como os grandes players no mercado
regional, com faturações superiores a
50.000.000,00€ e com um número de
colaboradores que ascende a 600.
As empresas participantes no
barómetro têm em média 19 anos de
antiguidade no mercado e, como
seria expectável, reúnem quase 80%
de colaboradores com Ensino
Superior (Figura 14).
35
Figura 14. Empresas Participantes do Setor da Saúde, Bem-Estar e
Ciências da Vida por Concelho
Fonte: Elaboração própria
O setor Agroalimentar foi
representado por 24 empresas,
provenientes de todo o território
regional. A clara dispersão das
empresas permite concluir com
alguma segurança que, existe menor
concentração deste tipo de
empresas na região.
Do ponto de vista da
antiguidade, verifica-se que a
amostra comporta empresas com
um histórico considerável no
mercado (média 21 anos).
Curiosamente, as empresas
participantes neste setor apresentam
faturações anuais relativamente
superiores às inquiridas em outros
setores de atividade, o que sugere
que participaram empresas mais
médias do que pequenas empresas
(média 30 colaboradores).
Por fim, verificamos que este é
o setor onde a penetração de
colaboradores com o Ensino
Superior é manifestamente menor
(29%) - Figura 15.
36
Figura 15. Empresas Participantes do Setor Agroalimentar por Concelho
Fonte: Elaboração própria
A SIGNIFICATIVA ADESÃO AO
BARÓMETRO BIALG PERMITIU
REUNIR DADOS RELATIVOS A
EMPRESAS DOS SEIS SETORES
CLASSIFICADOS COMO
PRIORITÁRIOS DO PONTO DE
VISTA ESTRATÉGICO PARA A
REGIÃO. Com estes dados foi
possível logo, nesta primeira fase,
caracterizar as empresas a operar
em cada setor, contribuindo para a
compreensão de eventuais
diferenças entre as mesmas.
Com efeito, verificamos que
enquanto o setor da Saúde, Bem-
Estar e Ciências da Vida apresenta
uma proporção maior de
colaboradores com o ensino
superior, o setor Agroalimentar tem o
padrão exatamente oposto, com a
menor proporção de colaboradores
com algum tipo de especialização do
sistema de ensino formal.
Quando cruzamos os dados
relativos ao número de
colaboradores e ao seu grau de
37
formação com os volumes de
faturação anuais declarados,
verificamos que os setores do Mar,
TIC e Indústrias Culturais e Criativas
e da Saúde, Bem-Estar e Ciências
da Vida são aqueles cujo retorno
médio por colaborador
(independentemente do grau de
formação) são menores. Nestes
setores o peso financeiro dos
recursos humanos parece ser mais
expressivo do que nos restantes
setores. O setor do Turismo, apesar
de assentar de forma bastante
expressiva na componente de
serviços e estar, portanto,
naturalmente sujeito a uma pesada
estrutura de recursos humanos,
apresenta um rácio bastante
superior.
Estes resultados deverão
obviamente estar mascarados por
outras variáveis que não são
passíveis de controlar apenas com
base nestes dados de
caracterização amostral. No caso
dos setores das TIC e Indústrias
Culturais e Criativas e da Saúde,
Bem-Estar e Ciências da Vida
podemos estar perante um rácio
entre faturação e número de
colaboradores menor, uma vez que
a mão de obra é altamente
especializada e, portanto, com um
maior impacto na estrutura de
custos, enquanto no caso do setor
do Mar, a natureza das atividades
poderá implicar um acréscimo muito
grande do número de colaboradores
afetos. Não obstante, dada a
relevância dos recursos humanos e
do seu grau de especialização para
a implementação de dinâmicas de
inovação nas empresas, estes
indicadores apresentam insights
interessantes sobre o peso da
estrutura de recursos humanos em
cada setor.
3.2. AUSCULTAÇÃO DE OPINION LEADERS
Relativamente aos opinion
leaders foi criado um questionário
qualitativo (disponível para consulta
no Anexo C) por forma a permitir
uma leitura mais profunda e, de
alguma forma, explicativa dos
38
resultados quantitativos obtidos
através das respostas recebidas das
empresas que participaram no
inquérito do Barómetro de Inovação
do Algarve.
Foram contactadas várias
entidades, órgãos e personalidades
regionais, nacionais e europeus,
com atuação nos vários setores
RIS3 identificados na Estratégia
Regional de Especialização
Inteligente do Algarve, bem como
entidades da governança com
atuação transversal nos nestes
setores. O principal objetivo desta
auscultação aos opinion leaders foi
complementar qualitativamente,
através da sua vasta experiência, a
perspetiva empresarial, de modo a
(i) compreender quais são os fatores
que facilitam e que constrangem a
incorporação de inovação nas
empresas do Algarve e as dinâmicas
de inovação na região; e (ii) analisar
criticamente os aspetos
determinantes para a inovação das
empresas do Algarve.
No total foram contactadas 23
entidades e personalidades da
região envolvidas nos seis setores
RIS3, tendo sido possível obter 11
respostas, de acordo com o que
apresenta a Tabela 4.
Tabela 4. Opinion Leaders Auscultados
Respondente Entidade
Adelino Canário Centro de Ciências do Mar
Ana Luísa Silva Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve – Secretariado Técnica do PO CRESC Algarve
Anabela Afonso Programa Cultural 365 Algarve
António Ramos Agência para o Desenvolvimento e Coesão – Unidade de Política Regional
Aquiles Marreiros Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve – Órgão de Coordenação das Dinâmicas Regionais do Algarve
Daniel Guerreiro Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve – Órgão de Coordenação das Dinâmicas Regionais do Algarve
Duarte Padinha Região de Turismo do Algarve
Hugo Pinto Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Especialista da Comissão Europeia sobre RIS3 in Lagging Regions
João Vargues Município de Faro e Plataforma Mar Algarve
Jorge Graça Centro de Ciências do Mar – EMBRC.PT
Pedro Pousão Instituto Português do Mar e do Ambiente – Estação Piloto de Piscicultura de Olhão
Fonte: Elaboração própria
39
As respostas obtidas dos
opinion leaders ao questionário
qualitativo foram, posteriormente,
sujeitas a uma análise de conteúdo
de modo a identificar dimensões e
padrões de resposta comuns que
permitissem concluir sobre os
objetivos propostos.
Os resultados desta
auscultação apresentam-se divididos
entre os pontos 5. Fatores que
Facilitam e Dificultam os Processos
de Inovação das PME do Algarve e 6.
Análise Crítica dos Aspetos
Determinantes para a Inovação das
PME do Algarve do presente estudo.
Impera a necessidade de fazer
uma nota metodológica. De acordo
com o código deontológico da equipa
técnica, ao integrar este estudo os
participantes têm a garantia de
confidencialidade, não de anonimato.
Até porque é necessário louvar e
agradecer de forma bem clara a sua
participação. Por forma a garantir a
confidencialidade das respostas
dadas, não é, em momento algum,
fornecida qualquer informação que
permita a identificar a identidade da
pessoa ou entidade que a veiculou.
40
4. DESEMPENHO INOVADOR DAS PME DO
ALGARVE
O PRINCIPAL OBJETIVO DESTE
BARÓMETRO, QUE PELO SEU
CARÁTER PIONEIRO, PODEMOS
CLASSIFICAR COMO
EXPLORATÓRIO, É A CRIAÇÃO DE
UMA FERRAMENTA PARA MEDIR
INOVAÇÃO QUE PERMITA
AUSCULTAR A REALIDADE DO
TECIDO DAS PME NA REGIÃO DO
ALGARVE E, COM BASE NA MESMA
MÉTRICA, ACOMPANHAR A SUA
EVOLUÇÃO. Na sequência da revisão
da literatura relevante sobre o tema e
da consulta a outros exercícios
semelhantes, como por exemplo
Barómetro Inovação - COTEC
Portugal, foi criada uma bateria de
indicadores organizados em quatro
componentes distintas. Poderá ser
encontrada informação mais
detalhada sobre a construção do
barómetro no documento intitulado -
Modelo Técnico da Ferramenta de
Avaliação do Grau de Desempenho
das PME face à Inovação, parte
integrante dos outputs do projeto
INOVA Algarve 2020. De qualquer
forma, a Figura 16 apresenta uma
projeção gráfica do modelo de
abordagem conceptual que facilita
leitura e compreensão da relação
entre essas componentes.
Como foi referido acima, na
secção do Enquadramento, estão
identificadas no Algarve algumas
fragilidades no que se refere à
adoção de práticas inovadoras por
parte das PME. Contudo, para além
de medir o state of the art¸ importa
compreender as dinâmicas de
41
inovação a montante e a jusante.
Quais os fatores internos e externos
determinantes para a prossecução de
atividades inovadoras? Que
resultados para as empresas têm as
práticas de inovação? O caráter
inovador deste estudo pode, assim,
ser resumido em três vertentes
principais: (a) Em primeira instância,
consubstancia o desenvolvimento de
uma ferramenta customizada e
respetiva afinação das suas métricas
para medir inovação na região; (b)
em segundo lugar, traça a primeira
radiografia das dinâmicas de
inovação em função dos seis setores
estratégicos do Algarve; (c) por fim,
em vez de esgotar a análise na
simples descrição da realidade,
introduz uma visão crítica sobre os
aspetos determinantes para estimular
essas dinâmicas de inovação.
Esta secção procura traçar o
perfil das práticas de inovação
atualmente no mercado, sendo
apresentados os resultados para
cada componente do modelo
desenhado. Apesar da amostra ter
uma dimensão confortável face à
dimensão real do universo de
empresas na região, quando são
realizadas análises segmentadas por
setor estamos perante níveis de
fiabilidade inferiores. Desta forma,
são apresentados apenas os valores
gerais do mercado3 relativos a cada
indicador medido e a segmentação
surge apenas expressa graficamente,
como indicativa da tendência desse
setor.
Por fim, é impreterível para uma
correta leitura dos resultados, fazer
uma consideração sobre a natureza
dos dados recolhidos. As medidas de
autorreporte são extremamente
interessantes, pois permitem aceder
à perceção que os próprios têm da
sua realidade. No entanto, essa pode
também ser uma debilidade se se
ignorar esse fator de subjetividade.
Todos os dados apresentados nas
secções seguintes dizem respeito à
perceção dos diversos atores da sua
realidade organizacional, podendo
essas perceções em alguns casos
não corresponder de forma fidedigna
aos dados de mercado recolhidos
através de outras fontes. Por
exemplo, a perceção dos
empresários sobre a disponibilidade
de recursos financeiros ou mesmo
sobre a informação veiculada por
outros atores pode ser distorcida face
à realidade, nomeadamente quando
3 Todas os dados segmentados por setor
estão disponíveis para consulta no Anexo E.
42
comparada com outros indicadores
como os montantes em milhares de
euros disponíveis em programas de
financiamento ou a quantidade de
canais de acesso à informação
abertos.
43
Figura 16. Modelo de Abordagem conceptual
Fonte: Elaboração própria
44
4.1. PERFIL INTERNO PARA A INOVAÇÃO COMPONENTE 1
O desenho do perfil interno de
inovação comporta três sub-
componentes a saber: Ambiente e
Cultura Organizacional para a
Inovação; Recursos Humanos,
Físicos, Tecnológicos e Financeiros;
e Competências para a Inovação.
Em primeira instância importa
referir que o conjunto de indicadores
utilizados para medir o contexto de
inovação apresenta elevada
consistência interna (α=.908).
Podemos assim assumir com
segurança que, estamos perante um
conjunto robusto de indicadores para
medir o Ambiente e Cultura
Organizacional para a Inovação.
Relativamente ao contexto
interno, as empresas participantes
referem com maior intensidade dispor
de uma gestão de topo diretamente
envolvida nas atividades de
inovação, beneficiar de um ambiente
organizacional propício à criatividade
e ao intercâmbio de ideias, à
inovação e experiência, integração
de diferentes perspetivas e, por fim,
um posicionamento pioneiro através
do desenvolvimento de novos
produtos ou serviços disruptivos face
à concorrência.
No pólo oposto, os indicadores
onde são reportadas maiores
debilidades são o enquadramento
das atividades de inovação na
estratégia de marketing e de
promoção da organização e a
definição e comunicação entre a
equipa de uma estratégia de
inovação planeada, a pelo menos
três anos. Globalmente, as empresas
autoavaliam-se como tendo um
ambiente e cultura organizacionais
recetivos a dinâmicas de inovação
empresarial. Não obstante, do ponto
de vista setorial, é notória a
tendência das empresas
Agroalimentares em reconhecer
maior debilidade e das TIC e
Indústrias Culturais e Criativas e do
Mar para avaliar o seu desempenho
como superior. Curiosamente, o
indicador que as empresas do setor
das TIC e Indústrias Culturais e
Criativas classificam como menos
satisfatório é o alinhamento das
atividades de inovação com a
estratégia de marketing e de
comunicação, o que sugere que
apesar de estarem bastante voltadas
e atentas ao mercado, o fazem de
uma forma reativa.
45
Figura 17. Desempenho Ambiente e Cultura Organizacional para a
Inovação por Setor – Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
A segunda sub-componente diz
respeito ao conjunto de recursos de
que as empresas dispõem para
sustentar e suportar a prossecução
de atividades de inovação -
Desempenho Recursos Humanos,
Físicos, Tecnológicos e Financeiros
(Figura 18). De natureza bastante
diversa, estes recursos foram
inventariados a partir de várias fontes
para permitir um quadro realista da
capacidade de investimento das
empresas.
Apesar da natureza díspar dos
indicadores aqui incluídos,
verificamos que esta sub-
componente também apresenta
elevada consistência interna (α
=.870), afiançando a qualidade da
ferramenta BIALG.
As empresas participantes
revelam maior dispersão nas suas
respostas a estes indicadores do que
aqueles que foram analisados
anteriormente. Com efeito, as
empresas participantes consideram,
de uma forma geral, dispor de
quadros técnicos qualificados com
conhecimentos especializados,
contudo, ainda no que diz respeito
aos recursos humanos, reconhecem
de forma transversal, não ter um
46
núcleo, departamento ou mesmo
grupos de inovação com objetivos
específicos e mensuráveis.
No que concerne a outros
recursos verificamos que, as
empresas consideram ter
equipamento técnico e tecnológico
avançado bem como sistemas de
informação e de comunicação, mas
reportam em simultâneo uma lacuna
de planos de financiamento
específicos para inovação (com pelo
menos um ano). Estas lacunas são
reportadas com maior intensidade
pelo setor da Saúde, Bem-Estar e
Ciências da Vida.
Figura 18. Desempenho Recursos Humanos, Físicos, Tecnológicos e
Financeiros por Setor – Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
A terceira sub-componente da
componente Perfil Interno para a
Inovação diz respeito às
Competências para a Inovação.
Estão aqui refletidos os mecanismos
ou outras ferramentas concretas para
as organizações poderem estimular o
surgimento de processos inovadores.
Novamente verificamos que
esta escala, que integra no total 8
indicadores (Figura 19), apresenta
elevada consistência interna (α
=.906).
De uma forma geral, esta é a
sub-componente do Perfil Interno
47
onde as empresas assumem um
desempenho mais deficitário. Os
indicadores onde esse desempenho
é assumidamente inferior dizem
respeito à posse de sistemas ou de
políticas específicas para atividades
de inovação, nomeadamente uma
política de recrutamento estabelecida
em parceria com universidades ou
outros centros de I&D; e, de um
sistema de gestão e análise do
conhecimento gerado.
As competências específicas
para inovação, que as empresas
reportam ter, são permitir aos
colaboradores participar no
desenvolvimento de conceitos e
produtos novos e a capacidade de
identificar, analisar e adequar as
tendências no mercado.
Novamente aqui são os setores
do Mar e das TIC e Indústrias
Culturais e Criativas que se
autoavaliam como tendo, em média,
um desempenho superior nos vários
indicadores.
Figura 19. Desempenho Competências para a Inovação por Setor – Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
48
4.2. RELAÇÃO COM O MEIO ENVOLVENTE PARA A INOVAÇÃO COMPONENTE 2
A Relação com o Meio
Envolvente comporta um conjunto
revelante de variáveis no contexto da
implementação de dinâmicas de
inovação, visto que a capacidade de
obter e gerir recursos externos à
organização pode ser determinante
do ponto de vista qualitativo.
O primeiro conjunto de
indicadores diz respeito à Relação
com o SCTN e Agentes de Inovação
(Figura 20) e apresenta, com três
indicadores, elevada consistência
interna (α =.879).
De acordo com os dados
avançados no enquadramento, é
notória a dificuldade de colaboração
das PME da região com outras
entidades. Esta dificuldade é
transversal a todos os setores
inquiridos.
Figura 20. Desempenho Relação com o Sistema Científico Tecnológico
(SCT) e Agentes de Inovação por Setor – Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
A sub-componente Relação
com o Meio Envolvente, que
comporta no total oito indicadores
(Figura 21), apresenta um elevado
grau de consistência interna (α
=.883). Acresce que a análise das
49
médias de resposta da totalidade das
empresas participantes, avalia todos
estes indicadores de forma positiva.
As empresas participantes
reportam uma boa relação com o
mercado, tanto no que diz respeito a
fornecedores como a clientes. O
indicador onde é assumido um grau
maior de incumprimento, diz respeito
à realização de projetos de inovação
em parceria com fornecedores.
Ao analisar os dados
segmentados por setor é possível
compreender que existe um padrão
ligeiramente diferente do anterior: O
setor das TIC e Indústrias Culturais e
Criativas assume um maior
protagonismo na relação com a
envolvente enquanto o setor do
Turismo reporta um elevado estímulo
interno à realização de parcerias com
os fornecedores e uma considerável
orientação para o mercado através
do desenvolvimento de ações de
promoção e captação de novos
segmentos de mercado.
Figura 21. Desempenho Relação com o Meio Envolvente Próximo
(Clientes, Fornecedores e Consultores) por Setor – Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
50
A última sub-componente da
Relação com o Meio Envolvente diz
respeito à Relação com o Sistema
Financeiro e com o Sistema de
Financiamento para a inovação
(Figura 22). No seu conjunto, os seis
indicadores incluídos procuram
avaliar o grau de utilização, mas
também a opinião dos participantes
quanto a estes sistemas.
Figura 22. Desempenho Sistema Financeiro e de Financiamento para a
Inovação por Setor – Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
Verifica-se que esta é a sub-
componente onde as empresas
assumem com maior intensidade o
não cumprimento. A escala tem uma
elevada consistência (α =.869),
possibilitando a análise conjunta dos
indicadores.
As entidades afirmam não
recorrer ao sistema financeiro para
desenvolver projetos de inovação,
pois não o avaliam como recetivo,
nem tão pouco afirmam recorrer a
financiamento público ou comunitário
(para os mesmos projetos), porque
não classificam os processos de
candidatura como simples e de fácil
execução.
Apesar de este ser um conjunto
de indicadores fortemente penalizado
por todos os setores, as empresas no
51
setor do Mar afirmam sentir
recetividade por parte dos
organismos de gestão de fundos
comunitários a projetos de inovação.
Por outro lado, deve ser sublinhada a
notória penalização das avaliações
feita pelos participantes pertencentes
ao setor da Saúde, Bem-Estar e
Ciências da Vida.
4.3. DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO COMPONENTE 3
A terceira componente diz
respeito ao Desenvolvimento de
Atividades de Inovação. Se nas
componentes anteriores o foco está
nas competências e ferramentas que
as empresas conseguem capitalizar
para instaurar processos de
inovação, pretende-se aqui medir o
grau de execução de atividades
inovadoras, sejam elas respeitantes
a novos produtos, a serviços ou a
processos.
A primeira sub-componente é
central na medida em que se refere
ao Desenvolvimento de Atividades
de Inovação (Figura 23), verificando-
se que as empresas afirmam, em
média, cumprir este conjunto de
indicadores (3,14). Efetivamente a
elevada consistência interna dos
indicadores aqui incluídos (α =.913),
possibilita esta análise sumária.
De qualquer forma, se
analisarmos os indicadores
isoladamente, verificamos que
apesar de reconhecerem alguma
capacidade para identificar
melhorias para o processo de
inovação e de as incorporar nas
atividades de inovação, as empresas
participantes afirmam não dispor, na
sua maioria, de procedimentos e de
rotinas estabelecidos para o
desenvolvimento dessas atividades;
apresentando da mesma forma
lacunas ao nível da elaboração, da
organização, da implementação, da
execução, da monitorização e da
avaliação sistemática de planos de
ação para atividades de inovação.
Uma análise mais minuciosa,
ao nível setorial permite verificar que
se mantém o mesmo padrão, no
qual as empresas TIC e Indústrias
Culturais e Criativas referem
perseguir com maior intensidade
atividades de inovação, enquanto as
empresas do setor Agroalimentar se
situam no pólo oposto, com o menor
52
grau de cumprimento no mesmo indicador.
Figura 23. Desempenho Desenvolvimento de Atividades de Inovação por
Setor – Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
A sub-componente relativa às
Fontes de Inovação e Informação
(Figura 24) agrega quatro
indicadores respeitantes à utilização
por parte das organizações de
mecanismos para recolher e
analisar, de forma sistemática,
informação relevante para os
processos de inovação. No seu
conjunto este grupo de indicadores
apresenta uma elevada
consistência entre si (α =.859).
Globalmente, face às
restantes, esta é a sub-componente
do Desenvolvimento de Atividades
de Inovação que reúne um grau de
cumprimento médio mais elevado
(3,27).
Assim, apesar de reportarem
não dispor de bases de dados
estruturadas propositadamente para
a recolha de informação relativa à
observação dos mercados, os
participantes dizem analisar de
forma sistemática as tendências no
mercado para identificar
oportunidades de inovação e para
inventariar novas tecnologias
disponíveis no mercado.
53
Deve ser realçado o grau de
cumprimento, significativamente
acima da média, das empresas do
setor das TIC e Indústrias Culturais
e Criativas relativamente aos
indicadores relacionados com a
prospeção de novas tendências e
tecnologias no mercado.
Figura 24. Desempenho Fontes de Inovação e Informação por Setor –
Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
Por fim, a última sub-
componente diz respeito às Patentes
e Métodos de Proteção (Figura 25),
integrando a existência de uma
estratégia para proteção e
valorização do potencial intelectual e
dos resultados das ações de
inovação e I&D, a existência de
patentes, de contratos de
transferência e tecnologia ou de
licenças de utilização de patentes ou
tecnologia de terceiros.
Quando integrados numa
mesma escala, estes indicadores
revelam uma consistência interna
mais reduzida (α =.793), que ainda
assim pode ser classificada como
boa. O indicador que mais contribui
para este valor mais baixo é - A
entidade tem uma estratégia definida
para a proteção e valorização do seu
capital intelectual e dos resultados
das atividades de inovação e I&D;
verificando-se que se este for
retirado, a sub-componente alcança
54
um nível de robustez superior (α
=.827).
Do ponto de vista substantivo,
este resultado indica que este
indicador mede um constructo
ligeiramente diferente dos restantes
(a existência de uma estratégia
versus a posse efetiva de patentes
ou outros contratos celebrados). Não
obstante, apesar de ser menor, o
nível de consistência interna da sub-
componente com estes três
indicadores é suficiente para ser
aceite e justificar a agregação dos
dados (α =>.700) (Cronbach, 1951).
Figura 25. Desempenho Patentes e Métodos de Proteção por Setor - Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
Globalmente, face às restantes,
esta é a sub-componente do
Desenvolvimento de Atividades de
Inovação que reúne um grau de
cumprimento médio menor (2,40).
Na sua maioria, as empresas
referem não ter uma estratégia
definida para a proteção de dados e
para a valorização do seu capital
intelectual, bem como dos resultados
das atividades de inovação e I&D, e
muito menos possuir contratos de
transferência de tecnologia ou registo
patentes. O setor do Mar apresenta
um desempenho superior aos
restantes mas, ainda assim, com
avaliações médias muito baixas na
escala de resposta.
55
4.4. RESULTADOS DE INOVAÇÃO NA EMPRESA, NO SETOR E NO MERCADO
A quarta e última componente
do modelo diz respeito aos
Resultados das Atividades de
Inovação implementadas pelas
organizações, ambicionando medir
até que ponto o Desenvolvimento de
Atividades de Inovação (Componente
3) foi consequente e resultou
efetivamente na introdução efetiva no
mercado de produtos, de serviços, de
novos processos, na prossecução de
ações de formação, de certificação
ou na integração de recursos
humanos na organização, entre
outros. Para além destes aspetos,
esta componente integra ainda a
avaliação dos resultados, tanto do
ponto de vista económico-financeiro
como do mercado e da sociedade.
Apesar de integrar ao todo uma
bateria de 19 indicadores, a sub-
componente Resultado de Atividades
de Inovação (Figura 26) apresenta
uma elevada consistência interna (α
=.924).
Dada a sua diversidade, os
resultados de cada indicador são
diversos, sendo possível constatar
contudo que: as empresas
participantes não possuem na sua
generalidade certificados de
qualidade no âmbito do Sistema
Português da Qualidade (SPQ), ou
de outro sistema de certificação que
seja relevante para a qualidade dos
produtos, serviços ou processos de
gestão; e não possuem certificações
de sistemas, de serviços e de
produtos na área do ambiente,
nomeadamente o Rótulo Ecológico e
o Sistema Comunitário de Ecogestão
e Auditoria (EMAS). Da mesma forma
não desenvolveram ou introduziram
inovações ao nível organizacional em
parceria com outras empresas ou
entidades do SCTN, nos últimos três
anos; não reforçam de forma regular,
as capacidades laboratoriais; nem
desenvolveram ou introduziram, nos
últimos três anos, novos processos
em parceria com outras empresas ou
entidades do SCTN.
56
Figura 26. Desempenho Resultado da Atividade de Inovação por Setor -
Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
Estes resultados corroboram os
resultados do RII apresentados na
secção do Enquadramento sobre a
dificuldade de colaboração das
pequenas e médias empresas.
57
Ainda no conjunto da amostra
de empresas participantes, é possível
verificar que foram introduzidos
novos produtos ou serviços, bem
como processos de produção e/ou de
organização no mercado nos últimos
três anos.
A um nível setorial, os dados
permitem compreender que as
empresas no setor das TIC e
Indústrias Culturais e Criativas são as
que referem ter resultados com maior
intensidade, nomeadamente na
introdução de novos produtos e/ou de
serviços, de novos processos de
produção e/ou de organização, na
realização de alterações no modelo
organizacional, através da inovação
de métodos ou filosofias, no
desenvolvimento de ações de
inovação, na contratação de recursos
humanos qualificados e pela
presença em plataformas da
economia digital e tecnológica.
As empresas no setor do Mar,
também revelam um desempenho
bastante interessante em alguns
indicadores, tais como o
desenvolvimento de produtos ou
serviços ou adoção de inovações ao
nível organizacional em parceira com
outras empresas, a introdução de
alterações de design ou embalagem
e a adoção de princípios de
ecoeficiência, por forma a promover
uma utilização mais eficiente dos
recursos.
No que diz respeito aos
Resultados Económicos e
Financeiros (Figura 27) verifica-se
que os quatro indicadores
selecionados apresentam uma
consistência interna ligeiramente
inferior aos restantes mas, ainda
assim, considerado suficiente para
aportar estatisticamente a
consistência interna da escala (α
=.799). É possível identificar um item
cuja eliminação resultaria num
aumento do valor do alpha: A
entidade recebeu durante os últimos
anos apoio financeiro público e/ou
comunitário para realizar atividades
de inovação. Este item apresenta,
realmente, uma diferença substantiva
em relação aos restantes mas,
novamente, a opção de mantê-lo na
escala é amplamente suportada do
ponto de vista estatístico. Acresce
que as empresas participantes
revelam um padrão de resposta
bastante distinto neste indicador,
revelando que não receberam
durante os últimos anos apoio
financeiro público ou comunitário.
58
As atividades de inovação são
reconhecidas como tendo um
impacto mais positivo nos resultados
económicos e financeiros, sobretudo
nas empresas no setor do Mar e das
TIC e Indústrias Culturais e Criativas,
sendo curiosamente essas empresas
as que referem ter beneficiado mais
de apoio financeiro público ou
comunitário nos últimos anos.
Figura 27. Desempenho Resultados Económicos e Financeiros por Setor -
Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
Por fim, a última componente,
Resultados de Mercado e Sociedade
(Figura 30), diz respeito às mais
valias alcançadas noutros domínios
não financeiros, como seja a quota
de mercado, notoriedade ou outras
externalidades positivas.
Do ponto de vista da
consistência interna desta bateria de
indicadores, verifica-se que este
conjunto de indicadores apresenta
elevada robustez (α =.925).
As atividades de inovação são
geradoras sobretudo de impactos
positivos na notoriedade e na
imagem das empresas no mercado e
parecem ter possibilitado às mesmas
alcançar novos nichos de mercado.
Estes resultados não são, de
uma forma geral, considerados
disruptivos para o mercado, com
exceção do setor do Mar e, em certa
medida, das TIC e Indústrias
Culturais e Criativas. Dada a
59
premência do setor turístico na
região, é extremamente preocupante
o nível de incumprimento de
resultados das atividades de
inovação.
Figura 28. Desempenho Resultados de Mercado e Sociedade por Setor -
Médias
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
A VALIDAÇÃO ESTATÍSTICA
DO INSTRUMENTO CONSTRUÍDO –
BIALG, REALIZADA DE FORMA
PARALELA COM A ANÁLISE, GERAL
E POR SETOR, DO DESEMPENHO
DAS EMPRESAS PARTICIPANTES
SÃO INDISCUTIVELMENTE UMA DAS
PRINCIPAIS MAIS VALIAS DESTE
TRABALHO, QUE CERTIFICA A
ACUIDADE DOS INDICADORES
DESENVOLVIDOS PARA MEDIR AS
DINÂMICAS DE INOVAÇÃO NAS
EMPRESAS DA REGIÃO.
A próxima secção apresenta
uma súmula dos dados agregados
nas principais componentes do
modelo conceptual definido. Esta
agregação tem como objetivo facilitar
uma panorâmica geral e possibilitar
assim, leituras críticas dos dados
apresentados e das considerações
que daí podem ser retiradas.
60
4.5. ANÁLISE DO POSICIONAMENTO DAS EMPRESAS ALGARVIAS
BARÓMETRO DE INOVAÇÃO
No contexto em que se procura
alicerçar o crescimento económico
em dinâmicas de inovação, a
avaliação do potencial interno e
externos dos diversos agentes
público-privados no mercado assume
um papel prioritário.
A capacidade de identificar,
avaliar, aprender, reinventar e
colocar no mercado, produtos,
serviços, processos ou outro tipo de
know-how, tecnológico ou não, é
fundamental para que as empresas
possam vingar. No entanto, o sistema
complexo de processos inerentes às
dinâmicas de inovação no mercado
envolve, ainda, uma complexa rede
de relações que se formam entre
esses agentes, bem como outras
externalidades que necessitam ser
identificadas, integradas e igualmente
auditoradas. Assim, sobre um nível
mais micro, surgem interpostos
outros níveis de análise que foram
também integrados para construir o
“Modelo Técnico da Ferramenta de
Avaliação do Grau de Desempenho
das PME face à Inovação”.
De acordo com o European
Commission Green Paper on
Innovation (1995), as empresas
inovadoras partilham um conjunto de
características-chave, estratégicas e
organizacionais, que determinam o
potencial que as empresas têm para
capitalizar a envolvente e
implementar atividades de inovação.
Este conjunto de atitudes e de
competências que promovem a
recetividade e a capacidade para
melhorar as práticas e os processos
de inovação, foi integrado na primeira
componente. OS PRESENTES DADOS
REVELAM QUE É PRECISAMENTE
QUANTO AO PERFIL INTERNO PARA
A INOVAÇÃO QUE AS EMPRESAS
MELHOR SE AUTOAVALIAM,
CONSIDERANDO QUE DISPÕEM DE
RECURSOS E COMPETÊNCIAS
INTERNAS PARA IMPLEMENTAR
ATIVIDADES DE INOVAÇÃO.
A segunda componente diz
respeito à capacidade das empresas
para utilizar de forma efetiva os
meios disponíveis no mercado,
nomeadamente obter informação
relevante através dos canais
61
disponíveis, capitalizar o know-how e
a tecnologia dispersos entre os vários
agentes na envolvente e os capitais
disponíveis, quer através do sistema
financeiro, como de outros
programas de financiamento. E É
PRECISAMENTE NESTE DOMÍNIO -
RELAÇÃO COM O MEIO
ENVOLVENTE PARA A INOVAÇÃO -
QUE SÃO ASSUMIDAS DEBILIDADES
DE FORMA MAIS EXPRESSIVA POR
PARTE DAS EMPRESAS. A lacuna no
relacionamento com o sistema
científico e tecnológico e os atores de
inovação no mercado é reveladora da
incapacidade das empresas para
capitalizarem aqueles que deveriam
ser os principais atores mobilizadores
de inovação na envolvente. Este
estrangulamento é também bastante
claro na assumida incapacidade em
instrumentalizar os sistemas de
financiamento públicos e privados.
A DINAMIZAÇÃO DE
ATIVIDADES DE INOVAÇÃO
ENVOLVE DE FORMA INCREMENTAL
AS COMPONENTES ANTERIORES,
PELO QUE À LUZ DOS DADOS
ANTERIORES, O GRAU DEFICITÁRIO
DO DESENVOLVIMENTO DE
ATIVIDADES DE INOVAÇÃO PODE
SER FACILMENTE JUSTIFICADO.
Aliás, verifica-se que a maior
debilidade está precisamente no
registo de patentes e de outros
métodos de proteção, o que
corrobora de forma inequívoca os
resultados relativos às lacunas
existentes na relação com a
envolvente.
Este desenvolvimento deficitário
de atividades implica, naturalmente,
que as empresas avaliem o grau de
cumprimento dos Resultados das
Atividades de Inovação de forma
pouco positiva. O RESULTADO DA
TURBULÊNCIA NA RELAÇÃO COM A
ENVOLVENTE ESTÁ DIFUNDIDO AO
LONGO DE TODA A CADEIA E
AFETA, SOBRETUDO, OS
INDICADORES RESPEITANTES À
COMERCIALIZAÇÃO E EXPORTAÇÃO
DA INOVAÇÃO PRODUZIDA PARA O
MERCADO, BEM COMO O SEU
RETORNO ECONÓMICO.
62
A análise da Figura 29 permite uma leitura transversal dos resultados em cada componente do modelo conceptual.
Figura 29. Modelo de Abordagem conceptual
Fonte: Elaboração própria
63
Um cruzamento dos dados por
setor de atividade (Figura 30) permite
verificar que, apesar das empresas
na área das TIC e Indústrias
Culturais e Criativas serem líderes
em alguns domínios, são as
empresas do setor do Mar que estão
melhor posicionadas em todas as
componentes em avaliação. Estes
resultados corroboram o papel
central do setor do Mar na economia
regional, tanto do ponto de vista
quantitativo como qualitativo.
No pólo oposto, deverá notar-se
que as empresas no setor das
Saúde, Bem-Estar e Ciências da Vida
referem elevadas debilidades no que
diz respeito à Relação com a
Envolvente para a Inovação e que as
empresas no setor Agroalimentar,
revelam sobretudo dificuldades ao
nível da implementação, isto é, em
Desenvolver as Atividades de
Inovação propriamente ditas.
Excluindo estes casos
excecionais, as empresas
apresentam padrões de resposta
bastante idênticos por setor (com
níveis de desempenho, claramente,
demarcados em função do setor de
onde provêm).
Figura 30. Resumo do Desempenho em cada Componente por Setor
Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência
Fonte: Elaboração própria
64
5. FATORES QUE FACILITAM E DIFICULTAM OS
PROCESSOS DE INOVAÇÃO DAS PME DO
ALGARVE
Após a apresentação dos
resultados relativos ao Desempenho
Inovador das PME do Algarve, no
ponto anterior, importa também
explorar os fatores que se
apresentam como catalisadores e
aqueles que podem representar
barreiras para o desenvolvimento e
implementação de processos de
inovação nas empresas da região do
Algarve.
Com efeito, este ponto
consubstancia a análise
complementar dos dados
quantitativos obtidos através do
inquérito realizado às empresas do
Algarve, bem como os dados
qualitativos obtidos a partir do
questionário qualitativos realizado a
opinion leaders (entidades, órgãos e
personalidades regionais, nacionais e
europeus com atuação nos setores
ou governança RIS3).
Do ponto de vista dos opinion
leaders O NÍVEL DE INOVAÇÃO
ATUAL DAS EMPRESAS DO
ALGARVE É BASTANTE DIVERSO E
DE DIFÍCIL PADRONIZAÇÃO,
EMBORA SE POSSA CONSIDERAR,
EM TERMOS GLOBAIS, COMO UM
NÍVEL BAIXO. Deste modo, a análise
de conteúdo realizada sobre o
material das entrevistas, permite
65
claramente constatar que as
considerações feitas por esta
amostra corroboram os resultados
quantitativos obtido. Para ilustrar
poderá analisar-se a seguinte
transcrição de um dos auscultados:
(...) O Algarve é altamente
deficitário em inovação. É
consistentemente a região
menos inovadora de Portugal.
Em particular pelo excessivo
peso do turismo, baseado em
serviços de baixo valor
acrescentado, alicerçado em
recursos naturais e sazonais.
Existem alguns setores
emergentes, fruto
essencialmente da produção de
capital humano pela
Universidade do Algarve, mas
sem expressão nacional e sem
massa crítica para alavancar
uma dinâmica inovadora mais
transversal. As empresas são
caracterizadas por
trabalhadores menos
qualificados e a base
económica é alicerçada em
serviços de baixa intensidade
tecnológica. A relevância
industrial é diminuta na região.
Não obstante, os opinion
leaders sublinham que, apesar do
fraco desempenho inovador
demonstrado pelas empresas do
Algarve, quando avaliadas de forma
agregada, começam a emergir vários
exemplos interessantes, sobretudo
em empresas jovens, que integram
nos seus quadros trabalhadores com
um perfil mais qualificado, que
mostram mais disponibilidade de
aproximação aos centros de
produção de conhecimento e que se
situam, predominantemente, nos
setores do Mar, do Agroalimentar e
das TIC e Indústrias Culturais e
Criativas:
(...) começam a surgir casos,
sobretudo associados às novas
tecnologias, de empresas que
são já bastante inovadores e
arrojadas em termos de modelo
de gestão e organização, com
forte vocação para a
internacionalização, mas nos
setores mais tradicionais o
processo é mais lento, também
porque há pouca renovação nos
quadros dirigentes das
empresas.
(...) algumas empresas estão
mais sensibilizadas e que
tendencialmente se assiste a
uma maior aproximação das
66
mesmas às universidades e
centros de investigação.
Curiosamente, e apesar da forte
especialização da região na área das
atividades turísticas, é sobretudo fora
do setor do Turismo que esta
tendência se verifica. Efetivamente,
esta lacuna das empresas no setor
do turismo é clara ao longo dos
resultados quantitativos alcançados
em cada componente.
Relativamente, aos fatores que
limitam a inclusão de processos
de inovação nas empresas
algarvias, os opinion leaders
apontam, de modo unânime, diversos
aspetos da envolvente interna às
próprias empresas:
A pequena dimensão das
empresas da região;
Recursos humanos pouco
qualificados;
A falta de capacidade financeira
ou de investimento;
Os modelos rígidos de gestão,
mais centrados na gestão
corrente, que frequentemente
resultam em falta de estratégia;
Ausência de cultura colaborativa;
Défice de perceção das
vantagens de inclusão de
processos de inovação;
Dificuldade de assumir risco;
Resistência à mudança.
São ainda apontados alguns
fatores relacionados com a
envolvente externa às empresas, tais
como:
Forte dependência da economia
regional do setor do turismo;
Dimensão relativamente pequena
do mercado;
Fraca industrialização da região;
Políticas públicas
excessivamente burocratizadas e
de difícil perceção para as
empresas;
Concorrência desleal de
entidades públicas do SCTN
fornecendo serviços baseados
em conhecimento em dumping
(p.e. através da utilização de
bolseiros ou de infraestruturas
públicas e de equipamentos
financiados por recursos públicos
para a I&D).
Os FATORES QUE
POSITIVAMENTE INFLUENCIAM A
INTRODUÇÃO DE PROCESSOS DE
INOVAÇÃO NAS EMPRESAS DA
REGIÃO DO ALGARVE relacionam-
se, segundo os opinon leaders
auscultados, maioritariamente com a
dimensão externa às empresas:
67
A existência de uma procura
potencial que transcende
largamente os residentes com a
especialização turística;
Localização - apesar da região
ter uma localização periférica no
contexto europeu, possui
acessibilidades de qualidade e
que permitem uma ligação rápida
e fácil aos principais mercados
da Europa;
As empresas dispõem de
instrumentos de apoio à inovação
das políticas públicas (e. g.
fundos de financiamento PT2020
e existência de linhas de crédito
bonificado);
Condições de vida e
acessibilidades favoráveis à
atração de talento qualificado não
produzido na região ou no país;
A falta de competidores regionais
(e. g. Algarve, Huelva e/ou
Alentejo) permite facilmente obter
uma posição de inovador;
Proximidade de centros de
produção de conhecimento.
Quando comparamos estes
resultados à perspetiva empresarial
(Tabela 5) verificamos que alguns
dos fatores identificados nas duas
esferas têm correspondência.
Tabela 5. Fatores da Envolvente Externa Determinantes para a
Prossecução de Atividades de Inovação
Fatores Externos Média Taxa de
Importância % a
Disponibilidade no mercado de tecnologia adequada 7,91 90,9
Recetividade do mercado a novos produtos / serviços 7,86 81,8
Dinamismo do setor de atividade 7,14 77,3
Recetividade dos organismos de gestão dos fundos comunitários aos projetos de inovação 7,77 77,3
Disponibilidade no mercado de pessoal qualificado 7,05 72,7
Disponibilidade de financiamento através do sistema financeiro (bancos, capitais de risco, etc.) 7,50 68,2
Disponibilidade de parceiros para estabelecer acordos para cooperação em atividades de inovação 7,14 68,2
Facilidade do processo de registo de patentes e modelos de utilização 6,59 63,6
Disponibilidade de financiamento através do sistema financeiro crescalgarve2020 7,09 63,6
Existência no mercado de infraestruturas de apoio às atividades de inovação 6,91 63,6
Disponibilidade de informação sobre os apoios existentes à inovação 7,09 63,6
Disponibilidade de financiamento através de outras fontes públicas, nacionais ou europeias (fundos comunitários)
7,00 59,1
Legislação, regulamentos e tributação da atividade favoráveis à inovação 6,27 54,5
Atratividade das taxas do financiamento comunitários e dos limites mínimos de investimento para o desenvolvimento de projetos de inovação
7,00 57,1
Escala 1 – Dificulta as atividades de inovação; 10 – Facilita as atividades de inovação. a) Total de respondentes que classificaram o Item com 7, 8, 9 ou 10 na escala anterior.
Fonte: Elaboração própria
68
Embora não tenha sido
solicitado aos opinion leaders que
procedessem a uma hierarquização
dos fatores que facilitam a inovação
nas empresas do Algarve, a
frequência com que esses fatores
foram identificados, permitiu
determinar a importância relativa de
cada um deles. É possível desta
forma identificar a procura turística, a
localização da região e a existência
de instrumentos de apoio à inovação
como os três fatores mais relevantes
na perspetiva dos especialistas
auscultados. Do lado empresarial, os
fatores com maior importância no
que se refere à influência positiva da
envolvente externa na inclusão de
processos de inovação nas
empresas do Algarve são a
disponibilidade no mercado de
tecnologia adequada, a recetividade
do mercado a novos
produtos/serviços (fator muito
relacionado com a procura turística
alargada que mencionam os opinion
leaders), a recetividade dos
organismos de gestão dos fundos
comunitários aos projetos de
inovação (igualmente identificado
como um dos mais importantes
pelos opinion leaders) e a
disponibilidade no mercado de
pessoal qualificado (também referido
pelos opinion leaders).
Relativamente à envolvente
interna, os opinion leaders
consideram existir menos fatores
que determinem os processos de
inovação nas empresas do Algarve e
oferecem opiniões mais dispersas.
Não obstante, estes
consubstanciam-se, essencialmente,
em três aspetos:
Produtos core com dimensão
mundial (mar, turismo, energia,
agroindústria) que podem,
eventualmente, funcionar com
laboratório de ensaio para
escalar para o mundo;
Forte ligação às condições e
produtos locais, sendo nessa
área que se tem verificado maior
crescimento e inovação;
Resiliência e capacidade de
adaptação, fruto das
caraterísticas sazonais e perfil
de especialização associado ao
setor turístico.
Fazendo novamente um
exercício comparativo entre aquilo
que é mencionado pelos opinion
leaders e pelos empresários, desta
69
vez relativamente aos fatores da
envolvente interna às empresas
(Tabela 6), verificamos existir menos
correspondência do que aquela
observada relativamente aos fatores
da dimensão externa e, por vezes,
até alguma discordância.
Tabela 6. Fatores da Envolvente Interna Determinantes para a
Prossecução de Atividades de Inovação
Fatores Internos Média Taxa de
Importância % a
Estrutura organizacional interna flexível 7,86 86,4
Envolvimento e motivação da gestão de topo para as atividades de inovação 8,18 81,8
Conhecimento das tendências do mercado e do setor 8,09 81,8
Capacidade de autofinanciamento - disponibilidade de recursos financeiros internos para desenvolver e implementar atividades ou processos de inovação
7,38 81,0
Preocupação interna em recrutar novos recursos humanos ou recolher ideias que potenciem atividades de inovação
7,70 80,0
Disponibilidade de infraestruturas e equipamentos internos para desenvolver e implementar atividades ou processos de inovação
7,00 72,7
Capacidade de assumir riscos face às incertezas do mercado 7,50 72,7
Disponibilidade de recursos humanos internos para desenvolver e implementar atividades ou processos de inovação
7,59 72,7
Envolvimento e motivação dos recursos humanos internos para as atividades de inovação 7,77 68,2
Escala 1 – Dificulta as atividades de inovação; 10 – Facilita as atividades de inovação. a) Total de respondentes que classificaram o Item com 7, 8, 9 ou 10 na escala anterior.
Fonte: Elaboração própria
Na perspetiva empresarial, são
fatores como a estrutura
organizacional interna flexível, o
envolvimento e motivação da gestão
de topo para as atividades de
inovação, o conhecimento das
tendências do mercado e do setor, a
capacidade de autofinanciamento
(disponibilidade de recursos
financeiros internos para desenvolver
e implementar atividades ou
processos de inovação) e a
preocupação interna em recrutar
novos recursos humanos ou recolher
ideias que potenciem atividades de
inovação aqueles que mais facilitam
a inovação nas empresas da região.
Como vimos anteriormente, OS
OPINION LEADERS CONSIDERAM, A
PAR COM OS EMPRESÁRIOS, QUE O
CONHECIMENTO DAS TENDÊNCIAS
DO MERCADO E DO SETOR
DEMONSTRADO POR PARTE DAS
EMPRESAS É UM DOS
CATALISADORES DA INOVAÇÃO.
PORÉM, CONTRARIAMENTE À
FORMA COMO OS EMPRESÁRIOS SE
AUTOAVALIAM, OS OPINION
LEADERS CONSIDERAM QUE AS
70
EMPRESAS POSSUEM UMA
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
RÍGIDA, RECURSOS HUMANOS
POUCO QUALIFICADOS E
RECURSOS FINANCEIROS
LIMITADOS. CARACTERÍSTICAS
QUE REFEREM FUNCIONAR COMO
LIMITADORES E NÃO COMO
FACILITADORES DA INOVAÇÃO
EMPRESARIAL DO ALGARVE.
71
6. ANÁLISE CRÍTICA DOS ASPETOS
DETERMINANTES PARA A INOVAÇÃO DAS PME
DO ALGARVE
Para retratar a situação atual
importa analisar os fatores que
facilitam e limitam os processos de
inovação nas empresas da região do
Algarve. Este desenho foi feito com
base na informação recolhida através
da auscultação feita às empresas da
região. No entanto, para
consubstanciar uma análise crítica
dos aspetos determinantes para a
inovação das PME do Algarve, é
necessário adotar uma perspetiva
mais problematizante, baseada
também nas visões dos opinion
leaders, sobre os aspetos que no
futuro poderão determinar a
introdução de processos de inovação
nas empresas algarvias.
Neste contexto, foram
projetadas duas regressões lineares
simples para compreender o peso
relativo das diferentes componentes
no modelo conceptual desenhado. A
opção por desenvolver uma análise
que não integra todas as
componentes no mesmo modelo
estatístico é trivial. Do ponto de vista
semântico importa compreender de
que forma as diferentes componentes
impactam os Resultados das
Atividades de Inovação, mas numa
primeira instância é necessário
perceber o que leva as empresas a
72
desenvolver atividades de inovação.
Quais os fatores responsáveis pela
promoção de atividades deste tipo,
ou seja, compreender o que contribui
de forma mais preponderante para
que uma empresa encete
efetivamente atividades de inovação.
Verificámos que o Perfil Interno
para a Inovação (Figura 31) é o fator
que mais contribui para que as
empresas iniciem processos de
inovação. A Relação com o Meio
Envolvente é também importante,
mas não tem um peso tão
significativo, ou seja, não é tão
determinante para que as empresas
lancem atividades inovadoras. O
modelo ilustrado na figura, poderá
ser consultado em detalhe na Figura
29, página 61.
Figura 31. Fatores Determinantes para o Desenvolvimento de Atividades
de Inovação
Fonte: Elaboração própria
73
Após este primeiro insight de
que a envolvente e a relação com a
mesma são importantes, mas que o
fator mais preponderante para
desenvolver atividades de inovação,
está sobretudo no ADN da empresa,
no seu Perfil Interno, importa
compreender também quais os
fatores que determinam o sucesso,
ou neste caso, os Resultados das
Atividades de Inovação, sejam eles
respeitantes a indicadores
económico-financeiros, sociais ou
outros.
Verifica-se que as empresas
avaliam os Resultados das suas
atividades de inovação de forma mais
positiva, quanto melhor for a sua
Relação com o Meio Envolvente.
Com menor relevo para o incremento
dos resultados das atividades de
inovação são, portanto, por ordem
decrescente, o Desenvolvimento de
Atividades de Inovação e o Perfil
Interno da empresa (Figura 32). O
modelo de abordagem conceptual
ilustrado na figura, poderá ser
consultado em detalhe na Figura 29,
página 61.
Por outras palavras, se
quisermos exponenciar os resultados
percebidos por parte das empresas
para as suas atividades de inovação,
será mais eficaz intervir ao nível da
Relação das Empresas com o meio
envolvente, nomeadamente intervir
na Relação das empresas com o
Meio Científico e Tecnológico, na
Relação com o Meio Envolvente
Próximo (Clientes, Fornecedores e
Consultores) e com o Sistema
Financeiro e de Financiamento para
a Inovação.
74
Figura 32. Fatores Determinantes para os Resultados das Atividades de
Inovação
Fonte: Elaboração própria
Sistematizando, o Perfil Interno
da empresa é um fator determinante
para a empresa avançar ou não com
o desenvolvimento de atividades de
inovação, mas o fator determinante
para a empresa obter resultados
positivos com essas atividades é a
sua relação com a envolvente
externa, nomeadamente com os
sistemas científico, financeiro e com
clientes, fornecedores ou outros
parceiros. Quanto melhor (em termos
de inovação) for o perfil interno da
empresa, maior a sua capacidade
para desenvolver atividades de
inovação; mas, quanto melhor for a
sua relação com a envolvente,
75
melhores os resultados que as
empresas obtêm.
Estes resultados são bastante
interessantes e corroboram os
resultados obtidos através da análise
de conteúdo à informação veiculada
pelos opinion leaders quando
afirmam que, para se considerar uma
empresa inovadora, i.e, para que
esta desenvolva atividades de
inovação devem estar reunidos
quatro critérios fundamentais:
1) Introduzir inovações, de qualquer
tipo, que sejam no limite mínimo
novas para a empresa;
2) Desenvolver atividades
inovadoras - que incluem todas
as etapas científicas,
tecnológicas, organizacionais,
financeiras e comerciais que
conduzem, ou que pretendem
conduzir, à implementação de
inovações (OECD, 2005);
3) Empregar uma percentagem
significativa de recursos
humanos qualificados;
4) Desenvolver atividade num setor
de média/alta intensidade
tecnológica ou baseado em
conhecimento.
O insight “surpreendente”, se
assim o quisermos classificar, desta
análise regressiva é a conclusão de
que os próprios opinion leaders e a
relação que as empresas têm com
esses e outros agentes relevantes na
envolvente, são determinantes para
que as atividades de inovação sejam
bem-sucedidas. Como tal, a empresa
deverá ter a capacidade de criar,
antecipar e responder de forma
eficaz às necessidades que se lhe
colocam, através da ligação com
entidades do SCTN, da colaboração
com outras empresas e de comunicar
de forma inovadora para os
mercados que pretende alcançar.
76
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Existe um corpo de evidência
crescente quanto ao papel dominante
da inovação no crescimento
socioeconómico das regiões. Para a
região do Algarve, cujas
características únicas do ponto de
vista dos recursos paisagísticos e
naturais lhe trouxeram uma relevante
vantagem competitiva nos setores do
Turismo e do Mar, impulsionando
naturalmente estes setores a assumir
um papel de liderança, a
necessidade de prossecução de
dinâmicas de inovação tem vindo a
ser relegada para segundo plano.
Apenas recentemente, foram
reconhecidos os impactos menos
positivos desta dependência quase
exclusiva daqueles que são os
recursos naturais, Sol e Mar, da
região.
O crowding-out sobre as outras
atividades económicas e sobre os
recursos humanos da região,
limitaram a capacidade de inovação
regional, que se pretende agora
resgatar.
Não obstante, já neste novo
ciclo em que a estratégia regional
está articulada no sentido de
promover objetivos temáticos claros –
a) reforçar a investigação, o
desenvolvimento tecnológico e a
inovação; b) melhorar o acesso às
tecnologias da informação, bem
como a sua utilização e qualidade; e
c) reforçar a competitividade das
pequenas e médias empresas – tem
77
vindo a assistir-se a uma elevada
fragmentação e desarticulação entre
os diversos atores e iniciativas. Esta
desarticulação deve-se em parte a
um profundo desconhecimento
daquela que é a realidade do tecido
empresarial regional e prejudica
indiscutivelmente a instauração de
um ecossistema de inovação na
região.
O presente estudo surge neste
contexto, com o desiderato de
contribuir para o desenvolvimento
das fundações necessárias para a
geração de um ambiente regional
recetivo e catalisador de dinâmicas
de inovação por parte das PME nos
setores do Turismo, Mar,
Agroalimentar, Energias Renováveis,
Saúde, Bem-Estar e Ciências da Vida
e TIC e Indústrias Culturais e
Criativas. À medida que o aumenta o
conhecimento sobre os fatores
determinantes para alimentar ciclos
de inovação por parte das empresas,
mais facilmente poderão ser
desenhadas e adotadas políticas
efetivas e consequentes.
Os resultados apresentados
tornam claro que o desenvolvimento
tecnológico ou procedimental
depende em larga medida das
características do tecido empresarial
regional, tornando ainda mais
premente a necessidade de atrair e
de sedimentar a presença de novas
empresas para a região. Por outro
lado, a transferência do
conhecimento entre o mercado, os
diversos atores e as empresas, afeta
de forma preponderante a obtenção
de resultados dessas dinâmicas de
inovação.
Esta nova perspetiva política da
inovação e da forma como devem ser
estimuladas dinâmicas de inovação
no mercado subjaz o BIALG. O
panorama regional traçado por este
barómetro revela a necessidade dos
diversos atores da governança
regional desenvolverem uma visão
crítica sobre quais são as
componentes de inovação que
poderão trazer resultados de forma
mais imediata em cada setor e
adotarem, com base nesta
informação, um modelo de
intervenção integrado e sistémico.
Se no caso dos setores
classificados como consolidados pela
estratégia regional (RIS3), o Mar
parece estar num ciclo de adaptação,
alicerçado em projetos inovadores
que têm vindo a surgir na região, e
bem suportado por entidades
relevantes e programas de apoio
78
específicos; o setor do Turismo
apresenta graves debilidades. A
inegável representatividade do
Turismo na região e o seu contributo
para o apport económico da região,
justificam a importância de se
analisar e discutir, de forma mais
minuciosa, o desempenho do setor
no processo de inovação.
No que concerne aos setores
emergentes, verificamos que o setor
Agroalimentar, historicamente
descapitalizado tanto do ponto de
vista dos recursos físicos e
tecnológicos, como dos recursos
humanos, beneficiaria com
intervenções direcionadas para a
componente relativa ao Perfil Interno.
Da mesma forma, apesar do
tecido empresarial regional no setor
da Saúde, Bem-Estar e Ciências da
Vida incluir estruturas de recursos
humanos altamente especializadas,
verifica-se que existe necessidade de
dotar a estrutura organizacional de
competências internas para a
inovação. Com efeito, o grau de
especialização dos recursos
humanos nestas empresas é
falacioso para a presente análise. A
natureza da atividade requer
profissionais com níveis de instrução
elevados, mas esse potencial
humano não está capitalizado para a
prossecução de dinâmicas de
inovação.
As empresas no setor do
Energias Renováveis, por sua vez,
dispõem de alguma capacidade para
perseguir dinâmicas de inovação,
mas fazem-no de forma individual e
desconcertada. Dada a natureza
emergente do setor na região e as
suas especificidades, como por
exemplo, a necessidade de RH muito
especializados ou de um desenho de
políticas customizadas, parece ser
urgente a formalização do seu cluster
e a dinamização das relações entre
os diversos atores.
Por fim, é claramente a
natureza tecnológica das empresas
no setor das TIC e Indústrias
Culturais e Criativas que tornou o
setor num significativo impulsionador
da inovação na região. Contudo,
importa a este nível ressalvar a
necessidade de estimular a visão e o
planeamento estratégico destas
empresas, que devido às rápidas
flutuações e atualizações no
mercado, parecem estar demasiado
impregnadas de modelos de
intervenção reativos. Por outro lado,
por forma a exponenciar o retorno
das atividades de inovação que estas
79
empresas têm vindo a protagonizar, é
relevante continuar, do ponto de vista
dos atores da governança regional, a
estimular a sua relação com a
envolvente. O impacto positivo da
aproximação da Universidade do
Algarve ao mercado é visível, por
exemplo, neste setor e deve
continuar a ser apoiada.
A geração de um ecossistema
regional de inovação é complexa e
pode ser estimulada através de
diversas medidas-estímulo da
inovação empresarial como:
Programas de inserção de recursos
humanos altamente qualificados nas
empresas; Programas de promoção
de parcerias universidade-empresa;
Mecanismos de colaboração/
clustering/ informação setorial;
Facilitação/ desburocratização/
simplificação do acesso aos sistemas
de incentivo; Alargamentos dos vales
de inovação; Dinamização de linhas
de financiamento alternativas (e.g.,
Business angels); Fomentar ações de
sensibilização de empresários para
empresários (B2B).
No entanto, é importante
compreender que não existem
modelos de aplicação única, mesmo
num contexto de dimensão
relativamente reduzida, como o do
Algarve.
Tendo em consideração a
conjuntura política e económico-
social do país e da região, é possível
elencar um conjunto de
oportunidades e de ameaças, que
poderão no futuro influenciar este
processo (Tabela 7), mas não
podemos esquecer que os presentes
resultados decorrem de uma
radiografia que foi feita numa janela
temporal concreta ao ecossistema de
inovação da região.
80
Tabela 7. Oportunidades e Ameaças Conjunturais ao Estímulo à Inovação
das PME do Algarve
Oportunidades Ameaças
Turismo como alavanca da inovação Dependência de decisões externas à região para o seu principal setor - procura turística (visitantes podem escolher outros destinos) e oferta (maiores operadores com sede fora da região)
Setores com potencial endógeno na região tornarem-se relevantes internacionalmente (energia; recursos biológicos mar, saúde e bem-estar)
Implementação da RIS3 de forma efetiva e participada
Não implementação da RIS3 e de outras políticas de estímulo
Desenvolvimento de espaços de inovação Discurso político de apoio à inovação afasta-se da prática dos instrumentos de financiamento
Criação de novos atores de inovação (e. g. animadores de clusters ou de rede de espaços de incubação regional)
Excessiva concentração de recursos de apoio à inovação na área tecnológica
Universidade do Algarve com área de investigação no mar reconhecidas internacionalmente
Universidade do Algarve com maior capacidade de produção na economia do mar, podia promover mais a criação/fixação de conhecimento de outras áreas na região
Regeneração urbana das cidades Não concretização da aposta na qualificação do emprego
Emergência de novas áreas de negócio derivadas dos desafios societais inerentes às alterações demográficas, à circularidade da economia e à digitalização
Carência de mão de obra, qualificada e não qualificada
Fonte: Elaboração própria
A compreensão,
acompanhamento e gestão deste tipo
de processos requer modelos de
análise longitudinais. Pretendemos
por isso que o BIALG seja encarado
como uma ferramenta e as
considerações anteriores como um
documento em aberto. Não por estar
inacabado, ou incompleto, tal como
as atividades de inovação, deve ser
um processo contínuo e permanente.
Enquanto região, precisamos
Fazer Novo com o Velho, sem
esquecer que o novo hoje já não o
será amanhã.
81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CCDR Algarve. (2014a). Estratégia de Especialização Inteligente RIS3 Algarve. Faro: Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve.
CCDR Algarve. (2014b). Programa Operacional Regional CRESC Algarve2020 - Região Competitiva, Resiliente, Empreendedora e Sustentável com base na valorização do Conhecimento. Faro: Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve.
Cooke, P. (2016). Four minutes to four years: the advantage of recombinant over specialized innovation – RIS3 versus “smartspec.” European Planning Studies, 24(8), 1494–1510. https://doi.org/10.1080/09654313.2016.1151482
Cronbach, L. J. (1951). Coefficient alpha and the internal structure of tests. Psychometrika, 16(3), 297–334. https://doi.org/10.1007/BF02310555
European Commission. (1995). European Commission Green Paper on Innovation. Brussels: European Commission.
Foray, D., & Goenaga, X. (2013). The goals of Smart Specialisation (S3 Policy Brief Series No. No. 01/2013). Seville: European Commission, Joint Research Centre.
IAPMEI, & FCT. (2014). Estratégia Nacional de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente 2014-2020. Lisboa: IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, I.P, FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia (apoiados por AdI – Agência de Inovação e Autoridade de Gestão do COMPETE). Retrieved from https://www.portugal2020.pt/Portal2020/Media/Default/Docs/EstrategiasEInteligente/ENEI_Versão final.pdf
McCann, P., & Ortega-Argilés, R. (2016). Smart Specialisation: Insights from the EU Experience and Implications for Other Economies. Journal of Regional Research - Investigaciones Regionales, 36, 279–293.
82
OECD. (2005). Oslo Manual: Guidelines for Collecting and Interpreting Innovation Data (3rd Ed.). Paris: OECD Publishing. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1787/9789264013100-en
Pinto, H., Nogueira, C., Carrozza, C., & D’Emery, R. (2018). Smart Specialization and the Enterpreneurial Discovery: A new Approach to Design Structural Change. In L. C. Carvalho, C. Rego, R. Lucas, M. I. Sánchez-Hernández, & A. Noronha (Eds.), Entrepreneurship and Structural Change in Dynamic Territories - Contributions from Developed and Developing Countries. Berlin: Springer.
Schumpeter, J. (1934). The Theory of Economic Development. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press.
PÁGINAS NA INTERNET
Plataforma S3: http://s3platform.jrc.ec.europa.eu/
Eurostat: http://ec.europa.eu/eurostat
Regional Innovation Scoreboard:
http://ec.europa.eu/growth/industry/innovation/facts-figures/regional_pt
83
ANEXOS
84
ANEXO A. LISTA DE ABREVIATURAS
AMAL Comunidade Intermunicipal do Algarve
BIALG Barómetro de Inovação do Algarve
CCDR Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional
COTEC Associação Empresarial para a Inovação
EMAS Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria
EMBRC.PT European Marine Biological Resource Centre - PT
ENEI Estratégia Nacional de Especialização Inteligente
EPO European Patent Office
EREI Estratégia Regional de Especialização Inteligente
Eurostat Statistical Office of the European Union
FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia
I&D Investigação e Desenvolvimento
IAPMEI Agência para a Competitividade e Inovação
ICC Indústrias Culturais e Criativas
NERA Associação Empresarial da Região do Algarve
PDE Processo da Descoberta Empreendedora
PIB Produto Interno Bruto
PME Pequenas e Médias Empresas
RH Recursos Humanos
RII Regional Innovation Index
RIS3 Estratégia de Especialização Inteligente
SCTN Sistema Científico e Tecnológico Nacional
SPQ Sistemas Português da Qualidade
SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats
TIC Tecnologias da Informação e da Comunicação
UE União Europeia
85
ANEXO B. QUESTIONÁRIO QUANTITATIVO REALIZADO ÀS EMPRESAS DO
ALGARVE
Gostávamos de solicitar a sua colaboração no âmbito do projeto INOVA ALGARVE 2020, promovido pelo NERA e pela AMAL, e que tem como objetivo reforçar a capacitação das PME da região, especialmente as enquadradas nos domínios da RIS3 Algarve, para o desenvolvimento de novos processos de inovação, estimulando a cooperação para a inovação.
Salientamos ainda que a sua participação é voluntária e confidencial, sendo os dados analisados na globalidade das empresas da região, isto é, não serão em momento algum identificadas empresas em particular e as respetivas respostas.
AGRADECEMOS A SUA PARTICIPAÇÃO E SOLICITAMOS QUE RESPONDA ÀS QUESTÕES EM BAIXO, DIGITADO A SUA RESPOSTA NOS CAMPOS CRIADOS EM BRANCO.
Designação Social*
Email* * Esta informação será apenas utilizada para podermos confirmar quais as entidades que já participaram e impedir que sejam contactadas novamente para esse efeito.
Localidade Código postal
Volume de negócios anual (último ano)
N.º trabalhadores total (atual)
N.º trabalhadores com formação superior (atual)
Data de constituição da empresa
Atividade da empresa
Setor de atividade RIS3 Turismo
Mar
Agroalimentar
Energias Renovaveis
TIC
Saúde e Bem Estar
Concelho
INDIQUE POR FAVOR NUMA ESCALA DE 1-Não cumpre, A 5-Cumpre com Excelência EM QUE MEDIDA A SUA EMPRESA CUMPRE CADA UM DOS SEGUINTES INDICADORES. ASSINALE A SUA RESPOSTA COM QUALQUER COR DA SUA PREFERÊNCIA.
COMPONENTE 1 - PERFIL INTERNO PARA A INOVAÇÃO
AMBIENTE E CULTURA ORGANIZACIONAL PARA A INOVAÇÃO Não cumpre
Cumpre com excelência
A missão da entidade promove a criatividade, experimentação, empreendedorismo e/ou inovação contínua e a abertura e mercados externos
1 2 3 4 5
A cultura organizacional estimula o desenvolvimento de projetos inovadores, assumindo riscos, aceitando e integrando os fracassos
1 2 3 4 5
A gestão de topo está envolvida diretamente nas atividades de inovação 1 2 3 4 5
A visão da organização tem um caráter inovador e internacional (de mercado global)
1 2 3 4 5
A entidade adota modelos organizacionais flexíveis de forma a facilitar os processos de gestão de mudança e da inovação
1 2 3 4 5
86
O ambiente organizacional é propício à criatividade, ao intercâmbio de ideias e à inovação, existindo uma real abertura para a expressão e integração de diferentes perspetivas
1 2 3 4 5
A organização procura posicionar-se de forma pioneira no mercado, através do desenvolvimento de novos produtos ou serviços que sejam de alguma forma disruptivos face à oferta da concorrência
1 2 3 4 5
A entidade tem uma estratégia para a inovação devidamente estabelecida e comunicada pela equipa da organização para os próximos três anos.
1 2 3 4 5
A atividade de inovação está devidamente enquadrada na estratégia de marketing e promoção da organização
1 2 3 4 5
RECURSOS HUMANOS, FÍSICOS, TECNOLÓGICOS E FINANCEIROS Não cumpre
Cumpre com excelência
A entidade possui quadros técnicos qualificados com conhecimentos especializados 1 2 3 4 5
A organização possui um núcleo/departamento/grupo de inovação e/ou de investigação e desenvolvimento, com objetivos específicos e mensuráveis
1 2 3 4 5
A entidade estimula a participação da equipa de inovação em eventos externos, com vista a aumentar as suas competências para os processos de inovação
1 2 3 4 5
A entidade desenvolve planos de formação orientados para a inovação 1 2 3 4 5
A entidade promove a criatividade, a capacidade de iniciativa e a apresentação de propostas inovadoras pelos seus colaboradores
1 2 3 4 5
A entidade possui equipamento técnico e tecnológico avançado para o desenvolvimento da sua atividade e para projetos de inovação
1 2 3 4 5
A entidade possui um sistema de informação e comunicação adequado para as atividades de inovação (TIC, rede WIF, Sistemas Could)
1 2 3 4 5
A entidade possui um plano de financiamento e de pelo menos 1 ano para as atividades de inovação
1 2 3 4 5
A entidade realizou um investimento em inovação no último ano: realização de atividades de I&D; aquisição externa de I&D; aquisição de maquinaria, equipamento e software; aquisição de conhecimentos externos; formação e atividades de marketing e outros procedimentos
1 2 3 4 5
COMPETÊNCIAS PARA A INOVAÇÃO Não cumpre
Cumpre com excelência
A entidade possui uma política de recrutamento devidamente definida para as atividades de inovação e estabelece normalmente parcerias com universidades e centros de I&D
1 2 3 4 5
A entidade dispõe de um mecanismo de identificação de novas ideias na equipa 1 2 3 4 5
Os colaboradores participam no desenvolvimento do conceito de novos produtos ou atividades de inovação
1 2 3 4 5
A organização avalia de forma sistemática o seu modelo organizacional e relacional, tendo em conta os seus objetivos estratégicos
1 2 3 4 5
A entidade possui competências especializadas para a gestão de atividades de inovação
1 2 3 4 5
A entidade possui as competências técnicas e tecnológicas necessárias para desenvolver projetos de inovação e I&D
1 2 3 4 5
A entidade tem um sistema de gestão e análise do conhecimento gerado pelas atividades de inovação de I&D
1 2 3 4 5
A entidade detém as competências necessárias para identificar, analisar e adequar as tendências inovadoras do mercado ao seu produto/serviço
1 2 3 4 5
COMPONENTE 2 - RELAÇÃO COM O MEIO ENVOLVENTE PARA A INOVAÇÃO
RELAÇÃO COM O SISTEMA CIENTÍFICO TECNOLÓGICO (SCT) E AGENTES DE INOVAÇÃO Não cumpre
Cumpre com excelência
A entidade participa em parcerias ativas com entidades do SCT e agentes de inovação
1 2 3 4 5
A entidade solicita aos agentes de inovação a apresentação de sugestões ou soluções técnicas para os seus produtos/serviços
1 2 3 4 5
A entidade tem em curso algum projeto de inovação com o SCT 1 2 3 4 5
RELAÇÃO COM O MEIO ENVOLVENTE PRÓXIMO (CLIENTES, FORNECEDORES E CONSULTORES) Não cumpre
Cumpre com excelência
A entidade realiza o levantamento contínuo de novas necessidades e expectativas de clientes
1 2 3 4 5
A entidade desenvolve projetos em conjunto com clientes 1 2 3 4 5
Os clientes são chamados a participar e opinar na fase de teste a novos produtos e serviços
1 2 3 4 5
A entidade desenvolve ações de promoção e captação de novos segmentos de mercados
1 2 3 4 5
A entidade estimula o desenvolvimento de parcerias com os fornecedores, traduzidas em ações específicas de colaboração
1 2 3 4 5
A entidade consulta de forma regular os fornecedores para as atividades de inovação
1 2 3 4 5
A entidade desenvolve projetos de inovação em parceria com fornecedores 1 2 3 4 5
A entidade promove o networking com entidades externas 1 2 3 4 5
SISTEMA FINANCEIRO E DE FINANCIAMENTO PARA A Não cumpre Cumpre com
excelência
87
INOVAÇÃO
A entidade recorre ao sistema financeiro para desenvolver projetos de inovação 1 2 3 4 5
O sistema financeiro é recetivo a apoiar financeiramente os projetos de inovação 1 2 3 4 5
A entidade desenvolve projetos de inovação com financiamento público e/ou comunitário
1 2 3 4 5
Os organismos de gestão de fundos comunitários são recetivos aos projetos de inovação
1 2 3 4 5
Os pedidos de financiamento a fundos comunitários e nacionais obedecem a processos de candidatura simples e de fácil execução
1 2 3 4 5
As taxas e o financiamento dos fundos comunitários são atrativos para o desenvolvimento de projetos de inovação
1 2 3 4 5
COMPONENTE 3 - DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃo
DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO Não cumpre Cumpre com
excelência A entidade elabora, organiza, implementa, executa, monitorza e avalia sistematicamente planos de ação para as atividades de inovação
1 2 3 4 5
A entidade procede à identificação de melhorias para o processo de inovação e incorpora-as nas suas atividades de inovação
1 2 3 4 5
A organização dispõe de mecanismos contínuos para a geração, identificação e seleção de ideias para desenvolver novos produtos, serviços e processos de produção, organização, comercialização e/ou distribuição
1 2 3 4 5
A entidade dispõe de procedimentos e rotinas estabelecidos para o desenvolvimento das atividades de inovação
1 2 3 4 5
As tarefas, responsabilidades e os objetivos da equipa afeta às atividades de inovação estão devidamente estabelecidos e apropriados pelos colaboradores
1 2 3 4 5
A entidade participa em redes de colaboração e de partilha de boas práticas 1 2 3 4 5
FONTES DE INOVAÇÃO E INFORMAÇÃO Não cumpre Cumpre com
excelência A entidade analisa de forma sistemática as tendências dos fornecedores, clientes e outros stakeholders para identificar oportunidades de inovação
1 2 3 4 5
A entidade possui mecanismos para a identificação de novas tecnologias existentes no mercado
1 2 3 4 5
A entidade organiza a informação recolhida para observação dos mercados numa base de dados específica para o efeito
1 2 3 4 5
A entidade recorreu a fontes de informação para as atividades de inovação (internas; mercado - clientes, fornecedores, etc.; ou institucionaiss - Universidades, laboratórios, etc.
1 2 3 4 5
PATENTES E MÉTODOS DE PROTEÇÃO Não cumpre Cumpre com
excelência A entidade tem uma estratégia definida para a proteção e valorização do seu capital intelectual e dos resultados das atividades de inovação e I&D
1 2 3 4 5
A entidade possui "patentes", "modelos de utilidade" e/ou "desenhos ou modelos" em vigor
1 2 3 4 5
A entidade celebrou algum contrato de transferência de tecnologia ou adquiriu licenças de utilização de patentes e/ou transferência de tecnologia
1 2 3 4 5
COMPONENTE 4 - RESULTADOS DAS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO
RESULTADO DA ATIVIDADE DE INOVAÇÃO Não cumpre Cumpre com
excelência A entidade introduziu no mercado, nos últimos 3 anos, novos produtos/serviços 1 2 3 4 5
A entidade desenvolveu novos produtos/serviços em parceria nos últimos 3 anos 1 2 3 4 5
A entidade recorre, de forma sistemática, a serviços de consultoria e assistência técnica, para a transferência de conhecimentos e de inovação
1 2 3 4 5
A entidade introduziu, nos últimos 3 anos, novos processos de produção e/ou organização
1 2 3 4 5
A entidade desenvolveu ou introduziu novos processos em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos
1 2 3 4 5
A entidade reforça, de forma regular, as capacidades laboratoriais, excluindo os testes de qualidade dos produtos, protótipos e provas de conceito
1 2 3 4 5
A entidade adota princípios de ecoeficiência, de forma a promover uma utilização mais eficiente dos recursos
1 2 3 4 5
A entidade realizou alterações significativas no modelo organizacional, nomeadamente através da introdução de novos métodos ou filosofias de organização do trabalho, nos últimos 3 anos
1 2 3 4 5
A entidade desenvolveu ou introduziu inovações ao nível organizacional em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos
1 2 3 4 5
A entidade desenvolve ações de formação que permitem uma melhor eficácia dos processos de inovação
1 2 3 4 5
A entidade possui certificado de qualidade no âmbito do Sistema Português da Qualidade (SPQ) ou de outro sistema de certificação que seja relevante para a qualidade dos produtos, serviços ou processos de gestão
1 2 3 4 5
A entidade possui certificações de sistemas, serviços e produtos na área do ambiente, nomeadamente o Rótulo Ecológico e Sistema Comunitário de Ecogestão
1 2 3 4 5
88
e Auditoria (EMAS)
A entidade contratou recursos humanos altamente qualificados para a atividade de inovação nos últimos 3 anos
1 2 3 4 5
A entidade realizou alterações significativas no design ou na embalagem de um bem ou serviço nos últimos 3 anos, excluindo as alterações periódicas e outras de natureza cíclica e sazonal
1 2 3 4 5
A entidade introduziu nos últimos 3 anos novos métodos de venda ou de distribuição ou melhorou significativamente os existentes
1 2 3 4 5
A entidade encontra-se presente na economia digital e tecnológica - "e business" 1 2 3 4 5
A entidade possui marcas registadas de produtos e de empresas 1 2 3 4 5
A entidade desenvolveu ou introduziu inovações ao nível organizacional em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos
1 2 3 4 5
A entidade introduziu ou melhorou os sistemas de informação associados aos métodos de distribuição e logística
1 2 3 4 5
RESULTADOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS Não cumpre Cumpre com
excelência A atividade de inovação tem impacto positivo nos resultados económicos e financeiros da entidade
1 2 3 4 5
A introdução de novo(s) produto(s) / serviço(s) contribuiu de forma significativa para o volume de negócios (VN) no último ano
1 2 3 4 5
A entidade realiza de forma sistemática investimentos para as atividades de inovação
1 2 3 4 5
A entidade recebeu durante os últimos anos apoio financeiro público e/ou comunitário para realizar atividades de inovação
1 2 3 4 5
RESULTADOS DE MERCADO E SOCIEDADE Não cumpre Cumpre com
excelência A atividade de inovação possibilitou o aumento da quota de mercado da entidade 1 2 3 4 5
A atividade de inovação tem possibilitado alcançar novos nichos de mercado 1 2 3 4 5
A atividade de inovação tem gerado um impacto positivo na notoriedade e imagem da empresa no mercado
1 2 3 4 5
A atividade de inovação tem possibilitado a criação de emprego no setor de atividade
1 2 3 4 5
A atividade de inovação influenciou a forma de atuação do setor, gerando externalidades positivas
1 2 3 4 5
A atividade de inovação tem gerado mudanças disruptivas no respetivo setor de atividade
1 2 3 4 5
POR FIM, INDIQUE POR FAVOR EM QUE MEDIDA CONSIDERA CADA UM DOS SEGUINTES FATORES DETERMINANTES PARA A PROSECUÇÃO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO POR PARTE DAS EMPRESAS. ASSINALE A SUA RESPOSTA COM QUALQUER COR DA SUA PREFERÊNCIA.
Dificulta as atividades de inovação
Facilita as atividades
de inovação
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
DINAMISMO DO SETOR DE ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE NO MERCADO DE PESSOAL QUALIFICADO
DISPONIBILIDADE NO MERCADO DE TECNOLOGIA ADEQUADA
RECETIVIDADE DO MERCADO A NOVOS PRODUTOS / SERVIÇOS
EXISTÊNCIA NO MERCADO DE INFRAESTRUTURAS DE APOIO ÀS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE PARCEIROS PARA ESTABELECER ACORDOS PARA COOPERAÇÃO EM ATIVIDADES DE INOVAÇÃO
FACILIDADE DO PROCESSO DE REGISTO DE PATENTES E MODELOS DE UTILIZAÇÃO
LEGISLAÇÃO, REGULAMENTOS E TRIBUTAÇÃO DA ATIVIDADE FAVORÁVEIS À INOVAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÃO SOBRE OS APOIOS EXISTENTES À INOVAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DO SISTEMA FINANCEIRO (BANCOS, CAPITAIS DE RISCO, ETC.)
DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DO SISTEMA FINANCEIRO CRESCALGARVE2020
DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DE OUTRAS FONTES PÚBLICAS, NACIONAIS OU EUROPEIAS (FUNDOS COMUNITÁRIOS)
RECETIVIDADE DOS ORGANISMOS DE GESTÃO DOS FUNDOS COMUNITÁRIOS AOS PROJETOS DE INOVAÇÃO
ATRATIVIDADE DAS TAXAS DO FINANCIAMENTO COMUNITÁRIOS E DOS LIMITES MÍNIMOS DE INVESTIMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE INOVAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HUMANOS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU PROCESSOS DE INOVAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU PROCESSOS DE INOVAÇÃO
CAPACIDADE DE AUTO-FINANCIAMENTO - DISPONBILIDADE DE RECURSOS FINANCEIROS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU
89
PROCESSOS DE INOVAÇÃO
ENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS INTERNOS PARA AS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO ENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO DA GESTÃO DE TOPO PARA AS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO CONHECIMENTO DAS TENDÊNCIAS DO MERCADO E DO SETOR CAPACIDADE DE ASSUMIR RISCOS FACE ÀS INCERTEZAS DO MERCADO ESTRUTURA ORGANIZACIONAL INTERNA FLEXÍVEL PREOCUPAÇÃO INTERNA EM RECRUTAR NOVOS RECURSOS HUMANOS OU RECOLHER IDEIAS QUE POTENCIEM ATIVIDADES DE INOVAÇÃO CONSIDERA QUE EXISTEM OUTROS FATORES RELEVANTES? QUAIS? ANOTE POR FAVOR
AGRADECEMOS A SUA COLABORAÇÃO!
90
ANEXO C. QUESTIONÁRIO QUALITATIVO REALIZADOS A OPINION
LEADERS
Gostávamos de solicitar a sua colaboração num estudo a realiza no âmbito do projeto INOVA ALGARVE 2020, promovido pelo NERA e pela AMAL. Neste estudo pretendemos compreender quais podem como devem ser promovidas dinâmicas de cooperação e inovação nas PME da região, especialmente as enquadradas nos domínios da RIS3 Algarve. Salientamos ainda que a sua participação é voluntária e confidencial, sendo os dados analisados na globalidade das empresas da região, isto é, não serão em momento algum identificadas empresas em particular e as respetivas respostas.
AGRADECEMOS A SUA PARTICIPAÇÃO E SOLICITAMOS QUE RESPONDA ÀS QUESTÕES EM BAIXO, DIGITADO A SUA RESPOSTA NOS CAMPOS CRIADOS EM BRANCO.
Designação Social / Nome *
Email*
Localidade Código postal
Setor de atividade RIS3 Turismo
Mar
Agroalimentar
Energias Renováveis
TIC
Saúde e Bem Estar
Não se aplica
QUAIS OS CRITÉRIOS QUE CONSIDERA MAIS RELEVANTES SE PODER CLASSIFICAR UMA EMPRESA COMO INOVADORA?
POR OUTRO LADO, QUAIS ACREDITA SEREM OS PRINCIPAIS ENTRAVES À INOVAÇÃO EMPRESARIAL?
NA SUA OPINIÃO, COMO PODEMOS ESTIMULAR AS EMPRESAS A SEREM MAIS INOVADORAS?
COMO AVALIA DO PONTO DE VISTA DA INOVAÇÃO DAS EMPRESAS SEDIADAS NO ALGARVE?
QUAIS ACREDITA SEREM AS MAIORES DEBILIDADES DO TECIDO EMPRESARIAL ALGARVIO NO QUE DIZ RESPEITO À INCORPORAÇÃO DE INOVAÇÃO NA SUA ATIVIDADE?
DA MESMA FORMA QUAIS AS PRINCIPAIS FORÇAS DAS EMPRESAS ALGARVIAS NO QUE DIZ RESPEITO ÀS DINÂMICAS DE INOVAÇÃO?
SE PENSARMOS NA CONJUNTURA POLÍTIA, SOCIAL E ECONÓMICA DO PAÍS E EM ESPECIAL DA REGIÃO, PERSPETIVA ALGUMAS OPORTUNIDADES OU AMEAÇAS EM ESPECÍFICO PARA AS EMPRESAS SEDIADAS NO ALGARVE? QUAIS?
91
POR FIM, INDIQUE POR FAVOR EM QUE MEDIDA CONSIDERA CADA UM DOS SEGUINTES FATORES DETERMINANTES PARA A PROSECUÇÃO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO POR PARTE DAS EMPRESAS. ASSINALE A SUA RESPOSTA COM QUALQUER COR DA SUA PREFERÊNCIA.
Dificulta as atividades de inovação
Facilita as atividades de inovação
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
DINAMISMO DO SETOR DE ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE NO MERCADO DE PESSOAL QUALIFICADO
DISPONIBILIDADE NO MERCADO DE TECNOLOGIA ADEQUADA
RECETIVIDADE DO MERCADO A NOVOS PRODUTOS / SERVIÇOS
EXISTÊNCIA NO MERCADO DE INFRAESTRUTURAS DE APOIO ÀS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE PARCEIROS PARA ESTABELECER ACORDOS PARA COOPERAÇÃO EM ATIVIDADES DE INOVAÇÃO
FACILIDADE DO PROCESSO DE REGISTO DE PATENTES E MODELOS DE UTILIZAÇÃO
LEGISLAÇÃO, REGULAMENTOS E TRIBUTAÇÃO DA ATIVIDADE FAVORÁVEIS À INOVAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÃO SOBRE OS APOIOS EXISTENTES À INOVAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DO SISTEMA FINANCEIRO (BANCOS, CAPITAIS DE RISCO, ETC.)
DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DO SISTEMA FINANCEIRO CRESCALGARVE2020
DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DE OUTRAS FONTES PÚBLICAS, NACIONAIS OU EUROPEIAS (FUNDOS COMUNITÁRIOS)
RECETIVIDADE DOS ORGANISMOS DE GESTÃO DOS FUNDOS COMUNITÁRIOS AOS PROJETOS DE INOVAÇÃO
ATRATIVIDADE DAS TAXAS DO FINANCIAMENTO COMUNITÁRIOS E DOS LIMITES MÍNIMOS DE INVESTIMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE INOVAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HUMANOS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU PROCESSOS DE INOVAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU PROCESSOS DE INOVAÇÃO
CAPACIDADE DE AUTOFINANCIAMENTO - DISPONBILIDADE DE RECURSOS FINANCEIROS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU PROCESSOS DE INOVAÇÃO ENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS INTERNOS PARA AS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO ENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO DA GESTÃO DE TOPO PARA AS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO
CONHECIMENTO DAS TENDÊNCIAS DO MERCADO E DO SETOR
CAPACIDADE DE ASSUMIR RISCOS FACE ÀS INCERTEZAS DO MERCADO
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL INTERNA FLEXÍVEL PREOCUPAÇÃO INTERNA EM RECRUTAR NOVOS RECURSOS HUMANOS OU RECOLHER IDEIAS QUE POTENCIEM ATIVIDADES DE INOVAÇÃO CONSIDERA QUE EXISTEM OUTROS FATORES RELEVANTES? QUAIS? ANOTE POR FAVOR
Gostaria de fazer algum comentário final?
AGRADECEMOS A SUA COLABORAÇÃO!
92
ANEXO D. DADOS DE APOIO À CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DE
EMPRESAS
Gráfico B1. Data de Constituição por Setor de Atividade
Fonte: Elaboração própria
93
ANEXO E. DADOS DE APOIO AO PONTO 4. DESEMPENHO INOVADOR DAS PME DO ALGARVE
Tabela C1. Médias Avaliação Ambiente e Cultura Organizacional | Componente 1 Perfil Interno
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A missão da entidade promove a criatividade, experimentação, empreendedorismo e/ou inovação contínua e a abertura e mercados externos
132 ,956 3,73 3,58 3,83 3,30 4,26 3,71 3,58
A cultura organizacional estimula o desenvolvimento de projetos inovadores, assumindo riscos, aceitando e integrando os fracassos
132 ,964 3,73 3,42 3,92 3,48 4,17 3,80 3,83
A gestão de topo está envolvida diretamente nas atividades de inovação
129 ,868 4,22 4,19 4,42 3,82 4,53 4,13 4,17
A visão da organização tem um caráter inovador e internacional (de mercado global)
130 1,199 3,79 3,73 4,31 3,32 4,17 3,79 3,33
A entidade adota modelos organizacionais flexíveis de forma a facilitar os processos de gestão de mudança e da inovação
130 ,822 3,77 3,81 4,08 3,18 4,17 3,60 3,50
O ambiente organizacional é propício à criatividade, ao intercâmbio de ideias e à inovação, existindo uma real abertura para a expressão e integração de diferentes perspetivas
125 ,875 4,02 4,08 4,31 3,37 4,34 3,86 4,00
A organização procura posicionar-se de forma pioneira no mercado, através do desenvolvimento de novos produtos ou serviços que sejam de alguma forma disruptivos face à oferta da concorrência
125 ,916 4,09 3,86 4,46 4,05 4,17 4,29 3,92
A entidade tem uma estratégia para a inovação devidamente estabelecida e comunicada pela equipa da organização para os próximos três anos.
125 1,039 3,39 3,03 3,92 3,21 3,69 3,57 3,25
A atividade de inovação está devidamente enquadrada na estratégia de marketing e promoção da organização
125 1,060 3,38 3,28 3,85 3,00 3,38 3,79 3,17
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
94
Tabela C2. Médias Avaliação Recursos Humanos Físicos, Tecnológicos e Financeiros | Componente 1 Perfil Interno
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A entidade possui quadros técnicos qualificados com conhecimentos especializados 125 1,004 4,01 3,75 4,23 3,58 4,28 4,29 4,17
A organização possui um núcleo/departamento/grupo de inovação e/ou de investigação e desenvolvimento, com objetivos específicos e mensuráveis
125 1,298 2,56 2,03 3,62 2,53 2,72 2,71 2,25
A entidade estimula a participação da equipa de inovação em eventos externos, com vista a aumentar as suas competências para os processos de inovação
125 1,198 3,34 3,25 3,77 2,84 3,52 3,57 3,08
A entidade desenvolve planos de formação orientados para a inovação
125 1,187 3,04 2,75 3,54 2,53 3,38 3,29 2,92
A entidade promove a criatividade, a capacidade de iniciativa e a apresentação de propostas inovadoras pelos seus colaboradores
125 ,993 3,74 3,64 4,15 3,26 4,07 3,64 3,58
A entidade possui equipamento técnico e tecnológico avançado para o desenvolvimento da sua atividade e para projetos de inovação
125 1,216 3,51 3,22 4,00 2,89 3,86 3,57 3,92
A entidade possui um sistema de informação e comunicação adequado para as atividades de inovação (TIC, rede WIF, Sistemas Could)
125 ,990 3,83 3,72 4,15 3,42 4,14 3,86 3,67
A entidade possui um plano de financiamento e de pelo menos 1 ano para as atividades de inovação 124 1,378 2,77 2,61 3,62 2,74 2,89 2,57 2,17
A entidade realizou um investimento em inovação no último ano: realização de atividades de I&D; aquisição externa de I&D; aquisição de maquinaria, equipamento e software; aquisição de conhecimentos externos; formação e atividades de mktg e outros procedimentos
124 1,122 3,76 3,39 4,00 3,79 3,96 4,00 3,67
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
95
Tabela C3. Médias Avaliação Competências para a Inovação | Componente 1 Perfil Interno
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A entidade possui uma política de recrutamento devidamente definida para as atividades de inovação e estabelece normalmente parcerias com universidades e centros de I&D
124 1,321 2,79 2,47 3,46 2,37 3,00 3,14 2,58
A entidade dispõe de um mecanismo de identificação de novas ideias na equipa
124 1,187 3,08 2,94 3,31 2,26 3,71 3,21 2,92
Os colaboradores participam no desenvolvimento do conceito de novos produtos ou atividades de inovação
123 1,023 3,66 3,51 4,15 3,00 4,14 3,50 3,58
A organização avalia de forma sistemática o seu modelo organizacional e relacional, tendo em conta os seus objetivos estratégicos
123 1,097 3,24 3,06 3,69 2,79 3,71 3,07 3,08
A entidade possui competências especializadas para a gestão de atividades de inovação
123 1,157 3,25 3,11 3,92 2,53 3,71 3,21 3,08
A entidade possui as competências técnicas e tecnológicas necessárias para desenvolver projetos de inovação e I&D
123 1,162 3,24 3,06 3,46 2,79 3,71 3,50 2,92
A entidade tem um sistema de gestão e análise do conhecimento gerado pelas atividades de inovação de I&D
123 1,058 2,79 2,54 3,08 2,63 3,21 2,71 2,50
A entidade detém as competências necessárias para identificar, analisar e adequar as tendências inovadoras do mercado ao seu produto/serviço
123 1,015 3,41 3,29 3,38 2,79 3,82 4,00 3,08
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração Própria
96
Tabela C4. Médias Avaliação Relação com o Sistema Científico Tecnológico (SCT) e Agentes de Inovação | Componente 2
Relação com o Meio Envolvente para a Inovação
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A entidade participa em parcerias ativas com entidades do SCT e agentes de inovação
120 1,47 2,74
2,67 3,23 2,68 2,50 3,14 2,27
A entidade solicita aos agentes de inovação a apresentação de sugestões ou soluções técnicas para os seus produtos/serviços
118 1,34 2,79
2,85 3,00 2,53 2,61 3,08 2,64
A entidade tem em curso algum projeto de inovação com o SCT
119 1,47 2,33
2,24 2,92 2,47 2,07 2,62 2,09
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
97
Tabela C5. Médias Avaliação Relação Com o Meio Envolvente Próximo (Clientes, Fornecedores e Consultores) | Componente 2
Relação com o Meio Envolvente para a Inovação
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A entidade realiza o levantamento contínuo de novas necessidades e expectativas de clientes
121 1,10 3,69 3,88 3,77 3,16 4,11 3,47 3,36
A entidade desenvolve projetos em conjunto com clientes 121 1,21 3,39 2,94 3,77 2,95 4,21 3,33 2,91
Os clientes são chamados a participar e opinar na fase de teste a novos produtos e serviços
121 1,20 3,52 3,39 3,62 3,05 4,25 3,13 3,18
A entidade desenvolve ações de promoção e captação de novos segmentos de mercados
122 1,09 3,58 3,71 3,62 2,95 3,93 3,27 3,64
A entidade estimula o desenvolvimento de parcerias com os fornecedores, traduzidas em ações específicas de colaboração
122 1,01 3,50 3,74 3,38 2,95 3,71 3,47 3,18
A entidade consulta de forma regular os fornecedores para as atividades de inovação
122 1,07 3,23 3,35 3,00 2,84 3,54 3,27 2,82
A entidade desenvolve projetos de inovação em parceria com fornecedores
122 1,22 3,04 3,06 2,92 2,68 3,18 3,27 2,91
A entidade promove o networking com entidades externas 121 1,31 3,39 3,41 3,67 2,47 3,86 3,47 3,18
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
98
Tabela C6. Médias Avaliação Sistema Financeiro e de Financiamento para a Inovação | Componente 2 Relação com o Meio
Envolvente para a Inovação
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A entidade recorre ao sistema financeiro para desenvolver projetos de inovação
119 1,383 2,52 2,47 2,92 2,37 2,68 2,31 2,18
O sistema financeiro é recetivo a apoiar financeiramente os projetos de inovação
116 1,261 2,48 2,58 3,08 2,21 2,46 2,33 2,20
A entidade desenvolve projetos de inovação com financiamento público e/ou comunitário
119 1,463 2,39 2,24 2,83 2,21 2,32 2,92 2,00
Os organismos de gestão de fundos comunitários são recetivos aos projetos de inovação
114 1,301 2,91 2,69 3,82 2,47 3,14 3,08 2,44
Os pedidos de financiamento a fundos comunitários e nacionais obedecem a processos de candidatura simples e de fácil execução
115 1,253 2,21 1,85 2,64 2,06 2,50 2,62 2,00
As taxas e o financiamento dos fundos comunitários são atrativos para o desenvolvimento de projetos de inovação
116 1,147 2,82 2,85 3,25 2,50 2,71 3,00 2,90
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
99
Tabela C7. Médias Avaliação Fontes de Inovação e Informação | Componente 3 Desenvolvimento de Atividades de Inovação
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A entidade analisa de forma sistemática as tendências dos fornecedores, clientes e outros stakeholders para identificar oportunidades de inovação
3,49 120 1,077 3,45 3,62 2,74 4,07 3,47 3,27
A entidade possui mecanismos para a identificação de novas tecnologias existentes no mercado
3,33 120 1,125 3,09 3,46 2,84 3,89 3,47 3,09
A entidade organiza a informação recolhida para observação dos mercados numa base de dados específica para o efeito
2,85 120 1,142 2,76 3,38 2,42 2,96 2,80 2,82
A entidade recorreu as seguintes fontes de informação para as atividades de inovação: A - internas; B - mercado (clientes, forncedores, etc.) e C - informação institucionais (Universidades, laboratórios, etc.)
3,38 118 1,053 3,39 3,54 2,84 3,62 3,64 3,09
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
100
Tabela C8. Médias Avaliação Patentes e Métodos de Proteção | Componente 3 Desenvolvimento de Atividades de Inovação
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A entidade tem uma estratégia definida para a proteção e valorização do seu capital intelectual e dos resultados das atividades de inovação e I&D
2,80 118 1,202 2,70 3,38 2,47 3,04 3,00 2,00
A entidade possui "patentes", "modelos de utilidade" e/ou "desenhos ou modelos" em vigor
2,37 118 1,395 2,06 2,92 2,06 2,56 2,57 2,55
A entidade celebrou algum contrato de transferência de tecnologia ou adquiriu licenças de utilização de patentes e/ou transferência de tecnologia
2,00 118 1,352 1,76 2,69 1,78 2,07 2,21 1,82
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
101
Tabela C9. Médias Avaliação Resultados da Atividade de Inovação | Componente 4 Resultados das Atividades de Inovação
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A entidade introduziu no mercado, nos últimos 3 anos, novos produtos/serviços
117 1,307 3,74 3,59 4,00 3,16 4,22 3,43 4,00
A entidade desenvolveu novos produtos/serviços em parceria nos últimos 3 anos
117 1,402 3,39 3,16 4,00 3,21 3,67 2,86 3,50
A entidade recorre, de forma sistemática, a serviços de consultoria e assistência técnica, para a transferência de conhecimentos e de inovação
117 1,286 2,86 2,69 3,31 2,37 3,00 2,57 3,50
A entidade introduziu, nos últimos 3 anos, novos processos de produção e/ou organização
117 1,189 3,60 3,44 3,92 3,32 4,11 2,86 3,80
A entidade desenvolveu ou introduziu novos processos em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos
117 1,414 2,75 2,69 3,31 2,63 2,67 2,43 2,90
A entidade reforça, de forma regular, as capacidades laboratoriais, excluindo os testes de qualidade dos produtos, protótipos e provas de conceito
114 1,371 2,54 2,26 3,38 2,06 2,78 2,64 2,22
A entidade adota princípios de ecoeficiência, de forma a promover uma utilização mais eficiente dos recursos
118 1,318 3,18 3,27 4,15 2,63 2,93 3,36 2,90
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
102
Tabela C10. Médias Avaliação Resultados da Atividade de Inovação | Componente 4 Resultados das Atividades de Inovação
(Continuação)
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A entidade realizou alterações significativas no modelo organizacional, nomeadamente através da introdução de novos métodos ou filosofias de organização do trabalho, nos últimos 3 anos
118 1,166 3,43 3,28 3,85 3,00 3,81 3,36 3,18
A entidade desenvolveu ou introduziu inovações ao nível organizacional em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos
119 1,385 2,61 2,55 3,15 2,21 2,52 2,79 2,55
A entidade desenvolve ações de formação que permitem uma melhor eficácia dos processos de inovação
119 1,169 3,18 2,91 3,54 2,68 3,44 3,14 3,55
A entidade possui certificado de qualidade no âmbito do Sistema Português da Qualidade (SPQ) ou de outro sistema de certificação que seja relevante para a qualidade dos produtos, serviços ou processos de gestão
119 1,519 2,12 1,85 2,85 2,05 2,11 2,29 1,91
A entidade possui certificações de sistemas, serviços e produtos na área do ambiente, nomeadamente o Rótulo Ecológico e Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS)
119 1,366 1,92 1,82 2,31 2,11 1,67 1,93 1,73
A entidade contratou recursos humanos altamente qualificados para a atividade de inovação nos últimos 3 anos
118 1,547 2,91 2,48 3,31 2,50 3,30 3,00 2,91
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
103
Tabela C11. Médias Avaliação Resultados da Atividade de Inovação | Componente 4 Resultados das Atividades de Inovação
(Continuação)
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A entidade realizou alterações significativas no design ou na embalagem de um bem ou serviço nos últimos 3 anos, excluindo as alterações periódicas e outras de natureza cíclica e sazonal
117 1,485 3,09 3,09 3,77 2,94 3,19 2,54 2,82
A entidade introduziu nos últimos 3 anos novos métodos de venda ou de distribuição ou melhorou significativamente os existentes
118 1,381 3,36 3,55 3,62 3,26 3,48 3,08 2,55
A entidade encontra-se presente na economia digital e tecnológica - "e business"
118 1,444 3,33 3,50 3,62 3,00 3,63 3,07 2,55
A entidade possui marcas registadas de produtos e de empresas
118 1,541 3,25 3,21 3,46 3,16 3,23 3,43 2,82
A entidade desenvolveu ou introduziu inovações ao nível do marketing em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos
116 1,495 2,87 2,76 3,08 2,53 3,12 2,85 2,70
A entidade introduziu ou melhorou os sistemas de informação associados aos métodos de distribuição e logística
118 1,355 2,97 2,82 3,15 2,95 3,31 2,93 2,27
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
104
Tabela C12. Médias Avaliação Resultados Económicos e Financeiros | Componente 4 Resultados das Atividades de Inovação
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A atividade de inovação tem impacto positivo nos resultados económicos e financeiros da entidade
117 1,117 3,57 3,38 3,92 3,32 3,85 3,64 3,27
A introdução de novo(s) produto(s) / serviço(s) contribuiu de forma significativa para o volume de negócios (VN) no último ano
117 1,208 3,32 3,25 3,54 3,32 3,41 3,07 3,10
A entidade realiza de forma sistemática investimentos para as atividades de inovação
116 1,262 3,21 3,09 3,69 2,74 3,30 3,23 3,30
A entidade recebeu durante os últimos anos apoio financeiro público e/ou comunitário para realizar atividades de inovação
116 1,655 2,37 2,09 3,08 1,84 2,67 2,31 2,20
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
105
Tabela C13. Médias Avaliação Resultados de Mercado e Sociedade | Componente 4 Resultados das Atividades de Inovação
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
A atividade de inovação possibilitou o aumento da quota de mercado da entidade
116 1,321 3,17 3,19 3,08 2,58 3,59 3,46 2,60
A atividade de inovação tem possibilitado alcançar novos nichos de mercado
115 1,094 3,55 3,35 3,62 3,37 3,81 3,54 3,50
A atividade de inovação tem gerado um impacto positivo na notoriedade e imagem da empresa no mercado
114 1,093 3,72 3,48 4,08 3,26 4,07 3,77 3,60
A atividade de inovação tem possibilitado a criação de emprego no setor de atividade
115 1,279 3,36 3,32 3,77 3,16 3,37 3,23 3,10
A atividade de inovação influenciou a forma de atuação do setor, gerando externalidades positivas
116 1,170 3,33 3,28 3,77 3,05 3,37 3,15 3,20
A atividade de inovação tem gerado mudanças disruptivas no respetivo setor de atividade
115 1,298 3,02 2,81 3,54 2,72 3,33 3,00 2,40
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria
106
Tabela C14. Médias Avaliação Componentes Inovação
N
Desvio Padrão
Média total Médias por Setor
Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida
COMPONENTE 1 - PERFIL INTERNO PARA A INOVAÇÃO 135 ,755 3,45 3,26 3,85 3,07 3,81 3,52 3,28
AMBIENTE E CULTURA ORGANIZACIONAL PARA A INOVAÇÃO
135 ,750 3,76 3,60 4,10 3,40 4,10 3,81 3,59
RECURSOS HUMANOS, FÍSICOS, TECNOLÓGICOS E FINANCEIROS
125 ,811 3,39 3,15 3,90 3,06 3,64 3,50 3,27
COMPETÊNCIAS PARA A INOVAÇÃO 124 ,882 3,19 3,03 3,56 2,64 3,63 3,29 2,97
COMPONENTE 2 - RELAÇÃO COM O MEIO ENVOLVENTE PARA A INOVAÇÃO
122 ,799 2,98 2,92 3,29 2,63 3,16 3,08 2,70
RELAÇÃO COM O SISTEMA CIENTÍFICO TECNOLÓGICO (SCT) E AGENTES DE INOVAÇÃO
120 1,278 2,62 2,59 3,05 2,56 2,39 2,96 2,33
RELAÇÃO COM O MEIO ENVOLVENTE PRÓXIMO (CLIENTES, FORNECEDORES E CONSULTORES)
122 ,854 3,42 3,43 3,46 2,88 3,85 3,33 3,15
SISTEMA FINANCEIRO E DE FINANCIAMENTO PARA A INOVAÇÃO
119 1,031 2,55 2,42 3,14 2,31 2,64 2,70 2,20
COMPONENTE 3 - DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO
122 ,859 3,01 2,88 3,41 2,58 3,26 3,06 2,88
DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO 122 ,927 3,14 3,05 3,55 2,71 3,41 3,05 3,03
FONTES DE INOVAÇÃO E INFORMAÇÃO 120 ,927 3,27 3,17 3,50 2,71 3,65 3,35 3,06
PATENTES E MÉTODOS DE PROTEÇÃO 118 1,112 2,40 2,17 3,00 2,14 2,56 2,60 2,13
COMPONENTE 4 - RESULTADOS DAS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO
118 ,887 3,09 2,95 3,51 2,80 3,27 3,01 2,89
RESULTADO DA ATIVIDADE DE INOVAÇÃO 118 ,901 3,00 2,88 3,46 2,73 3,17 2,87 2,84
RESULTADOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS 117 1,054 3,12 2,95 3,56 2,80 3,29 3,11 2,93
RESULTADOS DE MERCADO E SOCIEDADE 115 1,033 3,36 3,24 3,64 3,04 3,59 3,36 3,04
Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria