ENTRE DUAS SISMO ,OUEABALOU TODO REFJ!.:~!~:·~:!~ .....

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LISBOA • SABADO, 1 DE MARÇO DE 1!Kl9 ANOXXXVIII N13 509 • PREÇO 1$00 DURIO DA MANHA- l'BOPIUBDADB DA -- IIACIONAL IBDffOBA IIBDACQAO, AIDWll8'1'B&Oll li OPICJNAS -DAlll8EBlCOanr.-.lll TSLID'Ollli a OU'l IIIIDIIRIIÇO'l'l!:L.cDAIL\IIB.b OIRECTOR: BARRADAS DE OUVElU EDITOR: ANTO NIO DA FO NSECA. ENTRE DUAS o SISMO , OUEABALOU TODO o PAIS R EFJ!.:~!~:·~:!~ .. NÃO TEVE CON SE QUÊ NC IAS T ÃO GRA VES tiranias que podem ameaçar o Estado, com o faze- COMO SE CHEGOU A RECEAR DADA A SUA INTENSIDADE rem perigar aque la consciência colectiva e aquele ritmo . , de acção necessários à vida e à realização plena de uma Pátria com destino histórico a cumprir. Chamou-lhes o Dr. Gonçalves Rapazote: a tirania calma da tradição e a A 8 co~~~fa~~ ~ ul~;iadoªPaz:n: tirania agitada da revolução. Não, eviden temente, aquela awda de Espanha e Ma.nrocos vive· tradição que se identifica com o progresso necessário da r&m, n3 madrugada de ontem, vida em movimento dentro das constantes de um sentido momentos de ex:raOlt'dinária emo- ético de ser e de agir; não, com certeza, aque la revo lução f!:;a ';;=O:d~fze!':!i°sse:~~º~ 0 :: que significa correspondência actuante e adaptativa das rea- noticiámos. tidades permanentes do agregado social e da sua vivência Felizmente, que os prejuizoS ma- teleológica aos condidona Ji smos epocais. Antes, de uma e de ter1ais .são de pouca importância, outra as suas formas distorcidas e vazias, carapuças rígi- ~~~l~ç!: !ti:1"!ª:iafo~~apr:~~ das e secas, sem autên tica realidade humana e soci al: de um da escala interinacional, não ha- lado; a anquilosar-se em estratificações cegas e contrárias vendo desastres pe,S.soais gra.ves a a toda a esplêndida evol,ução dos processos vitais; do outro, lamenta<r, ,pois apenas n-0ticia da a perder-se nos deslumbramentos de árvore imaginária em ~~t!ªa t ':n,!~~m~i:b~~~ix:; crescer e florir, sem raízes fundas na terra, nem seiva fort,c u.ma senhora no Bam-eilro, por oris 3 a circular d ent ro. ,,- Das d uas tiranias a que se refere o Ministro tem a Nação , de defen der-se, na vinculação consciente aos va lores que são os da sua pr ópria existência: na permanência do ser, na va li dade do continuar. E tudo isto para além de valores de orde m secundárfa, quer na essência da sua natureza, quer na temporal idade das circunstâncias . Quando Salvador Correia acudia a Angola invadida pelos estra ngeiros, e Mouzinho ba ti a a subversão por estrangeiros ali mentada em Moçambique, e o heró ico Aragão se cobria de glória em Naúli la co n tra os estrangeiros, e os nossos soldados se batem hoje nas fronte i ras de Angola, da Guiné e de M_oçam- bique contra o terrorismo alimentado por eskange1ros.- estão na mesma linha de uma realidade nac10nal, subJa- cente a todas as formas exteriores mais ou menos gra tas estas à preferência de cada qual. Só os comunistas o não entenderão assim, porque se coJ ocaram fora do nosso ~lano pátrio, preferindo-l he outro - que é um ~lano. n':'c1 ,on':'I estranoreiro. E, por outro lado, não havera comc1dencrn entre is maiores que neste país tiveram pen~a1!1e nto re.no- vador, sejam eles José Acúrsio das Neves, Ohve1ra Marh_ns, João Franco ou Alvaro de Castro? A nossa p<erspechva ou há-de ser de tal ponto que abranja o que no conjunto da Nação é verdadeiramente válido - ou não será n:icional. Mas não é apenas a pers[)1'ctiva: é também o ca~mho da acção poF entre as duas tiranias, como expressivamente lhes chamou o Sr. Ministro do Interior. 1 L IVROS NOVOS 1 i «CONCEITO DE MOIRA i NA TRAGÉDIA GREGA» pelo DR. ANTóNIO FREIRE , S. J. O ltvro do Dr. António Freire, S. J. agora edi- tado pela Livraria Cruz, de Braga, contém a dissertação 1 de doutoramento do autor i na Faculdade de Filosofia 1 de Braga em 6 de Março de " 1968 e faz parte dos cEstu- i ~~~>uz~:~~-cados pela mesma 1 Nesta tese, em que. sP. ne- .,. ga pela primeira vez. de modo global, a existtncia de fatalismo na tragédia grega, o autor enfrenta decidida- mente, não só a opinião tra- dicional. mas a de helenis- tas de renome mundial. co- mo bURCKHARDT. WILA- MOWITZ P. MASQUERAY, C. MOELLER. P. DE SAINT- -VICTOR. M. EGGER. L. LEBRAULT. além de outros especialistas que ao assunto votaram particttlar atenção como D. MAYOR. H. W. van ENORMES fRAGMENTOS DAS FI GURAS DECORATIVAS DAS FACHA- D AS DO PALACIO DA AJUDA FORAM DERRUBADAS PELA VIOLEN- CIA DO ESTREMECIMENTO SISMICO ;;.EsiliA~Óir/:f/SON, P. 1 mj~gs p;:'te. e~~u~~·nc~1topít f losófico de fatallsmo. atra- i i vés das ideias mitológicas. 1 filosóficas e teológicas, so- ... 1 bre o tema , A. Freire, ba- seado ainda nas definições àe fatalismo de A. LALAN- DE, J. Z AR A G UE TA .T. BOUCHt. H. GROOS e de outros, conclui que o fatn.- $ lismo pugna lógicamente i ~ com o conceito de justiça e pro11idtncia em Deus e com a liberdade humana. _qu~nd:s!i%:t~d~ c:~~':t1o :;: l léntco de tatarMade. o A. , veri fica que os Gregos, tem- perumentalmente mais anti- mistas que nei;sl.mistrrs. cul- I tivando géneros literdrfos 1 predominantemente optimfs- tas. CC'mo a épica. a Urfca. i e a filosofia, não ofereciam clima propicio para o de- cantado fatalismo da tragé-1 1 dia. Por outrn lado. como se <'ompreende Q1le géneros li- terdrios apontados como es- sencf'11mente nedanógicos e de poderosa elevação moral, (CONTINUA NA ).• PAG.) « .l"' ""'""'"~· Na morte de um filósofo O falecimrnto de Karl Jas- pers tem, indisputàvelmente, dP St;r considerado funda perda para a e-ultura, e também para a humanidade. Porque, se a obra que nos deixa - apesar das li- nhas diferentes que possam se- guir os sistemas de pensamento - continuará a ser fonte fecun- da de ensinamentos e estímulo de renovadas reflexões, a sua voz não será ouvida a medi- tar as emergentes inquietações ü a nossa espécie. v grande fi- lésoto germânico era um huma- nista na melhor acepção actual da palavra, um pensador para quem as necessidades existen- ciais se i1iseriam nas raízes da especulação, e no quaz os pro- blemas e angU~tias da contem- pu, aneidaae encontravam eco e amplitudG ascensional. Não seria este o local para uma anáztse, nem o momento parece o mais indicado. Apenas desejamo:s registar, embora as dtst:ordâncias legitimas, uma palavra de mágoa pela voz que se extinguiu. Uma baixa de tal vulto na as~en.ble'a humanista não paderia ser f)assada em claro. ~s responsabilidades pelo primarismo Observa nas Novidades o Dr. Francisco Videira P1res: Devo confessar honesta- mente o espanto que me assaltou, Ultimamente, ao verificar o h. teres.se que al- guns n"S.'-Os nvres pensado- res, em bem conhecidas publicações, tomaram sübl- tameni., pela I greja Cató- 11'la. Refere-se, em seguida, a um opúsculo para ai lançado que enf,elxa uma série de pági- nas pan.fletárias, a maioria delas sem o minimo nivel cultm ai e moral, de ataque fr ontal ao Papa, com des- varios que vão desde con- siderar romànt1ea a crença dos católicos no Espírito santo ao dever d-e lutar até ao fim pela destr uição do catolicismo, E, mais adiante. acentua aue a dita publicação r..ão gassa cte mau Jornalts- mo requentado, L .. ) duma lnsignUlcanc1a lnaoredltá.- vel.u · c&rd.iaca; outro em La,gos, pOr der- rocada da .e.ua habitBção; e um ci- dadão francês, acometido d.e orise nervosa. O facto de não have.r casos de grande i.mportância a lamentaa-, dtve-se à profundidade do e,picen- tro do sismo, locaillzado, segundo parece, a mais de tdnta quiló- metros. O FE: NÓMENO T ELÚRI CO TENDE PARA A ESTA- BILIZAÇÃO DENTRO DA EVOLUÇÃO NORMAL A situação do fenómeno é de es. tab-idização, segundo os Secviços MeteorológiC05 Naclonais, não ba- Vffido portanto motlvo para receios, tanto mais que os últimos &ismos registados eram de flraca ilI'ltensi- dsde. Os QUe foram notados du- rant. o ~a de ontem nos s,ismó- g-rafos, &ão crépllcas», que sempre registam a seguir a abalos de maior envergadura. Segundo in.formação do Serviço Meteorológico Nacional em comple- mento do comun.ieado difunc1!do às primeiras horas da manhã de on- tem, foi registado, pela Est-ação Sismográfica de Lisboa, um sismo muito fraco, de cUcta duração, às 11 hor.lS, 32 minutos e 6 segundos. Do conjunto doo r-eglatos obtidos verifica-se que os sismos são cada vez mais fracos, o qUe conresponde à estabilização do fenómeno denbro d.a evolução normal, O CHEFE DO ESTADO INAUGURA HOJE A EXPOSIÇÃO « FI LGRÁFICA» Q Chefe do Estado, a.companhado p<>r membros do Gover,no e do Conpo Di;plomát.ico e outras enti- dades, inaug,ura, àb 16 horas, na Feiora Internacional de Lisboa, o oer~ 1FJ]grátie1.•. inicla~iva da (CONTINUA NA 3• PAG.) PORTUGAi -' EST Á ENTRE OS DEZ PAÍSES DE TODO O MUNDO COM MAIORES RESERVAS DE URÂNIO - SALIENTOU O PRESI- DENTE DA JUNTA DE ENERGIA NUCLEAR À PARTIDA DA BEIRA BEIRA, 28 de Feve,-etro Q ;:::~te K::~t:ede ~:!.!! Nuclear, Q'Ue s-egu.iu paira Luanda depoi.e. de uma di.gressão de ta-ês semanas pela Reyública da Africa do Sul e por Moçambique, referiu- (CONTINUA NA 3.' PAG.I ALGUNS nos AUTOMóVEIS SOBRE QUE CAIRAM PEDAÇOS DE CHA- MI N(S E BEIRAIS DE TELHADO FICARAM TRANSFORMADOS EM SUCATA os MINISTR OS DAS COMUNICAÇ ÕE S DA LGICA E DE PORTUGAL PARTIRAM PARA A MADEIRA PARA uma reuruão de trabafuo oom o seu colega belga e com o grupo de relatore& da Conferên- cla Europeia d0s Ministiros de Transportes que terá l,uga.r no Fun- cnal. segwu ontem ao fim ela taTde para a. Madeira, par via aérea, o S..-. Eng.° Canto Mooiz, Ministro d8!l Comunicações Além do .Ministro be1ga Alfredo A~olf Berbra.nd, que ontem mesmo havia chegado a Lisboa na compa- nhia da esp~ e de técnicos do seu M•ni&tério, estarão presentes os Srs. Eng. 0 Lobato GWma.rães, e os Mmistros de Tro.nSPOrtes da Ale- manha, Bélg,i.ea e de ltáüa. O Ministro das Comunicações a,:,roveita.rã esta estadia na ilha da Madelra i:,a.ra vis.itar serviços de- pendentes do be'U MinJ.stério e tra... ta.: de problemas ur,gentes dele de• pendente. No aeroporto estiveram a apre- seutair cumprimentos ao Sr. Eng.o Canto Moniz e ao seu colega belga Eng.0 Bertrand que com ele segwu, os Srs. Jlr. Sousa BaNiga, pelo Minist.r-0 do Estado; Dr. Amaro da Costa pelo Seoretário de Estado da Indústria; Eng.o Vítor Vere&, direc- 1.o!"-gerail da Aeronáutica Ci,vil; Eng, 0 Mendes Bairbosa, pr~lde.nte da T.A.P,; Eng.0 Duarte Calh-e,iros, administrador dos CTT; i.nspecbor- -superi-Olt'" Neto Port.ugal; Dr. Pinto Mascarenhas e En.g.0 Matos e Silva d~ M-a•rconl; De. Manuel Gonçal- Vf'!>, director - geral dOs Portos; F.r..g.o Pedro Nu.nes, Eng.0 Seguro, d.irrector dos Serv,iços de Obras da DúAC; Eng.0 Ruy Sampaio e Mello, director do aeroporto de Lisboa; M3rio Falcão, subdirector do Ae:ro- porto; Dr. Vilhena, em oreprese-nta .. ção do dlrector-g-eral das Alfânde- gas· Eng.o Ca.irJ.05 Lima, chefe do Gr.-binete do Ministro Canto Moniz; diversos funcionários superiores do Ministério das Comunicações e ain- da o Dr. Bob Loui& Lebacq, MiniL tro Conselhei.ro da Embaixada da Bélgica e o direct(I(' d.a a:Sabena1 em Portugal Hoje, seguem para a 1lha da Ma- deira, também por via aérea, os Talvez convenha pôr em rele- vo, tanto a penúria tntelectual, quanto o olljectivo odiento. Na verdade, o que, entre os pro- pugnadores da contestação, SO·· bretudo se está a explorar é o primarismo. Todavia, não sere- mos em considerável margem responsávets por tsso ser consi~ derad-0 viável? A PARTIDA DOS DOI S MINISTROS <CONTINUA NA 3.• PAG.I ALGUMAS ANOTAÇÕES A realidade DE NATUREZA FINANCEIRA das aparências Na Capital, o Dr. Vasco da Gama Pernandes afirma que, no modelo sócio-Politico ociden- tal, importa distinguir as reali- lCONTtNUA NA 3.• PAG 1 1. O Mtntstérfo do Trabalho dos Estados Unidos da América do Norte anunciou muito re- ctmtemente QUe no passado més de Janeiro os preços por junto subiram de 0,8 por cento - a mais alta percentagem de subi- da desde Fevereiro de 1966. """' " ""'""""\. \.\.~ NO AEROPORTO DE PARIS SAUDACOES AMISTOSAS ENTRE NIXON E DE GAULLE ( NOTtCIA NA 5.ª PAGINA) Quanto aos preços de venda a retalho subiram de 4,2 'Pôr cento no ano passado tendo crescido cerca de 24 por cento nos últi- mos dez anos. Quer isto dizer que, em reza .. ção aos bens de consumo o dó- la1 sofreu uma desvalorização de 24 por cento no seu pocter de compra interno. Paralelamente a balança co- mercial deteriorou- se acentua- damente 1)-0is de 4 btliões de dó· lares em 1967, de saldo positivo, 'feclwu - segund-0 comuntca- çã,, do Ministério do Comércio dos fins de Janeiro - com um suldo de 726 milhqes. Houve vois uma descida de 3 274 mi- lhões de aólares. Todavia é de notar que as ex- portações daquele pats regista- ram uma alta de 9 par cento. atingindo em números redondos 0 valor àe 33 840 milhões de dó- lares. Entretanto as importações ati ngiram 33114 milhõe, ou se- ja um aumento de 23 por cen- to sobre o a,w de 1967. Estes números aos quais temos de acrescentar a detertorizaçâo da balança comercial desde 1964. revestem as,pecto grave. Ao mesmo tempo, par~m, a balança de pagamentos segundo pnvisões, ao que parece dignas de cr édito, terá conseguido este ano um sald(, Positivo derivado sobre.tudo da aflutncta de capi- tais estrangeiros e do regresso de capítais naotonais. O facto resulta em grande parte da tns- teibilidade financeira que reina na Europa desde a desvaloriza- çlto da libra e sobr et udo depais da g.rave cris-e do franco. (CONTINUA NA 3.• PAG.) BENTO COELHO DA ROCHA

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LISBOA • SABADO, 1 DE MARÇO DE 1!Kl9 • ANOXXXVIII • N.° 13 509 • PREÇO 1$00

DURIO DA MANHA-l'BOPIUBDADB DA

-- IIACIONAL IBDffOBA IIBDACQAO, AIDWll8'1'B&Oll

li OPICJNAS -DAlll8EBlCOanr.-.lll

TSLID'Ollli a OU'l IIIIDIIRIIÇO'l'l!:L.cDAIL\IIB.b

OIRECTOR: BARRADAS DE OUVElU EDITOR: ANTONIO DA FONSECA.

ENTRE DUAS o SISMO,OUEABALOU TODO o PAIS REFJ!.:~!~:·~:!~ .. :~~~ NÃO TEVE CONSEQUÊNCIAS TÃO GRAVES

tiranias que podem ameaçar o Estado, com o faze- COMO SE CHEGOU A RECEAR DADA A SUA INTENSIDADE rem perigar aquela consciência colectiva e aquele ritmo . , de acção necessários à vida e à realização p lena de uma Pátria com destino histórico a cumprir. Chamou-lhes o Dr. Gonçalves Rapazote: a tirania calma da tradição e a A8co~~~fa~~ ~ ul~;iadoªPaz:n: tirania agitada da revolução. Não, eviden temente, aquela awda de Espanha e Ma.nrocos vive· tradição que se identifica com o progresso necessário da r&m, n3 madrugada de ontem, vida em movimento dentro das constantes de um sentido momentos de ex:raOlt'dinária emo­

ético de ser e de agir; não, com certeza, aquela revolução f!:;a ';;=O:d~fze!':!i°sse:~~º~0::

que significa correspondência actuante e adaptativa das rea- noticiámos. tidades permanentes do agregado social e da sua vivência Felizmente, que os prejuizoS ma­teleológica aos condidonaJismos epocais. Antes, de uma e de ter1ais .são de pouca importância,

outra as suas formas distorcidas e vazias, carapuças rígi- ~~~l~ç!: !ti:1"!ª:iafo~~apr:~~ das e secas, sem autên tica realidade humana e social: de um da escala interinacional, não ha­lado; a anquilosar-se em estratificações cegas e contrárias vendo desastres pe,S.soais gra.ves a a toda a esplêndida evol,ução dos processos vitais; do outro, lamenta<r, ,pois apenas há n-0ticia da

a perder-se nos deslumbramentos de árvore imaginária em ~~t!ªa t ':n,!~~m~i:b~~~ix:; crescer e florir, sem raízes fundas na terra, nem seiva fort,c u.ma senhora no Bam-eilro, por oris3

a circular lá dentro. ,,-Das d uas tiranias a que se refere o Ministro tem a Nação ,

de defen der-se, na vinculação consciente aos valores que são os da sua própria existência: na permanência do ser, na va lidade do continuar. E tudo isto para a lém de valores de ordem secundárfa, quer na essência da sua natureza, quer na temporal idade das circunstâncias. Quando Salvador Correia acudia a Angola invadida pelos estrangeiros, e Mouzinho ba ti a a subversão por estrangeiros ali mentada em Moçambique, e o heróico Aragão se cobria de glória em Naúli la contra os estrangeiros, e os nossos soldados se batem hoje nas fronteiras de Angola, da Guiné e de M_oçam­bique contra o terrorismo alimentado por eskange1ros.­estão na mesma lin ha de uma realidade nac10nal, subJa­cente a todas as formas exteriores mais ou menos gra tas estas à preferência de cada qual. Só os comunistas o não entenderão ass im, porque se coJocaram fora do nosso ~lano pátrio, preferindo-lhe outro - q ue é um ~lano. n':'c1,on':'I estranoreiro. E, por outro lado, não havera comc1dencrn entre is maiores que neste país tiveram pen~a1!1ento re.no­vador, sejam eles José Acúrsio das Neves, Ohve1ra Marh_ns, João Franco ou Alvaro de Castro? A nossa p<erspechva ou há-de ser de tal ponto que abranja o que no conjunto da Nação é verdadeiramente válido - ou não será n:icional. Mas não é apenas a pers[)1'ctiva: é também o ca~mho da acção poF entre as duas tiranias, como expressivamente lhes chamou o Sr. Ministro do Interior. ~~~~\t\~

1 LIVROS NOVOS 1

i «CONCEITO

DE MOIRA

i NA TRAGÉDIA

GREGA» pelo DR. ANTóNIO

FREIRE, S. J. O ltvro do Dr. António

Freire, S. J. agora edi­tado pela Livraria Cruz, de Braga, contém a dissertação 1

de doutoramento do autor

i na Faculdade de Filosofia 1 de Braga em 6 de Março de

" 1968 e faz parte dos cEstu-

i ~~~>uz~:~~-cados pela mesma

1 ~ Nesta tese, em que. sP. ne­.,. ga pela primeira vez. de

modo global, a existtncia de fatalismo na tragédia grega, o autor enfrenta decidida­mente, não só a opinião tra­dicional. mas a de helenis­tas de renome mundial. co­mo bURCKHARDT. WILA­MOWITZ P. MASQUERAY, C. MOELLER. P. DE SAINT­-VICTOR. M. EGGER. L. LEBRAULT. além de outros especialistas que ao assunto votaram particttlar atenção como D. MAYOR. H. W. van

ENORMES fRAGMEN TOS DAS FIGURAS DECO RATIVAS DAS FACHA­

D AS DO PA L AC IO DA AJUDA FORAM DERRUBADAS PELA VIOLEN­

CI A DO ESTREM ECI M ENTO SISMICO

~ ;;.EsiliA~Óir/:f/SON, P.

1 mj~gs p;:'te. e~~u~~·nc~1topít f ~ losófico de fatallsmo. atra- i i vés das ideias mitológicas. ~

1

filosóficas e teológicas, so- ...

1 bre o tema , A. Freire, ba­seado ainda nas definições àe fatalismo de A. LALAN­DE, J. Z AR A G UE TA • .T. BOUCHt. H. GROOS e de outros, conclui que o fatn.-

$ lismo pugna lógicamente

i~ com o conceito de justiça e

pro11idtncia em Deus e com a liberdade humana.

~ _qu~nd:s!i%:t~d~ c:~~':t1o :;:

l léntco de tatarMade. o A. , veri fica que os Gregos, tem­perumentalmente mais anti­mistas que nei;sl.mistrrs. cul-

I tivando géneros literdrfos

1 predominantemente optimfs-tas. CC'mo a épica. a Urfca.

i e a filosofia, não ofereciam clima propicio para o de­cantado fatalismo da tragé-1

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dia. Por outrn lado. como se <'ompreende Q1le géneros li-terdrios apontados como es­sencf'11mente nedanógicos e de poderosa elevação moral,

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.l"' ""'""'"~·

Na morte de um filósofo

O falecimrnto de Karl Jas­pers tem, indisputàvelmente, dP St;r considerado funda perda para a e-ultura, e também para a humanidade. Porque, se a obra que nos deixa - apesar das li­nhas diferentes que possam se­guir os sistemas de pensamento - continuará a ser fonte fecun­da de ensinamentos e estímulo de renovadas reflexões, a sua voz iá não será ouvida a medi­tar as emergentes inquietações ü a nossa espécie. v grande fi­lésoto germânico era um huma­nista na melhor acepção actual da palavra, um pensador para quem as necessidades existen­ciais se i1iseriam nas raízes da especulação, e no quaz os pro­blemas e angU~tias da contem­pu, aneidaae encontravam eco e amplitudG ascensional.

Não seria este o local para uma anáztse, nem o momento parece o mais indicado. Apenas desejamo:s registar, embora as dtst:ordâncias legitimas, uma palavra de mágoa pela voz que se extinguiu. Uma baixa de tal vulto na as~en.ble'a humanista não paderia ser f)assada em claro.

~s responsabilidades pelo primarismo

Observa nas Novidades o Dr. Francisco Videira P1res:

Devo confessar honesta­mente o espanto que me

assaltou, Ultimamente, ao verificar o h. teres.se que al­guns n"S.'-Os nvres pensado­res, em bem conhecidas publicações, tomaram sübl­tameni., pela Igreja Cató-11'la.

Refere-se, em seguida, a um opúsculo para ai lançado que

enf,elxa uma série de pági­nas pan.fletárias, a maioria delas sem o minimo nivel cultm ai e moral, de ataque frontal ao Papa, com des­varios que vão desde con­siderar romànt1ea a crença dos católicos no Espírito santo ao dever d-e lutar até ao fim pela destruição do catolicismo,

E, mais adiante. acentua aue a dita publicação

r..ão gassa cte mau Jornalts­mo requentado, L .. ) duma lnsignUlcanc1a lnaoredltá.­vel.u ·

c&rd.iaca; outro em La,gos, pOr der­rocada da .e.ua habitBção; e um ci­dadão francês, acometido d.e orise nervosa.

O facto de não have.r casos de grande i.mportância a lamentaa-, dtve-se à profundidade do e,picen­tro do sismo, locaillzado, segundo parece, a mais de tdnta quiló­metros.

• O FE:NÓMENO TELÚRICO TENDE PARA A ESTA­BILIZAÇÃO DENTRO DA EVOLUÇÃO NORMAL

A situação do fenómeno é de es. tab-idização, segundo os Secviços MeteorológiC05 Naclonais, não ba­Vffido portanto motlvo para receios, tanto mais que os últimos &ismos registados eram de flraca ilI'ltensi­dsde. Os QUe foram notados du­rant. o ~a de ontem nos s,ismó-

g-rafos, &ão crépllcas», que sempre ~ registam a seguir a abalos de maior envergadura.

Segundo in.formação do Serviço Meteorológico Nacional em comple­mento do comun.ieado difunc1!do às primeiras horas da manhã de on­tem, foi registado, pela Est-ação Sismográfica de Lisboa, um sismo muito fraco, de cUcta duração, às 11 hor.lS, 32 minutos e 6 segundos.

Do conjunto doo r-eglatos obtidos verifica-se que os sismos são cada vez mais fracos, o qUe conresponde à estabilização do fenómeno denbro d.a evolução normal,

O CHEFE

DO ESTADO INAUGURA HOJE

A EXPOSIÇÃO

« FI LGRÁFICA» Q Chefe do Estado, a.companhado

p<>r membros do Gover,no e do Conpo Di;plomát.ico e outras enti­dades, inaug,ura, àb 16 horas, na Feiora Internacional de Lisboa, o oer~ 1FJ]grátie1.•. inicla~iva da

(CONTINUA NA 3• PAG.)

PORTUGAi-' EST Á ENTRE OS DEZ PAÍSES DE TODO O MUNDO COM MAIORES RESERVAS DE URÂNIO

- SALIENTOU O PRESI­DENTE DA JUNTA DE ENERGIA NUCLEAR À

PARTIDA DA BEIRA BEIRA, 28 de Feve,-etro

Q ;:::~te K::~t:ede ~:!.!! Nuclear, Q'Ue s-egu.iu paira Luanda depoi.e. de uma di.gressão de ta-ês semanas pela Reyública da Africa do Sul e por Moçambique, referiu-

(CONTINUA NA 3.' PAG.I

ALGUNS nos AUTOMóVEIS SOBRE QUE CAIRAM PEDAÇOS D E CHA­

MIN(S E BEIRAIS DE TELHADO FICARAM TRANSFORMADOS EM

SUCATA

os MINISTROS DAS COMUNICAÇÕE S DA BÉLGICA E DE PORTUGAL PARTIRAM PARA A MADEIRA

PARA uma reuruão de trabafuo oom o seu colega belga e com

o grupo de relatore& da Conferên­cla Europeia d0s Ministiros de Transportes que terá l,uga.r no Fun­cnal. segwu ontem ao fim ela taTde para a. Madeira, par via aérea, o S..-. Eng.° Canto Mooiz, Ministro d8!l Comunicações

Além do .Ministro be1ga Alfredo A~olf Berbra.nd, que ontem mesmo havia chegado a Lisboa na compa­nhia da esp~ e de técnicos do seu M•ni&tério, estarão presentes os Srs. Eng.0 Lobato GWma.rães, e os

Mmistros de Tro.nSPOrtes da Ale­manha, Bélg,i.ea e de ltáüa.

O Ministro das Comunicações a,:,roveita.rã esta estadia na ilha da Madelra i:,a.ra vis.itar serviços de­pendentes do be'U MinJ.stério e tra... ta.: de problemas ur,gentes dele de• pendente.

No aeroporto estiveram a apre­seutair cumprimentos ao Sr. Eng.o Canto Moniz e ao seu colega belga Eng.0 Bertrand que com ele segwu, os Srs. Jlr. Sousa BaNiga, pelo Minist.r-0 do Estado; Dr. Amaro da Costa pelo Seoretário de Estado da Indústria; Eng.o Vítor Vere&, direc-1.o!"-gerail da Aeronáutica Ci,vil; Eng,0 Mendes Bairbosa, pr~lde.nte da T.A.P,; Eng.0 Duarte Calh-e,iros, administrador dos CTT; i.nspecbor­-superi-Olt'" Neto Port.ugal; Dr. Pinto Mascarenhas e En.g.0 Matos e Silva d~ M-a•rconl; De. Manuel Gonçal­Vf'!>, director - geral dOs Portos; F.r..g.o Pedro Nu.nes, Eng.0 Seguro, d.irrector dos Serv,iços de Obras da DúAC; Eng.0 Ruy Sampaio e Mello, director do aeroporto de Lisboa; M3rio Falcão, subdirector do Ae:ro­porto; Dr. Vilhena, em oreprese-nta .. ção do dlrector-g-eral das Alfânde­gas· Eng.o Ca.irJ.05 Lima, chefe do Gr.-binete do Ministro Canto Moniz; diversos funcionários superiores do Ministério das Comunicações e ain­da o Dr. Bob Loui& Lebacq, MiniL tro Conselhei.ro da Embaixada da Bélgica e o direct(I(' d.a a:Sabena1 em Portugal

Hoje, seguem para a 1lha da Ma­deira, também por via aérea, os

Talvez convenha pôr em rele­vo, tanto a penúria tntelectual, quanto o olljectivo odiento. Na verdade, o que, entre os pro­pugnadores da contestação, SO··

bretudo se está a explorar é o primarismo. Todavia, não sere­mos em considerável margem responsávets por tsso ser consi~ derad-0 viável?

A PARTIDA DOS DOIS M IN ISTROS <CONTINUA NA 3.• PAG.I

ALGUMAS ANOTAÇÕES A realidade DE NATUREZA FINANCEIRA

das aparências

Na Capital, o Dr. Vasco da Gama Pernandes afirma que, no modelo sócio-Politico ociden­tal, importa distinguir as reali-

lCONTtNUA NA 3.• PAG 1

1. O Mtntstérfo do Trabalho dos Estados Unidos da América do Norte anunciou muito re­ctmtemente QUe no passado més de Janeiro os preços por junto subiram de 0,8 por cento - a mais alta percentagem de subi­da desde Fevereiro de 1966.

"""'"""'""""\.\.\.~

NO AEROPORTO DE PARIS

SAUDACOES AMISTOSAS ENTRE NIXON E DE GAULLE

(NOTtCIA NA 5.ª PAGINA)

Quanto aos preços de venda a retalho subiram de 4,2 'Pôr cento no ano passado tendo crescido cerca de 24 por cento nos últi­mos dez anos.

Quer isto dizer que, em reza .. ção aos bens de consumo o dó­la1 sofreu uma desvalorização de 24 por cento no seu pocter de compra interno.

Paralelamente a balança co­mercial deteriorou- se acentua­damente 1)-0is de 4 btliões de dó· lares em 1967, de saldo positivo, 'feclwu - segund-0 comuntca­çã,, do Ministério do Comércio dos fins de Janeiro - com um suldo de 726 milhqes. Houve vois uma descida de 3 274 mi­lhões de aólares.

Todavia é de notar que as ex­portações daquele pats regista­ram uma alta de 9 par cento. atingindo em números redondos 0 valor àe 33 840 milhões de dó-

lares. Entretanto as importações atingiram 33114 milhõe, ou se­ja um aumento de 23 por cen­to sobre o a,w de 1967.

Estes números aos quais temos de acrescentar a detertorizaçâo da balança comercial desde 1964. revestem as,pecto grave.

Ao mesmo tempo, par~m, a balança de pagamentos segundo pnvisões, ao que parece dignas de crédito, terá conseguido este ano um sald(, Positivo derivado sobre.tudo da aflutncta de capi­tais estrangeiros e do regresso de capítais naotonais. O facto resulta em grande parte da tns­teibilidade financeira que reina na Europa desde a desvaloriza­çlto da libra e sobr etudo depais da g.rave cris-e do franco.

(CONTINUA NA 3.• PAG.)

BENTO COELHO DA ROCHA

Page 2: ENTRE DUAS SISMO ,OUEABALOU TODO REFJ!.:~!~:·~:!~ .. …hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/EFEMERIDES/Sismo1969/DiariodaManha/...Não, evidentemente, aquela awda de Espanha e Ma.nrocos

1. III -1969

AMBULANCIAS MILITARES FORAM UTILIZADAS NA EVACUAÇÃO

DE DOENTES DO HOSPITAL DE S. JOSt

MAIS DE MEIA CENTENA DE PESSOAS

FORAM TRATADAS NO HOSPITAL DE S. JOSÉ 1 Quatro ficaram

internados em e'stado grave

~Na ~ de observações do Hospi­~d, S. JOS:é ficaram inter.na.dos:

~~ F~e~::ro~· 2~ i:iv:i~':!: ~. aco~tido de ataqu-e cair­dt , Rodrigo Brito Santos Alves, ~a. meses, Rua. M&r:ia Fia, Vila

~~cln~ç~;:r=., v~=r~:; a:!~~ ""' O. Manu-el I, 154, Barreiro, que

.\Una queda no quln;taJ. da resi­fugla fractUifi.ndo e. ; e ÓHio Gonçalves anos, Rua Augusto

dreiro, :Praceta. Marquês de Castelo Novo, l, rés-do-chão, (lit.o, Amado· ra, QUe fol aoomet.i.do de congestão cerebral.

O banco do hospital leve intenso trabalho

Paira aJ.ém do serviço normal, o Banco do Hospital de s. José teve. ontem, intenso trabaJho, devido às oe()l'!rênciag que se de.re.m por mo­tWo do tremor de terre que abalou a cida.de

R-ereberam tratamento naquele es­tabeleoimento hospitalar, a ferimen­tos e contUsões sem gravida.de, cer­ca d-e sessenta indivíduos, tendo m u i t 9 s deles recebido assiStênoio. médica, a choque de nervos provo­cado pelo sismo.

D IARIO DA MANHÃ -==================--....,..,.--===,. 7.• PAGINA

EM COIMBRA TAMBÉM , O SISMO CAUSOU PAVOR

COIMBRA, 28 - F'ol motivo de conversa O abaJo sismico qu,e on'.em f-01 registaóo no Pais e qu-e f-ez sal­tair as penas do sismógrafo do InstL tuto Geofísico da Universidade.

Nas ruas centrais esPectalmente nos largos das Ameias e da Forta.­gem e na praça 8 de Maio chegoru a atingLr O pavor com a ' -eno .. me multidão que a.e concent!"Du au, V:J.n. da da.s estreitas -e v,elhas ruas d a Baixa. e Que temiam uma repetição do fenómeno.

Nos Prédios al.tos das novas cons. t:ruções ~ Calhabé e em todo o balr,ro da so1um registaram.se igual­mente cenas d-e pânico c:im a for­tíssima vibração Que os imóveis

acusaram.

Os desastr,es pessoais são POUcos. Na RUa da.s Padeiras, 47 0 jovem António Gonçalves Per-ei;& atemo­rizado saltoa de um quar.fo andar pa.'8 o telhado doe um prédio vizi­nho. SOfl:-endo }igei:-Os ferimentos. Num prédio, pertencenite a Ja 'me d.e Almeida na Rua. do Poço ,abateu o te!had.o 'sobroe o quarto de doirmtr da. Sr.• D. Helmt:-a de Jesus Fer­reira Neto, que segundos antes Unha abandonado O aposento.

Há prejuízOs materiais em edifí­cios. tendo alu1do O Auto a« an,'iga garagem da firlna OllveL:-as na Rua. da Sofia <lue esmagou um automó­vel ali Tecolhido~

• UTOMóVEIS ATINGIDOS POR PEDRAS CAIOAS DA FRONTARIA

DE UM PRtDIO, EM S, MAMEDE AO CALDA._8

\

EM MUITOS EDIFICIOS DE LISBOA

abriram-se fendas Em toda e. cidade de Llsboa. hou­

ve inúmeras cbam.i,nés que abate· ram, beira-is que cairam, varandas que ruíram e prédios que abriram f-ende.s. Os d-estroços cau.saram da­nas em veicuJ.os estaoiona.dos nas ruas. como sucedeu na Rua Lucia­no Cordeiro, no Largo de São João da Pire.ça e noutres artérias. causan­do grandes prejuízos aos &?us pro­prietários, pois o seguro não abran• g-e ramo de sismos.

Um dos edifici.<>s onde o tremor de terra causou uma . grande bre­cha foi ,ne. igreja da Luz, onde uma enorme fenda se abriu à ent.rada do templo. Compa1receu um piquete <k) B.S.B., qu e tomou as prov dên­ctas necessárias. estando o t.rã.nsi­to de v-eiculoS pela Estrada da Luz e Rua da Fonte, a ser feito com cuidado, para evitar que se reg.iste algum desmoronamento.

ALGUNS BEIRAIS DE TELHADO, EM LISBOA, SOFRERAM OS EFEITOS

DO ABALO TELllRICO

A cabeça de uma está•tua de gra­nito, co'.ocade. no cimo da fronta­ria da igr-eja do Loreto. ca,:u no passeio, n La,rg das Duas lgreja.s, abrindo um sulco no empedirado do passeio. Fel.zmente no momento não pessava. ninguém

A PRESENCA DO OCIDENTE começa a notar-se na Roménia em várias mnnifestações

BUCARESTE. 27 - (Por K. C. Tha1er > - A nu.ni·siaia. a mUSJca "-P•>P», a srte abstiract.a e as outras nov1à.ad-es do m,undo ocidental já chegaram a Romén:a, a nação re­bwae d-0 mWldo comums.a.

A polícia secreta viu as suas aõas cortadas. As t.em1das pancadas na porta às prime.llI'as ho.ras da ma. nhã são 1á uma coisa do passado.

Os Jornalb ocLdenta1s encontram­•se com facilidade. Os escrilor-es e os artistas não estão Jã sujeitos a restrições espec1ais, desde que s.e rr.an,tenham afas ados das activida· de~ políticas e das chamadas «ques­tõe.:i de segwrança do Estado».

Os filmes ocidentais - no:-te­-ame.ncanos. franceses e ltalianos, er.:tre outros - são exibidos nos cmemas de Bucareste, em cujas b!­füetei,ras todas as mra1hãs .se for m~m longa.& «bichas».

Um milhão e me:o de turis­tas em 1968

A juventude começa a dar mos· tn,s de -exc:tação e de intL~resse c1escente pelas novidades que oh-e· gam do estran,giiro. Mas as mani­fstações continuam a seir fiiirmemen• te reprimidas.

Por outro !.ado, são Ube,ralmenle cor.cedidas pe.Jo Estado possibilida· de, de educacão aos que as mere· cem e as desejam. O interesse pela rl:gião parece esta.r a renasceir, Na polit..i,c.a do Goveo?"no não se verlfl­ca!I' tendências contra <>s j-udeus,

O fluxo de tu.rista;;, um núme,ro c,or.!.:deráveI dos quais vindos do Ocidente, tem tido uma notória tn. fh,ência, especialmente nas :tonas dns p,r,iciipals estâncias tu.rfstkas e n~ capital. No ano passado, vlsíta. :ram a Roménia milhão e melo de tur;stas, duzentos ml,1 dos quaft. vtn· dos da Alemanha Federal. Os es­trang-«.>lros po,rtadores de mo&das f<~rtes são part.!.cularmente bem vindos.

A Roménia não cortou re­lações com Israel

A Roménla é o O.nico dos r.,:i ,,11. tes de MO!,covo que se recusa a lrgrora,r a Chlna Contin.ental. Bura­:-cste mantem relações d1plomáticas eorr Pequim. Noutra manifestação de desarfo à autoridade de Moscovo 0 Governo romeno recusa também ccrta-r as relacões dLplomátlcas c-om Israel.

mais de 280 eontos à paridade co­me,r.c1a1 vUlgar.

O venc1mectio médio mensal é de ce,•ca de mil lei, o q~ equ.lva1e a ce,rca de l 680 esC'udo~.

Há que,m ganht menos e há Lam­b~rr. quem ganhe dois ou trê!:o m.11 Lei po:- mês. mas são excepções ra­ra~ Na sociedade comun,sta r-Ome­na parece não haver grandes ordc· nados O desnível de vencimentos é muito mais· acentuado na Polônla e na Húng rfa, para não falar na Rússi-a, qUe é o pais co.munilõ.ta on· de o desnível é maior.

Rendas de casa e transpor­tes a preços irrisór'os

Um me'ro de fazenda custa o sr.lã.rio de uma semana. No entan­to. os romenos ves·tem ra:zoàvelmen. t,e e as raparigas con~gue-m man .. ter-se at.raen'es Os c()!,métlc-os abundam. lnC'llui.ndo pe,:-fumes f:-an~ Cifres, mas QS preços sãn exorbltan• tea.

As rend3s de casa e os preços dol!t transport,.,,__s públicos sãn l,rr,isórios e se vári-os elemen'os da famflla C()tnribui,rem oom os seu& venclm.en­tos, o dmhei,ro vai chegando para o ff"djsp.ensá~l.

Apei.ar das grandes limitações económ!cas, em oompa..ação rom ns países ocidentais, os romenos. lem­brando--&e do p!!Ssado. "linda próxi• mo mr>StrB-m.s-e, sattsfPitOS

Um informador of.icl:al declairou: «Ei;taffi('J!'l a fa:rer progr.P.i:;!<os As

co!!<i:is agora já vão melhor». ANI.

ASSOCIAÇ AO LUSO­

·VENEZUELANA CARACfü:>, :l7 - «A c0<1on1a ~,H··

tt..&i..~d r<t.S,atui.e na. veut..:.1,,,1..:~a cuusi.1,w u ~n:1.nue llame ue u,u1ao ell"r-e 0.:o eiU..s ..,a~s. 11/J.as t Ut!c.:.::,.::,a­

r!u q ... -t: e~ ,a.,.us l>e t:s ~re,ce111 ca­da ui.a nld.1&, 011;!...i.,aui,e u.m ,u~·,111,r

COCllt:c,m-eul.O Q{).::, UU.::,SUS ~aJ.::,cg; ,..,a

Vt;!l;eJ.ue1a í;!fil l-'or.u.ga1 e ue t'o,r1,u­g.w na veneLU<la» - uecia.ra, e-Jll

et.Lrev.s,t.a pu.oucaoa pe10 bemaua­no « v-0z <1e Poriu5a,,» 1 ~ L.a.i acas, o Emoo1xauor ,1ene..,ue1ano em L1s• boa, Dr • .li.a.fael Armando ltoJas •

ede ~~·º·q:~etofº!e ª=:. ~~: iica.n(lo muito f~do na ca- OS REGISTOS DO SISMO OS SERVIÇOS

TELEFóNICOS FOR A M

SOBRECARREGADOS

. 'l'am~m duas estatuetas. eolocad$J, na frontaria do Palácio da Ajuda caire.m. ficando tot.e.-lmente de.ni~­cadas.

No Bata.lháo de Sapadores Bom­beu-os, assim como nas CorpOrações de Voluntários, s telefones recebe· ram mais de &ete centenes de che.­made.s pedindo socorrOs, em virtude de prédios terem sofrido birechas ou de chaminés em per1go de rui­rem. ou ainda a solicitar o trans· porte de pessoas feridas ou com crises nervosas.

O desenvolvimento tndust.r1al es,. tá: a at:-ai: fOlttemente a atenção do Governo. que dá arrantte priori­dade à in'dústrta pe,.ada em rela­ção aos bens de consumo.

Os automóveis são raros e o seu preco não está ~ alcance dos tra­bdhadores inédJos. Uma pessoa que ganhe o vencimento dlárlo médlo teoria que o poupar Inteirai.mente, durante cinoo a seis anos, para po­der comprar um dos automóveis mais pequenos.

Fa.~andO · a-v dJ,reCLor daqUéI"e se .. D\&aa1'to, Mar10 V,ei,ra, que se en· cor,tra preseuLemenle e.rn t'Ort.ut:aJ. o Emba1xaaor A,rrnando RoJas re,e• r:ll-se elügwsa.me1it.e à co1abora~ão qllf; está a ser dada pelo~ po,rLugue­se,:: a0 prog,re.&:>o da v e.nezue.ta e acc:ntuou:

~iraram-se da janela à rua iwceber3m tratamento no Hos-pi·

pi de s. José a contrusões, reco-

;ient 835 ~~s.J~!j!:;,i\~:~i~;

~vas, Santa Qa.~i.na, C:aJdas da

~;!~;o q~: :~~:a~:~;~ª e~ f1' e5ta.va h~dado, no Largo

ti: :0:~~s~:~~~!~~~ ~: ~Jl;uo. Pascoal de Melo, 71, rés­~ háO, dt.0 , que também se ati· .-da janel_a à rua; e Ma.nuel Ag-en·

(:::.i-;~a AJ5~~Ítv~,ra22R:~~!'.

;i.J.O, ~q., que igua~mAen,~ ae ati. fOII da Janele. da. reSidencia à rua, r:cando muito contiuoso :na cabeça. ,no COIIPº·

Vitima de congestão cere­bral faleceu horas d.epols de ter dado

('!ltrada no Hospital de S. José, Jo­lé António Mourão, d,e 74 anos, pe-

UM A PALAVRA DE APREÇO PELOS

«SOLDADOS DA PAZ» Merecem uma palavra de ' apreço

os 1soldaclos da paz• - mun!ciPais • voluntários - poi,s es~iveram sem­prt atentos, apesar de }ioras seguidas dt t.rahalho, por vezes vio:en.t.o e

perigoso, sem d-escanso. Foram cen~enas de cnamadas. que

!li prolongaram ainda i:;ela noite de hoje, pois algumas emp~-nas de Pré­dios ou chaminés ameaçam rutr, em vári0s pontos da cidade.

nas estações sismográficas de Coimbra e de Lisboa

Segundo a. informação do dlrector dos Serviç0s de GeofisLca do Servi­ço Meteorológico Nacional Sr Dr. Alfredo Mendes, a dure.çãÕ do aba­lo de terra não pôde esr mecllda Com exactidão, por motivo de &e terem avariado as agulhas dos registos, da.. da a intensidade do sismo, no en. tanto o Serviço Met,eorológteo Na. clonai fOrn.ecia, às primeiras horas de ontem a seguinte nota:

«No dia 28 de Fevereiro de 1969 foi registado um sismo nas estações

OPERARIOS E DECORADORES

QUE TRABALHAVAM NA F. I. L. VIVERAM

MINUTOS TRAGICOS Durante a nobte do sismo, cerca

de cinquelllba deeoradores e operá­rios trabalhavam nas ins.alaç.ões da Feira Internadonal de Lii.boa, na preparação dos «stands» da expo­sição «Filgráfica», que hoje é inau. gurada, como ammciamos neutro local.

A princípio não se aperceb~m bem do qu-e se estava a pa.s::;ar, mas no momen1o de maior intensidade do a·balo de terra, tudo fugiu em direcção à entrada Pr!ncipal, <,nde alguns vidros das port..as se tint.am quebrado e outros foram part.:doS, para que todos conseguis.'i, .... m a:can­çar o largo fronteiro, onde se ac3l­maram do susto, que fot grande, pais se encontravam ra nave prin­cipal, que parecia desmot,mar-se.

5tsmográf1cas de Coimbra e Lisboa, com inicio às 3 horas, 41 m1nut.os e 41. segundas e 3 horas. 41 mmutos e 20,2 segWldOS, respectiva.mente, e com eptcen~o a cerca de 230 quiló­metras para. Sudoeste de L1sb0&. A magnltude d.o sismo é de 7,3 na es. ca.J.a. de Ri<:hter. O slSmo fol sentido Com o grau VI-VII, da escala inter­naclonal, em Llsboa e noutras loca­lidades do contine.nte.

F.rn LtsbOa foi &eni&do outro sismo com início às 5 horas e 28 minutos, com intensidade de 111 na escala tnternacionn}.

O sismo foi reglstado na Estação Sismográfica da Serra do Ptlar às 3 horas, 41 minutos e 52 segundos».

Durante o dia de ontem fo­ram registados outros sis­mos, mas fracos

As 20 ho:res de ontem, o servtço Meteorológico Nacional fornecia. n o· va nota, com o seguinte teor:

«Em complemento do comunicado difundldo às primeiras horas da manhã de hoje, foi registado na Es. tação Sismográfica de Ltsboa um sismo, multo fraco e de curt.,. dura­ção, às 11 horas e 32.6 segundo~.

Do conjunto dos registos obtidos verifica.se que os sismos são cada vez mais fracos. o que corresponde à estabilização do fenómeno dentro da ev0lução normal.»

MILHARES DE CONTOS DE PREJUIZOS EM PINHAL

NOVO E ARREDORES PINHAL NOVO 28 - ViOlentis­

simo abalo de ber~a sacudiu a vila õe Pinhal Nov0 às 3 horas e 44 mi­nutos da madrugada. aterrorizando a populaçfo que dol"tnia na sua quase totalidade. As ruas encheram_ -se de pessoas, algumas em trajos menores, qu-e ali se mMtiveram re­ceand voltar às suas habitações.

AB 5 e 25 novo abalo de terra se fez sentir, embora com mencs In­tensidade.

Os prejuízos maiores regis:aram­-se na fábrica de cerâmica de An­tóoio Pedrosa Amado, a cerca de dois quilómetros de Pinhal Novo, devido ao desmoronameoto de um Paredão que soterrou um camião e maquinarias da fábrica , tudo Do va­lor de cerca de 4000 eon~os.

,4& PA REDES DE ALGUMAS SALAS DO ,li ;e.JAL DE S. JOSt A8R I·

RAM FENDA-,t,

Na vila. o prédio onde estava ins­talado o eStúdi0 de fotografia de Maria Manuela Romero na Praça José Maria dos Santos. ruiu fican­do transfOrmado num mont-ão de escombros. pelo que os prejuízo& foram to'.ais. Outros· prédiOR apre­sentam gra.ndE>S raohas. om esmo acontecendo em muitas habitações no campo, - C. ·

Logo a. seguir ao Primeiro abslo de te'.'ra, 0s s-ervlços telefónico3 u,~. banos e interurbanos foram robre­ca.rregados com chamadas, de pes­soas ansiosas Por conhecer pormeno­res ou saber de sues familiares.

Quem mals s-:-fre:-am f'lram as te· 1,efonls'.as - sete a.penas - <J.l!e es­tavam de se:-viço na Central da Pra. ça de O. Luls Além de terem de atenderem os pedidos de chamadas havia ainda de solurionar as reo·a: mações, Que deviam de ter sido em grande número pois mutta5 das 11. ;:;;.~s automã"ticas não functona-

Dirlgentes dos C. T. T. compare. cedam ali tend0 o:-denado o au. mento do númer0 de telefonistas, o que n'o foi fáoil

Em Espanha. à_.,s1m Que o abalo de terra fol sentido através da Rá­di..,. solicitou.se QUe os tel -fo -es Só fossem ut;l!zados em ramg de UT­

gêncla. A<J.ut nada disso sucedeu.

EM ESPANHA

E NO NORTE

DE ÁFRICA (CONTINUAÇÃO DA 8.• PAG.>

No velho edifícto do te.do norte do La,rg0 de s. Mamede. a varanda do últ:mo andar caiu. causando gran· des estragos em automóveis aLi es• tocionados. Noutras artétias sµcede­ram iguais acidentes, princlpa.men­te por quedas de beirais.

Vencimento médio mensal: l.680 escudos

O p.r-eço de um cairro pequeno é de ce,rca de 6J mil 1e.1. o que equl• vale a cerca de cem contos à par1• d<>de especial par;: tu.rlstaa - ou a

O JAPÃO NA VANGUARDA DA CONSTRUÇÃO NAVAL

TóQUIO, 28 - (Poz- Leo.n Da .. niel) - Ima,gine·se um supertanque qUt: trans.port-e 2,2 miJ.hões de ba,r­ris de petról,eo, que colocados so­bre os ou:iros, na vert.lcal, for.ma• r~m uma torore maL alta do que o Monte Eveir-est.

O Japão, o mal()l' constarutor na· v-a1 de todo o Mut11do nas últl.mog t1,eze ános, já produziu dois barcos dtstes e tem ma.i.& quat.ro nos esta~ leiiros.

O primeiir,o deles, o «Unlverse Lreland», foi lançacl"l à ã,gua em Agosto passado. Pesa 312 mil tone­ladas.

A indústa-1.a naval ja,ponesa, com

o apoio .. do MinietérJo dos Transpor· te.;,. vai construi,r outro navio-t.a.n· ql.l!. de qu-inbenta8 rrJJ toneladas.

As fkmas pebroltfere.s cons:..roem r,ei'nairlas pee"to das áireas dcs con· sL·ml dores mas o preto do tra n~or­tc por ba,rco representa,, me.$m-O a!,Sim, 20 a 25 por c-ento d-o preço de venda. Os superLanques redu· zem o preço desS'? transpor·te.

. O «Universe Lreland» e o seu gé-rre,o, o «U.nlverSe Kuwait». junta­ram-.se à f,rota de 83 navios tanqu,es da Gulf Dil Corporatjon. Tanto e&­tes dois ba,rcos como os outros qua. tro su,pe·rtanques, que estão em construção, descarregam o se1.1 con· teúdo em 36 hor3s,

~:;;·l:: ::~~r e 5:m~~: . .:_co~L .,,,.,,==~"""'"'""'~o.=,,,_... o GUniverse J,reta,nd~ tem 375

metros de comp:-lmento. A altura da ponte de comando ao fundo do navio equivale à alturo de um edl. fício de quinze anda.ree. No seu tombadLlho superl - há espaço pa· ra 62 «courtsJ11 de ténis.

Morreu um hab:lanle de Sevilha

SEVILHA, 28 · - Faleceu esta ma­drugada um habitante de Sevilha, que fOi víJima deataque cardíaco, por ter receado tão aflitivam~nte fie.ar sob os escombros de SUa casa, quando viu as paredes a oscilarem em consequê·ncia. do torte sismo sentido em toda a Espanha.

Na mesma cidade ficaram feridas cinco pessoas, que abandonaram Preoipitadamen.te os seus lares, to­madas de pânieo

Por outro ladO, na ilha Cristina, da província de Huelva, desmorona­ram-se algumas casas, que ameaçam ruina. - ANI.

• RABAT, 28 - O vioten~<' tremor de terra que abalou esta madruga­da às 2 e 30 (tmGl a costa atlân'.ica de Marrocos, cauSou dois mortos e quatro feridos em Sale, As viimas foram enoo.r.t.radas nos escombros de duas casas.

Em Rabat, onde dois abalos de várioS segundos espalharam o pâ­nico, não se regis aram prejuizos l'l)ateriais e não parece que bafa vi­timas. Os serviços públicos funcio.. nam normalm€'tlte esta manhã na capital marroqui'na. mas subsis·e a inquietação entre a população que se recorda da catástrofe de Agadi:r em 1960. - F. P,

JUNTA CENTRAL DA LEGIÃO PORTUGUESA

Presidida pelo sr. Almirante Hen. rtque Tenreiro, reuniu em s""•são normal de trabalho, no quartel-ge. neral da Penha. de França. a Junta. Central da Legião Fortuguesa.

Esttveram presentes, a,}ém do Co·

mandante-geral da L. P., Sr Gene. ral Fernando Marques e Ollvelra. os vogais Srs. Eng.0 J osé Frederloc Ulrich, ors. Gols Mota, souart Alle. gro e Julio Evangelista e Capitão

soares da Cunha..

CONSTRU ÇÃ O E REPARAÇÃO DE ESTRADAS

Foi adjudicada a obra de rectifl­cacã.o. alargamento e pavimentação da E. N. 344. entire Monte Frio e Porto da Balsa (km 11,650 S\ 23,800} ? recarga do pavimento enke OS

kma 8,500 a 11,650, no distdto de Coimbra.

Apesa,r do seu tamanho, o navio é de ta,l maneira automalisado que poàe ser m:g.nejado por uma tripu­lação de apenas 53 homens, - AN:J..

CURSO m: MONITORES DE SEGURANÇA

A·bendendo ao aumento de tnte­reSl'ie que. por Parte das empresas e particulares têm vindo a merecer todos os p:-oblemas rel3.'.lvos à se~ guranca no ti:-aba.lho ,e tendo em ccn-ta o seu programa de formação. que prevê o alargamen:o a todas as :r:o­ne.s do pafs, va.t o Centr0 de Pre­vencão de Acidentes de> T:-abalho e Doenças Pr'lfisstonats realizar cur.

sos de Monitores de Segurança cm Lisboa, n0 Porto e. caso bafa nú­mero de tnscrições Que }ustlfique, r em Coimbra.

Na medida em que o tn[clo dos cursos está P:-evisto para o Próximo mês de Abril com horário póa-la­horal e num lotai de 25 Itcões. tod03 . os interessadas devem di'.'igtr.se à sede do Centro, na Rua do Telb,J., 12-4.º Dt.º - LiSboa.2 - ou pelos telefones 5 05 27 e 53 87 94. onde se. rão dadas todas as Inform.açõce.

«O trabalho dos portugueses ê preserveran,-e e honesto»

Quanto ã divulgação do se-u pais em Portugad., o d.l.ploma·ta venezue­lano ahrmou:

«Tenho obS·.:rvado durante os me­ses QUe levo à kente da missão, que a Venezuela é bem pouco conheiir\a. Pm Portugal. E!>tou diligenciando, po,r todos Os me:os ao meu alcance, pn,ra que o nosso pa1s tenha aqui urna mais nítida presença. Para 15-.;o

gostaria de con·ar, também. com a colaboração afectuosa da colónia por luguesa na Venezuela.»

«Há algumas semana!> - aereg. centou - fiz uma v.isita de três dias ao Fu,nC'haI. AJi, encon'Jrei mu ito afecto e carinho pelo nnsso pais. Sentl..me como na minha pró· prla casa o que nada tem de estara .. nho se se pensar que mais de 60 mil mi-deirenses e&tão compar:Uihand-0 eonnosco, na Venezuela, do pão e do Ba}.»

Proponho-me fundar em Portu­gat - d:s1e, também, o Dr. Rafae-1 Armando Rojas - a A~ociação Ln­sr,-Venez,uelana, int.eg.rada por aml· go.i e si..mpatizantes da Ven.>i;uela, que desejem t.rabalhar pop um maio:- intercâmbio entre os doil> países.

Creio - concluiu - que uma tal organ!zaçãQ muito poderá fa7er no campo do lnte-rcâmbio de profes· sor-es, confe,!'CncL<:tas e artisf-e.s dos nossca dois paises.» - ANI.

Um c:dadão da R epública Fe­deral da Alemanha descobriu que, utilizando chapas velhas, p ode­ria construir armaduras m edie­vais. Meteu mãos à obra e tem ganho bom dinheiro a vendê-las aos amadores de «antiguidades»

Page 3: ENTRE DUAS SISMO ,OUEABALOU TODO REFJ!.:~!~:·~:!~ .. …hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/EFEMERIDES/Sismo1969/DiariodaManha/...Não, evidentemente, aquela awda de Espanha e Ma.nrocos

8.• PAGINA DI AR IO DA MANHÃ ========================== 1 - III -1969

OS EFEITOS DO SISMO ·EM TODO O PAIS FOI DESTRU1DO o Hospital da Misericórdia de Castro Marim

- Em Lagos, edifícios de m:='!,~. ":":.'::ºt~;,,:;;.~d~:;11;:'; recente construção ah.ri-ram fendas O hospital de Castro Marim

FARO, 28 - Como já o'ltem in­formamos, o abalo de terra foi sen­tido em lodo o Algarve

·Muitos foram os eci1ricivs que abriram feindas e a lgumas casas, de construção rudimentar e anti&as, ruiram, Au 'omóve:s estacionJ;io3 nas roas da cidade sofreram est, ·agos, caU6ados pelos dcsabament:Js, como sucedeu junto à igreja de s. Pt>d!"O, onde um florão caiu sobre um \•ei­cu!o. Na igreja do Carmo hi gra:>1-des prejuízos. prkicipal-nente no teco.

Ainda nesta cidade. além dos es­th,gos que ontem cmu.01:am•>s, há a registar o a luimen'.o do telt>ado e do primeiro andar de am ed'.fl<:io, onde i'ullciona.va. uma ffi'mca de gelo, cujos esco:nbros 6.>terrou os maquinismos e ia causando a m'>tlie a wn casal que ali residia e que. felizmente, momentos a'l·-es. tinha fugido de casa. Há tam!Jém al1,;un~ edifícios que as au +orida'l~s man­daram evacuar. por ameaça,I"("rn ruir, como Su<:ede Com dois imóveis nas Ruas D. Marcelino Franco e Ma­nuel Belmarço_ Elementos da P. s. P. guardam os locais, evi:a.n.do ~ passagem de peões

O sismo foi mais· sentido nos con­celhos de Vila do B'.spo, La~os. Por­timão, Albufeira, Castro Ma rim e Tavira, e ainda em Be>~e;iut?!-ne e Praia da Rocha, onde há estragos no FC>I"te de San·a Catarina.

Edifícios das escolas pri~.,ri::18 de Vila do BisPo Portimã11 e L;i.l!Os tiveram de ~ ecicerra.cias, C:ev'.do aos estragos causarlos p~1.-, sismo.

Em Tavka, a · ~reJa de ~:io FrMl­ciseo foi igualmente mui .o C.ary.if1-càda, tendo ruído o tec.to.

destruído Em Castro Mar~m. o edifício do

hospital da Sanf-a l"a&.l da Mi!tierl­córdia !oi destruído, em gr.in<le parte, devido ao 1,rem>r de terra registado, esta ·nadr~gada., err. t,,cto o Pais. Uma das pJ.redes do cd'.firlo desabou sobre a resi1-~!'.loia de uma professora primária. que acabava de se levantar e fugira para a rua

Feli:zmen.e não há desa 1~res f-E>S­

soais. Encontra-!e também Em ruJnas o

matadouro e várias casas mcon-

SEGUNDO OS SISMÓLOGOS MADRILENOS O EPICENTRO DO ABALO TELÚRICO

TERIA SIDO MAIS PROFUNDO DO OUE É HABITUAL TOLEDO, 28 - «Este sismo f'1; ~

mais torte verif'.eado na regdão d~ de há cinquenta a.nos, e um doS m~i" !or.es até hoje registados no Mufl­do Se o epice.m-o tives.se sido flWJU,. região habitada a.s vitimas e os e!I· tragos estariam' en..re os ma.iores ot> oda a H .sória» - afirmou o dire,,,,­or do Observa tório Siemológico do To:edo, Gonzalo PaYO.

«Foi de uma intensidade ligeira ­mente inferior aos que abalaram o Chile, de 21 a 30 de al\1.io de 19\lO, e o Ala.ses, em 27 de Ma·rÇo de 1964, m,a-s mais for .e do que o Vt.­rificado há dois anos na ve..,ezut.·· la» - aerescentou aquele sis;nólc,­go, sii..'llando o epicentro à latitude de 36,4 graus nor.e e JO.S de lngi.­tude oeste de Grrenwich, o que dá u m ponto cerca de 170 quilóme1.ros (cem milhas marítimas) a sudoes.e

E A ISSO SE DEVE O FACTO

DE SEREM REDUZIDOS OS

ESTRAGOS POR ELE CAUSADOS saL~ram logo ao primeiro abalo te_ lúrieo, que foi o mais for .e dos se-is verificados esta madrugada, com o grau 7,5 na escala de Richter.

O último abalo foi sentido às 5 e 2.8. - ANI.

A Rádio Nacional fez um apelo à população de Ma­drid

MADRID. 28 - segundo os sis .. mólogQS madr:lenos, 0 abalo te:úri­co que es:a madrugada se verificou na Península Ibérica e em aMrro­cos foi um dos mais tol'tes até ho­je registados em t.odo o mundo, mas - surPreenderutemen.e - as vítimas e os estragos foram muito J.n!erio­res ao que se podia recear.

Talvez que isso se deva ao facto de o epioentr0 - pOn.o do sub-Solo onde o s:.smo se origina - ter sido desta vez muito mais profundo do que é habitual - abaixo dos trinta qu ii:ómetros.

A onda sísmica propagou-se ae­gumdo a linha dos me-sogeus (ou dos mediterrâneos) à velocidade de treze quilómetros por segundo e foi iDclus'.vamen ,e regis'ada pe10 Insti ­tuto Sismológico de Pasade,na, na Califórnia.

Em Madr-id , a Rádio Nacional de Espa,nha lanÇOu um apelo aos trf-s milhõe8 de habitantes da. caPi aI 45

minutos depOis da fase inicial <lo abalo. Os madrilenos ouviram o lo­cwtor pedir que os tele!ones só ff"IS­sem u.ilizados em caso de emergên­cia.

A capital espanhola registoU esta madrugada o maior movimenta te­lefónico da sua h'.s ária - todos se

tCON1 1NUA NA '1 .• P AG .,

A PONTE SOBRE O TEJO PORTOU-SE BEM ...

A «Ponte Salazar» nã.o foi afee'a­da pelo tremor de tel':-a, onde todo.3 Os ma,'.erials e todos OS instrumen­tos se oompo=-taram cOm abfo!uta :-e. gu1adda:le não tendo es.es ree:l>l.. tado Qualciuer d eficiência

A falta da luz não prejudicou o tráfegi Po,is Imedia.tamen te SC:: recor­reu aô abas.eclment0 de en,er.,:la at:avés de inrad.or próp~io.

O movln,..,n,to de Lisboa Para a outra margem foi conside~ável, log:::, após os primeiros minutos após se ter ,registado o sismo.

Em Lagos, morreu um ho­mem soterrado nos es­combros da sua habita­ção

ALGIJNS AUTOMóVEIS ATINGIDOS POR TIJOLOS DESPRENDIDOS DE ~RtDIOS NA RUA LUCIANO CORDEIRO, EM LISBOA

Em Lagos neou seputtad~ soh os ei::oombros da casa c,ncie v1vi2 . o S:-. João Gregório dos Rf'iS, de :>l an.J$.

tram-se danificadas, embora não haja qualquer desastre pessoal a as­sinalar

En.retanto, o rn.ate:-ial médico ex:.Stente no hospital foi transfc. ido, a Utula provisório, para u:na cesa particular. - e.

Ml l.lTARES PROÇEDEM A RETI RADA DE DOENTES DO HOSPITAL DE s. ,ost

Netlf.a cidade, além de móveis e loi­ças partidas em ~:,d,>S O!ó! µ"c<lio<:, foram muitas as edi':;-açJ?s n.>vas que abriram fendas, o q ue causou estranheza.

Os boteis, na sua maioria . de re­een.:e construção, também abriram fendas ,Segundo operàr.oS. ap.P.nas o «s. ·Cristóvão», c11jas obrn foram orientadas pelo ~ng.o Jc-,ão Nur:es da Glória, dos Edifkios e MC1r.u mentos Nacionais, não 1:1preseat•lU veist 1~ios do sismo. Aliás. pa~a aquela unida­de ho.eleira conve:1i1,.1m numC?r0~3S pess-oa.s fug'.das de outros no~f':s e de casas Particu:a:es,

A ILHA DA MADEIRA SENTIU O ABALO

DURANTE 3 SEGU.NDOS

FUNCHAL, 28 - As 2 horas e 43, loCals (3 e 43 em Lisboa) 1·01 sentido um violento tremor de.erra. com a duração de mais ~ 3 segundoo, acompanhado pOr torte ruído sub­terrâneo.

Os cont.a.o:os dl:-ectos estabelec'­como o Banco do Hospital, os Bom­beiros e a Polícia não receberam Indicações de desa'stres pessoais au materiais,

Os eontactos dlrectos estabeelci. dos pela ANl com os extremos Les. te e Oeste da Ilha pe-rmitem verifi­car que em toda a Madeira o abaio foi &entldo eom violência e acompa­nhado de ruido - ANI.

O abalo de terra não alectou os Açores

PRtDIOS COM FENDAS EM ÉVORA

t:VORA, 28 - As 22 horas, esta. vam ainda a apresentar-Se pessoae 0-0 Hospital da M1se-ricórdla para serem observadas, pois o tremor de terra deixou.as em estado de ch0-que Ao principio da manhã <le bo. Je, deu entrada naquele hospital o empregado bancário, Francisco xa. vier Bolero, de 29 anos, que se a.ti­rou da janela da pensão onde .se en. contrava em Grândola, fracturando uma perna.

Nu merosos prédios da cidade apre. sen,tam fendas, o Que acon.selha uma vistoria imediata das entidades eompetentes. - C.

do Cabo de São Viceote, no Alg!lr-

Seis abalos registados em Toledo

No Observat.ôrio Sismológico de TOiedo, as agulhas dos s:smógrafoS

O MINISTRO lJAS !;Ol"lOldi;A~\lt,;S

E.,fLV.E htl A.t.Ru,otff il LOGO Aros u s,sroo

No Aeroporto da Portela, onde o Sismv foi mUilO ~ntido, o movimen­to ae aeronaves proc<.ssou-se com a maior normalidaae. O ú1 ~1mo nv,âo a deixar Lisooa an tes do s1smo fol um da «Sw.ssa,r», que levantou voo à4 3 e 8, rumo ao Rlo de J aneiro. Depois registou.5e u m interregno de aproximadamente auas horas e :ió às 5 e 42 é que a.t.er.rou um avião da «.r·a.c.,nair» vindo de .t'arts.

Onde se regts..ou m ui"() trabalho foi Da, cabina telefónica onde as d uas ~clefonlstas o..n serviço não ti­veram mãos a medir para encami­nharem centenas de chamadas, mu i­t&.s delas para os Serviços Meteoro­lógicos. instaJado& no Aeroporto da Portela, de pessoas que desejavam aa ber p0rmenores da. violência do tremor de terra e se passivei das suas consequências nos diversos pon­to do País. ,

Ao Aeroporto deslocou-se Jogo a PÓ& 0 sismo o Mintst:-o d8<s Comu. nlcações, Eng.o Canto Moniz, que se int-eírou pessoalmente na sala da Meteorologia dos de.d°os técnicos ali recolhidos 80bre a vio1ência do sls. mo.

Estes serviços voltaram a estar assoberbados de trabalho durante todo o dia de ontem, pois grande nú­mero de petsoas voltou a pe:fir Informações sobre possível repeti­ção d()6 abalos de terra, especial­mente depois de terem conheclmen. to que outros se registaram, apesar ele menos iDt'.ensos.

VILA DO PORTO, ILHA DE SANTA MARIA, 28 - Não foi sen. tldo n 8 Ilha de Santa Maria, o abalo ele terra que esta madrugada sacu· dlu Ltsboa e a maior parte da pc_

nlntsu.J.a Ibérlea. - ANL UMA VELHA CASA DERRUIDA NA RUA DE S. NICOLAU . --

PESADOS ORNAMENTOS DA FRONTARIA DA IGREJA DAS MERC~S

FORAM ARRANCADOS PELA VIOLrnCIA DO TREMOR DE TERRA . FE­

LIZ MENTE NAO AT INGIRAM NINGUtM, AO PRECIPITAREM -SE FRA­

GOROSAMENTE NO SO LO, ONDE DEIXARAM NITIDAS MARCAS 00

UU ELEVADO PESO

O MINISTRO DA SAÚDE e o Subsecretário de Estado

das Obras Públicas

estiveram n·D Hospital de S. José Assim que se registou o sismo,

compareceram no o:baneo» do Hos­pital de S. J osé, onde ~ta'Ya de serviço a equipa chefiada pelo Sr. Dr, Mendes Fagundes, o Enferm!!i­ro- mór, Sr. Dr. Carlos George; o adminis~ador-geral dos Hosipitais Civ:s. s.r. Dr. Lima das N'eves e o ohefe de Serviços, Sr. Francisco Maria Queirós, que ;,omaram tcdas as providências necessár..ias an uom andamento dos serviços bospila:a-

~ --º Sr. Dr. LoPo Cancella de Ab1eu, Mini.9tro da SaUde, às 4 e 30, ~ele­fonou para o Hosp'.tal de S. José, a informar- se das medidas tomadas e da ex ...ensão ~o sinist.ro,

As 8 e 30. aquele membro do Go­verno deslocou- se àquele estabele­címento hospitalar, te-nodo visitado os Serviços 3, => e 9, onde abateram os lectoS, não tecido sido at~n,:.dos os doentes, entre os quais se Jle:-ou grande pânico.

Doentes transferidos para outros hosp' las

No serviço 9, cujas paredes há tempos apresentavam fendas, e que devido ao sismo se agrava ra.m foi resolvido pelo Mimistro Dr. Can­cella de Abreu, que se evacuasse

tmediatame."l..e aque:e serv.~o. bem como o 3 e o 5, que co:np. ernd:a toda a ala afectada, pelo que se tor­nou necessário dar alta a 77 d,,e11_

tes, que es.avam em eondi1,;oes ae tal se fazer. e q ue !oram em,iados Para suas casas, e ~ran'ifo:-ir p&ra outros nospitais. 293 doe!'.ltes. 0 que se processou duran e t..·ria a t;Hde e a noite, em ambulln•:ias !1{"16r1ta­lares e do Exército

O Subsecretário de Estado das Obras Públicas tam­bé.m esteve em S. José

O M·!njstro das O'Jras Fúh~.Cab, que Se encontra ~ v;!õi a. de :.ra­ba:hos em Viseu, i:'!.te1:-vu-se ime­diatament.e dos estragl)s mo:,vadoe pelo sismo ocorrido na no,te pl'IS­sada, designadamente t s que se ve­rif:caram flO Hospi ai de S J osé.

O SubSe::retário de E!>.tad o da mesma pasta, Sr. Dr. Silva Pir.to, es~eve naquele es abelecimca-0 hos­pitalar, a fim de pesso~ lmente t,bi.er­var as medidas já em c•Jrso e t<,mar as providências neces'5<\rias.

Este membro do Gove,no encon­tra- se em constante cOntaco co-;n o Sr. Eng.o Rui Sanehes de modo a man:ê-lo a Par de todas dS dil.~ên­cias relacionadas com este assunto,

RECEOSAS DE NOVOS SISMOS, MUITAS PESSOAS PASSARAM O RES'fO DA NOITE NA RUA

,

NINGUEM NO PORTO se lembra de ter viv id o

momentos tão dramáticos PORTO, 28 - Em c<>nsequênc10.

das ehamadas inint~rruptas - bola de neve que se o.vo.umou até ao fim da ma.d.rugada - só a pa,r-t~ de. ma­n hã de boje se conheceiram mais exactamente as consequêno.as do ab6lo de terra que tnmbém assolou todo o Norte do Pats~ e porventura ma-is intensa.mente esta cidade.

Eram 3 horas, 41 minutos e 52 segunàO:s, hora oficial, Quando o portuense fo,i despertado. Os cães Jatiiram. As casas começaram a tre­me:-, segundo a segundo ma.is in­tensa e fortemente. Ni.nguém, nem 05 mais idosos, ac.miLia ter vivido mom~ntos tão dramáticos. Cada mo­radia dir-se~la uma P'l>!lê.eireta a.gi­tad~ freneticamente. Um rutdo sur­d11 em cresce.sdo fazia aumen .ar o pânico. A luz eléct.rica fa~tou , su­bindo e a,ngú~tio.. Foram cerca de 50 segundos longos, mu ito longos, de sobressalto de medo, de pavor. [)e~

pois, depo'.s, m1lha:-es e milhares de janelas abrLram se de pa.r em par. Cada um dese java. intc-1rar•se do que hevla suced,1do na rua, na casa do vizLnho Informar-se dos efe:t.os do sismo, fazer alao - e procurar tranq u ilh:lede.

N<>s hospitais e nas Corporações de bombedros a situação era idên­tica. Toda a gente h6v.a sido teste. munba do tremor. Mas não hava fe­ridos. Mas não cons '.ava ter ocor­rido qua .guer desas .re. No entanto, nervos tensas, multiplicámos oo te­lefonemas. M, Jhentas vezes nos vi­mos metidos em 1mhos a the:as. es­cutando sempre diálol.,"OS sobre o ocorr-;do. De uma. ve;i fJcámos a ter­rados : uma. voz de homem dizia a outro homem q u e Lisboa estava d-esfeita. Ai.nda às escu ras, servin­do-nos da luz de uma veto., tentá­mos. 1.med::ata.m-ente a se,gu i.r. esta• belecer comu!licação com Lisboa. Febrilmente. Angus.iadamente. Os:'.­na1 de as linhas estar-:m ocupados era permanente Teimávamos, qua­se sem resp:rar. Dez, vLnte, cin­quenta vezes. até que, pOr fim, res­p-i.rámos fundo. O ao!arme fora fal­so. Lisboa não este..va desfeita, gra­cas a. Deus.

Entreota.nto, a luz eléctrica vo!a.­ra Em odas as corp rações da ci­dade. tudo estava a postos. 0 8 tele­fones retiniam constantemente, mas apenas pa,ra se saber aõflregame.nte se se tinham ver:f1Mldn qua:squer saídas, q uaisquer ape,'.os. A rl'spos­ta era um «não• eonsolo.:::or. Só sus­tosc. Apenas inq uietação. s : ria Ji­clt.o afirmar-se que, a de&pe ito da dureza do abalo, toda a cic.a:te evi­denc,la.ra uma ca ima. notável - não se estabelecendo o pãnic0 nas ruas, não se avo!wna.n::lo, porto,nto, os dramáticos momentos vividos,

Os pescadores que andavam na faina sentiram uma súbita agitação do mar

Cerca das 5 horas começaram a chegar aos hospitais de S João e de Santo António, algumas d·Js pessoas que terão slrl{, dom:,nadas ma.18 vio· lentamente pelo medo, vitimas de q uedas por fugas deso.rd: nadas ou sofrendo de a.t>J.ques nervosos.

Assim, naq ue-!e primeko eStabele­eimento foram socorridos Manuel de J esus da Silva, de 39 anos, traba­lhador, que ca,1u na rua e sofreu ft-ac tura da perna direita; e Ma.ria. Laura da Silva, d-e 48 anos, casa-

!:om~J~!riad/0

e::rrone~:o~a~gs~~

~~:~~~:l J~:q;:~u~~:n:lv;t: 113 anos merceeiro, da Rua da. flO" sa. Gai~ com escoriações por q1.ae­do; Ma;ia Grazolina Teixei.:-e. ~

~ecstor deo1!! ª:2~3' a!:!ti~:ª· ;a~~

ataque de 'nervos; Joaquim CAil~t" do Rodrigues, d~ 42 a.nos. el'J'IP·dt gado de escr:tóno, Rua Afon30 58. Albuquerque, 67; Augusto Lopes n1D'

;:;:~.~a7:r:n:, ~:,~:n~ d~o~: Maria. Fe.Nlanda Vieira Ro .. Tlg

: :: ;~t~~1a~º;~s~i~~r!~~~;~·~:t: va de 56 anos, doméstica., do ~u~:1• !ºas p:;ºcr:s ~:1;v~:~~· todos vi~

No Hospital de Matosinhos, fof 1ri

~:dta~~~1f:10 f;:~na~ºd::çtº~~ ;

:nt~9 C~~sdo te~!~~~· reslden~ ; ~

an~!r~sc~~~:~t/: ~:~f;in~os,~~~!

~:16 ~~~~ç::e:s m~~~ª;:: s:m~:~ a~erce-bido do que realmente se ha. v1R rea:!Stado rui. terra.

Em consequência do sismo. urna. q_uatro p:dras da . c~rnicha do ed;­f1c10 da Cade:a C1v11 do Porto cal. ram sobre o pa.vime_nto do Campo dl.tS Mártires de. Pátria, poiendo dl. zer-se ter sido este o acide.nte mais espectacular oeorrido na tenet>:-osa majrugada. de onem, em toda a d· dade.

Uma informação da Serra do Pilar

No Observatório da Serra do pj.

lar os sete sismógrafos ali em fun­cionamento registaram O abalo às 3 horas, 41 minutos e 52 segundos, na di·:-ecção oeste - sudoeste, mais pare sudoeste.

O sismo foi se-ntido cQm o grau 4 a 5, na. escala Mercal. modificacia, e o ep centro loe!:llizado llo Oeca• no At:ãntice. Dada a extr:me. sen• sibilidade dos aparel hos, alguns dos rPgistos foram, no entanto, def"cien• temente feitos, pelo que os ~ cni• cos em s2rviço naquele ObServató­rio procuraram, du rante todo o dif., encontrar as ondas que ficaram por definir em ordem a obterem dados mais exactos sobre o epicentro do Sbalo

Tentend<) obter i.nfonnações sot>rt previsões de novos sismos, cente· nas de pessoas telefona-ram par a aq uele Observa'ório, tendo &l~o es· c!arecidas que. presentemente, am­da não há q uaisq uer meios cienti· fiCOs que satisf-açam tal euriosida· de. Du rante o dia, os sismógrafos assinalaram mais ci.nco &balos de terra. mas todos estes com uma magnitude igual à dos que qwse tod<>s os dfas se registam naqueles aparelhos - e não têm história,,

Como nota insólita da ocorrén· eia da madrugada de ontem pode· mos acrescentar que, no momento em que a tet'!ra começou a tremeir, as corporações de bombeiros do vizinho ooneelho de Gaia eamba­tiam u m Incêndio na fábrica de fia­çã,l e tecidos de Arcozelo, apenas se apercebe-ndo do sorriso quando viram O pessoal daquele estabele­cimento fabril a fugill', apavorado, para o exterior.