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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 44(2) :289·96, jul./dez. 1987 COMPARAÇÃO ENTRE OS PROCESSOS QUfMICO E DA LIGADURA ELASTICA NA CASTRAÇÃO DE CORDEIROS P) (Comparison between the chemical and the rubber - ring processes on lambs castration) WALTER DUPAS (2), MILTON GORNI (3), LUIZ EDUARDO DOS SANTOS (2), DOMINGOS SANCHEZ RODA (2) e MARIA JOSEFA FERNANDES SANCHEZ (4) R E SU MO: Compararam-se dois processos de castração de cordeiros - da ligadura elástica e qufrnico - em dois locais: Posto de Ovinos e Caprinos de Itapetininga, SP, envolvendo trinta animais, e Estação Experimental Central, em Nova Odessa, SP, com 27 animais. O delineamento foi inteiramente casualizado, estudando-se os seguintes parâmetros: tempe- ratura retal, desenvolvimento ponderal e valores hematológicos. A temperatura retal di- feriu significativamente entre os tratamentos no segundo dia e em ambos locais, e no ter- ceiro dia em Itapetininga, sendo maior nos animais castrados quimicamente. Em nenhum dos locais foram observados efeitos do método de castração sobre o comportamento ponderal até o 28 0 dia e sobre a mortalidade. A análise dos valores hematológicos mos- trou diferenças significativas, ao n (vel de 5%, para o número de glóbulos vermelhos no segundo dia, sendo maior na castração elástica. Para o número de glóbulos brancos, con- centração de hemoglobina e valor do hematócrito não se verificaram diferenças signifi- cativas. Diante dos resultados, pode-se aconselhar a adoção dos dois processos na cas- tração dos cordeiros. INTRODUÇÃO A castração é praticada na mai.or ia dos cordeiros destinados ao abate. Segundo KIIEY (1976), ela é indicada para os am- mais domésticos, a fim de reduzir a agres- sividade dos machos, facilitar o manejo e diminuir o ri.sco de coberturas indesejá- veis. O autor lembra tratar-se de uma ope- ração traumática e que, na dependência do método usado, requer certa habilidade para execução. (1) Projeto IZ-013/85. Recebido para publicação em junho de 1987. (2) Da Seção de Ovinos e Caprinos, Divisão de Zootecnia Diversifica. (3) Da Seção de Suinocultura, Divisão de Zootecnia Diversificada. (4) Da Seção de Agronomia de Plantas Forrageiras, Divisão de Nutrição Animal e Pastagens. 289

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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 44(2) :289·96, jul./dez. 1987

COMPARAÇÃO ENTRE OS PROCESSOS QUfMICO E DA LIGADURA ELASTICANA CASTRAÇÃO DE CORDEIROS P)

(Comparison between the chemical and the rubber - ring processes on lambs castration)

WALTER DUPAS (2), MILTON GORNI (3), LUIZ EDUARDO DOS SANTOS (2), DOMINGOS SANCHEZRODA (2) e MARIA JOSEFA FERNANDES SANCHEZ (4)

R E SU MO: Compararam-se dois processos de castração de cordeiros - da ligadura elásticae qufrnico - em dois locais: Posto de Ovinos e Caprinos de Itapetininga, SP, envolvendotrinta animais, e Estação Experimental Central, em Nova Odessa, SP, com 27 animais. Odelineamento foi inteiramente casualizado, estudando-se os seguintes parâmetros: tempe-ratura retal, desenvolvimento ponderal e valores hematológicos. A temperatura retal di-feriu significativamente entre os tratamentos no segundo dia e em ambos locais, e no ter-ceiro dia em Itapetininga, sendo maior nos animais castrados quimicamente. Em nenhumdos locais foram observados efeitos do método de castração sobre o comportamentoponderal até o 280 dia e sobre a mortalidade. A análise dos valores hematológicos mos-trou diferenças significativas, ao n (vel de 5%, para o número de glóbulos vermelhos nosegundo dia, sendo maior na castração elástica. Para o número de glóbulos brancos, con-centração de hemoglobina e valor do hematócrito não se verificaram diferenças signifi-cativas. Diante dos resultados, pode-se aconselhar a adoção dos dois processos na cas-tração dos cordeiros.

INTRODUÇÃO

A castração é praticada na mai.oriados cordeiros destinados ao abate. SegundoKIIEY (1976), ela é indicada para os am-mais domésticos, a fim de reduzir a agres-sividade dos machos, facilitar o manejo e

diminuir o ri.sco de coberturas indesejá-veis. O autor lembra tratar-se de uma ope-ração traumática e que, na dependência dométodo usado, requer certa habilidade paraexecução.

(1) Projeto IZ-013/85. Recebido para publicação em junho de 1987.(2) Da Seção de Ovinos e Caprinos, Divisão de Zootecnia Diversifica.(3) Da Seção de Suinocultura, Divisão de Zootecnia Diversificada.(4) Da Seção de Agronomia de Plantas Forrageiras, Divisão de Nutrição Animal e Pastagens.

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Entre os métodos de castração deovinos, a ligadura com elástico tem sidodos mais utilizados. BARROOMAN et alii(1954) o usaram em cordeiros a partir desete e de 21 a trinta dias de idade" eobservaram a ocorrência de inflamação aoredor da ligadura em 30% e 78% dos animaisde cada tratarrento, respectiverrente, Se-gundo esses autores, com a interrupção dacirculação sangÜínea, o escroto e os tes-tículos tornar~se isquêmicos e necróti-cos, com atrofia e elDninação. O tempo mé-dio requerido para essa ocorrência foi dequatro a seis semanas no grupo de animaiscastrados precocemente e relativarrentemais longo no grupo castrado tardiarrente;o tempo para cicatrização completa foi decinco a sete semanas para o primeiro grupoe de seis a oito semanas para o segundo.Apesar da inflamação da ferida, em algunscasos, não houve risco de cooplicaçõesgeneralizadas. Também não houve ocorrênciade miíases.

TORREI..et al.ii (1979) realizaram aesterilização de cordeiros pela esclerosequímica do epidídimo utilizando, num pri-naí.ro experimento, formalina (CH O) e c10-reto de cálcio (CaCl ) injetado~ na caudad .• . 2o epi.dídino aos cartoze e 58 dias deidade. Observaram que os cordeiros trata-d~s com formalina não apresentavam dorperceptível, enquanto os tratados com CaC12 exteriorizavam acentuado desconforto.Duas semanas depois, 89% (25 animais) dostratados com formalina apresentaram ostestículos fibrosos e 11% (três animais),tiveram outros sintomas visíveis. Entre ostratados com CaCl'), 31% (oito animais)mostraram testículos fibroso~ 65% (dezes-sete animais) apresentaram lesões de mode-radas a severas e 3% (um animal) tiveramlesões perceptíveis. Após 55 dias, retira-

r~se os testículos da bolsa escrotal doscordeiros e efetuou-se exarreanatamo-pato-lógico, que revelou que tanto os testícu-los como os epidídimos estavam esclerosa-dos. Num segundo experimento, cordeiroscom seis rreses de idade foram injetadoscom 0,5 ml de formalina a 10% trinta diasapós o desmarre. Onze rreses depois foramsubmetidos ao eletroejaculador, sendo que18% (oito animais) apresentaram espermato-zóides viáveis. Os autores ponderaram quea esterilização de cordeiros pela esclero-se química da cauda do epidídimo é umprocesso mais rápido e rrenos suscetível ainfecções e estresses do que a vasectomiabilateral, s~gerindo a sua adoção em cor-deiros jovens, em vista de elevado grau deeficiência.

MERC~ et alii (1985) aplicaram inje-ção de 0,75 ml de solução a 10% de formol-deído em etanol para esterilizar cordei-ros, e observaram que o desconforto dosarumai.s foi mínimo.

GORNI (1974), em trabalho de castra-ção de leitões pela injeção intratesticu-lar de aldeído fórmico, observou que oscom 21 dias de idade submetidos à dosagemde 0,200 mg/kg de peso corporal eliminaramos testículos necrosados quinze dias apóso tratarrento, processando-se a cicatriza-ção logo em seguida.

GORNI et alii (1978), comparando odesempenho de suínos submetidos a diferen-tes métodos de castração, obtiveram paraleitões tratados com aldeído fórmico, emccmparação com a castração cirúrgica e aparcial (pelo processo russo) e aos nãocastrados, rrenor trauma cirúrgico, sendo otempo de recuperação semelhante entre ostratarrentos.

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LUCHIARIFIlllO et al.i i (1984) veri-ficaram o efeito de diferentes métodos decastração no desempenho e característicasde carcaça de bovinos em confinamento.Concluíram que os castrados químicarentecan aldeído fónnico rrost.raram tendênciasfavoráveis em relação à castração cirúrgi-ca. Considerando-se que em determinadostipos de criação a castração é indispensá-vel, o método químico most.rou maior faci-lidade de execução, bem cano recuperaçãomais rápida do animal e vantagens na com-posição da carcaça. Diante dos resultados,o método pode apresentar extreroo valorpara os criadores.

GORNI (1974) observou, em suínoscastrados pelo método químico, ligeira hi-pertennia durante as pr iroeí.ras 24 horasapós a injeção do aldeído fórmico, Toda-via, o canportarrento dos animais não IOOS-

trou qualquer alteração com relação à IOO-

vinentação ou ingestão de al irrent;o, emcomparação aos testemunha (inteiros).

o método de castração química podeocasionar alterações no quadro hematológi-co do animal, em razão das alterações queocorrem nos testículos.

GORNIet alii (1985) , estudando oefeito da castração química com injeçãointratesticular de cloreto de cáchnio emsuínos, observaram ligeira tendência dedecrésciroo da taxa de herooglobina e númerode eritrócitos, e acentuada leucocitose,indicando provável processo inflamatórionos testículos.

Esses resultados confirmam os obti-dos por BUNN& MATRONE(1966), que verifi-caram redução da taxa de herooglobina emratos e cammdongos, e os de RADI& POND(1979), que deroonstraram anemia e signifi-cativa redução da taxa de herooglobina emsuínos.

MATERIALE MÉTODOS

o presente trabalho foi canposto dedois ensaios~ sendo um conduzido no Postode Ovinos e Caprinos de Itapetininga, SP,em 1981, e outro na Estação Experirrent.al,Central, emNovaOdessa, SP, em 1985.

o Posto de Ovinos e Caprinos de Ita-petininga situa-se na latitude 23

035' Sul

e longitude 480

02' Oeste, à altitude de636 m, clima tropical de altitude ou sub-tropical tipo savana (SILVANETO,1973).

A Estação Experirrental Central loca-liza-se na latitude 22

042' Sul e longitu-

de 470

18' Oeste, à altitude de 550 m,

clima predominante quente, com ~nverno se-co (SANIOSet alii, 1977).

o ensaio conduzido em Itapetiningaenvolveu trinta cordeiros e o em NovaOdessa, 27. Em ambos, os animais foramdistribuídos equitativarrente ao acaso emum dos seguintes tratarrentos: castraçãocom ligadura elástica, castração químicaou testemunha (sem castrar), em delinea-mentos inteirarrente casualizados para cadalocal.

A castração com ligadura elásticaconsistiu na ligadura de fita elástica de

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1 em de largura, amarrando-se a parte su-perior da bolsa escrotal, com os testícu-los em seu interior. Essa ligadura provocaa queda da bolsa e dos testículos entre odécimo e o 159 dia após a operação.

A castração química consistiu naaplicação de 1 ml de una solução contendoaldeíd~ fónnico a 40%, mais 0,010 g de CdCl /em de solução, injetada por difusãon02eixo longitudinal de cada testículo.

Do segundo ao sétimo dia foram re-gistradas as temperaturas retais indivi-duais às 9:00 e 15:00 horas. No ensaio deItapetininga foram coletadas amJstras desangue no segundo dia após a castração,para análise do número de glóbulos brancose vermelhos, percentagem de hernoglobinaevalor hematócrito.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As temperaturas ambientes do segundoao sétimo dia são mostradas no quadro 1.

No quadro 2 são apresentadas as né-dias, erros-padrões e teste de significân-cia para os dados de temperatura retal dosanllTIa~Scastrados e inteiros, nos dois en-sa~os.

Observa-se que no dia seguinte àcastração, os cordeiros mostraram altera-ções significativas na temperatura retalem razão da castração, ao nível de 1% emItapetininga, para as tomadas às 9:00 e15:00 horas, e ao nível de 5% no períododa manhã e 1% no período da tarde, em NovaOdessa. Em Itapetininga, a temperaturados animais castrados quimicamente foi0,90C mais elevada do que pela manhã e

o ,0,8 C a tarde, em relação aos testemunha(inteiros). Em Nova Odessa, a diferença,ainda que estatisticamente significativa,f

. o oo~ menor, de 0,5 C e 0,4 C pela manhã e àtarde, respectivamente.

No terceiro dia, em Itapetininga,verificbu-se que ainda ocorreram diferen-

ças na temperatura retal em função dascastrações, enquanto em Nova Odessa estasalterações não mais existiam.

A partir do quarto dia, as tempera-turas retomaram à normalidade. De acordocom observações de KlLEY (1976), a castra-ção é um processo traumático; porém, anormalização da temperatura ocorrida nopresente experimento a partir do quartodia sugere que o desconforto sofrido pe-los animais foi rápido, concordando com osresultados obtidos por MERCY et alii( 1985).

A mortalidade de cordeiros até o 289dia não foi influenciada pela castração,mas decorrente de outras causas. No expe-rimento de Nova Odessa não ocorreram óbi-tos durante esse período.

No quadro 3 revela que: no experi-mento de Itapetininga 80% dos cordeirosaumentaram de peso, independentemente dostratamentos, enquanto em Nova Odessa maiornúmero de animais perdeu peso em todos ostratamentos; essa perda foí. atribuída aoutros fatores de ordem nutricional.

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Itapetininga Nova OdessaDias Máximas Mínimas Médias Máximas Mínimas Médias

2º 27,0 19,0 23,0 31,8 22,0 24,53º 30,0 20,0 25,0 32,2 19,4 24,44º 31,0 19,0 25,0 32,4 19,6 25,65º 32,0 21,0 26,5 32,2 20,0 25,56º 23,0 11, O 17,0 32,8 19,4 25,17º 25,0 18,0 21,5 32,2 21,8 25,0

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Quadro 1. Temperaturas ambientes do segundo ao sétimo dia

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'"cowQuadro 2. Médiõs, erros"pdcrces e restes ce significância para dados da te:r.peratura retal para os animais castrados e inteiros

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"Ita~etininga. Neva Odessa

L igad:.,u"a L; gaduraDias ~oras elástica Qui'mica Inteiro F elástica Química Inteiro F

2Q 9 39,6 :I: 0,2 40,3 ±O,2 39,4 ± 0,2 12,50*· 39,7:1:0,1 40,2 t 0,1 39,71:0,1 4,53'2Q '5 39,8 i' O,, 40,7 :!: 0,1 39,9 io,' 25,54** 39,9:1-0,1 40,S ± O,, 40,1 t 0,1 6,94"

3Q ·9 39,S :to 0,1 40,0 ± 0,1 39,6 ± 0,1 7.52*- 39,9 ± 0,1 40,0 ± 0,1 39,9 ± 0,1 O,38ns3Q '5 39,7 :t 0,1 40,4 ± 0,1 39,9:1:0,1 4,72' 40 •.1 ± O,, 40,1 ± 0,1 40,1 ± 0,1 0,25ns

4Q 9 39,7 ± 0,2 39,7±O,2 39,6 ± 0,2 O,Olns 40,2 ± 0,2 40,3 ± 0,2 40,3 ± 0,2 O,30ns4Q '5 40,0 :t O,, 40,2 ± O,, 40,0 ± O,, 3,06ns 40,1:!: 0,1 40,O:!: O,, 39,8:t O,, • O,09n$

5Q 9 39,4 :!: 0,2 39,S z o.: 39,6 ± 0,2 O,79ns 40,O:!: 0,1 40,0 ± O,, 39,8± 0,1 O,72n5SQ '5 39,6 ± 0,1 39,6:!: 0,1 39,6 ± 0,1 ().,14ns 39,9± 0,1 40,2 ± O,, 39,9± 0,1 O,85ns

6Q 9 39,6 ::!: 0,3 39,6:!: 0,3 40,0 ± 0,3 2,OOns 40,0 ± O,, 39,9±O,' 39,8:!: 0,1 O,44ns6Q 15 40,0 :!: 0,1 40,1 :!: O,, 39,8 ± 0,1 3,07ns 40,4:t O,, 40,2:± 0,1 ~O,4± O,, O,48n$

H 9 39,4 ± 0,1 39,S :tO,l 39,3 i O,, l,60ns 40,3 ± 0,1 40,1 ± 0,1 40,2 t 0,1 O,49n$H 15 40,0 :!: 0,1 40,0 ± 0,1 40,0 iO,1 O,95ns 40,2*0.L~~± 0,1 40,S±O,l ',6905

• Slgnl'IC&II" & nível de 5%; ** Slgn1flc.nte & nível de ,%; ns • nlo-51gnl'lc4t1vo.

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Quadro 3. Estado ponderal dos cordeirosSituaç~o até 282 dia

Aumentaram de peso Diminulram de peso MorreramLocal Cirúrgica Química Inteiro Cirúrgica Química Inteiro Cirúrgica Química InteiraItapetininga 80X 80X 80X 20X 10X OX OX 10X 20XNova Odessa 44,4% 22,2X 44,4X 55,6X 77,8X 55,6X OX OX OX

Não foi observada incidência demiíases em nenhum dos tratamentos, em am-bos experimentos, corroborando os dados deBARROOMAN et alii (1954), que também nãoobservaram o problema.

No experimento de Itapetininga cole-taram-se amostras de sangue no dia seguin-te à intervenção, sendo os resultadosapresentados no quadro 4.

Observou-se que a castração quinucacausou ligeira leucocitose, provavelrrenteatribuída ao processo inflamatório dostestículos, porém sem significância esta-tística.

A diferença do número de glóbulosvermelhos foi estatisticamente significa-tiva entre os castrados e inteiros, indi-

cando que nos tratamentos onde os anDnalSforam castrados houve ocorrência de pro-cesso anêmico, com maior intensidade naligadura elástica.

O quadro 3 evidencia que não houvediferenças significativas no peso e morta-lidade dos cordeiros.

Os valores da taxa de hernoglobinaevalor hematócrito não foram estatistica-mente influenciados pelos tratamentos,apresentando-se ligeiramente marores nosanDnalS inteiros, à semelhança do queocorreu nos experimentos de GORNI et alii(1985) e RADI & POND (1979), can suínos, eBUNN & MATRONE (1966), com carrundongos eratos.

Quadro 4. Médias, erros-padrões da média e teste de significância dos valores hematológicos

Glóbulos br ancos - cirúrgicaGlóbulos brancos - químicaGlóbulos brancos - inteiro

Glóbulos vermelhos - cirúrgicaGlóbulos vermelhos - químicaGlóbulos vermelhos - inteiroHematócri to - cirúrgicaHematócrito - químicaHemat6crito - inteiro

Hemoglobina - cirúrgica"Hemoglobina - químicaHemoglobina - inteiro

5.667 ± 1.3437.333 ± 1.3436.400 :!:1.343

O,39ns

6.070.000 ± 396.6117.079.999: 396.6118.119.999 ± 396.611

31,1 t 2,734,3 t 2,733,3 t 2,7

9,9 t 0,910.6 ±: 0.911,0 :!: 0,9

6,68*

O,25ns

0.40ns

os • não significativo; * Significativo a nível de 5%.

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1. A eficácia das castrações qUDTIlcae por ligadura elástica é serrelhante , po-dendo-se recomendar sua utilização.

CONCLUSÕES

2. A castração química foi menostraumática ao cordeiro.

SU M M A R Y: Two methods of castration of lambs were compared, by rubber ring andchemical, in 1981 and 1985, in two regions: in the Posto de Ovinos e Caprinos de Itape-tininga and in the Estação Experimental Central de Nova Odessa.both from the Institutode Zootecnia, State of São Paulo, Brazil. Thirtv males were utilized in Itapetininga and27 in Nova Odessa distributed in a cornpletelv randomized design to each region. Theparameters studied were the following: retal temperature, weight gain, ambienta I tem-perature and hematological values. The statistical analvses showed that retal temperaturewas difterent among the treatrnents in the second day in both regions, and in the third dayin Itapetininga. This increase in the temperature was higher in the animais that sufferedthe chemical castration. The castration treatments did not affect the mortality levei ofthe piglets. At the end of the experimental period it was taken blood sarnples to quantifythe ervthrocvtes (mm3). Ieucocvtes (mm3

) and to measure the hematocrit value. Theresults of statistical analyses showed no significance between any hematic character istic.The results of chemical and rubber ring castration of lambs suggest their employmentin these animais.

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