Caricaturas do Segundo Reinado: crítica com humor e ironia · D. Pedro II, o eixo central, e de...

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Caricaturas do Segundo Reinado: crítica com humor e ironia Se for aplicar essa atividade em sala de aula lembre-se primeiro de: Contextualizar a imagem: identificar data, a que fato ou situação ela diz respeito, para quem foi destinada etc. Identificar o nome do autor e do jornal ou da revista onde a caricatura foi publicada. Descrever a imagem e identificar seus elementos: personagens, objetos, letreiros. Relacionar a imagem ao título da caricatura (se tiver). Charge “Bazar eleitoral” 1. O que está sendo vendido neste “Bazar eleitoral”? Resp.: Cédulas eleitorais (votos), porretes, revolveres, espadas e rifles. 2. Quem poderia ser o indivíduo de cartola e casaca? Resp.: Um candidato a deputado ou a senador. 3. Que sátira o caricaturista faz das eleições do Brasil monárquico? Resp.: As armas à venda no bazar eleitoral mostram o clima de violência das eleições da época, confirmada pela frase “não se fia”, isto é, o processo eleitoral não é confiável. As chamadas “eleições do cacete”, ocorridas em Minas Gerais e São Paulo, em 1842, são exemplo desse cenário político. 4. O que isso faz pensar? Resp.: As eleições eram marcadas por violência com espancamentos, roubos de urnas, falsificação de votos o que motivava a venda de armas. Além disso, a venda de votos era uma prática comum nesse período. 5. Como era o voto na época? Resp.: No período imperial, as eleições eram indiretas e o voto era censitário, isto é, para ter o direito de voto era preciso comprovar uma condição econômica satisfatória. Saiba Mais O voto censitário e masculino não ocorria só no Brasil. Ele estava nas constituições de todos os países liberais do século XIX, inclusive dos Estados Unidos e da França. O conceito de cidadania, então, não entendia a inclusão total, como hoje. Os excluídos mulheres, brancos pobres e libertos tiveram de lutar muito para alcançar seus direitos civis o que só ocorreu, no Brasil, com a Constituição de 1891 e, no caso das mulheres, em 1932. Charge “Carrossel partidário” 1. Que brinquedo lembra essa imagem? Resp.: Um carrossel com cavalinhos de madeira e outras figuras que ficam girando e que servem de assento. Brinquedo típico de parques de diversões. 2. Quem seria a figura com coroa? O que ela faz? Resp.: O imperador D. Pedro II 3. O que representam as figuras do homem, da mulher jovem e da idosa?

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Caricaturas do Segundo Reinado: crítica com humor e ironia Se for aplicar essa atividade em sala de aula lembre-se primeiro de:

Contextualizar a imagem: identificar data, a que fato ou situação ela diz respeito, para quem foi destinada etc.

Identificar o nome do autor e do jornal ou da revista onde a caricatura foi publicada.

Descrever a imagem e identificar seus elementos: personagens, objetos, letreiros.

Relacionar a imagem ao título da caricatura (se tiver).

Charge “Bazar eleitoral”

1. O que está sendo vendido neste “Bazar eleitoral”? Resp.: Cédulas eleitorais (votos), porretes, revolveres, espadas e rifles. 2. Quem poderia ser o indivíduo de cartola e casaca? Resp.: Um candidato a deputado ou a senador. 3. Que sátira o caricaturista faz das eleições do Brasil monárquico? Resp.: As armas à venda no bazar eleitoral mostram o clima de violência das eleições da época, confirmada pela frase “não se fia”, isto é, o processo eleitoral não é confiável. As chamadas “eleições do cacete”, ocorridas em Minas Gerais e São Paulo, em 1842, são exemplo desse cenário político. 4. O que isso faz pensar? Resp.: As eleições eram marcadas por violência com espancamentos, roubos de urnas, falsificação de votos o que motivava a venda de armas. Além disso, a venda de votos era uma prática comum nesse período. 5. Como era o voto na época? Resp.: No período imperial, as eleições eram indiretas e o voto era censitário, isto é, para ter o direito de voto era preciso comprovar uma condição econômica satisfatória. Saiba Mais O voto censitário e masculino não ocorria só no Brasil. Ele estava nas constituições de todos os países liberais do século XIX, inclusive dos Estados Unidos e da França. O conceito de cidadania, então, não entendia a inclusão total, como hoje. Os excluídos – mulheres, brancos pobres e libertos – tiveram de lutar muito para alcançar seus direitos civis o que só ocorreu, no Brasil, com a Constituição de 1891 e, no caso das mulheres, em 1932.

Charge “Carrossel partidário”

1. Que brinquedo lembra essa imagem? Resp.: Um carrossel com cavalinhos de madeira e outras figuras que ficam girando e que servem de assento. Brinquedo típico de parques de diversões. 2. Quem seria a figura com coroa? O que ela faz? Resp.: O imperador D. Pedro II 3. O que representam as figuras do homem, da mulher jovem e da idosa?

Resp.: O homem representa o Partido Conservador e a mulher o Partido Liberal (está escrito na barra de seu vestido). 4. O que esta charge informa sobre a política partidária da época? Resp.: Assim como um carrossel, os partidos políticos giravam (isto é, alternavam-se) no poder ao redor de D. Pedro II, o eixo central, e de acordo com o ritmo da diplomacia imperial. 5. Por que o desenhista usou a imagem de um carrossel? Resp.: Para simbolizar a alternância no poder. 6. O que significaria o título da charge? Resp.: “O rei se diverte”, título da charge, sugere que o imperador dispunha dos partidos conforme lhe agradasse ou lhe fosse conveniente no momento. 7. Que impressão nos dá o sorriso da velha senhora: de sinceridade ou de malícia, de bom-senso ou de esperteza? Resp.: Uma velha maliciosa e espertalhona, não confiável. 8. O que isso significa? Resp.: Indica que essa diplomacia se limitava a uma troca de favores e de distribuição de títulos, cargos e pensões.

Charge “Balcão de negócios”

1. Descreva a imagem e identifique as figuras. Resp.: É uma loja que vende medalhas e títulos de nobreza. Os clientes, carregando saco de dinheiro, são atendidos por um funcionário (primeiro-ministro) e atrás dele, vigiando o “negócio”, está o imperador D. Pedro I. Um índio, atrás do balcão, esconde o rosto com a mão. 2. Segundo a charge, qual era o critério para a obtenção de comendas? Resp.: O governo não se tinha critérios de competência ou merecimento para distribuir comendas (medalhas e títulos), mas interesse em obter vantagens materiais. 3. Qual seria a intenção do autor em retratar um indígena encolhido e com o rosto coberto? Resp.: O indígena representa a nação, o povo brasileiro, que sente vergonha de ver o governo envolvido em negociatas. 4. Explique a legenda da charge Resp.: “Pobre país! A corrupção alimenta a vaidade, para dar vida ao patriotismo”, diz a legenda, significando que o patriotismo, não era um legítimo sentimento de devoção e lealdade ao país pois era alimentado pela corrupção.

Charge “Manipanso imperial”

1. O que significam as pastas em suas mãos? Resp.: As pastas ministeriais, isto é, os ministérios e os cargos de ministros. 2. Como os políticos se dirigem ao imperador? Resp.: Fazendo reverências, fazendo gestos de adoração, como se o imperador fosse uma divindade.

3. O que isso pode significar? Resp.: Que os ministros bajulavam o imperador para obter cargos e títulos. 4. Que crítica o caricaturista faz sobre o poder imperial no Segundo Reinado? Resp.: Uma monarquia centralizadora e autoritária que detinha todos os poderes. Era o imperador quem nomeava os principais cargos políticos (representados pelas “pastas” que ele segura fortemente).