7 / JUN VELOCE · Principal regente convidado da Orques - tra Sinfônica da Basileia, Suíça,...
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PRESTOVELOCE
7 / J U N
8 / J U N
F O R T I S S I M O N º 9 — 2 0 1 8
Michal Nesterowicz, regente convidado
Pablo Ferrández, violoncelo
P R O G R A M A
I N T E R V A L O
JEAN SIBELIUS Pelléas et Mélisande, op. 46Diante do portão do casteloMélisandeÀ beira-marUma fonte no parquePastoralMélisande à rocaInterlúdioA morte de Mélisande
Ministério da Cultura,Governo de Minas Gerais eItaú apresentam
PRESTOVELOCE
Concerto para violoncelo em Dó maior, Hob. VII b:1ModeratoAdagioFinale: Allegro molto
Concerto para violoncelo em Dó maior, op. 37Allegro moderato ma con fuoco
JOSEPH HAYDN
ERICH KORNGOLD
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8 / J U N
JEAN SIBELIUSSinfonia nº 3 em Dó maior, op. 52Allegro moderatoAndantino con moto, quasi allegrettoModerato – Allegro ma non tanto
A música de Sibelius é sempre carre-
gada de expressão profunda e român-
tica. Nas duas obras do compositor
apresentadas nesta noite, teremos
a oportunidade de vivenciar essas
emoções. Pelléas et Mélisande, com a
força introspectiva de um amor singelo,
mas proibido, inspirou vários com-
positores. A versão de Sibelius retrata
de forma sublime essa estória contada
originalmente pelo francês Maurice
Maeterlinck. Já em sua Terceira Sinfonia,
experimentaremos a busca das raí-
zes nacionais finlandesas em prol de
um discurso de expressão universal,
imbuída de riqueza de cores instru-
mentais e grande vitalidade rítmica.
Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra F i larmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argen-tina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro
regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi tam-bém Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é Regente Emérito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inú-meras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandi-návia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras.
Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
FABIO MECHETTI
Diretor Artístico e Regente Titular
Com a participação do regente
convidado Michael Nesterowicz, a
Filarmônica une-se ao jovem violon-
celista espanhol Pablo Ferrández
para a execução de duas importan-
tes obras do repertório solista desse
instrumento. Teremos a oportuni-
dade de apreciar a leveza, alegria e
otimismo expresso no Concerto de
Haydn e a força dramática e romântica
transmitida pelo também austríaco
Erich Korngold.
Esperamos que todos tenham um
excelente concerto.
FABIO MECHETTI
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CAROS AMIGOS E AMIGAS,
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Detentor do cobiçado prêmio Jovem Artista do Ano ICMA (International Classic Music Award) 2016 e vencedor do XV Concurso Internacional Tchai-kovsky, o espanhol Pablo Ferrández é elogiado por sua autenticidade e aclamado pelos críticos como “um dos melhores violoncelistas”, como escreveu Rémy Louis na Diapason Magazine.
Como solista, já se apresentou com a Orquestra Mariinsky, Sinfônica de Viena, filarmônicas de São Petersburgo, de Stuttgart e de Helsinque, Kremerata Baltica, Tapiola Sinfonietta, Orquestra Nacional Espanhola, Orquestra RTVE e Maggio Musicale Fiorentino. Colaborou com artistas como Zubin Mehta, Valery Gergiev, Yuri Temirkanov, Adam Fischer, Heinrich Schiff, Dennis Russell Davies, John Storgards, Gidon Kremer, Ivry Gitlis e Anne-Sophie Mutter.
MICHAL NESTEROWICZ
Pablo Ferrandéz fez sua estreia na Berliner Philharmonie na temporada passada com a Orquestra Sinfônica Alemã em Berlim. Apresentou-se com a BBC Philharmonic sob regência de Juanjo Mena e com a Filarmônica de São Petersburgo sob Yuri Temirkanov. Colaborou com Christoph Eschenbach executando o Concerto para violoncelo de Schumann com a HR- Sinfonieorchester e a Sinfônica Nacional Espanhola. Realizou recitais no Schloss Elmau e no Teatro Mariinsky e uma turnê europeia com a Kremerata Baltica.
Participou dos festivais Verbier, Rhein-gau, Festival Internacional de Música de Câmara de Jerusalém, Festival de Artes Transiberiano, Festival Intonations e Festi- val Internacional das Ilhas Canárias. Ferrandez realizou concertos com a Orquestra Sinfonica Nazionale RAI, sinfônicas de Barcelona, de Munique, de Taipei, de Queensland e a Sinfônica Nacional da Estônia. Apresentou o Concerto Duplo de Brahms com Anne-Sophie Mutter e a Filarmônica de Londres.
Pablo se apresenta com o violoncelo Stra-divarius “Lord Aylesford” (1696), com agra-decimentos à Nippon Music Foundation.
PABLO FERRÁNDEZ
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KIRO
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Principal regente convidado da Orques-tra Sinfônica da Basileia, Suíça, Michal Nesterowicz é mundialmente requisitado por seu desempenho dinâmico e interpre-tações eloquentes do repertório sinfônico.
Sua agenda na atual temporada inclui estreias com a Orquestra Gewandhaus, Filarmônica Holandesa, Orquestra Bruckner Linz, Orquestra Estadual de Kassel, Sinfônica de Lahti e Filarmônica da Malásia. Após visitas extremamente bem-sucedidas em temporadas passa-das, ele retorna à Orquestra Filarmônica Real, sinfônicas de Barcelona, da Galícia, Siciliana, de Malmö e de Cingapura, Sinfônica da Rádio de Praga, Orquestra Sinfônica Nacional de Taiwan e à Orques-tra Filarmônica de Minas Gerais, com a qual se apresentou em 2015.
Na temporada 2016/2017, Nesterowicz estreou com a Orquestra Real do Concert-gebouw, com a Auckland Philharmonia e a Orquestra Sinfônica Nacional RTE da Irlanda, além de se apresentar pela
primeira vez em Berlim, com a Konzert- hausorchester, e em Viena, com a Tonkünstler-Orchester Niederöster-reich. Também consolidou sua relação com a Sinfônica de Bilbao, Orquestra Fi larmônica Arthur Rubinstein de Lodz, Residentie Orkest, Orquestra do Norte da Holanda, Filarmônica Real da Galícia, Orquestra da Cidade de Granada e Sinfônica de Navarra.
Nesterowicz apresentou-se em diversas oportunidades com a NDR Elbphilhar-monie Orchester, Orquestra Tonhalle de Zurique, filarmônicas de Munique, de Nice e Filarmônica Real de Liver-pool. Trabalhou com a Sinfônica WDR de Colônia, Orquestra Sinfônica Alemã de Berlim, Orquestra Gulbenkian, filar-mônicas de Luxemburgo, de Buffalo e de Copenhague, Sinfônica da BBC, Orquestra Nacional Bordeaux Aquitaine e Orquestra da Suíça Italiana.
Michal Nesterowicz venceu o Concurso Europeu de Regência da Orquestra de Cadaqués em 2008 e foi premiado na 6ª Competição Internacional de Regência Grzegorz Fitelborg, em Katowice, Polônia.
Piccolo, flauta, oboé,
corne inglês, 2 clarinetes,
2 fagotes, 2 trompas,
tímpanos, percussão, cordas.SIBELIUS J E A N
P E L L É A S E T M É L I S A N D E , O P . 4 6
Hämeenlinna, Finlândia, 1865 – Järvenpää, Finlândia, 1957
1904/1905 / 29 minutos
Figura central na criação de uma voz
finlandesa para a música erudita
no final do século XIX e início do
século XX, Jean Sibelius tornou-
se um herói nacional; contudo, a
recepção de sua obra em outros
países foi das mais controversas
na música erudita do século XX.
A Finlândia foi controlada pela Suécia
do século XII até o início do século
XIX, quando se tornou um Grão-
ducado autônomo governado pela
Rússia. Na segunda metade do século
XIX manifestavam-se ali mudanças
econômicas e culturais. Uma elite
cosmopolita de extração sueca, à
qual Sibelius pertencia linguisti-
camente, controlava o governo, a
educação, o comércio costeiro e as
belas artes, enquanto no interior
a maioria da população falava fin-
landês e não tinha representação
no poder, mas buscava legitimar a
própria língua como catalisadora
de uma identidade autêntica e
assertiva. A vida e a carreira de
Sibelius refletem o embate entre
uma cultura escandinava e cos-
mopolita, e outra, fino-úgrica, com
raízes no campesinato, inescrutável
para o resto do mundo. Se o com-
positor fracassa em firmar-se nos
círculos musicais dominantes do
neorromantismo franco-germânico,
seu desejo de reconduzir o som
a uma crueza primordial e violar
as convenções do establishment
europeu irá de mãos dadas com
o cultivo da cultura finlandesa em
ascensão. Sua música se distingue
pelo uso heterodoxo da harmonia
triádica (do acorde de três sons),
pela cor orquestral e por processos
próprios de organização. Ele foi um
mestre da continuidade sinfônica e
da estrutura musical condensada.
Sibelius começou a escrever a
música de cena para uma mon-
tagem de Pelléas et Mélisande, de
Maurice Maeterlinck, em 1904. A
obra é posterior à suíte homônima
de Fauré (1898), à ópera de Debussy
(1902) e ao poema sinfônico de
Schoenberg (1903). O drama narra
um amor impossível em tempo e
lugar indeterminados. Se o enredo
é simples, os locais (floresta, fonte,
gruta, castelo), os objetos (coroa,
anel, lampião) e as situações (ce-
gueira, escuridão) carregam denso
simbolismo. A montagem do Teatro
Sueco de Helsinque estreou em
17 de março de 1905 sob a regência
do compositor. A suíte orquestral
reteve nove dos dez movimentos da
música de cena: Diante do portão
do castelo; Mélisande; À beira-mar;
Uma fonte no parque; As três irmãs
cegas; Pastoral; Mélisande à roca;
Entreato; A morte de Mélisande.
Pelléas et Mélisande encerra o ciclo
imediatamente anterior ao perí-
odo intermediário da produção de
Sibelius. Após a estreia, o compo-
sitor, então com 39 anos de idade,
viaja para a Inglaterra e encontra lá
o reconhecimento que os centros
principais da Europa continental
não lhe outorgavam senão com
cautelosa parcimônia. Sibelius se
pergunta: seria possível continuar
a ser considerado inequivocamente
moderno – pela linguagem única,
pela radicalidade da cor orquestral
e pela ousadia da ideia – e simul-
taneamente ir contra as correntes
sensacionalistas do modernismo
através da recuperação da eco-
nomia e da lógica do ideal clássico?
Esse classicismo moderno, aber-
tamente hostil ao apelo popular,
será sua estratégia para os anos
seguintes.
Referências
Para ouvir
Philharmonia
Orchestra – Enrique
Bátiz, regente –
Acesse: fil.mg/spelleaseb
Para ler
Stanley Sadie –
The New Grove
Dictionary of Music
and Musicians –
Macmillan – 2001 /
Dicionário Grove de
Música – Zahar – 1994
Para assistir
Mannheimer
Philharmoniker –
Boian Videnoff, regente
– Acesse: fil.mg/spelleasbv
Editora Shott Music
Representante:
Barry Editorial
Instrumentação
com a Filarmônica
Primeira apresentação
Carlos Palombini Musicólogo, pro-fessor da Escola de Música da Universi-dade Federal de Minas Gerais.
2 oboés, 2 trompas, cordas.
HAYDN J O S E P H
C O N C E R T O P A R A V I O L O N C E L O E M D Ó M A I O R , H O B . V I I B : 1
Rohrau, Áustria, 1732 – Viena, Áustria, 1809
1761/1765 / 24 minutos
Homem simples, de origem cam-
ponesa, filho de um carpinteiro,
Haydn serviu por quarenta anos
como músico da poderosa família
Esterházy, combinando as funções
de regente e compositor. O ritmo
de trabalho era alucinante, envol-
vendo música de câmara, concertos
sinfônicos, óperas, música religiosa
ou para o teatro. Felizmente, Haydn
dispunha de uma excelente orques-
tra, permanentemente disponível
para a imediata execução de suas
obras, privilégio que ele soube
aproveitar com sabedoria. Mais
tarde, em uma carta ao biógrafo
August Griesinger, o compositor
relembraria os longos anos passa-
dos em Esterháza: “eu podia melho-
rar, acrescentar, cortar, ousar. Estava
isolado do mundo e tive que me
tornar original”. Optando pelo expe-
rimentalismo, Haydn desenvolveu
uma linguagem musical própria,
detalhista, intelectual e espirituosa.
Sua obra foi decisiva para a fixação
e a plena maturidade dos vários
gêneros ligados à forma sonata
clássica (sobretudo a Sinfonia e o
Quarteto de Cordas).
Entre as músicas sinfônicas exigi-
das de um compositor de corte,
os concertos para instrumentos
solistas possuíam características
fundamentalmente diferenciais.
Eram compostos para ocasiões e
solistas específicos, devendo con-
siderar os recursos individuais do
instrumentista e o gosto particular
de quem fizera a encomenda. Haydn
(ao contrário de Mozart) não era
um instrumentista virtuose, e os
concertos de piano escritos para
seu uso próprio excluem a virtuosi-
dade inerente ao gênero. Mas, na
corte de Esterházy havia brilhantes
solistas, como o violinista Luigi Toma-
sini, o trompetista Anton Weidinger,
os violoncelistas Anton Kraft e Joseph
Weigl. Para eles, o compositor escre-
veu vários concertos, cuja maioria se
perdeu. Algumas dessas partituras,
pelo caráter utilitário e imediatista de
sua gênese, permaneceram apenas
esboçadas; outras foram destruídas
no incêndio da Casa de Ópera de
Esterháza (1779) e muitas se extra-
viaram. Alguns manuscritos só recen-
temente foram descobertos, como
é o caso do Concerto para violoncelo
em Dó maior, cujo tema principal do
primeiro movimento fora anotado
pelo próprio Haydn no catálogo de
suas obras, datado de 1765. A par-
titura foi reconstituída a partir das
partes orquestrais encontradas por
um zeloso bibliotecário de Praga,
em 1961. Desde então, por suas ine-
gáveis qualidades, o Concerto se
impôs imediatamente ao repertório.
O Moderato inicial corresponde à
forma sonata clássica (exposição,
desenvolvimento e reexposição).
Constrói-se sobre um primeiro tema
– facilmente memorizável pelos seus
ritmos pontuados – e um maravilhoso
segundo tema contrastante. Apesar
do classicismo formal, o movimento
mantém-se impregnado de espírito
barroco pela alternância dos solos
com os tutti orquestrais. O Adagio
seguinte, um dos mais eloquentes de
Haydn, possui caráter mais clássico
e muito cantante. O Allegro molto
final possui um ímpeto irresistível,
exigindo que o solista e a orquestra
se projetem em um turbilhão contí-
nuo de extraordinária virtuosidade.
Instrumentação
Referências
Para ler
François-René
Tranchefort – Guia da
Música Sinfônica –
Nova Fronteira – 1990
Para assistir
DVD Mischa Maisky –
Cello Concertos –
Haydn; Schumann –
Wiener Symphoniker;
Wiener Philharmoniker
– Leonard Bernstein,
regente – Deutsche
Grammophon – 2007
Para ler
H. C. Robbins Landon
– Haydn, sinfonias –
Guias Musicais BBC –
Zahar – 1984
Para ouvir
English Chamber
Orchestra – Daniel
Barenboim, regente –
Jacqueline du Pré,
violoncelo – Acesse:
fil.mg/hvioloncelodb
Para ouvir
CD Haydn: Cello
Concertos – English
Chamber Orchestra –
José Luis Garcia,
regente – Yo-Yo Ma,
violoncelo – Sony –
2009 – Acesse:
fil.mg/hvioloncelojlg
Editora Bärenheiter
Última apresentação
09/12/2014
Fabio Mechetti, regente
Asier Polo, violoncelo
Para assistir
The Buchmann-Mehta
School of Music
Symphony Orchestra –
Zubin Mehta, regente –
Teresa Beldi, violoncelo
– Acesse: fil.mg/hvioloncelozm
Para assistir
Wiener Symphoniker –
Mischa Maisky, regente
e violoncelo – Acesse:
fil.mg/hvioloncelomm
Paulo Sérgio Malheiros dos Santos Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,
2 clarinetes, clarone, 2 fagotes,
contrafagote, 2 trompas,
2 trompetes, 2 trombones,
tuba, tímpanos, percussão,
celesta, harpa, piano, cordas.KORNGOLD E R I C H
C O N C E R T O P A R A V I O L O N C E L O E M D Ó M A I O R , O P . 3 7
Brno, República Tcheca, 1897 – Estados Unidos, 1957
1946 / 13 minutos
Nascido em Brno, República Tcheca,
Erich Korngold mudou-se com os
pais, aos dois anos, para Viena.
Comparado a Mozart como um dos
mais notáveis fenômenos musicais
da história, aos treze anos já havia
criado obras sinfônicas complexas
ao estilo de Richard Strauss e Gustav
Mahler – que puderam pessoal-
mente constatar a genialidade do
pequeno prodígio. Korngold atingiu
o ápice da carreira de compositor
aos 23 anos com a ópera A Cidade
Morta, estreada simultaneamente
em Hamburgo e Colônia, em 1920.
Após esse trabalho, sua música não
mais evoluiu estilisticamente.
Aos 37 anos, Korngold encontrou
um lugar no qual poderia dar vazão
à sua escrita fluente e orquestração
precisa: os estúdios da Warner, em
Hollywood. Ao lado de Max Steiner,
Miklós Rózsa, Bernard Herrman e
Franz Waxman, Korngold completa
a plêiade de compositores da Era
de Ouro do Cinema, constituída em
sua maioria por emigrantes judeus
fugindo da perseguição nazista na
Europa. Todos os grandes estúdios
cinematográficos de Hollywood
pertenciam a judeus – Universal,
Paramount, Fox, Columbia, MGM
e Warner – o que facilitou a absor-
ção de diversos artistas de ascen-
dência judia.
Um dos mais distintos trabalhos de
Korngold – e o seu último para o cinema
– é a trilha para Deception, filme noir
de Irving Rapper lançado em 1946.
Na trama, o violoncelista Karel Novak
(Paul Henreid), envolve-se com uma
antiga amante, a misteriosa pianis-
ta Christine Radcliffe (Bette Davis).
Christine, acossada pelo irascível
compositor Alexander Hollenius
(Claude Rains), assassina-o na noite
de estreia de sua última composi-
ção: um concerto para violoncelo,
a ser executado por Novak. Para as
cenas nas quais o personagem ensaia
e estreia a obra, Korngold escreveu
um concerto para violoncelo e, pos-
teriormente, o transformou em uma
composição autônoma. Transportando
a tradição operística wagneriana para o
cinema, Korngold criou temas musicais
para retratar cada personagem prin-
cipal. Concebido em um único movi-
mento, o Concerto alterna momentos
tempestuosos e líricos. A abertura é
dramática, turbulenta, e as três notas
repetidas no início do tema aludem
a alguém que insistentemente bate
à porta. O tema amoroso emoldura
o romance entre os protagonistas e
proporciona um curto movimento lento
central. Antes do heroico desfecho, o
tema das três notas reaparece num
nervoso fugato e introduz a cadência
final do solista.
O Concerto para violoncelo, ao lado
do Concerto para violino, marca a
despedida de Korngold da indústria
cinematográfica e o seu retorno aos
palcos e à música de concerto. A obra
teve sua primeira execução em 29 de
dezembro de 1946, pela violoncelista
norte-americana Eleanor Aller-Sla-
tkin junto à Orquestra Filarmônica
de Los Angeles, sob a regência de
Henry Svedrofsky. Eleanor gravou a
trilha de Deception e, curiosamente,
dublou, junto com seu pai, o tam-
bém violoncelista Gregory Aller, as
mãos do personagem violoncelista
no filme, escondendo-se por trás
do ator e encaixando o braço por
dentro do terno dele para assim
tocar o violoncelo.
Referências
Para ouvir
CD Korngold –
Orchesterwerke – vol. 3
– Nordwestdeutsche
Philharmonie – Werner
Andreas Albert, regente –
Julius Berger, violoncelo
– Classic Production
Osnabrück – 1998
Para ler
Attila Csampai;
Dietmar Holland –
Guia básico dos
concertos: música
orquestral de 1700
até os nossos dias –
Editora Civilização
Brasileira – 1995
Editora Shott Music
Representante:
Barry Editorial
Instrumentação
Para ouvir
CD Korngold –
BBC Philharmonic –
Matthias Bamert,
regente – Peter Dixon,
violoncelo – Chandos
– 2007
Marcelo Corrêa Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.
com a Filarmônica
Primeira apresentação
Para assistir
Radio Sinfonie
Orchester Frankfurt –
Hugh Wolff, regente
– Quirine Viersen,
violoncelo – Acesse:
fil.mg/kvioloncelo
2 flautas, 2 oboés,
2 clarinetes, 2 fagotes,
4 trompas, 2 trompetes,
3 trombones, tímpanos, cordas.SIBELIUS J E A N
S I N F O N I A N º 3 E M D Ó M A I O R , O P . 5 2
Hämeenlinna, Finlândia, 1865 – Järvenpää, Finlândia, 1957
1907 / 29 minutos
Em janeiro de 1905 Sibelius encon-
trava-se em Berlim, onde pôde assistir
à Quinta Sinfonia de Mahler e a um
concerto de Richard Strauss regendo
suas obras Uma vida de herói e a
Sinfonia doméstica. Ficou tão fasci-
nado com a modernidade dessas
obras que se viu logo compondo
uma fantasia sinfônica monumental.
Mas, no ano seguinte, assim que
começou a compor, seu entusiasmo
decresceu. A imponência da música
germânica, especialmente da música
de Strauss e Mahler (em 1906 e 1907,
Mahler estava compondo sua colos-
sal Sinfonia nº 8), já não mais o en-
cantava. Ele agora buscava um tipo
de música mais simples e austera,
em que a clareza formal e a economia
de material melódico, harmônico e
rítmico eram mais importantes do
que a grandiosidade musical. Iniciava,
assim, sua fase conhecida como
classicismo moderno – praticamente
duas décadas antes da eclosão do
neoclassicismo que influenciaria
toda a música europeia a partir
dos anos 1920 –, de que a Sinfonia
nº 3 foi o primeiro fruto.
A Sinfonia nº 3 foi composta no ano
de 1907, mas os rascunhos mostram
que alguns temas já se encontravam
prontos desde 1904, oriundos de
outras obras e reaproveitados. Em
março de 1906 Sibelius escreveu a
seu mentor, o barão Axel Carpelan,
dizendo que a Sinfonia estava quase
pronta e que ele desejava regê-la
em Londres no início de 1907, com
a Royal Philharmonic Society. Mas
inúmeros problemas pessoais o
assolaram na época e forçaram-no
a deixá-la de lado por um tempo. Em
março de 1907, um ano após a carta
a Carpelan, a Sinfonia continuava
inacabada, e o concerto teve de ser
cancelado. Ele só viria a terminá-la
meses depois, a tempo de regê-la no
dia 25 de setembro de 1907 com a
Sociedade Filarmônica de Helsinque.
Em 8 de janeiro de 1943, Sibelius di-
zia ao maestro finlandês Jussi Jalas:
“A audiência ficou desapontada com
a minha Terceira Sinfonia, pois todos
estavam esperando que ela fosse
como a Segunda. Eu comentei isso
com o Mahler, que me disse que
‘a cada nova sinfonia você sempre
perde os ouvintes que foram cati-
vados pelas sinfonias anteriores’.”
Os ingleses tiveram de esperar até
fevereiro de 1908 para ouvi-la, regi-
da pelo hoje esquecido Sir Granville
Bantock, compositor, maestro e pro-
fessor inglês. Bantock foi o principal
responsável pelo estabelecimento da
reputação de Sibelius na Inglaterra.
Sua generosa atitude de suporte
e encorajamento ao compositor
finlandês permitiu suas visitas a
Londres e facilitou seu acesso à
Royal Philharmonic Society. Pro-
fundamente agradecido, Sibelius
dedicou a ele sua Sinfonia nº 3.
A Sinfonia possui três movimentos.
O primeiro (Allegro moderato), com
seu ritmo enérgico e insistente, é o
mais vigoroso dos três. O segundo
(Andantino con moto, quasi allegretto)
é um belíssimo noturno com sabor
nacional, uma das mais belas músi-
cas jamais escritas por Sibelius.
O terceiro (Moderato – Allegro ma
non tanto), ligeiramente caótico no
início, pouco a pouco cede lugar a
uma atmosfera intensa e elegante.
Trata-se, de fato, da compactação de
dois movimentos em um, o Scherzo
e o Finale.
Instrumentação
com a Filarmônica
Primeira apresentação
Guilherme Nascimento Compo-sitor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.
Referências
Para ouvir
CD Sibelius – The 7
symphonies; Finlandia;
Kullerv; Valse triste
and more – London
Symphony Orchestra –
Sir Colin Davis, regente
– RCA Red Seal – 2004
(7 CDs)
Para ler
Andrew Barnett –
Sibelius – Yale
University Press –
2010
Para ler
David Burnett –
Sibelius – Illustrated
lives of the great
composers – Omnibus
Press – 1989
Editora Shott Music
Representante:
Barry Editorial
Para assistir
Frankfurt Radio
Symphony – Jaime
Martín, regente –
Acesse: fil.mg/ssinf3
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Diretor Artístico e Regente Titular
Regente Associado
Fabio Mechetti
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal assistente substituta ***** músico convidado
Primeiros Violinos
Anthony Flint – Spalla
Rommel Fernandes –
Spalla associado
Ara Harutyunyan –
Spalla assistente
Ana Paula Schmidt
Ana Zivkovic
Arthur Vieira Terto
Dante Bertolino
Joanna Bello
Roberta Arruda
Rodrigo Bustamante
Rodrigo M. Braga
Rodrigo de Oliveira
Segundos Violinos
Frank Haemmer *
Hyu-Kyung Jung ****
Gideôni Loamir
Jovana Trifunovic
Luka Milanovic
Martha de Moura Pacífico
Matheus Braga
Radmila Bocev
Rodolfo Toffolo
Tiago Ellwanger
Valentina Gostilovitch
Violas
João Carlos Ferreira *
Roberto Papi ***
Flávia Motta
Gerry Varona
Gilberto Paganini
Katarzyna Druzd
Luciano Gatelli
Marcelo Nébias
Nathan Medina
Violoncelos
Philip Hansen *
Robson Fonseca ***
Camila Pacífico
Camilla Ribeiro
Eduardo Swerts
Emília Neves
Lina Radovanovic
Lucas Barros
William Neres
Contrabaixos
Nilson Bellotto *
André Geiger ***
Marcelo Cunha
Marcos Lemes
Pablo Guiñez
Rossini Parucci
Walace Mariano
Flautas
Cássia Lima *
Renata Xavier ***
Alexandre Braga
Elena Suchkova
Oboés
Alexandre Barros *
Públio Silva ***
Israel Muniz
Moisés Pena
Clarinetes
Marcus Julius Lander *
Jonatas Bueno ***
Ney Franco
Alexandre Silva
Fagotes
Catherine Carignan *
Victor Morais ***
Andrew Huntriss
Francisco Silva
Trompas
Alma Maria Liebrecht *
Evgueni Gerassimov ***
Gustavo Garcia Trindade
José Francisco dos Santos
Lucas Filho
Fabio Ogata
Trompetes
Marlon Humphreys *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
Trombones
Mark John Mulley *
Diego Ribeiro **
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
Tuba
Eleilton Cruz *
Tímpanos
Patricio Hernández
Pradenas *
Percussão
Rafael Alberto *
Daniel Lemos ***
Sérgio Aluotto
Werner Silveira
Harpa
Clémence Boinot *
Teclados
Ayumi Shigeta *
Wagner Sander *****
Gerente
Jussan Fernandes
Inspetora
Karolina Lima
Assistente
Administrativa
Débora Vieira
Arquivista
Ana Lúcia Kobayashi
Assistentes
Claudio Starlino
Jônatas Reis
Supervisor
de Montagem
Rodrigo Castro
Montadores
Hélio Sardinha
Klênio Carvalho
Risbleiz Aguiar
Marcos Arakaki INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Governador do Estado de Minas Gerais
Fernando Damata Pimentel
Vice-governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Andrade
Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Secretário de Estado Adjunto de Cultura de
Minas Gerais João Batista Miguel
Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público — Lei 14.870 / Dez 2003
Conselho
Administrativo
Presidente emérito
Jacques Schwartzman
Presidente
Roberto Mário Soares
Conselheiros
Angela Gutierrez
Arquimedes Brandão
Berenice Menegale
Bruno Volpini
Celina Szrvinsk
Fernando de Almeida
Ítalo Gaetani
Marco Antônio Pepino
Marco Antônio Soares da
Cunha Castello Branco
Mauricio Freire
Octávio Elísio
Paulo Brant
Sérgio Pena
Diretoria Executiva
Diretor Presidente
Diomar Silveira
Diretor Administrativo-
financeiro
Estêvão Fiuza
Diretora de Comunicação
Jacqueline Guimarães
Ferreira
Diretora de Marketing
e Projetos
Zilka Caribé
Diretor de Operações
Ivar Siewers
Equipe Técnica
Gerente de
Comunicação
Merrina Godinho
Delgado
Gerente de
Produção Musical
Claudia da Silva
Guimarães
Assessora de
Programação Musical
Gabriela de Souza
Produtores
Luis Otávio Rezende
Narren Felipe
Analistas de
Comunicação
Marciana Toledo
Mariana Garcia
Renata Gibson
Renata Romeiro
Analista de Marketing
de Relacionamento
Mônica Moreira
Analistas de
Marketing e Projetos
Itamara Kelly
Mariana Theodorica
Assistente de
Marketing de
Relacionamento
Eularino Pereira
Assistente de Produção
Rildo Lopez
Auxiliares de Produção
André Barbosa
Jeferson Silva
Equipe Administrativa
Gerente Administrativo-
financeira
Ana Lúcia Carvalho
Gerente de
Recursos Humanos
Quézia Macedo Silva
Analistas
Administrativos
João Paulo de Oliveira
Paulo Baraldi
Analista Contábil
Graziela Coelho
Secretária Executiva
Flaviana Mendes
Assistente
Administrativa
Cristiane Reis
Assistente de
Recursos Humanos
Vivian Figueiredo
Recepcionista
Meire Gonçalves
Auxiliar Administrativo
Pedro Almeida
Auxiliares de
Serviços Gerais
Ailda Conceição
Rose Mary de Castro
Mensageiros
Bruno Rodrigues
Douglas Conrado
Jovem Aprendiz
Geovana Benicio
Sala Minas Gerais
Gerente de
Infraestrutura
Renato Bretas
Gerente de Operações
Jorge Correia
Técnicos de Áudio
e de Iluminação
Pedro Vianna
Rafael Franca
Assistente Operacional
Rodrigo Brandão
Fortissimo
O Fortissimo está
indexado aos
sistemas nacionais
e internacionais de
pesquisa. Você pode
acessá-lo também
em nosso site.
Este programa
foi impresso em
papel doado pela
Resma Papéis.
Junho nº 9 / 2018
ISSN 2357-7258
Editora Merrina
Godinho Delgado
Edição de texto
Berenice Menegale
Restaurantes
NO CONCERTO...Seja pontual. Cuide da
Sala Minas Gerais.
Desligue o celular (som e luz).
Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.
Traga seu ingresso ou cartão de assinante.
Não coma ou beba.
Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.
Se puder, devolva seu programa de concerto.
Nos dias de concerto, apresente seu
ingresso em um dos restaurantes parceiros
e obtenha descontos especiais.
Faça silêncio e evite tossir.
Evite trazer crianças abaixo de 8 anos.
Rua Pium-í, 229Cruzeiro
Rua Juiz de Fora, 1.257Santo Agostinho
AGENDAJunho / 2018
N A C A P A
Pablo Ferrández
Foto: Kirill Bashkirov
DIA 3, 11h Juventude
DIAS 7 E 8, 20h30 Presto e Veloce
DIAS 14 E 15, 20h30 Allegro e Vivace
DIA 19, 20h30 Festival Tinta Fresca
DIA 23, 18h Fora de Série /
Leste Europeu
DIAS 29 E 30 Turnê Estadual /
Poços de Caldas e Passos
FESTIVAL TINTA FRESCAEncontramos novos sons!
CO M O S CO M P O S I T O R E S F I N A L I S TA S
CO N C E R T O D E E N C E R R A M E N T O
BUTCHER | FACÓ | ROSSI | ATHAYDE | REIS
ENTRADA GRATUITA
19 DE JUNHO, 20h30
Distribuição de ingressos a partir de 15/06, às 12h, somente na bilheteria da Sala Minas Gerais, limitada a 4 por pessoa.
MARCOS ARAKAKI , regente
No Haus München música e gastronomia se harmonizam.
Rua Juiz de Fora, 1257 - Belo Horizonte, MG | Telefone: (31) 3291-6900
/hausrestaurante /hausmunchenoficial
Apresentando seu ingresso, compre um prato e ganhe outro para seu acompanhante.*
50
*Prom
oção
válid
a par
a pra
to de
igua
l ou m
enor
valor
.
/ filarmonicamgRua Tenente Brito Melo, 1.090 - Barro Preto
CEP 30.180-070 | Belo Horizonte – MG
(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030
REALIZAÇÃO
DIVULGAÇÃOAPOIO CULTURAL
Sala Minas Gerais
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