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ESTUDO DO IMPACTO DO RIP CURL PRO
2013 PORTUGAL
Síntese
Núcleo de Investigação em Surfing (NIS) - Grupo de Investigação em Turismo (GITUR)
Instituto Politécnico de Leiria
Peniche, 2014
ISBN: 978-989-98965-1-2
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O presente documento consiste na síntese do estudo de
avaliação do Rip Curl Pro Portugal 2013, elaborado pelo
Núcleo de Investigação em Surfing/Surfing Research Unit
(NIS) do Grupo de Investigação em Turismo (GITUR),
Instituto Politécnico de Leiria. A síntese e estudo resultam
de uma parceria estabelecida entre a Câmara Municipal
de Peniche, a Rip Curl Portugal e o GITUR/IPL.
Equipa de investigação
Investigadores
Ana Sofia Viana
Fernanda Oliveira
João Paulo Jorge
Sérgio Leandro
Sofia Eurico
Susana Mendes
Apoio à investigação
(Equipa de estudantes que colaboraram na aplicação dos questionários)
Ana Caria - André Roxo - Ângela Alexandre - Ângela Sousa - Carla Oleiro - Catarina Barraca - Catarina
Cruz - Cátia Gonçalves - Cristiana Gastão - Daniel Carreira - Danaé Vieira - Diana Jorge - Emanuel Almada
- Érica Costa - Francisco Aguilar - Joana Martins - Kevin Batista - Maksym Danmognay - Márcia Meireles -
Mariana Agostinho - Mariana Mateus - Martina Lico - Paulina Ferreira - Rafaela Martins - Raquel
Gonçalves - Rodrigo Gomes - Rudi Silva - Rui Lino - Sandra Costa - Sara Reis - Tomás de Paula
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 4
2. METODOLOGIA 5
3. CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA 6
4. A AMOSTRA EM TERMOS DA PRÁTICA DE DESPORTOS DE ONDAS 14
5. ESTIMATIVA DO IMPACTO ECONÓMICO 17
6. CONCLUSÕES 21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22
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2. METODOLOGIA
Este estudo teve na sua base a realização de inquéritos (por administração directa) ao público
assistente do evento, através de um questionário estruturado, em português e em inglês. O
questionário foi conduzido pelo Núcleo de Investigação em Surfing / Surfing Research Unit
(GITUR, IPL), sobre uma amostra de 871 (n) indivíduos maiores de 18 anos e de ambos os
sexos, representativa dos visitantes que assistiram às provas de surf do Rip Curl Pro 2013 –
Portugal, etapa do ASP World Tour 2013 realizada em Peniche.
A dimensão da amostra apresenta uma margem de erro máximo admissível de 3,32% para um
grau de confiança de 95% (Tabela 1). O trabalho de campo foi realizado durante os dias 8 e 17de Outubro de 2013, no local onde decorreram as provas. Os dados foram processados pelo
software IBM SPSS Statistics 21.
Tabela 1 – Ficha Técnica para a determinação do tamanho da amostra (n)
Universo Todos os visitantes que assistiram ao evento
Metodologia Inquirição directa mediante questionário estruturado
Tamanho da amostra 871 questionários válidos
Erro da amostra 3,32%
Nível de confiança 95%
Data do trabalho de campo 8 a 17 outubro de 2013
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3. CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DA AMOSTRA
Tal como observado nas anteriores edições do Rip Curl Pro Portugal, no que respeita à
proveniência dos inquiridos, verifica-se uma proeminência daqueles que residem em Portugal
(70,9%) face aos que provêm de outros países (29,1%). Relativamente a 2012 regista-se um
decréscimo de visitantes estrangeiros, dado que a distribuição nesse ano foi de 67,2% e 32,8%,
respectivamente. Na distribuição por país (figura 1) destacam-se a Espanha, Reino Unido,
Alemanha e França que no seu conjunto totalizam 63,1% dos estrangeiros, sendo de notar a
presença de mercados não tradicionais como os Estados Unidos, Itália e Austrália.
Figura 1 – Distribuição dos estrangeiros por país de proveniência (%)
Em relação ao padrão de distribuição dos portugueses (figura 2), destaque para os queresidem nos concelhos de Peniche (51,8%), Lisboa (8,6%) e Leiria (4%).
Espanha25%
Alemanha14%
UK13%
França11%
EUA
8%
Itália
5%
Austrália4%
Brasil3%
Holanda3%
Canadá3%
Suiça2%
Outros9%
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Figura 2 - Distribuição dos portugueses por concelho de origem (%)
No que concerne à distribuição por género, a amostra é composta por 53,2% de homens e
39,7% de mulheres (com 809 indivíduos a responderem). Em média os indivíduos portugueses
que assistem ao evento têm 29 anos, enquanto os inquiridos estrangeiros têm uma idade
média de 32 anos. O nível educacional dos sujeitos inquiridos incide maioritariamente no
ensino superior e secundário, cujo peso total na amostra representa 94,8%. A nível
profissional, os inquiridos distribuem-se pelas categorias “Trabalhador por conta de outrem”(45,4%), “Estudante” (26,2%), “Profissional liberal/Empresário” (15,2%) e, por fim os
desempregados representam 11,3%. As restantes categorias têm uma expressão reduzida,
sendo o seu peso residual na caracterização da amostra (2%).
Mais de metade dos inquiridos (63%) deslocaram-se ao evento com amigos e 24% com a
família, não existindo diferenças de comportamento a realçar entre portugueses e
estrangeiros (figura 3).
Figura 3 – Com quem vieram ao evento (%)
Peniche52%
Lisboa8%
Leiria4%
Caldas Rainha
3%
Cartaxo
3%
Cascais3% Torres
Vedras2%
Santarém2%
Coimbra2%
Alcobaça
2%
Outros19%
Sozinho9%
Com família24%
Com família/amigos
4%
Com amigos63%
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Questionados sobre o modo como tiveram conhecimento do evento, os inquiridos – nacionais
e estrangeiros - apontaram como principais veículos de comunicação os “Amigos/ familiares” e
a “Internet” (figura 4). É ainda de realçar a importância da rádio e da televisão para os
inquiridos nacionais.
Figura 4 – Como tiveram conhecimento do evento – Principais veículos de comunicação
O total de inquiridos revela uma forte tendência de fidelização ao evento com 61% aafirmarem terem assistido a anteriores edições. Este facto é particularmente vincado junto do
público nacional, cuja percentagem é de 70,2%. Quanto aos estrangeiros (38,5%) são os
espanhóis, os ingleses e os alemães os que mais referem já terem assistido a outras edições do
Rip Curl Pro Portugal (figura 5).
Figura 5 – Estrangeiros que assistiram a edições anteriores do Rip Curl Pro Portugal (%)
222
17
212
153
8
92
125
12
133
28
2
50
0
50
100
150
200
250
Amigos/Familiares
Jornais/Revistas
Internet Rádio/TV Local detrabalho
Outros/Diversos
Portugueses
Estrangeiros
Alemanha12%
Holanda4%
EUA10%
RU14%
França10%
Espanha22%
Itália6%
Austrália4%
Canadá3% Outros
15%
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Quando questionados sobre o tipo de alojamento a que recorreram durante o evento 1,
(figura 6), verifica-se que as principais escolhas recaem sobre: a 2.ª Residência (22%), a
Casa de amigos/familiares (13%), as Pensões/residenciais (12%), as Casas alugadas, os Surf
Camps e os Hotéis (cujo peso é de 11% em cada uma destas opções).
Figura 6 - Tipo de alojamento utilizado (inquiridos não alojados em residência principal) (%)
Relativamente aos entrevistados que escolheram alojamento em hotéis, a tipologia referida
por mais de metade dos inquiridos é a que diz respeito hotéis de 3 estrelas, com 66,7%,
seguida pelos hotéis de 4 estrelas, com 19,7% (figura 7).
Figura 7 – Tipologia dos hotéis utilizados (%)
1 Nesta análise foram apenas considerados os inquiridos que não recorreram à residencial principal como forma dealojamento principal, durante o evento.
Autocaravana6%
Outro1%
Casa própria(2.ª Residência)
22%
Casa alugada11%
Casa amigos/familiares
13%
Hotel
11%
Pensão/Residencial
12%
Camping8%
Hostel5%
Surf Camp11%
9,1
66,7
19,7
4,5
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
2 estrelas 3 estrelas 4 estrelas 5 estrelas
%
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Os inquiridos que referiram ter utilizado um outro tipo de alojamento, que não a sua
residência própria, optaram na sua maioria (79,2% estrangeiros e 71,8% portugueses) pelo
concelho de Peniche (figura 8) enfatizando o peso do factor proximidade que se mantém
quando analisados os outros concelhos mais referidos, isto é, Caldas da Rainha, Óbidos e
Lisboa.
Figura 8 – Concelho onde se aloja durante o evento
(inquiridos não alojados em residência principal)
Em relação ao número de dias que os entrevistados assistiram ao evento, a média global é de
4,5 dias. Quando observados os dados particionados por origem, verifica-se que a média para
os inquiridos portugueses é de 4 dias, enquanto para estrangeiros esta reside nos 5,3 dias (em
2012 esses valores foram de 4,6 e 4,5 dias, respectivamente). O período de permanência mais
referido foi de 1 dia para os portugueses e 9 dias para os estrangeiros (figura 9).
Figura 9 – Número de dias no evento
11 10 6 5 9
255
422
826
10 8 3 7
178
8
0
50
100
150
200
250
300
Outros CaldasRainha
Ericeira Lisboa Lourinhã Óbidos Peniche T. Vedras NR
Portugueses Estrangeiros
116
79
45 26 307 19 11
77
205
26 23 3623 21 14
3412
58
5
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 NS/NR
N.º de dias
Portugueses
Estrangeiros
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A grande maioria de inquiridos portugueses (92%) apresentou intenção de regressar a Peniche
(figura 10) enquanto os inquiridos estrangeiros centraram as suas opiniões maioritariamente
no “Sim” (cerca de 70%) e também no “Talvez” (26%).
Figura 10 – Intenção de regressar a Peniche
No que concerne à permanência em Portugal para além do evento 68,75% dos inquiridos
estrangeiros referiram ter essa intenção, sendo que os restantes (31,25%) demonstraram não
ter ainda qualquer decisão tomada. Analisando apenas os que permanecem em Portugal além
do evento (figura 11), destacam-se os que ficam mais um dia (23,9%) e os que ficam entre 8 a
14 dias (26,7%). Mais de metade (58,5%) não fica mais que uma semana.
Figura 11 - Permanência em Portugal para além do evento
Em relação aos inquiridos estrangeiros houve ainda o interesse de questioná-los quanto à sua
intenção de regressar a Portugal e respectivas razões (figura 12). Da totalidade de respostas
(252) 77% responderam positivamente (contra 86,4% em 2012), 7,5% responderam “Talvez”,
apenas 1 indivíduo (tal como em 2012) apresentou uma resposta negativa e os restantes
15,1% não sabem ou não respondem (contra 13% de 2012).
6
389
28
423
192
12
170
65
247
50
100
200
300
400
500
Não Sim Talvez Total NS/NR
Portugueses
Estrangeiros
23,9
8,5
6,3
1,7
8,0
2,3
8,0
26,7
8,5
6,3
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
1 2 3 4 5 6 7 8 a 14 15 a 30 + de 30
%
N.º de dias
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Dos inquiridos que tencionam regressar a Portugal, 30% indicou o “surf” como uma das
principais razões, seguindo-se a opção de “conhecer melhor o país” (14,3%). Com um carácter
residual surge a opção “Motivos vários” (6%), sendo que nesta se incluem razões como
“conhecer Lisboa” e “fotografar”.
Figura 12 - Razões apontadas para voltar a Portugal (%)
Um dos assuntos focados neste questionário respeita à ocupação do tempo por quem assiste
ao evento quando não existem condições para a realização de provas. Com efeito, “quando
não há ondas” a principal actividade apontada por portugueses e estrangeiros é usufruir das
praias (figura 13). Em relação às restantes opções, de realçar que é o público estrangeiro que
mais opta por “Conhecer o Património Natural” (16,8% face a 11,4% dos portugueses),
“Conhecer o Património Cultural” (14,7% face a 8,9% dos portugueses) e “Conhecer a
Gastronomia Local” (19,1% face a 8,3% dos portugueses).
Figura 13 - Que actividade costuma/equaciona fazer quando "não há ondas”?(%)
Surf30%
Surf / Conhecermelhor o país
10%
Conhecermelhor o país
14%
Motivos vários
6%
NS/NR40%
11,48,9 8,3
38,8
4,1
10,28,3 10,1
16,814,7
19,1
29,4
4,62,9 2,1
10,5
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
Patrim.Natural
Patrim.Cultural
Gastronomialocal
Praias Compras Outrosdesportos
ResidentePeniche
Outras ativid.
%
Portugueses Estrangeiros
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Adicionalmente, este estudo permitiu ainda recolher as opiniões dos inquiridos relativamente
a alguns aspectos relacionados com o evento, e que permitem avaliá-lo do ponto de vista da
informação e dos equipamentos que disponibiliza, bem como da percepção do impacto que
tem.
Para tal, foi pedido aos inquiridos que, através de uma escala de concordância (composta pelas
opções de resposta “Concordo totalmente”, “Concordo”, “Discordo”, “Discordo totalmente” e
“Sem opinião”), indicassem a sua posição em relação a seis afirmações (figura 14).
Figura 14 – Opinião acerca de alguns aspectos inerentes ao evento Rip Curl Pro 2013
Dos resultados obtidos destaca-se o elevado grau de concordância relativamente à informaçãodisponibilizada sobre os locais de estacionamento autorizado (com 61,7% dos estrangeiros e
70% dos portugueses a assinalarem as opções concordo e concordo totalmente) e também
sobre os espaços de restauração (com 53% dos estrangeiros e 54,7%% dos portugueses a
assinalarem as opções concordo e concordo totalmente). O grau de concordância é
nitidamente menor em relação à informação sobre o alojamento e a acessibilidade no evento,
bem como à adequabilidade das instalações sanitárias. Para o público português a questão das
instalações sanitárias é o que requer mais atenção nas próximas edições, com 29% a
discordarem da sua adequação face ao evento em questão. Quanto ao público estrangeiro a
informação proporcionada pelo evento relativamente ao alojamento é o aspecto a ser
repensado dado que a 30% das respostas discordam da sua adequabilidade.
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No que respeita ao impacto negativo que poderá estar implícito ao evento, as opiniões de
portugueses e estrangeiros são bastante próximas, com cerca de 70% a revelarem não
concordarem que se trate de um evento com efeitos negativos na comunidade em que está
inserido.
4. A AMOSTRA EM TERMOS DA PRÁTICA DE DESPORTOS DE ONDAS
A amostra de inquiridos é composta por 52,9% praticantes de desportos de ondas e 47,1% não
praticantes (figura 15). São os inquiridos estrangeiros que mais contribuem para o peso dospraticantes com 78% face aos 43% portugueses.
Figura 15 - Principal desporto de ondas praticado (%)
Por outro lado, o surf apresenta-se como o principal desporto de ondas praticado pelos
inquiridos (apontado por 63,2% dos portugueses e 76,8% dos estrangeiros) seguido do
bodyboard (respectivamente com 22,2% e 8,8%) (figura 16). O item “Conjugações” refere-se
aos inquiridos que indicaram praticarem mais do que um desporto de ondas, e que incluirespostas como: surf/kitesurf, surf/paddle/kitesurf, surf/wakeboard, entre outros. Quanto ao
item “Outros”, inclui desportos como: bodysurf, windsurf, kitesurf, mota água, longboard,
kneeboard, skimboard. Os estrangeiros são os únicos a apontarem a prática de bodysurf.
Não57%
Sim43%
Portugal
Não22%
Sim78%
Estrangeiros
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Figura 16 - Principal desporto de ondas praticado (%)
Os inquiridos portugueses são os que referem praticar mais frequentemente um desporto de
ondas (figura 17), com 66,5% a indicar fazê-lo pelo menos uma vez por semana, contra cercade 50% dos estrangeiros. Por oposição, 40% dos estrangeiros indicaram fazê-lo sobretudo
ocasionalmente ou nas férias (contra 22,5% das respostas dos portugueses).
Figura 17 - Frequência na prática de desporto de ondas (%)
22,2
8,81,5 1,5
63,2
76,8
6,53,63,8 5,2
2,7 4,1
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
Portugueses Estrangeiros
BODYBOARD
PADDLE
SURF
SURF/ BODYBOARD
CONJUGAÇÕES
Outros
22,18
19,89
24,90
18,2819,46
12,9010,89
8,60
19,07 19,35
3,50
20,97
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
Portugueses Estrangeiros
3 ou mais vezes/ semana
2 vezes/semana
1 vez/semana
1 ou 2/mês
Ocasionalmente
Nas férias
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16
Independentemente da nacionalidade, Peniche e a Costa da Região de Lisboa (incluindo Sintra,
Ericeira, Costa da Caparica e Carcavelos) são apontados como os principais locais em Portugal
para a prática de desportos de ondas (figura 18). De salientar que, Sagres é único local em
Portugal que obteve maior número de respostas de estrangeiros do que de portugueses.
Figura 18 - Locais em Portugal mais utilizados para a prática de desporto de ondas
Em relação aos destinos fora de Portugal para a prática de desportos de ondas (figura 19), o
maior número de respostas foi apresentado pelos respondentes estrangeiros (202 respostas
contra 57 dos portugueses). A Espanha foi o país mais indicado por portugueses e estrangeiros,e a França assume grande destaque também pelo público estrangeiro. Os destinos mais
longínquos são particularmente apontados por estrangeiros.
Figura 19 - Locais no estrangeiro mais utilizados para a prática de desporto de ondas (%)
137
12
28
9 9
2315 10
10093
620
515
6 33
35
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Peniche Sintra Ericeira C. Alentejana Sagres C. Caparica Carcavelos Fig. Foz OutrosDestinos
Portugueses Estrangeiros
15
26 5 4
25
49
17
44
15
7
66
4
0
10
2030
40
50
60
70
Espanha Austrália França Indonésia Brasil Outros Destinos Hawai
Portugueses Estrangeiros
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5. ESTIMATIVA DO IMPACTO ECONÓMICO
O impacto económico da edição 2013 do Rip Curl Pro Portugal é estimado tendo em
consideração o seguinte conjunto de indicadores: a despesa média individual durante o Rip
Curl Pro 2013, os gastos por tipo de despesa, a estimativa do número de visitantes que
assistiram ao evento e a despesa total da organização do evento.
Quanto às despesas efectuadas para assistir ao Rip Curl Pro 2013, foi pedido aos inquiridos
para referirem o valor monetário gasto em seis itens: transportes, alojamento, alimentação,
diversão, compras e despesas diversas (designado por “outros”). Os resultados encontram-se
sintetizados através da análise individualizada de cada item (Tabela 2), complementada poruma análise da despesa agregada (somatório dos seis itens). Em ambos os casos são
discriminados os valores para os inquiridos nacionais e estrangeiros.
Tabela 2 - Despesa média individual durante o Rip Curl Pro 2013 – valor por item de despesa (análise por nacionalidade do inquirido)
n Valor médio p/ inquirido (€)
Tipo de despesa Portugal Estrangeiros Portugal Estrangeiros
Transporte 315 219 15,27 50,87
Alojamento 95 161 29,00 37,34
Alimentação 312 194 17,41 30,33
Diversão 148 126 14,63 18,34
Compras 100 112 22,18 32,79
Outros 11 21 14,55 29,38
Despesa média Total(incluindo os 6 itens)
- - 28,53 117,47
Os valores da despesa diária para cada item permitem calcular um valor total agregado das
despesas efectuadas pela totalidade de pessoas que assistiram ao evento (Tabela 3)2.
Considerando o peso percentual dos inquiridos por nacionalidade e excluindo os visitantes
residentes no concelho de Peniche, utilizámos essa razão de proporcionalidade para o total de
visitantes, o que permitiu estimar o número total de visitantes nacionais e não nacionais, como
se apresenta na Tabela 2. Adicionalmente, e para efeitos de comparação, apresentam-se
também os resultados da edição do evento de 2012.
2 Segundo dados apurados pela Protecção Civil estima-se que 135 mil pessoas tenham assistido ao evento.
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A partir dos valores estimados em termos de visitantes, entre 2012 e 2013, verifica-se uma
redução dos estrangeiros a qual é compensada por um ligeiro aumento do número de
nacionais não residentes em Peniche e por um acréscimo de quase 5 mil residentes em
Peniche. Também ao nível da despesa média individual há um decréscimo em cerca de 40€
para o público estrangeiro e um acréscimo de quase 5€ para os portugueses.
Tabela 3 - Estimativa do nº dos visitantes e despesa média individual
2012 20131
Nº visitantesDespesa média
individual € Nº visitantes1
Despesa médiaindividual €
Estrangeiros 43 640 157,46 39 825 117,47
Nacionais(Não residentes em Peniche) 71 286 23,64 72 360 28,53
Nacionais(Residentes em Peniche)
16 074 n.a. 22 815 n.a.
Total 130 000 135 000n.a. – não aplicável
1 Foi aplicada a proporcionalidade verificada nos resultados dos questionários aplicados (isto é, face à
estimativa de 135 mil visitantes na edição 2013 do evento, aplicou-se a proporcionalidade de respondentes em
termos de proveniência: 53,6% de respondentes nacionais não residentes em Peniche, 16,9% nacionais
residentes em Peniche e 29,5% de estrangeiros)
Em termos agregados (tabela 4), o valor global da despesa integra os seis itens já referidos na
tabela 2 e corresponde a 7 158 521 €, que contempla 4 497 725 € do público estrangeiro e 2
660 796 € dos residentes em Portugal.
Tabela 4 - Despesa agregada média individual durante o Rip Curl Pro 2013
– valor por item de despesa (€)
Tipo de despesa Portugueses (€) Estrangeiros (€)
Transporte 745 530 1 726 718Alojamento 427 009 931 785
Alimentação 841 916 911 989
Diversão 335 600 358 167
Compras 285 934 473 438
Outros 24 807 95 628
Despesa Total(incluindo os 6 itens) 2 660 796 4 497 725
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Comparativamente a 2012 verifica-se um ligeiro aumento (1%) na despesa total agregada
(tabela 5), fomentado pelo acréscimo dos visitantes nacionais e pelo aumento da respectiva
despesa média individual (tabela 3).
Tabela 5 - Estimativa da despesa total agregada dos visitantes (2012-2013)
(valores com IVA)
Despesa total agregada (€) 2012
Despesa total agregada (€) 2013
Estrangeiros 5 139 198 4 497 725
Nacionais 1 950 736 2 660 796
Total 7 089 934 7 158 521
Mediante a análise da despesa total agregada, podemos evidenciar os valores das exportações
de serviços (tabela 6), correspondente aos gastos efectuados por estrangeiros em Portugal. Se
considerarmos que a aquisição do transporte dos inquiridos estrangeiros foi efectuada no seu
país de residência, recorrendo a companhias locais, esse valor não deverá ser imputado à
dinâmica económica local/nacional (portuguesa) e, como tal, a despesa agregada com efeitos
na economia local/nacional deverá ser 2 771 007€, isto é, conforme os valores da tabela 4:
Exportações de serviços = -
Tabela 6 - Exportações de serviços (€)
2012 2013
Exportações serviços 3 053 281 2 771 007
Os dados fornecidos pela organização, relativos ao orçamento do evento e despesas
efectuadas pelas pessoas directamente ligadas ao evento (Staff, Association of Surfing
Professionals (ASP), Surfistas e imprensa), representa um valor de despesa directa estimado
em 651 097€, e repartidos essencialmente por serviços terceiros, alojamento, marketing e
imagem e despesas relacionadas com o staff (tabela 7).
Despesa total dos
estrangeiros
Valor gasto em transporte
pelos estrangeiros
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Tabela 7 - Despesa total agregada da organização do evento e atletas, ASP e imprensa(valores de 2013 com IVA)
Despesa agregada (€)2
Transportes 40 918
Alojamentos 103 437
Alimentação 6 486
Equipa Gestão Evento 51 370
Segurança e comunicações 47 736
Marketing e Imagem 53 963
Serviços terceiros 347 186
Total 651 097
2Dados fornecidos pela organização do evento
Apesar da redução do orçamento em 10% relativamente à edição de 2012, o volume de
negócios gerado pelo evento em 2013 conseguiu ultrapassar ligeiramente (em 14 245€) os
valores do ano anterior (tabela 8).
Tabela 8 - Volume de negócio gerado pelo evento (valores com IVA)
Visitantes (€) Organização (€) Total (€)
2012 7 089 934 705 439 7 795 373
2013 7 158 521 651 097 7 809 618
Do ponto de vista fiscal, a estimativa do volume de negócios gerado pelo evento permite
determinar o impacto fiscal do evento em termos de IVA, IRC e IRS gerado (tabela 9). Para este
cálculo não foram igualmente considerados os transportes, uma vez que os estrangeiros
pagam grande parte deste valor no país de origem, sendo inexequível determinar o valor pago
no território nacional. O ligeiro aumento do volume de negócios verificado entre 2012 e 2013resultou igualmente numa pequena subida na receita fiscal gerada pelo evento.
Tabela 9 - Receita fiscal gerada com o evento (€)
2012 2013
Impostos Indirectos IVA 778 237 796 130
Impostos directos IRS 77 065 71 164
Impostos directos IRC 66 327 65 297
Total 921 629 932 591
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6. CONCLUSÕES
Da análise dos dados relativos à edição 2013 do evento Rip Curl Pro Portugal, e
considerando o histórico das edições de anos anteriores, especialmente a de 2012,
verifica-se uma tendência para a estabilização da maior parte dos indicadores.
A proveniência dos públicos mantém-se, quer em termos nacionais (sobretudo
residentes em Peniche, e habitantes na região de Lisboa e Centro do país) quer
internacionais (destacam-se a Espanha, Reino Unido, Alemanha e França que no seu
conjunto totalizam 63,1% dos estrangeiros, sendo de notar a presença ainda de outros
mercados como os Estados Unidos, Itália e Austrália). Verifica-se também uma forte
tendência de fidelização ao evento particularmente junto do público nacional, cuja
percentagem é de 70,2%, face aos 38,5% por parte do público estrangeiro (sobretudo
espanhóis, ingleses e alemães).
A realização do evento fora da época alta apresenta benefícios em termos comerciais e
turísticos proporcionados por uma estada média de cerca de 5 dias pouco comum no
mês em que ocorreu o evento. Os ganhos económicos do destino traduzem-se num
volume de negócios total de 7 158 521 euros e consequentemente um impacto fiscal
de 932 591 euros, constituindo um aumento de 1% em ambas as medidas face aos
valores de 2012.
Em termos das dinâmicas que a cidade e as praias de Peniche, e considerando o
público que assistiu ao Rip Curl Pro Portugal 2013, verifica-se uma forte intenção de
regressar a Peniche pela maioria dos inquiridos (92% dos portugueses e 70%
estrangeiros). Em relação aos inquiridos estrangeiros essa manifestação de interesse é
ampliada ao território nacional (77% responderam positivamente quanto à sua
intenção de regressar a Portugal), sendo o “surf” uma das principais razões (30%).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Turismo de Portugal (2007). Plano Estratégico Nacional do Turismo – Para o
Desenvolvimento do Turismo em Portugal . Lisboa: Ministério da Economia e da
Inovação.
Governo de Portugal (2013). Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020 . Lisboa:
Governo de Portugal
7/21/2019 Estudo do impacto do Rip Curl Pro 2013 Portugal
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Estudo do impacto do Rip Curl Pro 2013 Portugal
Edição: GITUR – Grupo de Investigação em Turismo / Instituto Politécnico de Leiria
Prefixo de Editor: 989-97395
ISBN: 978-989-98965-1-2
Agosto 2014
Campus 4
Santuário de Nossa Senhora dos Remédios
2520– 641 Peniche - PORTUGAL